Cafezal

Instituto Biológico comemora 94 anos com evento gratuito e aberto ao público

O Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, comemora 94 anos. No próximo domingo (21), às 10h, a população poderá participar de visitas monitoradas ao cafezal urbano do Instituto, considerado um dos maiores do mundo, conhecer a exposição Planeta Inseto, único zoológico de insetos do Brasil, e brincar em um espaço ao ar livre. O evento é gratuito.

O Instituto Biológico é referência em pesquisas na área de sanidade animal e vegetal, além de proteção ambiental e pragas urbanas. Neste mês de novembro, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo também celebra seus 130 anos.

De acordo com a diretora do Instituto Biológico, Ana Eugênia de Carvalho Campos, o evento de comemoração ao aniversário do IB é realizado em conjunto com a comunidade, por meio do jornal Pedaço da Vila, Feira do Bem, Associação dos Moradores da Vila Mariana e da República da Vila Mariana.

“O IB sempre teve por princípio essa aproximação com a comunidade e nada mais justo que comemorar essa data tão importante com a participação da população, que se beneficia direta ou indiretamente das nossas pesquisas. Resolvemos fazer esse evento neste momento em que temos altos índices de vacinação da população e melhora nos indicadores da pandemia, mas respeitando todo o protocolo contra a covid-19, como o distanciamento, uso de máscaras e de álcool em gel, ambiente aberto e bem ventilado”, afirma.

O evento contará com mais de 60 barracas de produtos autorais de artesãos ligados a Feira do Bem, praça de alimentação com food trucks e música ao vivo. Para as crianças, haverá brincadeiras, brinquedões e oficinas espalhados pelos jardins do IB.

“O público poderá fazer visitas monitoradas ao nosso cafezal urbano, matar a saudade da exposição Planeta Inseto, além de ter a oportunidade de conhecer o trabalho dos pesquisadores das leia mais…

Café & Preparos

Pesquisas analisam como a borra de café pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa

Alivia Mukherjee, candidata ao doutorado em engenharia química da Universidade de Saskatchewan, investiga como o pó de café pode ser usado para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, agregando valor a um produto residual canadense.

O café é uma das bebidas e fontes de cafeína mais consumidas no mundo. Mais de 70% dos canadenses provavelmente tomaram uma xícara de café nas últimas 24 horas. “Um dia, sentado em um Tim Hortons local, vi os funcionários descartando os resíduos em enormes sacos plásticos. Comecei a fazer um brainstorm para entender como sobras de matéria orgânica – borra de café de uma das maiores cadeias de café do Canadá – pode ser valorizada para produzir produtos de valor agregado”, destaca Mukherjee.

Quando um produto residual, como borra de café, é depositado em um aterro, o processo de decomposição produz metano, que tem 21 vezes mais efeito de gases de efeito estufa do que o dióxido de carbono.

Mukherjee e sua equipe de pesquisa têm o objetivo de encontrar estratégias sustentáveis ​​para reutilizar e reciclar resíduos orgânicos no Canadá, em vez de enviá-los para aterros sanitários. No caso dos resíduos moídos de café, a substância residual tem o potencial de servir como uma armadilha para o dióxido de carbono.

Usando a tecnologia síncrotron da Fonte de Luz Canadense (CLS) da Universidade de Saskatchewan, Mukherjee tratou a borra com calor para alterar as características da superfície dos leia mais…

TEXTO As informações são do Saskatoon Starphoenix / Tradução Juliana Santin • FOTO Devin Avery

Mercado

Recuperação dos preços do café pode ajudar a retomar consumo em níveis pré Covid

Em outubro de 2021, a Organização Internacional do Café (OIC) constatou que os preços do café haviam atingido novos máximos plurianuais, já que a média mensal do preço indicativo composto da OIC aumentou 6,8%, para 181,57 centavos de dólar dos EUA por libra, em comparação com 170,02 centavos por libra em setembro de 2021.

Os níveis alcançados em outubro de 2021 marcam um aumento de 71,5% em comparação com o preço do café de 105,85 centavos de dólar por libra registrado em outubro de 2020. O preço médio registrado em outubro de 2021 é o mais alto registrado desde que fevereiro de 2021 registrou 182,29 centavos de dólar por libra. De acordo com a OIC, esses níveis de preços para o ano cafeeiro de 2020/2021 marcam uma recuperação significativa dos baixos níveis experimentados nos últimos três anos cafeeiros.

O maior aumento ocorreu no preço indicativo do Brazilian Naturals Group, que atingiu 199,98 centavos de dólar dos EUA por libra, um aumento de 8,9% em comparação com 183,72 centavos de dólar dos EUA por libra que foi registrado em setembro de 2021. Ele marca um aumento de 99,2% em relação aos preços de outubro de 2020 e é o nível mais alto alcançado desde fevereiro de 2012.

O preço dos Suaves Colombianos aumentou 7,7%, para 258,87 centavos de dólar dos EUA por libra em outubro de 2021, em comparação com 240,38 centavos de dólar dos EUA por libra em setembro de 2021. Este é o nível mais alto registrado desde setembro de 2011.

Os preços dos Outros Suaves aumentaram 6,9%, para 241,06 centavos de dólar dos EUA por libra em outubro de 2021, em comparação com 225,54 centavos de dólar dos leia mais…

TEXTO As informações são do Global Coffee Report / Tradução Juliana Santin • FOTO Jonas Jacobsson

Altos preços abrem caminho para aumentar a produção de café fora do Brasil e Vietnã?

O aumento da produtividade e, consequentemente, a redução dos custos têm impulsionado o crescimento da participação do Brasil e do Vietnã na produção mundial de café. Isto pode ser revertido pelos altos preços atuais? Argumento, em seguida, que os altos preços do café hoje podem estimular esta reversão, mas ela só será durável com mudanças estruturais na maioria dos países que concorrem com o Brasil e o Vietnã. Uso o caso do Brasil para demonstrar como mudanças no setor e no agronegócio brasileiro impactaram a competitividade do país independentemente dos preços do café e não como resultado de preços altos.

O gráfico acima, que começa em 1990, logo após o fim das cotas da OIC, e termina em 2019, antes que os preços começassem a subir, pode ser intrigante no sentido de que a produtividade e a produção no Brasil subiram muito independentemente do preço do café! Será que a produtividade aumentou exatamente para se adaptar a preços baixos?

A extinção do Instituto Brasileiro do Café (IBC) e o fim das cotas da OIC aconteceram quase ao mesmo tempo fazendo com que o negócio de café do país entrasse na década de 1990 na terrível situação de queda dos preços, interrompida apenas e por alguns anos pela geada de 1994, e a desorganização da pesquisa cafeeira, serviços de extensão, promoção comercial, etc. antes realizados pelo IBC. Isto pode ter criado os desafios que a cafeicultura brasileira precisava para se tornar muito mais eficiente!

Ao contrário do que se esperava, ocorreu uma série de reações, principalmente induzidas pelo setor privado e realizadas pelo governo e pelo próprio setor privado. Isto aumentou a eficiência da cadeia de fornecimento de café dentro e fora da fazenda, com a produtividade quase dobrando nos primeiros 10 anos após 1990 e dobrando novamente nos primeiros 20 anos deste século: um aumento de quase quatro vezes em 30 anos. Resumo abaixo muito do que ocorreu, com maior ênfase no que realmente aconteceu do que no momento em que sucedeu.

Universidades, institutos de pesquisa e fundações tornaram-se muito mais ativos na pesquisa cafeeira, com problemas iniciais de falta de foco e planejamento estratégico bem como duplicação de esforços. Isso acabou sendo corrigido com a criação do Consórcio Pesquisa Café, que reuniu a maioria dessas instituições para desenvolver uma agenda de pesquisa conjunta.

Os serviços de extensão e treinamento no café realizados pelo IBC foram progressivamente transferidos para os serviços de extensão dos governos estaduais e cooperativas. A permeabilidade e o alcance aumentaram em vez de diminuir.

Estas duas mudanças contribuíram para tornar os cafeicultores mais eficientes apesar dos preços mais baixos do café. Os produtores de fato “acordaram” depois de um longo período de preços controlados, antes de 1990, que fez com que a produção ineficiente prevalecesse. Novas variedades, densidades maiores de plantio, boas práticas agrícolas (BPA), mecanização e outras iniciativas contribuíram decisivamente para resolver o problema.

O sistema cereja descascado, também chamado de CD e “honey”, foi desenvolvido, o processamento de café na fazenda cresceu, a cadeia de abastecimento da porta da fazenda ao porto ganhou eficiência com o café trocando menos vezes de mãos, as entidades representativas do setor privado já existentes ganharam força e a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) foi criada. Os ganhos de eficiência na fazenda foram combinados com ações além da porteira, incluindo o “rebranding” dos cafés brasileiros, passando de somente qualidade comercial para todas as qualidades, incluindo os cafés especiais. O Café do Brasil se tornou Cafés do Brasil, “um país muitos sabores”, e o país foi dividido em regiões produtoras – origens – que oferecem uma infinidade de qualidades de café.

Em outra frente, o consumo doméstico brasileiro de café começou a ser promovido, não por acaso, a partir de 1989/1990. Em 30 anos, o consumo brasileiro aumentou mais de 3 vezes, de 6,5 para cerca de 21 milhões de sacas por ano, criando um enorme mercado para os cafés produzidos localmente.

O estoque remanescente de café no final do período das cotas foi progressivamente vendido para criar o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), que é usado principalmente para financiar os cafeicultores e, em menor escala, a cadeia de abastecimento do café. Além do financiamento do Funcafé, há hoje também aquele concedido pelos bancos privados que são, por lei, obrigados a canalizar um determinado percentual dos depósitos à vista para o financiamento de atividades agrícolas a juros mais baixos. O governo também apoia o agronegócio com a isenção de impostos sobre a exportação de produtos agrícolas.

Voltando ao meu argumento inicial, os países produtores além do Brasil e do Vietnã podem usar esta oportunidade de preços de café mais altos, que provavelmente será temporária, para promover mudanças estruturais duráveis que aumentarão sua eficiência e competitividade? Sim, os exemplos do Brasil acima podem ajudar mas isto leva tempo e terá que ser um processo contínuo, em tempos de preços altos e baixos.

Muito se fala hoje de agregação de valor que, por si só, não é suficiente para compensar a falta de eficiência e competitividade que vem gerando concentração de mercado. Os preços altos podem incentivar maior busca de eficiência pelos concorrentes do Brasil e Vietnã… ou ter o efeito contrário. Só o tempo dirá.

TEXTO Carlos Henrique Jorge Brando

Cafezal

Cerrado Mineiro leva a melhor no Cup of Excellence – Brazil 2021 com café de 90.50 pontos

Através de transmissão ao vivo pelo YouTube, a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) divulgou os resultados do Cup of Excellence – Brazil 2021 na tarde desta quinta-feira (18). A apresentação ficou por conta de Vanusia Nogueira, diretora executiva da BSCA.

Dos 40 cafés finalistas deste ano, duas amostras foram desclassificadas por apresentarem xícara riada. Dentre os que permaneceram no concurso, nove entraram na lista dos National Winners, que consiste em cafés com média acima de 86 pontos, mas abaixo de 87. Já os demais, com notas acima de 87 pontos, se enquadram como COE Winners.

As dez primeiras colocações foram compostas por seis origens diferentes e cinco variedades de café, sendo seis naturais e quatro via úmida. O grande campeão da edição foi o produtor Vitor Marcelo de Queiroz Barbosa, da Fazenda Cachoeira, de Carmo do Paranaíba, no Cerrado Mineiro. Vitor chegou ao primeiro lugar com um catuaí amarelo de via seca, que marcou 90.50 pontos.

Vanusia Nogueira e a família de Vitor Marcelo de Queiroz Barbosa, vencedor do Cup of Excellence 2021

“Nós temos uma pluralidade muito grande e esse é um ponto que a gente sempre coloca pelo mundo. O que o comprador quiser, nós temos aqui no Brasil para oferecer. E podemos oferecer tudo isso com consistência, qualidade e terroir diferentes, características de sabor extremamente diferentes durante todo o tempo”, disse Vanusia durante o anúncio.

Confira abaixo a colocação dos 38 finalistas do Cup of Excellence 2021:

1º Vitor Marcelo de Queiroz Barbosa – DBarbosa Coffee/Fazenda Cachoeira – Cerrado Mineiro – 90.50
2º Luiz Paulo Dias Pereira – Fazenda do I.P. – Mantiqueira de Minas – 90.14
3º Pedro Brás – Sítio São Pedro – Sul de Minas – 89.43
4º Wedson Marques de Souza – Fazenda Ressaca – Chapada Diamantina – 89.18
5º Antonio José Junqueira Vilella – Fazenda São Benedito – Mantiqueira de Minas – 89.11
6º José Renato Rodrigues Alves – Chácara Vista Alegre – Chapada Diamantina – 89.07
7º Matheus Lopes Sanglard – Fazenda Serra do Boné – Matas de Minas – 88.93
8º Ricardo Vagne Ignotti – Fazenda Santo Antônio – Cerrado Mineiro – 88.89
9º Simone Sampaio Silva – Sítio Jardim das Oliveiras – Matas de Minas – 88.68
10º José Danilo Braga – Sítio Batista – Mantiqueira de Minas – 88.68
11º Tuca Dias – Fazenda Santa Alina – Vale da Grama – 88.17
12º Marie Nakao Sasaki – Fazenda Catanduva II – Cerrado Mineiro – 88.17
13º Edson Junior de Miranda – Sítio Matinha – Matas de Minas – 88.13
14º Glycia Carneiro – Sítio Monte Alegre – Mantiqueira de Minas – 88.10
15º Homero Teixeira de Macedo Junior – Fazenda Recreio – Média Mogiana – 88.10
16º Waldemar Ferreira de Paula – Vista Brigadeiro – Matas de Minas – 87.87
17º Silvio Leite – Fazenda Cerca de Pedra São Benedito – Chapada Diamantina – 87.87
18º Amarildo Corsi da Silva – Fazenda Campo Alegre – Chapada Diamantina – 87.83
19º Osman Chirgo Martins – Sítio Rochedo – Matas de Minas – 87.83
20º Valgleber S. Santos Mafra – Fazenda Pedro Rodrigues – Chapada Diamantina – 87.83
21º Nathan Lopes Sanglard – Sítio Mutuca – Matas de Minas – 87.80
22º Claudia Maria Carneiro Bustamante – Fazenda Pedra Preta – Mantiqueira de Minas – 87.67
23º Fazenda Sertãozinho LTDA – Fazenda Rainha – Média Mogiana – 87.47
24º Paulo Henrique Miranda – Sítio da Serra – Matas de Minas – 87.40
25º João Batista dos Santos – Sítio São João – Matas de Minas – 87.33
26º Florentino Meneguetti – Sítio Rancho Dantas – Montanhas do Espírito Santo – 87.33
27º Maria Rogéria Costa Pereira – Fazenda Irmãs Pereira – Mantiqueira de Minas – 87.30
28º Lindolfo Martins de Assunção – Sítio Santa Barbara – Chapada Diamantina – 87.17
29º Marina Brito Oliveira – Fazenda Ponte Alta – Mantiqueira de Minas – 87.10
30º Luiz Flávio Pereira de Castro – Sítio Serra Azul – Mantiqueira de Minas – 86.97 National Winner
31º Odilia Aparecida Miranda Ribas – Sítio Esperança – Matas de Minas – 86.97 National Winner
32º Amador Dias Filho – Fazenda Criciuma – Matas de Minas – 86.83 National Winner
33º José Aparecido dos Santos – Sítio Rancho – Chapada Diamantina – 86.73 National Winner
34º Elton Rodrigues de Lima – Sítio Serra das Cabeças – Matas de Minas – 86.63 National Winner
35º Ronis Pasti – Vale Café Quality – Montanhas do Espírito Santo – 86.57 National Winner
36º Salvador da Paixão Mesquita – Chácara São Severino – Chapada Diamantina – 86.53 National Winner
37º William Dalvi Sartori – Sítio Alto Bateia – Montanhas do Espírito Santo – 86.47 National Winner
38º José Roberto Cintra – Sítio das Aroeiras – Alta Mogiana – 86.37 National Winner

Para assistir a cerimônia de premiação completa do Cup of Excellence – Brazil 2021, clique aqui.

TEXTO Gabriela Kaneto

Mercado

Sustentabilidade, protagonismo feminino e diversidade de regiões marcam a SIC 2021

Foto: Leandro Alves/Semana Internacional do Café

A Semana Internacional do Café, encerrada na sexta-feira (12), cumpriu a proposta de “retomar, reencontrar, reconectar”, slogan da edição deste ano. A retomada do formato presencial no Expominas, em Belo Horizonte (MG), ganhou o suporte de uma programação digital robusta transmitida direto do pavilhão, encurtando ainda mais a distância entre produtores, marcas, consumidores e as atualizações estratégicas de mercado, incluindo a diversidade de origem dos cafés brasileiros e das políticas sustentáveis no setor.

Em números

Cerca de 10 mil visitantes puderam conferir, seguindo todos os protocolos de segurança, as novidades de 105 marcas expositoras, que ocuparam o espaço físico de um pavilhão e meio. Já na plataforma digital foram mais de 6 mil acessos, garantindo um alcance global ainda maior (25 países), somando o total de 16 mil visitantes híbridos. Na parte de conteúdo, a programação contou com 70 apresentações e 113 palestrantes, incluindo especialistas, produtores, pesquisadores e empresas. Em relação aos negócios, as rodadas nacionais foram muito movimentadas e os números ainda estão sendo compilados.

Com realização da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG), Café Editora, Sebrae e Governo de Minas, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a SIC, novamente, consolida sua importância para o desenvolvimento do agronegócio do café, alinhada com as necessidades e movimentos que devem pautar o futuro da indústria.

Conteúdo estratégico e experiências

Enquanto o Fórum da Cafeicultura Sustentável levantou assuntos como aplicação as políticas de ESG na prática do campo, a inclusão de medidas de redução de emissões na cadeia de suprimentos, cafeicultura orgânica e bioinsumos, o Auditório Central e a Streaming Room, as duas principais áreas de transmissão, receberam temas como turismo rural, a diversidade dos cafés da Amazônia, e o nível de preocupação e exigência cada vez mais apurado dos consumidores. Também relacionado às tendências do mundo do café, o MCO Summit 2021, uma iniciativa do Sebrae Minas teve como tema o movimento das origens controladas e a busca pela diferenciação sustentável. Além disso, uma manhã inteira foi dedicada ao protagonismo e avanços fomentados pelo Encontro da Aliança Internacional das Mulheres (IWCA Brasil), que completou 10 anos.

Nos workshops realizados na Cafeteria Modelo, a mistura de teoria, prática e visão de mercado capacitou os participantes sobre cafés fermentados, leites vegetais e latte art, tipos diferentes de café e a importância dos aspectos sensoriais para a experiência de degustação. Ainda no campo prático, muita técnica e criatividade com nomes de referência no Barista Jam.

Foto: Leandro Alves/Semana Internacional do Café

Na Torra Experience, outra atividade bastante demandada, o público pôde conferir a apresentação Como Adaptar os seus perfis de Torra ao seu estoque do café, comandada pela mestre de torra Daniela Capuano, mineira vencedora do concurso Un Des Meilleurs Ouvriers de France, em 2019. Além disso, práticas como a rotina da torrefação e primeiros passos e noções básicas de torra com especialistas.

Tendências, inovação e tecnologia

Na onda dos produtos preocupados com o impacto ambiental, o leite vegetal Naveia foi um dos lançamentos que aconteceram na SIC. No conceito,  a economia de água é de 95%  e menos 70% de CO2 emitidos na atmosfera, entre outras características sustentáveis.

Na mesma toada de cuidado com o planeta, a Ball apresentou o café em lata, que une dois dados relevantes: o fato do Brasil ser o segundo maior consumidor do grão do café no mundo, além do maior produtor, e a liderança mundial do país na reciclagem de alumínio, com uma taxa de 97%.

Já a Bitcoffee chegou com a proposta do café comestível, ou seja, em formato sólido. Apresentado em três sabores: expresso, cappuccino e café com leite, o produto chama a atenção por oferecer um novo jeito de consumir.

A tecnologia também teve bastante espaço na SIC. A empresa Satake, por exemplo, apresentou uma classificadora óptica, a FMSR 01-L, que usa inteligência artificial para separar os grãos por cor, sendo possível também utilizar outros parâmetros, com alta precisão.

Prêmios

Comandada pela jornalista Mariana Proença, Diretora de Conteúdo da Café Editora, a SIC 2021 foi encerrada com a revelação dos melhores cafés do Brasil.

Foto: Alessandro Carvalho/Semana Internacional do Café

No Prêmio Coffee of The Year 2021, o grande vencedor na categoria arábica foi Elmiro Alves do Nascimento, da Fazenda Santiago, em Olegário Mariano (Cerrado Mineiro), com uma pontuação de 90,83 pontos. No segmento arábica fermentado, o primeiro lugar ficou com Sandra Lelis da Silva, do Sítio Caminho da Serra, de Araponga (Matas de Minas), que marcou 89,1 pontos.

Na categoria canéfora, o primeiríssimo lugar ficou com o tricampeão Luiz Cláudio de Souza, do Sítio Grãos de Ouro, em Muqui (Sul do Espírito Santo), com 86,06 pontos. Em canéfora fermentado, o prêmio foi para Poliana Perrut de Lima, da Chácara Paraná, Novo Horizonte D´Oeste (Matas de Rondônia), com 84,63 pontos. Saiba mais sobre as colocações do COY 2021 aqui.

Cafezal

Conheça as principais regiões produtoras de café do Brasil no 26º episódio da websérie da BSCA

Na quarta-feira (17) acontece o lançamento do 26º episódio da websérie “A História do Café Especial – O olhar da BSCA em 30 anos”, realizada pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) em parceria com a Café Editora.

O vídeo traz informações sobre as principais regiões produtoras de café do Brasil, contadas através de pessoas locais que explicam sobre a singularidade de cada ambiente e cultivo. Os convidados foram: Francisco Lentini, Q-Grader; Henrique Cambraia, da Cambraia Cafés; Luiz Saldanha Rodrigues, da Capricornio Coffees; Henrique Sloper, da Camocim Organic; Carmem Lucia Chaves de Brito (Ucha), das Fazendas Caxambu e Aracaçu; Gabriel Nunes, da Nunes Coffee; Wellington Carlos Pereira, da Cocarive; Enrique Alves, da Embrapa Rondônia; César Viana Klem, da Klem Company; José Renato Rodrigues Alves, da Chácara Vista Alegre

Movimento da xícara ao grão

Com novos episódios lançados às quartas-feiras no YouTube da BSCA e no Instagram da Revista Espresso, o projeto busca levar informações relevantes sobre a cadeia do café especial ao consumidor final e a todas as pessoas que não possuem conhecimento deste universo, rebobinando o trajeto da bebida da xícara ao produtor e sua lavoura.

Com o intuito de aproximar as pontas do setor, a websérie conta com linguagem acessível e tradução em inglês. Deste modo, mais pessoas ao redor do mundo também podem conhecer de perto a história do café especial no Brasil e ficar por dentro de toda a qualidade da produção nacional!

TEXTO Redação • FOTO Agência Ophelia

Mercado

Painel debate certificações e neutralização de carbono durante a Semana Internacional do Café 2021

Na mesma semana em que aconteceu a 26ª Confederação das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 26), o líder de Programa AAA de qualidade sustentável da Nespresso no Brasil e no Havai, Guilherme Amando, anunciou o compromisso firmado de neutralização do carbono até o próximo ano, na palestra “Como o ESG Impacta Minha Agricultura?”, um dos temas do Fórum da Cafeicultura Sustentável do dia 11 de novembro, realizado dentro da Semana Internacional do Café (SIC), em Belo Horizonte (MG).

“O nosso pilar em sustentabilidade, no depósito de cup, tem a preocupação climática e o grande compromisso que temos firmado é o de neutralização do carbono até 2022. Trabalhamos muito alinhados à ONU, com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, sempre com a visão de redução no período 2020-2030 e quando recebi a notícia da área global da empresa me surpreendi”, disse o executivo.

É fato que as políticas de ESG (Environmental, Social and Governance) estão impactando todos os setores da economia. No agronegócio não é diferente. Vários representantes da cadeia estão buscando alternativas para adequar os métodos de produção para atender o senso de urgência ambiental e também o novo perfil de consumidores.

“O consumidor está muito mais atento e busca, no grande varejo, marcas e produtos que estão comprometidos com critérios ESG, produtos que tenham histórias para contar. E ele está olhando também para sistemas de selo e de certificações”, afirmou o diretor executivo do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, mediador do painel.

No contexto das certificações, Gustavo Bacci, diretor da 4C,  trouxe ao debate a importância das adequações do setor e destacou pontos importantes na cadeia produtiva que vão do uso de fertilizantes ao transporte para a implementação de ações para reduzir a emissão de carbono, destacando a parceria com a MEO Carbon Solutions no leia mais…

TEXTO Redação • FOTO Alessandro Carvalho/Semana Internacional do Café

Mercado

Brasil soma 311 mil sacas de café solúvel exportadas no mês de outubro de 2021

Segundo levantamento estatístico realizado pela Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), as exportações brasileiras do produto somaram 310.730 sacas de 60 kg em outubro de 2021, volume que representa aumento de 1,6% na comparação com as 305.787 sacas registradas no mesmo mês do ano passado.

Com o desempenho, a entidade informa que os embarques de solúvel saltaram para 3,273 milhões de sacas no acumulado deste ano, montante 2,5% inferior ao apurado entre janeiro e outubro de 2020 (3,356 milhões de sacas), ano em que foi batido recorde histórico nas remessas.

“Diante de todos os gargalos logísticos no comércio marítimo mundial e da forte elevação dos custos de produção, os cafés solúveis do Brasil demonstram resiliência e mantêm a característica do país de fiel e maior produtor e fornecedor global”, analisa Aguinaldo Lima, diretor de Relações Institucionais da Abics.

Questões logísticas e vendas travadas para 2022 preocupam

Segundo ele, o setor possuía expectativa para a quebra de novos recordes em 2021, mas teve que rever suas projeções devido à elevação nos preços da matéria-prima e aos constantes problemas logísticos de escassez de contêineres e navios, o que gerou dificuldades e aumento nos custos para todo setor exportador brasileiro.

“Os problemas climáticos, como a seca e as altas temperaturas no fim de 2020 e, mais recentemente, as geadas no parque cafeeiro, geram incertezas quanto à safra 2022 e ocasionaram uma disparada dos preços nos mercados físico e internacional, gerando lentidão nas decisões de compras futuras dos clientes internacionais do café solúvel brasileiro”, justifica.

Lima completa que, atualmente, os compradores do produto nacional aguardam uma estabilização das cotações para realizarem suas aquisições. “Isso preocupa o setor, pois afeta as expectativas e o leia mais…

TEXTO Redação • FOTO Felipe Gombossy

Barista

SIC 2021: Modelo híbrido de ensino nos cursos de barista veio para ficar

Belo Horizonte (MG) foi palco do maior encontro de café do Brasil nos últimos dias. A Semana Internacional do Café ocorreu entre 10 e 12 de novembro, no Expominas, e contou com uma grade completa de conteúdos com temas do campo à xícara e com a participação de grandes profissionais do setor.

No última dia de evento, a Cafeteria Modelo, espaço criado dentro da feira para a realização de workshops, recebeu o barista Gabriel Guimarães, da Unique Cafés, e a curadora de experiências Helga Andrade, do Achega, para um bate-papo sobre “Ensino à distância ou presencial: Quem é o público que quer aprender sobre café?”. O painel foi mediado por Carolina Brazil, editora-chefe e apresentadora do Rondônia Rural.

Os convidados contaram um pouco sobre suas experiências e vivências profissionais e como tiveram que adaptar os conteúdos que ensinam nos cursos presenciais para o modelo digital, por conta da pandemia de Covid-19 sentida nos últimos quase dois anos. 

“Temos sempre que nos reinventar e testar novos canais, buscar outras referências”, disse Helga. Segundo ela, o on-line é positivo para o instrutor pois o força a estudar e estar sempre aprendendo. Além disso, o formato, muitas vezes, traz mais praticidade que o presencial. “Eu aprendi que algumas coisas eu consigo resolver à distância com agilidade. Nós não vamos dar um passo para trás e abandonar o on-line”, comentou.

“A pandemia causou uma sede de conhecimento e a tecnologia é uma coisa que o barista atual precisa estar por dentro”, comentou Gabriel, que apresenta um dos principais canais sobre café no YouTube. Ele acredita que, apesar de termos que explorar toda a tecnologia a nosso favor, a retomada ao presencial será rápida. 

Ambos os convidados apostam que o modelo híbrido de ensino será frequentemente usado no meio, com conteúdos mais teóricos, como a história do café, sendo repassados de maneira digital, enquanto que o presencial deverá ser focado na interação e na experimentação. “Acho que os cursos vão evoluir daqui para frente. Os alunos chegarão mais prontos”, pontuou Helga.

A curadora de experiências destacou que cada vez mais o consumidor está mais exigente e que essa aproximação com o cliente causa transparência no mercado. “Para mim, a tendência é a democratização da informação”, disse. Já do balcão para dentro, Gabriel explica que, para causar essa aproximação, é importante que o barista não se acomode a apenas fazer café, mas também saiba vender o produto, explicando sobre os processos do grão e os métodos de preparo para os consumidores. 

Tudo acaba em xícara

Ao final do bate-papo, Helga e Gabriel prepararam um café Robusta Amazônico cultivado pela cafeicultora Ediana Capich, de Novo Horizonte D’Oeste, Matas de Rondônia, vencedora da categoria “fermentação induzida canéfora” do Coffee of The Year 2020. Clique aqui e confira o resultado do Coffee of The Year 2021.

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Gabriela Kaneto
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