Café & Preparos

São Paulo Coffee Festival bate recorde de público e prepara expansão para América Latina

 edição do evento recebeu mais de 16 mil pessoas e 150 expositores e já tem data para 2026

A Espresso&CO, realizadora do São Paulo Coffee Festival em parceria com a empresa inglesa Allegra Events, anunciou que vai expandir a franquia Coffee Festival para outras capitais na América Latina. A previsão é que os novos países, ainda não divulgados, comecem a receber o festival em 2026. Na capital paulista, o evento já tem data confirmada para o ano que vem – nos dias 26, 27 e 28 de junho. 

A 4a edição do evento, que aconteceu entre 27 e 29 de junho, trouxe para o pavilhão da Bienal do Parque Ibirapuera 150 expositores – 15% a mais do que em 2025 – e mais de 16 mil pessoas, um recorde. “O São Paulo Coffee Festival impulsiona o consumo de cafés especiais ao aproximar o público de quem produz e transforma. Ao movimentar a cadeia e ampliar a demanda por qualidade, o festival gera valor para o mercado e fortalece a posição do Brasil como referência global”, analisa Caio Alonso Fontes, CEO da Espresso&CO.

Espaço Sensory Experience

Além de grandes marcas de cafés, torrefações, acessórios e outros produtos relacionados à bebida, a edição deste ano destacou-se por atrair um número maior de pequenos produtores do grão e de marcas de chocolate bean to bar, além de promover o encontro do público com diversas origens brasileiras do café, celebradas no estande do Sebrae – que compareceu com oito regiões cafeeiras de São Paulo e Minas – e no espaço dedicado às Rotas do Café de SP. 

Ao mesmo tempo, o público disputou lugares nas diversas atividades, como workshops e palestras, além de curtir boa música e ter à disposição uma área com diversos restaurantes. No espaço dedicado a experiências sensoriais com café, o destaque foi a atividade “O invisível revelado: uma jornada pelos sentidos do café”, uma dinâmica com duas experiências sensoriais que explorou a diversidade olfativa dos cafés de qualidade e os sabores de uma mesma bebida em diferentes contextos, para mostrar como diferentes situações de consumo podem alterar a percepção da bebida. 

O evento também reforçou sua conexão com a arte: o painel de abertura e da rampa da Bienal foram pintados ao vivo por Felipe Risada e Mauro Neri (na foto), artistas urbanos que propuseram um diálogo criativo entre café, cultura e cidade.  

O festival ainda apresentou a 9ª edição da Copa Barista, que premiou os melhores competidores na preparação de espressos, cappuccinos e filtrados. Daniel Vaz, da Five Roasters (RJ), foi bicampeão na competição (confira detalhes aqui). 

O São Paulo Coffee Festival, realização Allegra Events e Espresso&CO, tem patrocínio café master de 3corações e Café Orfeu, patrocínio Oster e Sebrae, apoio de A Tal da Castanha, Café Store, Nescafé, Nespresso, Philips Walita, Prima Qualitá, Senac e União, água oficial Fonte Platina e apoio Institucional da Prefeitura da cidade de São Paulo por meio da Secretaria Municipal de Turismo.

TEXTO Redação

Café & Preparos

4ª edição do São Paulo Coffee Festival tem palestras e workshops com especialistas

Entre os dias 27 e 29 de junho de 2025, a Bienal do Ibirapuera recebe a 4ª edição do São Paulo Coffee Festival, evento que reúne apaixonados por café, profissionais do setor e curiosos em busca de novidades do universo cafeeiro. Com ingressos a partir de R$ 35 (meia-entrada), o festival promete uma programação intensa de palestras, workshops e rodas de conversa.

Entre os destaques está o espaço O Laboratório, com temas que exploram tendências e novas experiências no setor. Na sexta-feira, às 15h, o público poderá acompanhar “Rotas do Café de São Paulo: uma conversa sobre um projeto de valorização e turismo”, com representantes das secretarias de Turismo e de Desenvolvimento Econômico do estado. Às 16h, Flávia Pogliani (The Little Coffee Shop) compartilha dicas em “Abrindo sua cafeteria: por onde começar?”. Já às 18h, o debate gira em torno de “A ascensão do solúvel: um novo mercado a ser explorado”, com nomes como Barbara Velo (Nescafé), Juliana Ganan (Tocaya) e Eliana Relvas (Abics). No sábado, vale conferir os bate-papos “Sobre cafés e cogumelos, conheça essa nova onda” (14h), “O que é a nova tendência do mercado ready to drink” (16h) e a palestra “Canéforas de especialidade – um elefante na sala”, sobre a nova roda de sabores dos cafés canéfora desenvolvida por pesquisadores brasileiros e apresentada pelo cientista Lucas Louzada.

No domingo, há temas ainda mais diversos, como a produção de vinhos por cafeicultores apresentada em “Um olho no café, outro no vinho: produções lado a lado”, às 11h, com a cafeicultora Mariana Del Guerra e Matheus Cassimiro, da empresa de mudas Vitácea Brasil, e a importância do cacau brasileiro em “Sustentabilidade e sabor: como o bean to bar valoriza o cacau brasileiro”, às 12h, um bate-papo com os chocolateiros Josiane Luz (Luzz Cacau), Mariana Basaure (Majucau) e Bruno Laseviscius (Associação Bean to Bar Brasil). Confira a programação completa aqui.


O Espaço Senac também movimenta o festival, com encontros que combinam café a outros ingredientes e harmonizações. Entre as atrações estão “Harmonização de café com queijos do Brasil” e “Cerveja, café e cacau: unindo três paixões nacionais”. No domingo, o público poderá conhecer mais sobre “Leites vegetais: explorando sabores e possibilidades” e “Foodpairing: combinando cafés de maneiras inusitadas”, entre outros temas (confira os horários aqui).

Com apoio institucional do governo paulista, o evento também traz as Rotas do Café de São Paulo, projeto turístico lançado em abril e que valoriza regiões produtoras e seus atrativos turísticos, como fazendas, museus e torrefações. O espaço apresentará as cinco rotas de café paulista que reúnem cerca de 60 atrativos turísticos. São elas: Mantiqueira Vulcânica, Circuito das Águas Paulista, Cuesta, Itaqueri e Tietê, Mogiana Paulista e Alta Paulista.

O Sebrae, um dos patrocinadores do festival, participa com uma ativação especial que apresenta cafés de oito regiões — incluindo as paulistas com Indicação Geográfica (IG), como Alta Mogiana, Região de Pinhal, Região de Garça, Vale da Grama e Torrinha, além de origens mineiras.

SPCF 2025
Quando: de 27 a 29 de junho de 2025
Onde: Bienal do Ibirapuera (Parque Ibirapuera, portão 3 — av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, São Paulo, SP)
Quanto: ingressos a partir de R$ 35 (meia-entrada), à venda no site.

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Cafeteria temporária de Twin Peaks fica no Deli Market até 6/7

*Texto atualizado em 23/6/2025

Fãs da cultuada Twin Peaks podem sentir-se um pouco “dentro” da série ao visitar a cafeteria RR Diner, lugar preferido do protagonista da trama, Dale Cooper, que está montada temporariamente na lanchonete Deli Market, em Pinheiros. A atração, chamada The DineRR Experience, é uma ação da Mubi, que exibe a série na plataforma desde 13 de junho em comemoração aos 35 anos de seu lançamento. 

A cafeteria fica até 6 de julho na capital paulista (antes do Brasil, a ação aconteceu na Argentina, por apenas um dia). No Deli Market, os amantes da série podem provar o cardápio do personagem, uma fatia de torta de cereja e uma xícara de café, por R$ 48,50 e, ainda, registrar a visita na cabine de fotos instantânea ali montada e tentar arrematar um brinde na claw machine (como um poster, que a Espresso conseguiu pinçar com as garras do equipamento na sexta, 20, dia da visita) – as brincadeiras estão inclusas no combo café-torta.  

Mas não espere por um café ultra especial – a bebida, filtrada e fornecida pelo Botanikafe, é apenas correta. O espaço também é pequeno, e a fila na porta pode ser grande. Vale fotografar as peças retrô, que decoram com charme o lugar.

Além dos 30 episódios das duas temporadas, que passaram na TV aberta em 1990 e fizeram enorme sucesso, a Mubi também exibe os 18 episódios de Twin Peaks: a Limited Event Series, de 2017, com a presença de vários atores das primeiras temporadas, o filme Twin Peaks: Fire Walk with Me (traduzido como Twin Peaks: os Últimos Dias de Laura Palmer), de 1992 e o filme Twin Peaks:The Missing Pieces (que entrou no ar no domingo, 22/6).

Criada por David Lynch (1946-2025) e Mark Frost, Twin Peaks mistura suspense policial, drama psicológico e elementos surreais ao tratar da investigação do assassinato de Laura Palmer (papel de Sheryl Lee), uma estudante popular da pacata e fictícia cidade norte-americana que dá nome à série pelo agente do FBI Dale Cooper (interpretado por Kyle MacLachlan). À época, recebeu elogios de calibre, como “televisão na fronteira da arte”, do crítico do The New York Times, John O’Connor, e  “a coisa mais original que a televisão americana produziu em anos”, do também crítico Howard Rosenberg, do Los Angeles Times, que chamava a atenção para o tom sombrio, a trilha sonora hipnotizante e os personagens excêntricos. 

The DineRR Experience (no Deli Market)
Onde: R. Cunha Gago, 841, Pinheiros (São Paulo)
Quando: quinta, sexta e sábado, das 1h30 às 16h. Terça, quarta e domingo, das 11h30 à meia-noite
Quanto: R$ 48,50 (fatia de torta de cereja e café + cabine fotográfica e máquina de garras)

TEXTO Redação

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Campeonato Torrefação do Ano Brasil 2025 abre inscrições até 26/6

Torrefações de todo o país podem se inscrever; primeira fase da prova é feita na própria empresa e a final acontece na Semana Internacional do Café, em novembro

As inscrições para o Campeonato Torrefação do Ano Brasil 2025 estão abertas até quinta (26/6). O evento, organizado pela Atilla Torradores, busca incentivar a criatividade e estimular a consistência de torra, o aprimoramento da análise sensorial e outras habilidades importantes para a área, além de entregar conhecimento ao público e promover a troca de experiências entre os participantes. A inscrição custa R$ 350.

Na primeira fase, as instituições inscritas recebem dois cafés crus (cada torrefação recebe 1,5 kg de cada café), que serão torrados na própria torrefação. Depois, as amostras torradas são enviadas à Atilla, e um corpo de juízes fará cupping para avaliar os exemplares. As 20 mais bem posicionadas seguem na disputa.

A fase final, com torras feitas em torradores Atilla, acontece na SIC (Semana Internacional do Café), entre 5 e 7 de novembro, no Espaço Torra Experience, no Expominas, em Belo Horizonte. No dia 5/11, os finalistas fazem torras de treino e no dia 6/11, desenvolvem as torras oficiais.

No dia 7, depois que os juízes fizerem as avaliações nas modalidades cupping e espresso, acontece a premiação. A campeã ganha uma Atilla Bancada de 2ª Geração. Os cafés especiais dessa edição vêm da Fazenda Santa Cruz, em Paraguaçu (MG), da produtora Josiani Moraes.

Para informações, inscrições e regulamento, clique aqui.

TEXTO Redação • FOTO Agência Ophelia

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Q-Graders podem atualizar certificação com protocolo CVA até dezembro

Curso CVA for Cuppers tem dois dias de duração e investimento de R$ 2.500

Em maio, a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) oficializou uma parceria com a Specialty Coffee Association (SCA) e assumiu a operação do programa educacional da entidade no país. O acordo inclui a implementação do Coffee Value Assessment (CVA) como protocolo nacional para avaliação de cafés especiais – Colômbia e Indonésia também passaram a integrar, formalmente, o novo padrão internacional. O CVA, como já anunciado, substitui o antigo protocolo SCA, lançado em 2004.

Na prática, isso significa que todos os cursos da SCA — voltados a produtores, provadores (cuppers), torrefadores, gestores de qualidade e consumidores — passam a ser oferecidos e certificados pela BSCA em território nacional. “Para além do CVA, a parceira SCA e BSCA se propõe a ampliar o acesso aos programas de treinamento e educação para a comunidade brasileira”, explicou Vinícius Estrela, diretor-executivo da BSCA. A associação também está responsável pela tradução completa dos materiais e provas para o português, promovendo acesso amplo ao conteúdo.

Em encontro com jornalistas na semana passada, Carmem Lúcia Chaves de Brito, presidente da BSCA, afirmou que o CVA reconhece a singularidade dos cafés brasileiros. “Se avaliarmos nossos cafés única e exclusivamente com uma nota, estaremos diminuindo o que o Brasil tem para entregar ao mundo”, disse.

“Queremos mais pessoas nos países produtores que saibam o valor do café”, defende Yannis Apostolopoulos, CEO da SCA, durante o mesmo encontro. “E queremos tornar o conhecimento mais acessível para todos”, completa. 

Segundo Apostolopoulos, a ideia de a BSCA assumir os cursos da SCA é formar uma comunidade de conhecedores de cafés especiais, com destaque, especialmente, para instrutores locais e consumidores. “Esperamos ter mais instrutores locais, e não trazê-los dos Estados Unidos”, diz ele. “Vamos deixar disponível no mercado brasileiro um treinamento de nível internacional que conecta as duas pontas, produzindo assim uma grande revolução no consumo de café especial”, completa Carmem Lúcia. 

Até 31 de dezembro deste ano, profissionais já certificados como Q-Graders podem atualizar sua certificação para o novo protocolo fazendo o curso CVA for Cuppers, com dois dias de duração e investimento de R$ 2.500. A formação já começou a ser feita em Curitiba e Campinas, e inclui capitais como Varginha, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro. De acordo com Estrela, mais de 60 turmas já estão previstas.“A BSCA tem organizado com escolas parceiras e instrutores habilitados cerca de 60 turmas para o CVA for Cuppers, para que a comunidade brasileira possa se atualizar e obter o fast track, com prazo até dezembro, para se tornarem Q Evolved”, disse Estrela. 

O Q Evolved é o novo curso para Q-Graders, baseado integralmente no CVA, com seis dias de duração e ainda em desenvolvimento, que será lançado mundialmente em 1o de outubro de 2025. A expectativa da BSCA é ambiciosa: formar mais de 2 mil novos profissionais ou consumidores qualificados até o final de 2026. 

Um protocolo para o valor do café

O Coffee Value Assessment é uma metodologia desenvolvida pela SCA que propõe uma avaliação mais completa do café, indo além da análise sensorial tradicional ao considerar dimensões descritivas, afetivas, físicas e extrínsecas.

Para democratizar o acesso, a SCA implantou recentemente uma política global de precificação com base na renda de cada país, medida por PIB e paridade de poder de compra (PPP). O Brasil foi enquadrado no grupo intermediário, com valores ajustados à realidade nacional. “A partir da nova política de preços da SCA e da parceria com a BSCA, os brasileiros receberão um desconto de quase 50% no valor devido à SCA”, afirma Estrela. Para mais informações ou inscrições, basta entrar em contato com a BSCA pelo email cursos@bsca.com.br.

Fomento ao consumo 

Para a BSCA, a iniciativa vai além da qualificação técnica. É também uma estratégia de fortalecimento do consumo interno e da imagem do café brasileiro no mundo. Segundo os cálculos da associação, o Brasil consome hoje 1,5 milhão das mais de 10 milhões de sacas de cafés especiais produzidas. “É fundamental que tenhamos um diálogo comum com o mercado global, para que o mundo entenda o que o Brasil tem a oferecer”, defende Carmem Lúcia.

Além disso, a entidade observa um interesse crescente dos brasileiros por cafés especiais — evidenciado pelo aumento de baristas em campeonatos, a ascensão de novas marcas e cafeterias, a expansão das certificações e o fortalecimento de políticas públicas ligadas ao turismo de cafés.

“Esse novo sistema de avaliação traz um respeito maior ao consumidor e também ao setor de produção”, conclui a presidente da BSCA. 

TEXTO Redação

Café & Preparos

O que os olhos dizem sobre o café

Estudo revela como rótulos de cafés especiais influenciam decisões de compra, com ajuda de tecnologia de rastreamento ocular

Um estudo inédito, que uniu tecnologia de rastreamento ocular e modelagem matemática, investigou como o modo de apresentar um café a um cliente impacta sua venda. A pesquisa foi conduzida pelo brasileiro Lucas de Vasconcelos Teixeira, professor do programa de Negócios Digitais da Pecege, em São Paulo, e publicada na edição 23 da revista digital semestral 25, da SCA (Specialty Coffee Association).

O estudo investigou quais são as informações nos rótulos dos cafés que chamam a atenção do consumidor e como isso afeta suas decisões de compra. A ideia foi analisar atributos extrínsecos — ou seja, que não dizem respeito diretamente ao sabor ou aroma –, mas que influenciam a percepção de valor do café.

O estudo foi feito com 28 consumidores numa cafeteria em São Paulo e levou em conta oito atributos comumente associados a cafés especiais: preço, marca, variedade do café, certificação orgânica e origem, pontuação de cupping da SCA (versão 2004), altitude e nível de torra. Esses atributos foram divididos em dois rótulos distintos, para que cada um tivesse um número razoável deles. Ambos os experimentos utilizaram rótulos de café simulados, apresentados em pares em uma tela de computador por 10 segundos por slide.

Os consumidores também foram divididos em dois grupos: os curiosos (que receberam uma breve explicação sobre cafés especiais e seus atributos), e os entusiastas, já familiarizados com essas características.

Foram mensurados, por exemplo, quanto tempo e quantas vezes o consumidor olhou para um atributo. Entre os resultados, os pesquisadores descobriram que a atenção à certificação orgânica foi diretamente associada à maior chance de compra do café, e que as torras clara e média foram preferidas – mesmo entre consumidores denominados no estudo como curiosos (sem conhecimento sobre cafés especiais). 

Além disso, cafés com pontuação SCA mais alta atraíram mais atenção e foram mais escolhidos. Por outro lado, a informação de altitude não influenciou a decisão — segundo os autores, isso indica a falta de familiaridade dos participantes com o conceito.

O estudo também mostrou que os participantes pagariam mais do que os preços exibidos quando percebiam, por meio das informações dos rótulos,  que aqueles cafés tinham mais qualidade e exclusividade. “Há um potencial significativo para aumentar o valor percebido do café especial por meio de uma melhor comunicação de suas características extrínsecas”, escreve Teixeira, que recomenda mais educação aos consumidores. “Os vendedores podem utilizar ferramentas como mídias sociais, interações presenciais e degustações públicas para aprofundar o conhecimento do consumidor”, sugere o autor do estudo.

TEXTO Redação

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Nescafé investe R$ 500 milhões para expansão no Brasil

Montante será destinado à ampliação da fábrica em Minas Gerais e à expansão da Nestlé Professional; marca também foca em inovação e campanha que destaca produtores nos rótulos

Por Cristiana Couto

A Nescafé, marca da Nestlé, comunicou que vai investir R$ 500 milhões até 2028 para expandir sua capacidade de produção no Brasil. O anúncio foi dado em coletiva de imprensa feita nesta quinta (22) na sede administrativa da empresa em São Paulo. 

O investimento será direcionado à ampliação da fábrica de cápsulas da marca em Montes Claros (MG) – que produz 1 bilhão de cápsulas por ano – e à expansão no segmento de consumo fora do lar, com o aumento da presença das máquinas de café Nestlé Professional – o maior parque global da companhia, com 26,5 mil máquinas instaladas em escritórios, lojas de conveniência e padarias do país. 

O valor será acrescentado ao investimento de R$ 1 bilhão, anunciado pela marca em 2024, para expansão da fábrica de café solúvel da marca em Araras, interior de São Paulo.

Com a nova injeção financeira, a empresa prevê chegar a 30 mil equipamentos até o fim do ano e investir ainda mais na incorporação de telemetria, que permite o monitoramento remoto e em tempo real do desempenho e consumo das máquinas de café instaladas. “O Brasil carece de dados sobre alimentação fora do lar”, disse José Argolo, diretor-executivo da Nestlé Professional.

Valeria Pardal, diretora-executiva de negócios de bebidas de café da Nestlé, está otimista em relação às oportunidades de crescimento do setor. “Nos últimos cinco anos, a categoria de cafés em cápsula da Nestlé cresceu em torno de 20%. Estamos assumindo que a categoria vai continuar a crescer a duplo dígito nos próximos anos”, afirmou Valéria. “Então realmente acreditamos, e somos muito otimistas, que o crescimento do negócio de café aqui no Brasil vai ser pela premiunização e variedade”, aposta a executiva.

Valeria Pardal, diretora-executiva de negócios de bebidas de café da Nestlé

O anúncio da Nestlé vem num momento em que as vendas de café no varejo caíram 5,13% nos quatro primeiros meses do ano, segundo a Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café), resultado dos preços mais altos do grão. Em abril, a queda foi ainda maior – quase 16% em relação ao mesmo mês em 2024.

A retração no consumo vem na esteira da escalada de preços do café – 80% nos últimos 12 meses –, o maior aumento dos últimos 30 anos. Todas as categorias de café foram afetadas, sendo a de café solúvel a mais atingida, com 85%.

Aliás, é no solúvel que a Nestlé continua a apostar suas fichas. Segundo Valéria, a estimativa da Nestlé é que, nos próximos 20 anos, 20% do consumo de café no Brasil será da bebida gelada. Não à toa, a empresa comercializa, desde dezembro passado, o Nescafé Gelado, seu primeiro café solúvel desenvolvido para preparo com água ou leite gelados.

Agora, lança uma campanha que traz quatro famílias de cafeicultores nos rótulos de edição especial de sua linha de café solúvel, incluindo veiculação de um filme nos canais da marca e na mídia OOH. A campanha Fazedores, criada pela agência DPZ, integra a plataforma global Make Your World (Faça seu Mundo, no Brasil), lançada em 2024, e busca aproximar o consumidor da origem do produto e reforçar o compromisso da marca com a sustentabilidade.

TEXTO Cristiana Couto

Café & Preparos

O que são as coffee parties, tendência em cafeterias pelo mundo

“The Coffee Party” realizada em Toronto, no Canadá

Nos últimos meses, ainda que de forma tímida, a cena do café especial brasileiro vem absorvendo uma nova tendência: as coffee parties. Já famosas na Europa, Estados Unidos e Canadá, a festa agita as cafeterias durante as manhãs, quando os visitantes podem curtir uma boa música ao vivo, beber um belo espresso e fazer novas conexões.

Em São Paulo, um dos primeiros lugares a oferecer estas festas vespertinas foi a cafeteria HM Food, que, em fevereiro, fez a AM Sessions em parceria com as marcas Mizzuno, Lágrima Bar e Gop Tun. Em entrevista à Espresso, o proprietário Hesli Carvalho diz que os frequentadores, em sua maioria, são iniciantes no universo dos cafés especiais. “São pessoas que querem se encontrar com amigos para ouvir música, beber um café ou outras bebidas sem álcool’’, aponta.

As coffee parties representam uma mudança na mentalidade jovem: a busca por experiências mais leves e mais saudáveis. A especialização em cafés dos espaços das festas proporcionam interações sociais sem o artifício da bebida alcoólica, o que, na opinião de Carvalho, é mais real e significativo. ‘’Acho que o maior motivo aqui é, com certeza, o social, mas o social do mundo real, não aquele amigo da tela do celular’’, comenta o empresário.

Em Florianópolis (SC), o Café Cultura entrou na onda e também realizou, em 3 de maio, sua coffee party. Chamada de Coffee Club, a ação aconteceu das 10h às 14h. “Acreditamos que o café é, acima de tudo, um ponto de encontro, um conector de pessoas, histórias e experiências”, conta a CEO, Luciana Melo. 

Edição da “Coffee Club”, realizada pelo Café Cultura em Florianópolis (SC) – Foto: Divulgação Café Cultura

Para ela, a proposta das coffee parties está totalmente alinhada a esse espírito: “Ao transformar a cafeteria em um espaço de celebração, criamos uma atmosfera ainda mais acolhedora, que fortalece o senso de comunidade e aproxima a marca do público de forma leve e espontânea”, explica.

Na Bahia, Salvador recebe sua primeira coffee party em 17 de maio. Idealizada pela Xodó Cafés Especiais e pela Rede Amo, a SSA Coffee Session – Vol. 1: Tropical Vibes acontece das 9h às 14h na Casa Castanho. “Sou uma grande frequentadora de cafeterias e, quando eu vi esse movimento, fiquei encantada com a ideia de viver esses espaços de uma outra forma, de uma maneira mais divertida, despretensiosa e super alto astral”, comenta Brenda Matos, curadora da Xodó.

Como surgiram as coffee parties?

A origem bebe na fonte de movimentos mais amplos, como o daybreaker, nascido em 2013, em Nova York, que promove festas diurnas com dança, DJs, meditação e, por quê não, café em lugar do álcool. A ideia tomou corpo e logo se espalhou para grandes metrópoles como Londres, Berlim, Amsterdã, Tóquio e Melbourne.

“The Coffee Party” realizada em Toronto, no Canadá

“Vivemos uma época em que muitas pessoas, especialmente os mais jovens, estão bebendo menos álcool e buscando experiências mais significativas, com propósito. E o café, com sua energia e cultura, tem tudo a ver com isso”, comenta Luciana.

Se o daybreaker é direcionado ao mundo fitness e wellness, a coffee party – uma evolução deste movimento – concentra-se no nicho dos cafés especiais. É,  frequentemente, organizada em cafeterias da terceira onda, que usam esses eventos para atrair um novo público e ampliar a experiência em torno do grão. Para Brenda, o foco da ação é atingir além dos coffee lovers, “aquele público que já cansou das festas noturnas, que não quer mais chegar em casa de ressaca, tarde da noite”.

Como é uma festa de café? 

Feita majoritariamente em cafeterias, esse tipo de encontro também pode incluir espaços culturais ou até galerias de arte. Mas a estrela da festa é o café, portanto, é necessário que haja um serviço de cafeteria, com bebidas sendo preparadas o tempo todo. O cardápio de uma coffee party pode incluir drinques feitos a partir do grão, degustações e extração em métodos de preparo diferentes. Para comer, um menu com cara de brunch, com pães artesanais e pequenos doces. 

O encontro conta com DJs ao vivo, que trazem playlists de músicas eletrônicas leves, jazz lo-fi e, até mesmo, um indie mais agitado. As cafeterias já compartilham até o hábito de, no dia a dia, colocar uma playlist equilibrada, para tornar a experiência do cliente ainda mais prazerosa. 

Para quem passa por perto, a coffee party instiga a dar aquela olhadinha no que acontece lá dentro. ‘’Para a cafeteria é bom, pois proporciona um fluxo maior e, também, atingimos um público que não era da bolha de café’’, afirma Carvalho. 

Luciana concorda que criar eventos como as coffee parties ajuda a movimentar a casa em horários diferentes do habitual e faz com que a loja seja aproveitada ao máximo. “Mais do que pensar só no lucro imediato, vemos essas festas como uma forma deliciosa de nos conectarmos com as pessoas, criar memórias e reforçar o sentimento de comunidade que sempre fez parte do Café Cultura”, expõe.

Para Brenda, estes eventos agitam o espaço e promovem os parceiros. “Ele criam, também, uma comunidade e uma rede de pessoas engajadas com o bem-estar e esse estilo de vida mais slow, que é uma das coisas mais preciosas que nós podemos ver nos últimos tempos”, diz.

Afinal, sair para dançar ou se conectar não precisa, necessariamente, acontecer à noite — e o café se torna o combustível perfeito para essa nova maneira de celebrar. “No fim das contas, esse vínculo verdadeiro com o público é o que gera valor de verdade e faz com que a marca se destaque, com leveza, afeto e um bom café, é claro”, menciona a CEO do Café Cultura.

TEXTO Gabriela Kaneto e Letícia Souza • FOTO Divulgação

Café & Preparos

A Espresso provou cafés de torrefações renomadas de Curitiba

Nos últimos dias, a Espresso pegou um avião e desembarcou em Curitiba. Entre reuniões de negócios e reencontros com amigos, nossa equipe visitou algumas cafeterias e torrefações na capital paranaense, onde foram garimpados pacotinhos de cafés – provados aqui nesta matéria.

Infelizmente nosso tempo de visita foi curto e não conseguimos conhecer todas as casas que estavam na lista (que eram muitas, pois a cena de cafés especiais da cidade está incrível!). Dessa vez, passamos no Moka Clube, Supernova Coffee Roasters, Lucca Cafés Especiais, Royalty Quality Coffee e 4beans Coffee Co. Mas, quem sabe, não vem a parte II em breve?

Moka Clube – Tropical

Grãos de catuaí amarelo, fermentados, cultivados pela família Andrade na Fazenda Capim Branco, em Carmo do Paranaíba, no Cerrado Mineiro, e torrados pelo Moka Clube.

Complexidade de odor: alta
Complexidade de sabor: médio
Notas descritivas: frutas amarelas, caramelo, mel
Doçura: médio
Corpo: médio/baixo
Acidez: média
Intensidade: médio
A Espresso achou: é um café suave e fácil de beber, ótima opção para começar o dia. Apesar de fermentado, não tem os sabores característicos.
Visite o Moka Clube: Rua Barão dos Campos Gerais, 372 – Juvevê @mokaclube 

Moka Clube – Japy Espresso

Café da variedade japy, de processamento natural, cultivado pelo produtor Neto Cunha na região do Pinhal (SP). Torrado pelo Moka Clube.

Complexidade de odor: baixa
Complexidade de sabor: médio
Notas descritivas: frutas roxas, caramelo
Doçura: alta
Corpo: encorpado
Acidez: baixo, mas equilibrada
Intensidade: média
A Espresso achou: um café bem doce, com notas mais fechadas como de ameixa e mirtilo. Boa opção para tomar à tarde.

Supernova Coffee Roasters – Café da Josi

Cultivado por Josiane de Souza Diniz no Norte Pioneiro do Paraná, este café é da variedade catuaí vermelho, de processamento cereja descascado. Torrado por Supernova Coffee Roasters.

Complexidade de odor: baixa
Complexidade de sabor: baixo
Notas descritivas: doce, chá preto, cravo
Doçura: média
Corpo: médio
Acidez: baixo
Intensidade: curta
A Espresso achou: um café para o dia a dia, para qualquer hora. Sem muitas notas complexas.
Visite o Supernova: Alameda Dr. Carlos de Carvalho, 695 – Centro @supernovacoffee 

Lucca Cafés Especiais

Grãos de catuaí vermelho, de processamento cereja descascado, cultivados por Alexandre e Afonso Lacerda, no Sítio Forquilha do Rio, Caparaó. Torrados por Lucca Cafés Especiais.

Complexidade de odor: alta
Complexidade de sabor: alta
Notas descritivas: floral, mel, frutas vermelhas, água de rosas
Doçura: média, sem ser enjoativo
Corpo: alto, suculento
Acidez: brilhante
Intensidade: presente
A Espresso achou: um ótimo café, muito diferenciado e complexo. Com notas frutadas, seria uma boa opção para um brunch.
Visite o Lucca: Rua Presidente Taunay, 40 – Batel @luccacafesespeciais 

Royalty Quality Coffee – Guimarães

Um café da variedade paraíso MG2, de fermentação induzida, cultivado por Beatriz Guimarães e família na Serra do Salitre, em Minas Gerais, e torrado pela Royalty Quality Coffee.

Complexidade de odor: complexo
Complexidade de sabor: complexo
Notas descritivas: carambola, caramelo
Doçura: alta
Corpo: médio/alto
Acidez: alta, confortável
Intensidade: curta, limpa
A Espresso achou: um café gostoso para tomar à tarde, depois de uma refeição. É um fermentado sem notas características de fermentado.
Visite a Royalty: Rua São Francisco, 179 – Centro @royalty.cafe 

4beans Coffee Co.

Café da variedade caparaó amarelo cultivado a 1.440 metros de altitude por Tarcísio e Jhone Lacerda, no Sítio Santa Rita, na Serra do Caparaó (ES). Torrado por 4beans Coffee Co.

Complexidade de odor: alta
Complexidade de sabor: alta
Notas descritivas: frutas vermelhas, cítrico
Doçura: médio
Corpo: médio/alto
Intensidade: média
A Espresso achou: um café muito bom, com notas complexas. Uma bebida de experiência.
Visite a 4beans: Alameda Augusto Stellfeld, 795 – loja 3 – Centro @4beanscoffeeco

TEXTO Redação

Café & Preparos

Café é tema de exposições em São Paulo e no Rio de Janeiro

Exposição “Café através dos sentidos”, que acontece até o dia 22 de fevereiro, no Polo Cultural ItanianoRio

Até o dia 22 de fevereiro, na cidade do Rio de Janeiro, o Polo Cultural ItalianoRio (av. Pres. Antônio Carlos, 40 – Centro) oferece a exposição gratuita Café através dos sentidos. A experiência imersiva busca fazer com que o visitante explore os sentidos através de vídeos e itens em exposição, que vão desde a produção, como grãos de café, até informações sobre o tradicional espresso italiano e os utensílios históricos utilizados na cerimônia do café na Etiópia. 

Um dos destaques da mostra é a reprodução da pintura “Colheita de café” (1958), de Candido Portinari, que retrata uma cena de trabalho nos cafezais. Especialmente no dia 20 de fevereiro, a exposição recebe João Candido Portinari, filho do artista, que fará uma palestra sobre a relação de seu pai com o café, esmiuçando a arte e as culturas brasileira e italiana. 

Exposição “Passione Italiana: l’arte dell’espresso”, que acontece a partir de 21 de fevereiro, no Museu da Imigração

Já em São Paulo (SP), o Museu da Imigração (rua Visconde de Parnaíba, 1316 – Mooca) recebe, a partir do dia 21 de fevereiro, a exposição Passione Italiana: l’arte dell’espresso, que aborda a evolução do design e da tecnologia dos artefatos de café, relacionando os itens à imigração italiana para o Brasil. A mostra gratuita, que esteve no Museu do Café, em Santos, reúne 60 máquinas para uso doméstico e profissional, além de um acervo de xícaras. 

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