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A nova geração dos cafés de qualidade

Segundo dia da SIC explora transformações, quebra de paradigmas e o novo momento dos cafés especiais brasileiros

Quebrar paradigmas. Ter governança. Construir a união. Valorizar a diversidade. Entoar várias vozes. Criar estratégias. Conectar a cadeia. E costurar tudo com dados produzidos pela ciência. O mundo dos cafés de qualidade está mudando. E rapidamente. 

A Semana Internacional do Café (SIC), em seu segundo (e penúltimo) dia de atividades, está sendo a vitrine dessas transformações. Transformações impulsionadas, de um lado, por uma lei da comunidade europeia ⎯- que consome mais de 50% do café brasileiro -⎯, que entra em vigor em 2024 e impacta, de modo importante, os países produtores de café em todo o planeta. De outro lado (que não é oposto, mas contíguo), o apoio da ciência brasileira. “Relacionar café e desmatamento é um equívoco”, alerta Vanusia Nogueira, diretora-executiva da Organização Internacional do Café (OIC), em palestra de abertura do Fórum da Cafeicultura Sustentável.

Vanusia Nogueira faz a abertura do Fórum Sustentável

Vanusia refere-se à lei elaborada pela União Europeia, que entra em vigor em 2 de janeiro de 2024. A lei, a ser seguida pelos 27 países integrantes, proíbe a importação de produtos provenientes de áreas de desmatamento e degradação florestal. Isso vale para a carne, a soja, o cacau e, entre outros, o café: verde, torrado e torrado e moído (você poderá conferir a reportagem completa na edição de dezembro da Espresso).

E qual é o equívoco de se conectar desmatamento e café? Felipe Nunes, no debate “Novo cenário de comercialização para os cafés no mundo”, indica a resposta: “Há dados confiáveis que mostram a queda no nível de desmatamento nas áreas cafeeiras”, explica o professor da Universidade Federal de Minas Gerais. Chamados nos momentos de crise como destaca o pesquisador (lembram da Covid-19?), os cientistas estão fornecendo dados robustos e conhecimento detalhado sobre os cafés especiais brasileiros. “Não tem nenhum país com a tecnologia e a sustentabilidade do Brasil”, garante Henrique Cambraia, presidente e cofundador da cooperativa Sancoffee (Campos das Vertentes, MG). 

 “O Brasil é o único país preparado para responder às leis europeias”, reforça a Gelkha Buitrago, diretora-adjunta da Plataforma Global do Café GTP, expert em sustentabilidade e, que, ao lado de Cambraia, participou da mesma rodada de conversa.

Marcos Mattos, Gelkha, Cambraia e Nunes discutem sustentabilidade

Paradigmas

Os estudos científicos sobre cafés de qualidade também vêm quebrando paradigmas. É o que mostrou o engenheiro agrônomo Flávio Borém, professor titular da Universidade Federal de Lavras e especialista em pós-colheita do café. Na palestra “Como o pós-colheita influencia a construção do perfil“, que proferiu no evento Intertorra, Borém redefiniu conceitos e reorganizou processos, fruto de anos de pesquisa científica. “Não é possível dizer que métodos de processamento definem perfis de café”, ensina. “É preciso padronizar variáveis para estudar outras.  Se quisermos falar do impacto dos métodos de processamento nos grãos, é preciso usar a mesma matéria-prima, que passou pelas mesmas operações”, explica ele, que acaba de lançar o livro Tecnologia pós-colheita e qualidade de cafés especiais, que trata extensamente do assunto.

As mudanças não surgem apenas no manejo dos grãos de qualidade. Segundo Vanusia, por conta da nova legislação da UE, voltada à sustentabilidade, os modelos de compra de café também vão mudar. “E a Europa é a ponta de lança dessa mudança”, prevê ela. E o Brasil? Para Vanusia, o país pode e deve criar seus próprios modelos de agricultura regenerativa -⎯ a grande saída para a sustentabilidade e o enfrentamento das mudanças climáticas.

A Serra de Mantiqueira já está repensando seu modelo de ação.  A estratégia é promover internamente os cafés, envolvendo os produtores de modo que eles entendam o potencial das Denominações de Origem, e tentar desburocratizar o processo de obtenção dos selos. “A estrutura precisa ficar mais ágil e produtiva”, avalia Alessandro Hervaz, produtor da Honey Coffee e presidente da Aprocam e Coopervass (Mantiqueira de Minas, MG) na palestra “Como as estratégias de origem contribuem para a governança, promoção e cesso ao mercado de café especial?”.

E as cafeterias e torrefações têm um papel importante e estratégico nessa união da cadeia, ao ajudar a promover as origens brasileiras. “Temos que ir além da qualidade sensorial da bebida”, avança Vinícius Estrela, diretor-executivo da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), no mesmo debate. “Temos que pensar em termos de região. Mais importante do que a qualidade do produto é a qualidade do conjunto de produtores daquela região”, afirma.

Outra região em alta em termos de qualidade é Matas de Rondônia, onde a cafeicultura encontra a Amazônia. “Uma das nossas estratégias é levar compradores para conhecer diretamente nossos produtores. Já recebemos visitantes de onze países”, comemora Poliana Perrut, cafeicultora e engenheira agrônoma. A outra estratégia, segundo ela, é a parceria dos cafeicultores com as instituições científicas, como a Embrapa Rondônia. 

Matas de Rondônia é outro exemplo de quebra de paradigmas na cafeicultura de qualidade brasileira. Numa apresentação dedicada aos cafés especiais da região Amazônica ⎯ leia-se, canéforas, variedade robusta ⎯  Juan Travain, sócio-proprietário da fazenda Selva Café (RO), apresentou os desenvolvimentos do pós-colheita, que, ao lado das características únicas da floresta, tem ajudado os produtores a produzirem qualidade.  “Essa safra é excepcional, tanto em produtividade quanto em qualidade”, comemora Travain. Houve um salto em comercialização, e os produtores foram bem remunerados por seus cafés. “Os cafés que apresentamos são fruto de muita ciência e dedicação”, arremata. 

TEXTO Cristiana Couto • FOTO NITRO/Semana Internacional do Café

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Primeiro dia da SIC discute temas de impacto na cadeia do café

Mudanças climáticas, sustentabilidade e união do setor permearam as falas dos palestrantes ontem no ExpoMinas, em Belo Horizonte 

“A origem do café é única, exclusiva”. A sentença, curta e impactante, proferida pela gerente de agronegócios do Sebrae Minas, Priscilla Lins, ilustra o tema da Semana Internacional do Café (SIC) deste ano e reforça a importância do território e seu saber-fazer no desenvolvimento dos cafés especiais.

Origens produtoras, resiliência às mudanças climáticas, rastreabilidade e gestão são alguns dos temas do momento no mundo dos grãos de qualidade. Assim, cientistas, produtores, torrefadores, traders, educadores e representantes de organizações de apoio à cafeicultura passaram o dia discutindo estes e outros assuntos a um público interessado (estima-se que 20 mil pessoas visitem o evento este ano), que não parava de chegar ao ExpoMinas, em Belo Horizonte, para o primeiro dia da SIC, que está em sua 11º edição.

Um dos primeiros convidados ouvidos foi Marcos Jank, professor-sênior de agronegócio do INSPER, de São Paulo. Em sua exposição sobre “Futuros e tendências do agronegócio: as oportunidades para o café“, que ofereceu uma visão global do agronegócio nas últimas décadas e nos principais países do mundo, Jank deixou claro que, em termos de café especial, o Brasil deve concentrar sua atenção na Ásia como mercado consumidor. “A China é o futuro do café”, sentenciou Jank, lembrando que, em parte expressiva do continente asiático, como o leste e o sudeste, a população e a renda estão aumentando.

Outra frase marcante de Priscilla Lins, que foi uma das palestrantes de “Origens produtoras e o novo cenário mundial“, painel que se seguiu à fala de Jank e contou com o colombiano Luiz Samper (diretor da consultoria em sustentabilidade 4.Brands), foi: “Sustentabilidade já é uma realidade, não apenas uma conversa de ambientalistas”.

Luiz Samper, Priscilla Lins e Marcos Jank discutem sustentabilidade

E, como é intrínseco a esse conceito, as dimensões não só ambientais, mas também sociais e econômicas da cafeicultura tiveram falas que reverberaram auditório afora e se reforçavam-se umas às outras. Em “Resiliência à mudança climática & prosperidade do produtor: o novo plano estratégico da plataforma rumo a 2030“, o diretor da Plataforma Brasil, braço da Plataforma Global do Café (GCP), Pedro Ronca, cravou: daqui a sete anos, o objetivo da GCP é manter e a ampliar a renda e o bem-estar de 95 mil cafeicultores de diversas regiões do país.

Ronca fechou o primeiro dia do evento explicando a nova estratégia da plataforma, que objetiva desenvolver a sustentabilidade e prosperidade dos pequenos produtores do café a partir de uma ação coletiva, cujo fundo criado para sua estruturação soma 1,5 milhão de dólares. O agrônomo, também produtor de café, detalhou o projeto ao lado de seus parceiros, representados por Natalia Carr, assessora técnica do Conselho Nacional do Café (CNC), Raquel Miranda, assessora técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), e Silvia Pizzol, gestora de sustentabilidade do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Na concepção da GCP, renda e bem-estar do pequeno e médio produtor de café significam “ter uma boa qualidade de vida”.

E a chave para isso chama-se agricultura regenerativa que, entre tantas atitudes a serem tomadas, destaca a rotatividade de culturas. E, sobretudo, parcerias e união. “A maior ameaça para garantir renda e bem-estar talvez sejam as questões climáticas”, alerta Ronca. “E, para o protagonismo continuar, é necessária a unidade do setor, para alcançar mais produtores e ir mais longe”, reflete Silvia Pizzol.

Mas, ao lado dos grandes desafios da cadeia do café, a bebida tem seu lado descontraído, de alegria e entretenimento.

Antes mesmo da abertura oficial do evento, que aconteceu às 10 da manhã, palestras e cuppings já convocavam baristas e apreciadores de café a compartilhar conhecimentos, inovações e, claro, sabores muito especiais. A 5ª edição do evento Intertorra, que este ano acontece durante a SIC, abriu os trabalhos às 8h30 com falas sobre construção de perfil de torra, com a barista Isabela Raposeiras, proprietária da premiada cafeteria Coffee Lab (SP).

“Privilegiamos atividades sensoriais e teóricas, para ampliar o conhecimento sobre torra, tanto em nível prático quanto acadêmico”, explica Matheus Tinoco, idealizador do Intertorra. “Muitas das informações práticas passadas pela Isabela, por exemplo, foram confirmadas por dados científicos”, analisa ele, referindo-se à aula sobre química da torra, ministrada pela educadora Verônica Belchior, doutora em ciência de alimentos e Q-Grader. A prova de cafés incluiu uma comparação entre a mesma amostra com torra adequada e torra com defeitos.

E, como é de praxe, a SIC abrigou mais uma edição do Campeonato Brasileiro de Barista, que irá definir o campeão que seguirá para o mundial de 2024, em Seoul, na Coreia do Sul. Dinâmico, o evento contou com 10 baristas de sete estados. A segunda rodada eliminatória acontece hoje, com a apresentação de mais 10 participantes. A SIC, novamente, promete muitas emoções.

TEXTO Cristiana Couto • FOTO NITRO/Semana Internacional do Café

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Conheça os especialistas em café internacionais da SIC 2023

Neste ano, a Semana Internacional do Café privilegia o tema Origens Produtoras – uma visão de futuro para uma nova cadeia do café. Em torno dele, gravitam diversos especialistas, muitos vindos de outros países para compartilhar suas experiências locais.

Da esquerda para a direita: Luis Samper, Miguel Gamboa e Gabriela Castro-Fontoura

Um dos destaques é o colombiano Luis Samper, diretor da 4.0 Brands, especialista em indicações geográficas. No primeiro dia do evento (8/11), durante o Seminário DNA Café, Samper discute o assunto na palestra “Origens produtoras e o novo cenário mundial” (confira a programação completa aqui).

Com larga experiência em certificações, o guatemalteco Miguel Gamboa, da Rainforest, marca presença no mesmo dia para falar, ao lado de Catalina Jaramilo, da Fairtrade Cone Sul, sobre como a certificação pode auxiliar a produção de cafés (sala conferência, 12h30 a 14h30).

Ainda no dia 8/11, a uruguaia Gabriela Castro-Fontoura, da startup neozelandesa Oritain, discorre sobre a Tecnologia Fingerprint, que determina a origem de cafés a partir de ciência forense. Já a hispano-brasileira Josiana Bernardes, instrutora da SCA Europe, apresenta os refinamentos na avaliação sensorial de cafés de qualidade no workshop “Novo Protocolo e Formulários de Avaliação do Valor do Café SCA”.

Da esquerda para a direita: Josiana Bernardes e Gelkha Buitrago

No dia 9/11 é a vez da expert em sustentabilidade Gelkha Buitrago, diretora-adjunta da Plataforma Global do Café (GCP), trazer, ao lado de outros convidados, uma análise da associação internacional – presente em nove países – do “Novo cenário de comercialização para os cafés no mundo” (sala conferência). O painel faz parte do Fórum de Agricultura Sustentável, que desde 2014 discute, na SIC, práticas, inovações e desafios da sustentabilidade na cafeicultura.

Perfis dos palestrantes internacionais

A economista uruguaia Gabriela Castro-Fontoura é diretora regional da startup neozelandesa Oritain para a América Latina, onde lidera a expansão em vários países da empresa, que aplica ciência forense para rastrear a origem de vários produtos, como café, cacau e carne, e evitar a circulação daqueles cuja origem seja ilegal. Influente na promoção dos negócios e práticas sustentáveis na região, Gabriela já deu suporte a mais de 100 empresas.

Com mestrado em Reengenharia e Comércio Internacional, o engenheiro industrial Miguel Gamboa, natural da Guatemala, iniciou carreira em uma exportadora de café. As duas décadas dedicadas ao programa de certificação UTZ KAPEH deram-lhe uma visão abrangente da produção e comercialização de café na América Latina. Com a fusão das certificadoras UTZ e Rainforest Alliance, tornou-se gerente representante do café para a América Latina do Rainforest Alliance e, desde 2022, ocupa o cargo de líder do setor cafeeiro.

Luis Samper tem mais de 25 anos de experiência em estratégias de propriedade intelectual, sustentabilidade e branding. Diretor da 4.0 Brands na Colômbia e gerente de Sustentabilidade da oriGIn, o economista colombiano, que é mestre em direito e autor de várias publicações, especializou-se em Indicações Geográficas. Entre seus trabalhos está a conquista do reconhecimento do Café da Colômbia como Indicação Geográfica Protegida na União Europeia e na Suíça.

A mestre em economia Gelkha Buitrago tem 20 anos de experiência em sustentabilidade. Como vice-diretora da Global Coffee Platform (GCP), orienta iniciativas como plataformas nacionais e programas de ação coletiva. Membro do Conselho Consultivo de Padrões do B Lab, já trabalhou na Fairtrade International e no Departamento Nacional de Planejamento na Colômbia, com programas sociais.

Com sólida formação em tecnologia de alimentos e nutrição, a brasileira com nacionalidade espanhola Josiana Bernardes é instrutora certificada pela Specialty Coffee Association Europe, e dá cursos e palestras em vários países. Sua experiência, ainda, inclui bebidas fermentadas, lácteas, chocolates e vinhos. É proprietária do Idcoffeelab.

Serviço
Semana Internacional do Café (SIC)
Onde: Expominas – Av. Amazonas, 6.200, Gameleira, Belo Horizonte (MG)
Quando: 8 a 10 de novembro, das 10h às 19h
Quanto: R$ 60 (pessoa física, para os três dias). Grátis para pessoas jurídicas, produtores e visitantes internacionais
Mais informações e credenciamento: www.semanainternacionaldocafe.com.br
#conectadospelocafé

TEXTO Redação

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5ª edição do Intertorra estreia na Semana Internacional do Café (SIC)

Foi ao torrar grãos no Museu do Café (Santos, SP) que, entre 2016 e 2017, Matheus Tinoco descobriu que, ao contrário do imaginado, profissionais de torra, aos quais recorria para entender melhor o processo, respondiam às mesmas perguntas de maneiras bem diferentes. Foi assim que nasceu o Intertorra, encontro de torradores brasileiros e cuja 5ª edição estreia na Semana Internacional do Café (SIC), que começa em Belo Horizonte (MG) em 8/11.

“Juntei vários profissionais gabaritados em um grupo de WhatsApp e comecei a colocar perguntas”, conta o mestre de torras, natural de Santos e que atualmente atua como consultor em cafés de qualidade. “Ao contrário do que eu esperava, as pessoas não se digladiaram, mas começaram a construir um conhecimento comum”, lembra ele.

O desenrolar das conversas culminou na 1ª edição do evento, com 133 participantes, conduzida pelo Instituto Federal Sul de Minas Gerais e com direito a certificado federal. A última edição, em 2022, atraiu 220 pessoas.

Com demanda crescente, este Intercâmbio de Torradores promete, nos dois primeiros dias da SIC, compartilhar conhecimento técnico e tecnológico por meio de workshops, palestras e cuppings. Entre os destaques da programação estão palestras como “A química da torra”, que conta com a participação da cientista e Q-Grader Verônica Belchior, e “A influência do pós-colheita na construção de um perfil sensorial”, ministrada pelo engenheiro agrônomo Flávio Borém, titular do departamento de engenharia agrícola da Universidade Federal de Lavras (UFLA). O recente incremento na produção de canéforas de qualidade também será discutida, e a palestra sobre o assunto fecha o evento.

“É um espaço em que o ‘grande’ e o ‘pequeno’ têm a mesma experiência”, analisa Matheus, que observa, também, diversidade de público nos encontros anuais, como donos de cafeterias, baristas e cafeicultores. Segundo ele, o evento contribui para um avanço no cenário de torrefação de cafés.

Garanta aqui sua vaga!
5ª edição do Intertorra na SIC
Quando: 8 e 9/11, das 8h30-13h30
Onde: Sala Intertorra (entrada foyer 1)
Quanto: R$ 350 (para os dois dias)

TEXTO Redação

CafezalMercado

SIC 2023: CNA realiza 2º Cupping e Negócios de Cafés Diferenciados

A segunda edição do Cupping e Negócios de Cafés Diferenciados, realizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), acontecerá presencialmente nos dias 8 a 10 de novembro, durante a Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte (MG).

O projeto tem como objetivo promover parcerias comerciais e marketing para os produtores de cafés de qualidade através do desenvolvimento de ações que deem visibilidade às diversas características que agregam valor do produto.

As diversas sessões de cupping viabilizam a venda direta entre produtores rurais e agentes compradores que atuam no mercado nacional e internacional. Para garantir o engajamento desses compradores, a CNA conta a expertise da Helga Especialista em Café, empresa com densa trajetória em curadoria e experiências em cafés especiais.

A inscrição para o Cupping e Negócios de Cafés Diferenciados é gratuita, tanto para produtores, quanto para compradores. Acesse aqui o regulamento. Para participar da Semana Internacional do Café é necessário realizar o credenciamento no site!

Serviço
Cupping e Negócios de Cafés Diferenciados da CNA
Quando: 8 a 10 de novembro
Onde: Semana Internacional do Café – Belo Horizonte (MG)
Mais informações: c.agricola@cna.org.br

TEXTO Redação • FOTO Marcus Desimoni / NITRO

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5ª edição do concurso Espresso Design premia melhores embalagens de café

Com o objetivo de julgar a criatividade, a originalidade e a eficiência das embalagens de café disponíveis atualmente no mercado, além de fortalecer o setor e direcionar a atenção para a importância do design na promoção da marca e do produto final, o concurso Espresso Design, organizado pela Espresso em parceria com a Semana Internacional do Café, chega em sua 5ª edição. Dessa vez, a novidade é a premiação durante o último dia de SIC, com direito a troféu! 

Para participar, a embalagem precisa existir como um produto, não sendo válido protótipos ou futuros projetos a serem lançados. Podem concorrer embalagens vigentes que estejam disponíveis no mercado. Embalagens e/ou coleções limitadas que foram produzidas em 2023 e não circulam mais no mercado também podem participar, desde que comprovem a circulação em 2023. As embalagens vencedoras ou que foram expostas nos anos anteriores não podem participar. Já as embalagens enviadas nas últimas edições, mas que não foram classificadas, podem se inscrever novamente.

Após a inscrição e o envio do pacote, o concurso é dividido em duas etapas. A primeira consiste na avaliação pela comissão julgadora, composta pela equipe da Espresso e convidados. Os critérios levados em consideração nesta fase são: visual/identidade, eficiência, conceito, originalidade e criatividade.

As 20 embalagens/coleções mais bem pontuadas serão expostas durante a Semana Internacional do Café 2023, que acontecerá entre os dias 8 e 10 de novembro, em Belo Horizonte (MG). Nesta segunda etapa, o público presente terá os dois primeiros dias de evento para escolher e votar em sua embalagem favorita. A votação ocorrerá no próprio local. As três embalagens mais votadas serão anunciadas no dia 10 de novembro e serão premiadas com o troféu da edição e o selo referente à colocação! 

Bora participar? Clique aqui para inscrever gratuitamente a sua embalagem/coleção! O prazo para inscrição e recebimento das embalagens é dia 13 de outubro. Confira aqui o regulamento completo.

TEXTO Redação

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Chantilly à base de aveia é novidade na linha culinária da Naveia

A Naveia, marca de produtos veganos, incluiu um novo item à sua linha culinária: o Chantilly Vegetal. A novidade estreia como o primeiro produto desta categoria à base de aveia no mercado vegano brasileiro a chegar à mesa do consumidor, às cafeterias e à prateleira de supermercados.

Além do chantilly, a linha culinária da marca conta com Deleite Condensado, Creme Deleite, Manteiga Naveia (que passa por um processo de fermentação, resultando em um produto muito semelhante à manteiga de origem animal, porém à base vegetal) e o Navelã, creme de avelã com chocolate feito com cacau, avelã e açúcar orgânicos e que tem dado origem a combinações cada vez mais saborosas pensadas pelos próprios consumidores.

“Desenvolver produtos de origem vegetal em uma categoria tão consagrada e conhecida pelo consumidor brasileiro é um grande desafio. Porém o nosso desejo de estarmos cada vez mais presentes no dia a dia do consumidor, em diversos momentos de consumo, supera qualquer desafio que possamos enfrentar. Com esta linha culinária conseguimos materializar para o consumidor que ele pode fazer escolhas mais conscientes de alimentos sem precisar deixar de consumir a categoria de produto que está acostumado. Além do sabor, pilar super importante na entrega dos nossos produtos, essa categoria exige que os produtos performem da mesma maneira, ou seja, o Chantilly Vegetal performa em sifão para as cafeterias e confeitarias”, afirma Juliana Bürger Rodrigues, Head de Pesquisa e Desenvolvimento da Naveia.

Com uma demanda crescente por produtos vegetarianos e veganos em cafeterias, esse fator se torna cada vez mais importante. No Brasil, um levantamento contratado pelo EscolhaVeg e realizado em 2021 pela empresa de pesquisa de consumo Cint, em todas as regiões do país, revela que uma mudança de hábitos alimentares está em curso e indica a saúde como o principal motivo dessa transformação – 97% das pessoas entrevistadas citaram a saúde como uma das principais razões para o consumo de alimentos vegetais. 

Além disso, é possível elencar algumas outras razões que levaram as cafeterias brasileiras a investir na oferta de mais produtos plant-based em seus portfólios: sustentabilidade, inovação e diversidade. Com base nisso, as casas de café têm explorado a criação de bebidas e pratos feitos com ingredientes vegetais, altamente nutritivos.

O Chantilly Vegetal já está disponível para compra nos diversos pontos de venda da Naveia pelo país e através do site da marca, por R$ 29 (1 litro).

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

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Trajetória do café brasileiro é contada pelo Museu do Café durante evento no Chile

O Museu do Café, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, aterrissa em Santiago com uma nova exposição itinerante intitulada Cafés do Brasil: Patrimônio Mundial, resultado de uma parceria com a Embaixada do Brasil no Chile. 

A abertura da mostra durante a Expo Chile Agrícola, que acontece nos dias 22 e 23 de agosto, juntamente com a palestra sobre as atividades realizadas pela instituição ministrada pela diretora executiva, Alessandra Almeida, marcam o início dos projetos relacionados à internacionalização do Museu do Café em 2023.  

A mostra estará dividida em sete temas e estará localizada ao lado do estande da Embaixada. O primeiro trará um pouco da história do Museu do Café e de seu edifício-sede, a antiga Bolsa Oficial de Café, localizado em Santos (SP) e construído em 1922, por ocasião das comemorações do Centenário da Independência do Brasil. O prédio é considerado patrimônio histórico desde 2009 por sua representativa arquitetura no âmbito cultural nacional. 

Os dois próximos temas abordados pela exposição são relacionados à trajetória do café no mundo e no Brasil. O público poderá descobrir a origem da planta, o histórico da propagação e comercialização da bebida pelos continentes, de que forma o fruto começou a ser produzido no Brasil e como se deu a expansão de seu cultivo, tornando-se o pilar da economia nacional com impacto nos aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais do País.

Produção, exportação e consumo são as temáticas atuais que serão abordadas na exposição. O Brasil produz uma a cada três xícaras de café consumidas no planeta. Em 2020, o País produziu a safra recorde de 63,1 milhões de sacas, sendo Minas Gerais o maior estado produtor. A exportação recorde foi registrada em 2020, com o volume de 44,7 milhões de sacas de café, pouco mais de 5 milhões da registrada em 2022, quando o volume exportado foi de 39,4 milhões de sacas, segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Já em relação ao consumo, serão apresentados também dados per capita, hábitos e tendências de métodos de preparo.

A exposição finaliza trazendo um debate atual e de relevância sobre o papel das mulheres na cadeia produtiva, ontem e hoje. Depois de muitos anos vivenciando apenas os “bastidores” atualmente, cada vez mais as mulheres do café vêm conquistando reconhecimento dentro do setor. Mais do que nunca, elas estão à frente das fazendas, integrando todo o processo: do campo à xícara.

Os visitantes que forem ao espaço do Museu do Café encontrarão, ainda, um vídeo que trata das relações sociais e do lado humano por trás da produção do grão e um espaço interativo, no qual será possível deixar uma mensagem respondendo ao questionamento: O que o café te faz lembrar?

A exposição ficará em cartaz durante os dois dias de Expo Chile Agrícola, com a possibilidade de itinerância para outros destinos no Chile. A mostra conta com o patrocínio do Cecafé, da Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé) e da Unicafé.

TEXTO Redação • FOTO Café Editora

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Espresso Design: Concurso que premia embalagens de café está com inscrições abertas!

Que tal ter a embalagem do seu café divulgada por nós da Espresso e pela Semana Internacional do Café? Então inscreva-se para a Espresso Design! Em sua 5ª edição, a competição tem como objetivo julgar a criatividade, a originalidade e a eficiência das embalagens de café disponíveis atualmente no mercado, fortalecendo o setor e direcionando a atenção para a importância do design para a promoção da marca e do produto final. 

Após a inscrição e o envio do pacote, o concurso é dividido em duas etapas. A primeira consiste na avaliação pela comissão julgadora, composta pela equipe da Espresso e convidados. Os critérios levados em consideração nesta fase são: visual/identidade, eficiência, conceito, originalidade e criatividade.

As 20 mais bem pontuadas serão expostas durante a Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte (MG). Nesta segunda etapa, o público presente terá os dois primeiros dias de SIC (8 e 9 de novembro) para escolher e votar em sua embalagem favorita. A votação ocorrerá no próprio local. As três embalagens mais votadas serão anunciadas no dia 10 de novembro, último dia de evento, e serão premiadas com o troféu da edição.

Quem pode se inscrever?

A embalagem precisa existir como um produto, não sendo válido protótipos ou futuros projetos a serem lançados. Podem participar qualquer embalagem vigente que esteja disponível no mercado. Embalagens e/ou coleções limitadas que foram produzidas em 2023 e não circulam mais no mercado também podem participar, desde que comprovem a circulação em 2023.

As embalagens vencedoras ou que foram expostas nos anos anteriores não podem participar novamente. Já as embalagens enviadas nas últimas edições, e que não foram classificadas, podem participar novamente.

Bora participar? Clique aqui para inscrever gratuitamente a sua embalagem/coleção! O prazo para inscrição e recebimento das embalagens é dia 13 de outubro. Confira aqui o regulamento completo.

Serviço
Semana Internacional do Café 2023
Quando: 8 a 10 de novembro
Onde: Expominas – Belo Horizonte (MG)
Mais informações: www.semanainternacionaldocafe.com.br 

TEXTO Redação

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Dia Mundial do Leite Vegetal: Dicas de como a sua cafeteria pode impulsionar o consumo da bebida à base de plantas

Você sabia que em 22 de agosto é comemorado o Dia Mundial do Leite Vegetal? Queridinho de muita gente, o produto vem ganhando cada vez mais espaço no mercado de bebidas, tanto em cafeterias, quanto em preparos diversos em casa. 

Prova disso é o relatório “Plant-Based Foods Poised for Explosive Growth”, da Bloomberg, que aponta que o setor cresceu praticamente a duplo dígito no varejo nos últimos anos. O documento mostra que o segmento de lácteos alternativos deve atingir quase US$ 67 bilhões globalmente até 2031. 

Para Henrique Pin, barista da NotCo no Brasil, esses estabelecimentos cada vez mais precisam adaptar os seus cardápios à nova demanda, de forma que os cafés não percam sua essência, tanto na qualidade como no sabor. “O consumidor que opta por tomar leite vegetal em casa, seja por intolerância ou estilo de vida, também quer poder ter essa opção de escolha fora dela. Portanto, a oferta desse produto se torna um verdadeiro diferencial para o cliente, que passa a priorizar aquela cafeteria na sua rotina”, diz.

O especialista em café também reforça que há alguns desafios nessa transição, o que pede por alternativas que não prejudiquem o gosto, a aparência e a textura da bebida, como o próprio NotMilk, linha de leites vegetais da foodtech. “É um exemplo que atende tanto os clientes que possuem uma restrição alimentar, quanto aqueles que querem seguir uma dieta flexitariana ou plant-based por escolha. O principal motivo disso é a sua semelhança com o leite de origem animal em sabor, performance e atributos nutricionais. Isso ajuda no seu armazenamento e na sua utilização em si, seja para os clássicos, ou para novidades do menu”, ressalta.

Levando esses fatores em consideração, Henrique separou 5 dicas para as cafeterias impulsionarem o consumo do leite à base de plantas e atualizarem seus cardápios de acordo com essa forte tendência:

Tenha bons fornecedores

Uma cafeteria não precisa ficar presa a um único fornecedor de leite vegetal, mas sim escolher aqueles que fazem sentido para o negócio. Atualmente, é comum ver estabelecimentos que oferecem mais de uma opção de leite vegetal, seja para preparo de bebidas à base de café, ou até mesmo na cozinha e confeitaria. 

Para o barista, essa diversificação é importante para oferecer opções ao cliente e, até mesmo, para  trazer uma transição gradual à alimentação plant-based. “Gosto de pensar que ainda é tudo muito novo e, por termos novas gerações que já nascem nessa popularização dos leites à base de plantas, isso significa que os estabelecimentos precisam se adaptar às suas maneiras, independente de grandes decisões. Olhar para o mercado com amplitude e de forma criteriosa é uma escolha que acelera essa adequação própria sem muitos empecilhos”, destaca.

Harmonize sabores da forma certa

A harmonização de sabores é fundamental para combinar o leite vegetal com o cardápio da cafeteria, sempre dentro de uma proposta que faça sentido para o dono. Uma entrada mais natural e facilitada do produto pode ajudar os funcionários em bebidas onde o café é protagonista, como um cappuccino ou um latte. 

Além disso, no momento de testar a alternativa plant-based em possíveis combinações mais inusitadas, não se corre o risco de mascarar o sabor do grão caso ele também seja o elemento principal, algo que acontece com opções que possuem um sabor muito predominante da base ou aromatizantes fortes de baunilha.

Controle a temperatura 

Com certeza uma das primeiras barreiras no preparo de bebidas com café e leites vegetais é a vaporização na máquina de espresso. Os leites de vaca já têm suas peculiaridades, mas quando falamos dos substitutos à base de plantas, as diferenças são ainda mais notáveis, podendo exigir uma temperatura ou uma introdução de ar diferente, e muitas vezes os dois. 

“Nesse sentido, exemplos como o NotMilk são ótimos por promoverem uma vaporização tranquila e crescimento rápido. E, controlando a temperatura para ele não ferver – cuidado comum para qualquer processo desse tipo -, essa parte da produção não terá problemas”, explica.

Preste atenção nos outros ingredientes

O leite vegetal precisa entrar no cardápio de qualquer cafeteria com a mesma importância que outros insumos. O produto não é só um simples substituto de leite animal, mas uma porta de entrada para tornar o menu mais conciso, agradável e saboroso aos clientes que o consomem. Dessa forma, se ele não estiver em sintonia e combinar com outros ingredientes de qualidade, a pessoa pode culpar a sua performance de uma maneira injusta e simplista.

Faça bebidas diferenciadas 

Adotar o leite vegetal no cardápio é uma oportunidade para testar proporções e bebidas novas que combinam com aquele produto, como matchá, chai, frapê, bubble tea. Para Henrique, há todo um universo de opções que podem ser exploradas, inclusive alcoólicas. “O café é um mundo à parte e podemos encontrar certas combinações inusitadas todos os dias. Atualmente, tenho explorado bastante cafés de torra média ou escura, com perfis de sabor puxando para um frutado ou caramelo e doçura alta, assim como aqueles que têm menos acidez para gerar melhores harmonizações. Dentro dessa lógica, o NotMilk também traz uma grande vantagem pelo seu sabor mais neutro e cor branca, fazendo com que a construção de bebidas autorais seja um processo menos complicado”, conclui.

TEXTO Redação • FOTO Chevanon Photography