O tecido musical de Ná Ozzetti
A cantora e compositora de raiz experimental e independente comemora quarenta anos de carreira fazendo o que sabe melhor: boa música brasileira
No meio do já urbanizado bairro da Água Branca, em São Paulo, surgiu, no final da década de 1950, numa rua de terra batida e sem iluminação, um loteamento. Foi nesse pedacinho de interior dentro da cidade grande que cresceu a cantora Ná Ozzetti.
“Minhas primeiras memórias são todas musicais. Lembro dos almoços na casa do meu avô materno, nos quais os casais dançavam ao som do acordeon tocado pelo meu tio. Eu me encostava na parede e acompanhava as danças”, conta.
“Meu pai ouvia músicas em um radinho à noite e eu me recordo de adormecer escutando as canções. Também tinha facilidade para aprender a cantar. Era afinada desde pequena”, garante.
A incursão pela música se aprofundou quando seu pai comprou um piano. Ná aprendeu a tocar e experimentava novos sons com seu irmão, Dante Ozzetti. Mas, quando chegou a hora de prestar vestibular, o destino quis que ela cursasse Artes Plásticas.
“A faculdade de Música em São Paulo na época era a Escola de Comunicação e Artes (ECA), da Universidade de São Paulo. Ela era voltada para a música erudita e buscava estudantes com histórico em leia mais…