Barista

Polônia e Austrália sediarão Campeonatos Mundiais de Café em 2022

A Specialty Coffee Association (SCA) anunciou hoje (27) que os Campeonatos Mundiais de Barista e Brewers de 2022 acontecerão durante a Melbourne International Coffee Expo (MICE), entre os dias 27 e 30 de setembro do ano que vem. O evento australiano, que sediou as competições em 2013, iria realizá-las também em 2020, porém foi cancelado devido à pandemia de Covid-19.

Já os Mundiais de Latte Art, Coffee in Good Spirits, Cup Tasters e Torra foram marcados para a World of Coffee, que acontece entre os dias 16 a 18 de junho de 2022, em Varsóvia, na Polônia.

“Estamos entusiasmados por ter garantido esses prestigiosos campeonatos mundiais. Já sabíamos que a Austrália era um destino renomado para o café e agora temos a chance de compartilhar nossa cultura com o público geral”, disse Lauren Winterbottom, diretora da MICE.

“Melbourne é uma localização fantástica para os campeonatos e estamos muito satisfeitos por estarmos hospedados na MICE mais uma vez”, comentou Yannis Apostolopoulos, CEO da SCA. “A Austrália tem uma cultura incrível e estamos animados para celebrar os melhores competidores de todo o mundo em uma cidade tão fantástica”, completou.

Ainda em 2021, os Mundiais de Barista, Brewers e Cup Tasters serão realizados no HostMilano, na Itália, entre os dias 22 a 26 de outubro. Já as competições de Latte Art, Coffee in Good Spirits e Torra foram adiados.

Mais informações: www.worldcoffeeevents.org

TEXTO Redação • FOTO Marcus Desimoni / NITRO

Barista

Milão sediará Mundiais de Barista, Brewers e Cup Tasters em outubro deste ano

Nesta segunda-feira (19), a Specialty Coffee Association (SCA) anunciou a realização dos Campeonatos Mundiais de Café na cidade italiana de Milão. O evento sediará os Mundiais de Barista, Brewers e Cup Tasters entre os dias 22 e 26 de outubro deste ano, no HostMilano.

“Após as dificuldades e interrupções do ano passado, estamos ansiosos para retornar e trazer nossa comunidade a este show maravilhoso”, escreveu Yannis Apostolopoulos, CEO da SCA, em comunicado.

Além da novidade, a entidade também informou que por conta do recente aumento de casos de Covid-19 em Taiwan, os Campeonatos Mundiais de Latte Art, Coffee in Good Spirits e Torra, que seriam realizados em novembro de 2021, em Taipei, serão adiados.

Mais informações: www.worldcoffeeevents.org

TEXTO Redação • FOTO Gustavo Baxter / NITRO

Barista

Bartenders e baristas: Inscrições abertas para competição de drinques com licor e café

Este ano, a Licor 43 apresenta a 5ª edição do Licor 43 Bartenders & Baristas Challenge, campeonato anual que desafia os profissionais participantes a criarem as melhores receitas que levem Licor 43 e café.

Essa é a segunda vez que o Brasil participa da competição. As inscrições gratuitas ficarão abertas entre os dias 21 de junho e 11 de julho, no site global da marca. Para participar é necessário que o candidato seja bartender ou barista profissional. O desafio é criar uma receita exclusiva contendo os dois ingredientes.

Saulo Yassuda, da Veja São Paulo; Mariana Proença, da Revista Espresso; Tomas Vieira, da Zamora Company América do Sul; e Zulu, mixologista responsável pelo grupo São Bento Gastronomia, irão avaliar os coquetéis dos seis finalistas. Nesta etapa serão levados em consideração: a ideia por trás do coquetel, o nome, a influência do Licor 43, a facilidade na hora da execução, a originalidade, a apresentação, a entrega, o sabor, o aroma e o conhecimento sobre café, novidade da edição.

O vencedor nacional será conhecido no dia 2 de agosto através de live no Facebook da Licor 43 Brasil e, em seguida, disputará a final global, realizada em outubro deste ano no YouTube oficial da marca.

No ano passado, em disputa acirrada entre os seis finalistas, o bartender do Rio de Janeiro, Genilson Ribeiro, levou o título de campeão e conquistou a vaga para disputar o mundial com o coquetel Impédio, que além da combinação sensorial, relacionou histórias do Brasil Colonial a cada um dos ingredientes da receita.

A combinação do coquetel Império, servido em taça coupé, leva 25 ml de Licor 43, 15 ml de café espresso, 10 ml de bitter, 20 ml de vinho Jerez e 20 ml de uísque The Famous Grouse. Para decorar, uma folha pequena e três grãos de café finalizam a bebida.

Entre os juízes globais estão: o guru dos coquetéis Merijn Gijsbers; o consultor e educador de café, Timon Kaufmann; e Penelope Bass, editora sênior da revista americana Imbibe. A tarefa deles será encontrar a melhor nova receita de coquetel Licor 43 com café. Em 2020, Annarose Krone, do O Nic’s on Beverly Bar, em Los Angeles, foi a grande vencedora global.

Mais informações: www.instagram.com/licor43brasil

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Barista

Já conferiu detalhes dos bastidores das cafeterias? Assista ao quarto episódio da websérie da BSCA

Nesta quarta-feira (16) acontece o lançamento do quarto episódio da websérie “A História do Café Especial – O olhar da BSCA em 30 anos”, realizada pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) em parceria com a Café Editora.

O vídeo da vez traz um tema muito familiar para a maioria dos consumidores de café: os bastidores das cafeterias. Quem conta sobre o assunto é Katia Nassuno, da Flavors; Sandra Moraes, da Expocaccer; Fernando Trajano, do Café Versado; Leonardus Carvalho, Guilherme Figueiredo Gaiga e Andreia Felippe, do Âncora Coffee House; Boram Um, da Um Coffee Co.; e Clovis Althaus; do Café do Mercado.

Movimento da xícara ao grão

Com novos episódios lançados todas as quartas-feiras no YouTube da BSCA e no Instagram da Revista Espresso, o projeto busca levar informações relevantes sobre a cadeia do café especial ao consumidor final e a todas as pessoas que não possuem conhecimento deste universo, rebobinando o trajeto da bebida da xícara ao produtor e sua lavoura.

Com o intuito de aproximar as pontas do setor, a websérie conta com linguagem acessível e tradução em inglês. Deste modo, mais pessoas ao redor do mundo também podem conhecer de perto a história do café especial no Brasil e ficar por dentro de toda a qualidade da produção nacional!

TEXTO Redação • FOTO Karl Fredrickson

Barista

Fabricante de máquina de espresso: Envie seu equipamento para a certificação SCA

A Specialty Coffee Association (SCA) anuncia que os testes de equipamentos qualificados para uso nos Campeonatos Mundiais do Café (World Coffee Championships) foram iniciados como parte do Programa de Equipamentos Comerciais Certificados da SCA.

O programa analisa fabricantes de métodos, moedores e máquinas de café espresso, validando que foram projetados para dar aos baristas controle de qualidade e precisão, estejam eles no palco da competição ou atrás do bar atendendo clientes. O equipamento enviado passará por testes de desempenho usando um conjunto de padrões e avaliações desenvolvidos por especialistas da indústria.

Pré-requisito para patrocínios de categorias qualificadas para o Campeonato Mundial de Café, o programa deriva do WCE Qualified Testing, uma qualificação para equipamentos usados ​​em etapas de competição. Desde a criação desses padrões, que começou com o Campeonato Mundial de Barista em 2004, os fabricantes têm avançado em termos leia mais…

TEXTO Tradução Juliana Santin • FOTO Chase Eggenberge

BaristaCafé & Preparos

Para além da xícara: 5 projetos que transformam vidas através do café

Em 24 de maio é celebrado o Dia Nacional do Café, data escolhida para oficializar o início da colheita do fruto nas lavouras brasileiras. É neste dia que as redes sociais ficam cheias de fotos de xícaras com a bebida, mas para nós (e para muitas outras pessoas) o café é mais do que isso, é capaz de mudar vidas!

A Espresso te convida a navegar mais afundo neste universo e ter a chance de conhecer histórias de pessoas que tiveram suas trajetórias modificadas por este grão. Aqui, listamos 5 projetos sociais para você seguir, conhecer e acompanhar. Vem com a gente!

Jovens Baristas

Com as irmãs e baristas Kivian e Vitória no comando, o projeto busca profissionalizar pessoas em situação de exclusão social e contribuir para o crescimento do setor. Para isso, os jovens aprendem sobre diversos temas ligados ao café, como extração da bebida, latte art, torra, degustação e classificação, empreendedorismo e até recursos humanos. As aulas acontecem em Belo Horizonte (MG) e são totalmente gratuitas!

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Selo Amor Espresso

A própria bio do Instagram já diz: Possibilitar autonomia emocional e independência financeira para mulheres em situação vulnerável. Bacana, né? O projeto atua na Zona Norte de São Paulo (SP) e ajuda a introduzir mulheres no mercado de trabalho por meio de treinamento profissional de barista, acompanhamento psicológico e oportunidades de trabalho através de parcerias privadas.

“Muitas mulheres que participam do projeto vêm de uma situação extremamente vulnerável. Nós decidimos, então, criar uma iniciativa que vai além do assistencialismo, capacitamos mulheres a se tornarem autônomas através de treinamento técnico na área de barista. Notamos que mulheres, no geral, reinvestem a maior parte de seu salário na saúde e educação da família. Sendo assim, quando investimos na vida dessas mulheres, estamos ajudando a quebrar o ciclo de pobreza na próxima geração, ajudando a sociedade como um todo”, conta Fernanda Sabará, fundadora do Selo Amor Espresso.

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Fazedores de Café

A iniciativa da rede de cafeterias Sofá Café tem como objetivo não apenas disseminar a cultura dos cafés especiais na capital paulista, mas também abraçar a causa social e dar a oportunidade a jovens carentes através do barismo.

“O objetivo é dar a possibilidade para jovens que não tem condições de pagar um curso técnico, de entrar numa faculdade, que precisam de uma segunda chance, ou até mesmo para refugiados. É fazer do café e do nosso conhecimento como cafeteria instrumentos de mudança social!”, conta Diego Gonzales, fundador da rede e idealizador do Fazedores.

Criado em 2014, o projeto gratuito ensina a extração da bebida, harmonização, receitas, gestão do ambiente e até normas de vigilância sanitária. Após o período de aulas, os alunos estagiam em outras cafeterias e ganham prática no ramo!

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Legado Cafés

A ideia é transformar a vida de refugiados por meio da paixão por café! O projeto teve início em 2019, dentro da Fazenda Santo André, que cultiva café orgânico no município de Divisa Nova (MG). Com o auxílio da ONG Fraternidade Sem Fronteiras, os estrangeiros têm a chance de recomeçar no novo país, trabalhando na propriedade (e, para aqueles que se interessam, com direito à moradia).

“A intenção não é necessariamente de que eles se fixem aqui, mas que sirva como porta de entrada para que criem suas próprias asas”, conta Rafael Jacob, idealizador do projeto. Inclusive, no ano passado, a iniciativa foi premiada pela Pesquisa Empresas Humanizadas em categorias como liderança, estratégia de valor compartilhado, colaboradores e adaptabilidade evolutiva.

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Chefs Especiais Café

Mais do que uma cafeteria, é também inclusão e representatividade. A Chefs Especiais Café, localizada no bairro do Jardins, na cidade de São Paulo (SP), dá oportunidade para pessoas com Síndrome de Down. As comidinhas servidas são feitas por eles, que são capacitados no Instituto Chefs Especiais, assim como todo o atendimento da casa, que conta com um visual Rock N Roll!

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TEXTO Redação • FOTO Agência Ophelia

Barista

Barista de Curitiba (PR) leva a melhor no 1º Campeonato Brasileiro de Latte Art com leite vegetal

No último domingo (11), foi divulgado o resultado do Campeonato Brasileiro de Latte Art com Deleite Vegetal, promovido pela Naveia. A grande campeã foi a barista Amanda Albuquerque, de Curitiba (PR), que enfrentou Leonardo Pires, também da capital paranaense, na final da edição.

Leonardo Pires, barista do Senac Paraná, e Amanda Albuquerque, barista do Prestinaria

“Esse campeonato me tirou completamente não só da zona de conforto, mas também de dias de desânimo nessa loucura que estamos vivendo no mundo. Em várias fases eu achei que não conseguiria passar, até porque só tinha baristas muito bons competindo”, comemorou a vencedora. Já o vice-campeão escreveu em sua rede social que a disputa é uma oportunidade de autoavaliação: “quando a Amanda falou que iríamos competir um contra o outro, contestei falando que nunca competiríamos contra, mas sim juntos. Na verdade competimos contra nós mesmos”.

A disputa “mata-mata”

A competição contou com 32 participantes de diversas partes do Brasil e teve início em 1º de março. Organizadas totalmente à distância, de maneira on-line através do Instagram, as disputas consistiram em sistema “mata-mata”, com os baristas de cada chave escolhidos aleatoriamente.

Ao longo das semanas seguintes, os latte arts feitos pelos competidores foram soltos nos stories da Naveia, onde o público pôde votar no favorito de cada chave. Além do voto popular, os desenhos feitos com o leite vegetal da marca também foram julgados pelo atual Campeão Brasileiro de Latte Art e anfitrião da competição, Tiago Rocha, e por Camila Romano, sócia da cafeteria paulista King of the Fork.

“O campeonato da Naveia foi pensado para trazer oportunidades e uma experiência em competição à baristas de todas as regiões do Brasil. Organizar isso de forma on-line é um grande desafio, mas o que sempre mantém essas ideias de competição conectadas são as pessoas que participam. E o campeonato da Naveia juntou pessoas do Brasil inteiro, fazendo com leia mais…

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Divulgação

Barista

Trabalha com café? Saiba como participar do Catálogo de Educadoras criado pela IWCA Brasil

Foto: Felipe Gombossy

Com o intuito de ajudar novos profissionais e empreendedores do café, a Aliança Internacional das Mulheres do Café (IWCA Brasil), ao lado do Programa Ganha-Ganha da Onu Mulheres, Organização Internacional do Trabalho e União Europeia, está criando um mapa de competências.

O Catálogo de Educadoras é exclusivo para mulheres que prestam serviços educacionais no café e a Trilha de Aprendizagem irá gerar um mapa trilíngue que será útil para todos os profissionais do café.

Helga Andrade, consultora da Onu Mulheres para o Ganha-Ganha, explica que o mapa de competências será uma relação dos principais conhecimentos, habilidades e comportamentos que profissionais do setor consideram essenciais para obter sucesso na carreira ou no negócio.

“O próximo passo é a revisão das competências por especialistas de cada área e o desenvolvimento de um catálogo que vai contar por que elas são relevantes e dar dicas aos novos profissionais sobre como construir a sua própria trilha de aprendizagem no café. Em paralelo a isso, o Catálogo de Educadoras vai trazer visibilidade para as mulheres que podem ajudar novos profissionais por meio de cursos e consultoria”, completa.

Como funciona

O Catálogo Educadoras do Café é uma oportunidade para consultoras, professoras, instrutoras e mentoras de todas as áreas serem reconhecidas e localizadas por potenciais clientes que queiram aprender mais sobre o assunto.

Para participar, basta realizar o cadastro neste link até 18 de abril. Cada mulher inscrita terá suas informações comerciais e uma foto de rosto publicadas no catálogo. As associadas IWCA Brasil terão espaço extra com informações sobre currículo, certificados e prêmios. Para se associar, acesse aqui. Para saber mais sobre o projeto, clique aqui.

Já a Trilha de Aprendizagem consistirá em um catálogo de mapas em três idiomas (inglês, espanhol e português) que descreverá as principais competências que profissionais do café precisam desenvolver para alcançar o sucesso em seus negócios/carreira. O formulário deve ser preenchido até 20 de abril.

A publicação será distribuída gratuitamente em junho de 2021. Para esclarecer as dúvidas dos projetos, nesta terça-feira (13) será realizada uma live, às 19h, no Instagram da IWCA. Para demais esclarecimentos, envie um e-mail para helgacristina.carval@unwomen.org.

TEXTO Redação • FOTO Felipe Gombossy

Barista

BSCA retoma curso de Q-Grader com adaptações dos órgãos de saúde

A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) anunciou a retomada da realização de seus cursos de formação de Q-Graders, que estavam suspensos desde o fim de 2019 devido à pandemia do novo coronavírus.

“Recebemos muitos contatos solicitando a retomada de nossa capacitação. Adaptamos todos os procedimentos aos protocolos dos órgãos de saúde nacionais e mundiais relacionados à prevenção contra a Covid-19 e conseguiremos ministrar os cursos respeitando a vida e a saúde de todos os envolvidos, desde alunos até os profissionais da BSCA”, explica Vanusia Nogueira, diretora da BSCA.

Duas turmas já estão completas e a terceira ainda possui vagas em aberto. Essa última será realizada entre 10 e 15 de maio, na sede da BSCA, em Varginha (MG), das 8h às 18h, com aulas ministradas pelo instrutor Joel Shuler. Para se inscrever clique aqui.

Os interessados em realizar a capacitação podem entrar em contato através do e-mail luisa@bsca.com.br e fazer sua solicitação para inclusão na lista de espera dos próximos cursos.

Q-Graders

Os profissionais que obtêm o certificado de Q-Grader se qualificam como provadores e classificadores de café mundialmente reconhecidos pelo Instituto de Qualidade do Café (Coffee Quality Institute – CQI), entidade internacional sediada nos EUA, que trabalha para a evolução da qualidade cafeeira global através de treinamentos e exames práticos, os quais permitem o desenvolvimento de competências para a análise sensorial, além da habilidade em avaliar os defeitos da bebida.

Os cursos possuem vagas limitadas e os alunos serão submetidos a treinamentos e exames desenvolvidos com base na metodologia da antiga Specialty Coffee American Association (SCAA), atualmente Specialty Coffee Association (SCA).

As aulas contêm exercícios teóricos e práticos. Ao final, os alunos realizam exames para buscarem a obtenção da “Licença Q-Grader”, que os capacitará para atuarem no leia mais…

TEXTO Redação • FOTO Agência Ophelia

Barista

Eystein Veflingstad: “Eu andava pela faculdade com uma prensa francesa de 1 litro”

“Sempre achei muito interessante, porque é uma ciência. É divertido, mas difícil. Tem que controlar muitos fatores”. O mestre de torra norueguês Eystein Veflingstad poderia estar falando do próprio ofício. Essa é, no entanto, a explicação para uma de suas paixões, a fotografia. “Acho que essas características foram o principal motivo para eu me interessar por café”, avalia. Ele conheceu o barismo quando estudava a oitava arte no Canadá, no final dos anos 1990.

Com o advento das imagens digitais, na época, ele desistiu de trabalhar com fotografia analógica e passou a se dedicar ao café. Há mais de cinco anos é dono da 3ª Onda Café, empresa baiana que forma e instrui produtores pelo Brasil. Com sotaque peculiar, dominando o português, ele viaja o ano inteiro pelas regiões produtoras. Apesar da grafia um pouco diferente, Eystein tem o nome do célebre cientista, e não é por acaso. Gosta da tecnologia, mas se dá melhor mesmo é na relação com as pessoas. Em 2014, foi campeão norueguês no concurso nacional de aeropress e é o organizador do campeonato nacional desse método no Brasil, que está na terceira edição.

Como é a vida de um consultor de café?

Um consultor vai dedicar 20% do dia dele para revisar cursos, desenvolver projetos novos. Ele gasta 60% do tempo prospectando clientes, tentando abrir mercado. No final, tem 20% do tempo livre para realmente fazer o que ama. Eu amo torrar café, dar cursos, mas estou há um ano e meio trabalhando mais com produtores, especialmente os pequenos.

Qual é o perfil deste agricultor com o qual você trabalha?

São produtores familiares, alguns com filhos crescidos, que estão tentando trabalhar com café de qualidade. Já trabalharam com commodity, mas o retorno é muito baixo e uma fazenda pequena tem custos muito altos. Eles geralmente moram em casas que têm goteira quando chove, um carro popular para atender a todos, tudo muito simples. É uma vida difícil.

Como é sua relação com eles?

Muitas vezes recebo convites para me hospedar com eles e ver como podemos criar um café especial. Para quem trabalha com commodity, não é tão difícil mudar. O próximo passo é o mais detalhado: depois do período da consultoria, é preciso saber torrar amostras e provar o café. Senão, esses agricultores vão ficar nas mãos das pessoas que compram o produto. No final, você ganha duas vezes, porque também prova os cafés, que é o melhor da experiência. Já comecei a trabalhar com produtores que estavam com cafés de 78 pontos e conseguimos aumentar até 6 pontos em apenas um ano de trabalho.

Como você vê o mercado de café brasileiro?

Alguns anos atrás era difícil beber uma boa xícara de café. Isso está mudando porque somos um monte de torrefadores pequenos procurando qualidade. Se um produtor tem duas sacas de um café incrível, ele tem cliente. Temos como fazer pesquisa, o produtor consegue investir tempo e conhecimento para fazer um café bom. Parece que estamos indo devagar, mas café é assim mesmo.

Por que você veio para o Brasil?

Eu e minha esposa, Marina, que é brasileira, vivemos na Noruega por quase dez anos. Ela queria voltar para cá, e eu tinha certeza de que conseguiria algo bom para fazer aqui. Tinha uma amiga mineira, de uma cidade perto de Caparaó e de Manhumirim, a Josiane Cotrim, que me dizia que eu precisava ir à Semana Internacional do Café. Fui à edição de 2014, conheci um monte de gente, fui convidado para visitar fazendas… Isso realmente foi o meu lançamento aqui, abri a 3ª Onda naquele ano mesmo.

Você se lembra da primeira em vez que provou café?

Eu fiz café pela primeira vez com uns 12 anos, quando era escoteiro. Estava na floresta, usei meio pacote de pó e 1/2 litro d’água. Foi terrível. Comecei a me interessar pelo café de qualidade quando estava na faculdade. Na cidade canadense em que morei, tinha uma cafeteria com bons cafés. Nas férias de verão, na Noruega, arrumei um emprego com fotografia durante o dia e, de noite, trabalhava na cafeteria ao lado do estúdio. Voltei para a escola com 8 quilos de café. Eu era o rapaz que andava pela faculdade com uma prensa francesa de 1 litro, só para mim.

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso referente aos meses setembro, outubro e novembro de 2017 – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

TEXTO Clara Campoli • FOTO Vitor Macedo