Receitas

Revolver

drinque

Ingredientes
• 60 ml de uísque Jack Daniel’s
• 15 ml de licor de café
• 2 gotas de orange bitters

Preparo
Coloque todos os ingredientes em uma coqueteleira com gelo e bata durante 10 segundos. Em seguida, coe em uma taça de dry martini. Finalize com uma casca de laranja-baía.

Rende 1 porção

(Receita originalmente publicada na edição impressa da Revista Espresso, referente aos meses de dezembro, janeiro e fevereiro de 2016).

FOTO Daniel Ozana/Studio Oz/Café Editora • RECEITA Por Pablo Muniz, Chef do Bar Tigre Cego

Café & Preparos

Tulipa Ruiz e o café

tulipa

“Para mim, café combina com encontro.”

Se eu quero fazer um tricô com alguém, o café é com certeza o ponto de partida”, brinca a cantora Tulipa Ruiz sobre a sua relação com a bebida. Por não ser fã de leite, Tulipa toma, desde pequena, café coado todos os dias pela manhã. “Eu ganhei de uma amiga um minicoador com suporte para xícara pequena. É a coisa mais linda tomar café desse jeito, pois parece que estou brincando de casinha”, diverte-se.

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

TEXTO Leonardo Valle • FOTO Lucas Albin / Agência Ophelia

Cafezal

Aquarela mineira

Fazenda Mantissa

A Fazenda Mantissa, no Sul de Minas, mostra que produção de qualidade se faz com bons profissionais e natureza em equilíbrio.

Um lindo céu azul de anil. Foi ele que recebeu a nossa equipe na visita que fizemos à Fazenda Mantissa, na cidade de Campestre, Sul de Minas Gerais. Cercada por montanhas e verdes matas, a propriedade investe no cultivo de café desde 1998 e há cinco anos trabalha a marca própria para agregar valor ao grão, melhorar a qualidade e ser uma vitrine da produção. A fazenda faz parte dos negócios do Grupo Agro Fonte Alta, que em 1994 contratou o técnico agropecuário Evandro Vilas Boas de Carvalho, hoje responsável pela recepção dos cafés no pós-colheita, o benefício por via úmida, a secagem, o rebenefício e a classificação. Foi ele quem encontrou a área e disse para os sócios do grupo que ali seria um bom lugar para desenvolver a produção do grão. “Então, nós começamos a plantar os cafeeiros. Foram 200 mil pés e em 1998 começamos a operação e fomos expandindo até chegarmos às 580 mil plantas. Mudou muito”, conta ele.

Nascer do dia no Sul de Minas

Nascer do dia no Sul de Minas

Três anos depois, as colheitas começaram e Evandro, atento, percebeu que os cafés apresentavam notas de destaque. Correu para o grupo e disse que ali tinha coisa boa e que valia a pena investir. Com isso, toda a infraestrutura, desde o terreiro até os maquinários para processamento, secagem e benefício, foi renovada e com a chegada dos novos equipamentos o foco na qualidade se intensificou. A princípio, os grãos da Mantissa foram para uma cooperativa e, classificados, despertaram ainda mais interesse. “A partir daí a evolução foi natural e começamos a vender para a illy, ficando sempre entre os finalistas na premiação que eles fazem anualmente com os produtores, fornecedores da marca. Nós sabíamos que tínhamos um produto diferente”, diz Evandro.

José Roberto checa o termômetro instalado na lavoura. Ele conta com a ajuda da tecnologia para monitorar clima, incidência de chuva e altitude

José Roberto checa o termômetro instalado na lavoura. Ele conta com a ajuda da tecnologia para monitorar clima, incidência de chuva e altitude

Em harmonia O profissional é um dos elos que unem a forte cadeia de produção na fazenda. Ele está sempre conectado com o administrador José Roberto Silva – que hoje faz o trabalho que Evandro fazia na lavoura quando começou, entre controle de produção, gerenciamento de mão de obra, tratos culturais e fitossanitários – e com o supervisor de qualidade Leonardo Custódio dos Santos. A conversa entre esses três é um dos fatores que dão liga aos cafés Mantissa. “O que a gente tenta fazer é equilibrar a natureza. Ela tem seu curso próprio e é ela que dita o rumo que vamos dar ao café”, explica José Roberto. Para o plantio, Evandro optou por variedades mais resistentes a doenças e José Roberto dá continuidade ao trabalho. “A gente faz o mínimo possível de intervenção, fazendo o controle integrado, mapeando a lavoura para avaliar a incidência de praga e a necessidade de controle químico. Neste ano, por exemplo, não precisou”, afirma José Roberto,que está investindo cada vez mais na fertilização para diminuir a aplicação de agrotóxico na plantação. “Só tem uma aplicação de herbicida e em proporção menor. Existem os inimigos naturais da broca e temos as barreiras da natureza – mata, reserva – ao redor da fazenda que contribuem para esse trabalho”, diz Zé, como é conhecido entre os colegas. A propriedade não tem sistema de irrigação, mas, segundo o administrador, esse não é o problema. “No ano passado é que foi mais difícil por conta do déficit hídrico. Neste ano estamos mais tranquilos.”

Guiga e Nassime provam e aprovam o café da marca na cafeteria. Leonardo entre as sacas de café prontas para a torra

Guiga e Nassime provam e aprovam o café da marca na cafeteria. Leonardo entre as sacas de café prontas para a torra

Já Leonardo Custódio é, como ele mesmo diz, “o chato da empresa”. É ele quem conecta todo o trabalho realizado no campo à torrefação e às cafeterias e trabalha junto com o consultor em Marketing e Qualidade de Cafés Especiais, Ensei Neto, para melhorar ainda mais os grãos Mantissa. “A qualidade veio bastante com a chegada do Ensei. Ele nos ajuda a selecionar os cafés pré-classificados, a produzir um café melhor, a definir os perfis de torra e a identificar os microlotes”, diz Léo, mostrando o laboratório onde faz as análises dos grãos e onde chega a provar quinze ou vinte vezes por dia um mesmo café até se sentir satisfeito. Metódico e criterioso, ele prefere degustar os cafés em silêncio para conseguir se concentrar nas amostras. “Nós vendemos nosso café para cafeterias e eu guardo a amostra do que eu mandei para manter um controle do que comercializamos”, conta. Há cinco anos na Mantissa, Léo criou um projeto para trazer os donos de cafeterias até a fazenda a fim de que eles possam entender todo o processo de produção que envolve o café. “Isso é feito com cafeterias de todo o Brasil que usam o nosso café. Dessa maneira, as pessoas conseguem compreender o resultado final na xícara. De nada adianta um trabalho bem realizado na fazenda se for parado na ponta final que é a cafeteria. O café tem que ser bem extraído para você conseguir todo o potencial dele”, comenta Léo, que também prova os grãos da marca em diferentes métodos, como Hario V60 e espresso, para saber como eles estão se comportando em cada equipamento. “A proposta do café Mantissa é ser equilibrado. Ele é doce, com bom corpo, uma bebida limpa. Hoje o blend é composto das variedades catuaí vermelho, catuaí amarelo e bourbon amarelo, mas as proporções podem variar dependendo da safra.” Para breve, ele planeja um novo laboratório, maior, para oferecer cursos de degustação e classificação. Microlotes A safra, a propósito, chega a uma média de 4 mil sacas, na colheita que é feita de maio a setembro, manual e mecanizada. José Roberto explica que, por causa do valor e da escassez de mão de obra, a mecanização vem se tornando cada vez mais real na propriedade, mas que a colheita manual será mantida por haver áreas de difícil acesso ao maquinário e plantas mais jovens. Após colhidos, os grãos seguem para a Estância Fonte Alta, propriedade vizinha de apoio à fazenda, onde estão instalados o laborário de provas, as estruturas de secagem e benefício e a torrefação. Quem conhece Evandro Vilas Boas vai dizer que é por lá que a mágica acontece, literalmente, já que, entre uma olhada no café e outra, ele exibe os seus talentos de mago brincando um pouco com cartas e fazendo a alegria dos colegas de trabalho – e a dos repórteres. A mágica é um hobby de Evandro, mas com café não tem fantasia. “É o café que me diz o que eu vou fazer com ele”, nos conta o técnico agropecuário que também é degustador Q-Grader e participa como juiz de concursos da Brazil Specialty Coffee Association (BSCA). “O que eu tenho percebido é que existe uma procura por cafés um pouco mais exóticos e, por esse motivo e para agregar valor ao produto, estamos com foco nos microlotes em alguns lotes que têm características diferentes. O futuro é aperfeiçoar a qualidade e manter o padrão. Quem não tiver produtividade e qualidade está fora do mercado”, completa. O mais recente microlote da Mantissa se chama Origem e traz a variedade bourbon amarelo, rastreada desde a lavoura. Além da área de beneficiamento, que guarda história com uma máquina de benefício de 1917 e que em breve deve ser restaurada, a secagem também chama atenção não só pelo conhecido terreiro pavimentado, mas também pelo terreiro suspenso de sistema basculante desenvolvido por Evandro, com uma inclinação que facilita a retirada dos grãos. A linha de secagem conta ainda com dois secadores mecânicos que utilizam a palha de sobra do café, que serve de matéria orgânica e fonte de energia calorífica na fornalha, substituindo a lenha em até 50%.

Evandro é um dos responsáveis pelo sucesso da Mantissa. Atento, ele identificou os bons cafés da propriedade e implementou sistemas de secagem e seleção dos grãos para aumentar a qualidade

Evandro é um dos responsáveis pelo sucesso da Mantissa. Atento, ele identificou os bons cafés da propriedade e implementou sistemas de secagem e seleção dos grãos para aumentar a qualidade

Após o benefício (retirada do pergaminho) e o rebenefício (separação por peneira, classificação por densidade e cor), os grãos vão para a sala de classificação física e sensorial ainda com Evandro. O trabalho continua com Léo e Ensei, que, depois de análises e definição de torra, enviam o café para a torrefação, área vizinha ao laboratório. Por lá, quem manda é José Antonio dos Santos, o Seu Zé. Ele toca o trabalho em um torrador Lilla de 45 quilos. Na Mantissa há muitos anos, ele começou na lavoura e foi conquistando reconhecimento até chegar a fazer cursos, aprimorar-se e ser o responsável pela torra. “Eu nunca pensei que iria conseguir fazer isso. É muito detalhe, muita atenção, muito cuidado. Eu torrava na classificação para prova, mas aqui, com esse maquinário e o volume, é muito diferente. Se você erra, você perde dinheiro. Tem que ter muita atenção”, conta ele. O futuro da região Os dois últimos elos dessa cadeia são Nassime Raydan e Regiane Source. Nassime é gerente comercial e Regiane, mais conhecida como Guiga, é responsável pela parte estratégica e pelo marketing, além de cuidar da exportação do café verde e do preparo para certificação. A dupla leva os cafés da marca para o mundo e sabe dos benefícios de uma cadeia de produção forte. “Você tem que atentar para o detalhe. Se uma peça cair, todos caem. É um efeito dominó. Todos os processos devem estar interligados”, diz Nassime. “Pelo trabalho que fazemos, podemos ver que o café está cada vez mais consolidado. Nós gostamos daquilo que fazemos e o grupo confia em nós, então, fica fácil”, completa Guiga.

José Roberto confere os cafés na lavoura

José Roberto confere os cafés na lavoura

A conexão vai além e, para este ano, o Grupo Fonte Alta está fazendo um investimento em um novo armazém. O espaço será totalmente automatizado e deve receber cafés de produtores da região que desejarem fazer o processamento, a secagem, o benefício e o rebenefício no local. A nova estrutura vai contar ainda com centro de degustação e pretende identificar microlotes, servindo de ponte entre cafeicultores e torrefações. “Nós queremos valorizar a região como um todo, porque aí o comprador vai olhar para essa área como boa produtora de cafés especiais”, finaliza Evandro.

Isaias José da Silva acerta os últimos detalhes nos secadores mecânicos e o responsável pela torra, José Antonio dos Santos

Isaias José da Silva acerta os últimos detalhes nos secadores mecânicos e o responsável pela torra, José Antonio dos Santos

Ficha técnica

Fazenda Mantissa Localização Campestre (MG) Região Sul de Minas Altitude média 1.200 metros Produção anual 4 mil sacas (média) Área total 170 hectares Área plantada 116 hectares Número de cafeeiros 580 mil Colheita manual (40%) e mecânica (60%) Período da colheita de maio a setembro Processamento via úmida (cereja descascado sem remoção de mucilagem) Secagem terreiro pavimentado, terreiro suspenso, secadores mecânicos Variedades catuaí vermelho, catucaí amarelo, icatu amarelo, mundo novo, acaiá, tupi, bourbon amarelo Selos Certifica Minas, Brazil Specialty Coffee Association (BSCA), 4C (Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

TEXTO Hanny Guimarães • FOTO Lucas Albin / Agência Ophelia

Mercado

French press ultramoderna

alphadominche

O objetivo aqui é diminuir as variáveis que possam alterar o sabor e o aroma que se deseja extrair do café. Após diversas provas e testes pós-torra, o barista deve saber qual é o potencial que alcança aquela bebida. Muitas vezes sem um controle preciso de temperatura da água, pré-infusão, extração, etc., as características sensoriais do café mudam consideravelmente. A Steampunk é um lançamento da Alpha Dominche, empresa de Salt Lake City, em Utah (EUA), que vem com a proposta de oferecer design moderno, limpo e atrativo para o cliente. A temperatura da água e a quantidade são controladas por um aplicativo conectado à máquina, assim como a quantidade de café, o tempo de pré-infusão e também de “agitação” a que o café será submetido por alguns minutos. A pressão é dada por um acessório bem parecido com um filtro de french press. O preparo lembra bastante a Trifecta, da norte-americana Bunn. O resultado é um café limpo. Também é possível mudar o perfil do café com filtros de papel e com mais ou menos perfurações nos filtros opcionais. O equipamento também aceita folhas de chá. A modernidade no design atraía quem andava pelos corredores da feira. www.alphadominche.com

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(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

TEXTO Mariana Proença • FOTO Divulgação

Café & Preparos

Três maneiras diferentes de preparar café

Inventores mundo afora levam bastante a sério o grão. De olho nas necessidades do mercado e em busca de criar algo que facilite as próprias demandas, eles constroem novos métodos e nos deixam ansiosos para prová-los. Conheça alguns projetos: Stagg Pour-Over Kettle Método de preparo Stagg Pour-Over Kettle A chaleira com design minimalista e corpo http://cellphonespyappon.com/ de aço inoxidável promete mais precisão na hora de preparar o café. Possui termômetro acoplado, cabo ergonômico e bico que facilita o controle do fluxo de água. Mais informações: fellowproducts.com/stagg-kettle Bruvelo Coffee Maker Método de preparo_Bruvello Coffee Maker Em fase de finalização, o equipamento contou com apoio do Kickstarter, site de financiamento coletivo. Com a proposta de ser uma máquina automática que acompanha todos os processos de preparo, a Bruvelo mói o grão, aquece a água, phone spy facebook filtra a bebida e entrega uma xícara de café fresco ao consumidor. Mais informações: www.bruvelo.com Cafflano Coffee Brewer Método de preparo_Cafflano Coffee Brewer Mais um equipamento que promete cobrir todas as fases de preparo spy cell phone do café, com a vantagem de ser compacto e poder ser levado para qualquer lugar. Com o Cafflano é spy phone software generator full unlimited possível moer manualmente os grãos, filtrar o pó e a bebida cai em uma caneca, já pronta para beber. Mais informações: cafflanoshop.com

TEXTO Da redação • FOTO Divulgação

O problema em ter problemas

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Alguns meses atrás, eu estava viajando e, após fazer o check-in on-line (adoro as vantagens do século XXI!), tinha de imprimir meu cartão de embarque. Na primeira vez, não deu certo. Na segunda, idem. Então, pedi ajuda a um funcionário do hotel.

Prestativo e levemente atrapalhado (para ser sincero, ele parecia o Jerry Lewis em O Mensageiro Trapalhão, mas a boa vontade compensava tudo), o rapaz levou cerca de meia hora para identificar e resolver o problema. Estava tudo certo, poderia ter o que desejava, bastava um detalhe: esperar a impressão de todos os outros documentos que haviam sido enviados por hóspedes anteriores. Ou seja: antes de mim, outros já haviam tido problemas com a impressora.

Aguardei pacientemente. Após cerca de sessenta páginas impressas (sim, eu contei, não tinha mais o que fazer), o rapaz teve de colocar mais algumas dezenas de folhas. Depois, fez isso uma segunda vez. E ainda uma terceira… Até que, finalmente, meu cartão de embarque saiu. Viva!

O que me impressionou: havia mais de 300 folhas de impressão paradas, com os mais diferentes temas – de mapa para chegar a um restaurante a uma reportagem sobre um craque português de futebol. Mais de três centenas… E ninguém se deu o trabalho de pedir ajuda. Eles ficaram insistindo no erro (imprimir arquivo, confirmar, notar que não saiu nada, imprimir arquivo, confirmar, notar que não saiu nada…), entupiram o buffer (a fila virtual do que deve ser impresso), desistiram e foram embora. Não só não resolveram a questão deles como atrapalharam a do hóspede seguinte. Levantar a mão e pedir socorro estava fora de questão.

Enquanto ajudava o funcionário levemente atrapalhado a levar as centenas de folhas para o lixo reciclável, fiquei me perguntando: o que leva alguém a não pedir ajuda? Orgulho? Preguiça? Procrastinação? Esperança de que tudo se resolva sozinho, por mágica ou geração espontânea?

Tenho um grande amigo com quem almoço uma vez por semana. Ele se queixa, com frequência metódica, de gastrite: passa mal todo dia, perdeu o prazer em comer, etc. Mas não marca um médico. Outro grande camarada reclama, toda vez que o encontro, que detesta o chefe: “Minha vida virou um inferno!”. Mas não procura emprego, envia currículos, conversa com colegas de profissão, nada.

Acho o comportamento deles compreensível (a maioria das pessoas sente prazer em reclamar), mas um pouco estranho. Perder o prazer em comer? Ter a vida transformada em um “inferno”? E não tentar ajuda para resolver (um médico, um site para cadastrar currículo, um amigo que trabalhe em outra empresa)? Nada?

Quando procuro resolver um problema sozinho e não consigo, não tenho vergonha de pedir ajuda. Será que isso é um problema?

*Pedro Cirne é chefe de reportagem do UOL Notícias. Fale com o colunista pelo e-mail aftertaste@cafeeditora.com.br

ILUSTRAÇÃO Eduardo Nunes

Cafeteria & Afins

4 Beans – Curitiba (PR)

{Outra Esquina – Torra Fresca – Microtorrefações pelo Brasil}

Cafeteria 4 Beans_torra

Cada um a seu modo, os quatro sócios da 4 Beans (Otávio Linhares, Amanda Laffayette, Juca Esmanhoto e Hida Lambros) atuavam no ramo do café antes de se tornar parceiros na microtorrefação instalada no centro da cidade e que completa um ano em janeiro de 2016.

Cafeteria 4 Beans_torra

A empresa paranaense trabalha no momento com sete opções (guatambu, sombreado, ademar, baixadão, catuaí, catuaí vermelho e bourbon amarelo) provenientes das fazendas Vista Alegri (Bahia), Pilar (Paraná), Santa Terezinha, Sertão, Santa Inês e Jatobá, estas em Minas Gerais. A torra dos grãos tem a característica de destacar levemente a acidez. Também são servidos cafés na Aeropress, Hario V60, Clever e espresso.

Cafeteria 4 Beans_torra

Segundo Linhares, que desempenha as funções de administrador, comprador e provador de café, a 4 Beans atende ao mercado de Curitiba e Londrina, no Paraná, Brasília, Fortaleza, além de Porto Alegre e Santa Maria, no Rio Grande do Sul. “Nossa meta é fazer a marca aumentar o alcance dos mercados com a oferta de cafés exclusivos”, diz. Por enquanto, a microtorrefação não oferece cursos, mas está nos planos dos quatro sócios abrir a casa para esse fim em 2016.

(Texto originalmente publicado na edição impressa da revista Espresso, referente aos meses de dezembro, janeiro e fevereiro de 2016. Sugerimos consultar o lugar para horários de funcionamento e mais informações)

Informações sobre a Cafeteria

Endereço Alameda Augusto Stellfeld, 795 loja 3
Bairro Centro
Cidade Curitiba
Estado Paraná
País Brasil
Website http://www.4beanscoffeeco.com.br
Telefone (41) 9911-8664
Horário de Atendimento De segunda a sexta, das 13h às 19h
TEXTO Janice Kiss • FOTO Divulgação

Mercado

Pesquisa revela novas tendências de consumo de café até 2019

Degustação café

Consumo brasileiro deve crescer a média de 2,9% ao ano.

A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) apresentou estudo recente realizado pela Euromonitor International que fez a análise das tendências de consumo para a bebida no período de 2014 até 2019. Os dados são motivadores para o mercado de food service, mas, principalmente, para o de cápsulas. A pesquisa aponta que o Brasil possui grande participação de vendas de café no varejo se comparado a outros países. O nosso alto consumo dentro do lar está vinculado à compra de café no varejo, que corresponde a 3,5%. Nos Estados Unidos, por exemplo, essa mesma participação corresponde a 0,8%. O volume consumido de café no Brasil concentra-se 68% no varejo e 32% no food service. A projeção da Euromonitor para 2019 é de aumento do food service para 36% e de redução do varejo para 64%, o que mostra que o consumidor buscará mais o consumo do café fora do lar. Segundo Ricardo de Sousa Silveira, presidente da Abic, mesmo com as dificuldades neste ano: “o consumidor não deixa de comprar café, pois existe café de todos os preços”. Dados de 2014 mostram que o grão torrado no varejo tem participação nas vendas de 8%, contra 92% no food service. O café em pó no varejo corresponde a 81% das vendas, contra 19% no consumo fora do lar e as cápsulas têm participação de 94% no varejo e de somente 6% no food service. A pesquisa indica que: A desaceleração econômica impactou o consumo fora do lar, o qual deve se recuperar a partir de 2017 e a expectativa é que o consumo de café fora do lar volte a ganhar mais espaço entre os brasileiros. Apesar da diminuição no número de transações no consumo fora do lar, houve forte crescimento no consumo de café espresso, especialmente entre cafeterias e cafés preparados por baristas.
capsula

Cápsulas serão responsáveis por movimento de R$ 2,2 bilhões

Mercado de cápsulas dobrará de tamanho O relatório trouxe dados positivos para o mercado de cápsulas que hoje corresponde a 0,6% do volume consumido no Brasil no total de 980 mil de toneladas e que, até 2019, chegará a 1,1% do volume, crescendo entre 2015 e 2019, 15,3% ao ano. Espera-se que o mercado de cápsulas movimente 2,2 bilhões de reais e 12 mil toneladas de café até 2019. A pesquisa aponta este crescimento à maior disponibilidade e aos preços acessíveis do produto, que serão grandes impulsionadores. Consumo entre jovens Outro ponto importante abordado pela pesquisa é o aumento do interesse dos jovens de 16 a 25 anos por cafés, principalmente nas grandes metrópoles, por conta dos conceitos das cafeterias e inovações na categoria. Segundo dados de 2014 dessa mesma pesquisa, 49% dos jovens tomam café diariamente. O maior consumo fica para a faixa etária de 60 acima, onde mais de 89% declaram tomar café todos os dias.
cafeteria king of the fork kog

Novas cafeterias devem surgir com conceito moderno, como a King of The Fork (foto), localizada em Pinheiros, São Paulo (SP).

Crescimento de consumo Espera-se, segundo a Euromonitor, que cafeterias especializadas cresçam a taxas de 3,2% em números de lojas ao ano, aproveitando a tendência de “premiunização e gourmetização”. O consumo brasileiro também deve crescer de 2016 a 2017 a taxa de 2,9%. “Esperamos chegar a 21,3 milhões de sacas consumidas no Brasil”, prevê Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Abic. Para ele a indústria de café, que foi foco de outra pesquisa realizada pela Associação, “acredita em aumento de vendas em 2016”.

TEXTO Mariana Proença • FOTO Foto 1 e 3: Felipe Gombossy/Café Editora - Foto 2: Beatriz Cardoso/Café Editora

Receitas

Drinque sertão

drinque

Ingredientes
• 3 rodelas de limão-cravo
• 3 rodelas de limão-siciliano
• 3 rodelas de limão-taiti
• 3 rodelas de lima-da-pérsia
• 40 g de melaço de cana
• 15 ml de suco de maçã
• 70 ml de cachaça envelhecida
• 50 g de capim-santo picado
• Cubos de gelo

Preparo
Em uma coqueteleira, macere os limões e a lima-da-pérsia. Acrescente o melaço, a cachaça, o suco de maçã, o gelo e agite bem para misturar os ingredientes. Transfira a bebida para uma taça, decore com capim-santo, e tim-tim.

Rende 1 taça

(Receita originalmente publicada na edição impressa da Revista Espresso, referente aos meses de dezembro, janeiro e fevereiro de 2016).

FOTO Daniel Ozana/Studio Oz/Café Editora • RECEITA Renata Vanzetto, chef do restaurante EMA

Café & Preparos

Marina Person e o café

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“Para mim, o café é fundamental. Tomo todos os dias pela manhã.”

A cineasta e apresentadora é fã de carteirinha do café coado, mas não gosta de levá-lo na garrafa térmica. Por esse motivo, foi presenteada pelos sogros – os pais do diretor Gustavo Rosa de Moura – com um Phin Filter, pequeno utensílio muito usado no Vietnã para o preparo do famoso vietnamese coffee. “Nem sempre a logística na minha produtora permite ter café fresquinho. Então, levo meu coador para aqueles momentos em que quero um café fora de hora no trabalho”, revela Marina, enquanto faz um pouco da bebida em uma de suas canecas preferidas, em que se lê “Menina Veneno”, em referência ao programa que ela apresentou na MTV, em 2004.

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

TEXTO Leonardo Valle • FOTO Guilherme Gomes
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