Mercado de bilhões

“Mas você foi para a Coreia do Sul?” Essa foi a pergunta que eu mais ouvi nos últimos meses. Um país tão distante para nós. Acho normal a reação das pessoas em um primeiro momento. “Você foi fazer o quê?” A segunda pergunta, natural na sequência: “Tem café lá?”. Pessoal, tem muito café! Não fui a nenhuma plantação, até porque na Coreia não tem clima para isso. Porém, tem muita cafeteria, torrefação e tudo o que você possa imaginar sobre lugares relacionados à bebida. É uma loucura, mesmo! Para se ter uma ideia, em levantamento de 2016, foi identificado só em Seul, a capital sul-coreana, o impressionante número de 18.316 cafeterias, de acordo com o The Korea Economic Daily.

O município tem 10 milhões de habitantes, número semelhante ao da população da cidade de São Paulo, porém, um território quase três vezes menor. Numa quadra encontram-se várias cafeterias, o que levou o poder público a estabelecer que os empreendimentos precisam estar a uma distância de 3 metros um do outro (o que não resolve muito, cá entre nós). O consumo principal da bebida está entre os jovens, mas tem crescido em todo o país a taxas de dois dígitos, chegando a 25 bilhões de xícaras em 2016, uma média de quase duas xícaras por dia para cada pessoa.

Conhecendo todos esses dados de Seul – a segunda aglomeração urbana mais populosa do mundo – e da Coreia do Sul em geral, muitas empresas internacionais passaram a investir no país, como a Starbucks, que tem mais de mil lojas. Mas o que mais cresce são as marcas próprias e independentes, focadas em cafés especiais. Além delas, há grandes grupos locais, como a Ediya Coffee, a maior, com mais de 2 mil lojas. As cafeterias são cheias e são espaços para ir a qualquer hora do dia, menos de manhã cedo. Diferentemente de alguns lugares do mundo, na Coreia os estabelecimentos focados em cafés especiais, na sua maioria, abrem após as 10 horas e fecham bem tarde. À noite as cafeterias são os melhores ambientes em Seul para conversar e encontrar amigos.

É natural fazer um paralelo com o Brasil, que recentemente recebeu uma pesquisa da Euromonitor International para poder começar a mapear esse mercado de café especial no País. Encomendado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), o levantamento listou 13.095 cafeterias no País. Na Coreia do Sul são mais de 60 mil. Em um território 84 vezes menor. Isso demonstra o potencial coreano, ao mesmo tempo em que nos mostra a nossa realidade econômica. leia mais…

TEXTO Mariana Proença • ILUSTRAÇÃO Eduardo Nunes

BaristaCafé & Preparos

SCA discute destino da World of Coffee 2021 à medida que a pandemia persiste

A Specialty Coffee Association (SCA) sinalizou que o futuro da maior feira anual de café da Europa, a World of Coffee, pode não ocorrer em 2021 à medida que a pandemia Covid-19 continua.

É um lembrete macabro da dolorosa duração da pandemia, que eliminou a maioria dos eventos presenciais sobre café em 2020, incluindo o World of Coffee 2020, que aconteceria em Varsóvia, na Polônia, e sua contraparte com sede nos Estados Unidos, a Specialty Coffee Expo.

A World of Coffee está programada para acontecer no mês de junho em Atenas, na Grécia, juntamente com os Campeonatos Mundiais de Café. Na era pré-pandêmica, a feira World of Coffee atingiu mais de 11 mil visitantes, com mais de 240 expositores em Berlim, na Alemanha, em 2019.

Uma carta assinada pelo CEO da SCA, Yannis Apostolopoulos, e enviada aos membros da Associação hoje, afirmou que o grupo está atualmente envolvido em conversas com os parceiros leia mais…

TEXTO As informações são do Daily Coffee News / Tradução Juliana Santin • FOTO Café Editora

Café & Preparos

Café aumenta a capacidade aeróbica e a queima de gordura durante exercícios

Cientistas na Espanha publicaram um artigo examinando o potencial de queima de gordura do café antes do exercício e como seu consumo em diferentes horários do dia pode influenciar o resultado final. Embora pequeno, o estudo indica que beber um café forte meia hora antes do exercício aeróbio pode aumentar significativamente o que é conhecido como taxa máxima de oxidação de gordura, e que esses efeitos são muito mais profundos no final do dia.

A pesquisa foi realizada por cientistas do Departamento de Fisiologia da Universidade de Granada e se concentra no que é conhecido como variação diurna, ou como os ciclos diurnos e noturnos regulam diferentes processos naturais, neste caso a forma como o corpo humano decompõe ácidos graxos após o consumo de café.

O estudo envolveu 15 homens ativos com uma idade média de 32 anos, que participaram de quatro sessões diferentes de exercícios aeróbicos, com intervalos de sete dias. Os participantes receberam doses de cafeína iguais a uma xícara de café forte ou um placebo, às 8h ou às 17h, e realizaram a atividade física meia hora depois. Os autores afirmam que outros fatores relacionados a essas sessões, como jejum, exercícios ou consumo de outros estimulantes, foram estritamente padronizados.

Usando uma técnica chamada calorimetria indireta, os cientistas mediram a taxa máxima de oxidação de gordura (MFO) durante o exercício e descobriram que todos aqueles que beberam leia mais…

TEXTO As informações são da Universidade de Granada / Tradução Juliana Santin • FOTO Conor Brown

Mercado

illycaffè investe em embalagens individuais para cápsulas

Nesta semana, a empresa italiana illycaffè lançou uma nova cápsula de café espresso. Agora ela vem embalada e pressurizada individualmente, mantendo os atributos da bebida por mais tempo.

A Iperespresso Single foi idealizada inicialmente para hotéis, mas também é voltada para o consumo doméstico em grandes e pequenas quantidades, já que a abertura da caixa para um primeiro consumo não interfere na qualidade das cápsulas seguintes, cada uma tendo validade de até um ano e meio.

Disponível no site oficial e na loja física da illycaffè em São Paulo, além de pontos de venda autorizados, o produto é comercializado em embalagens com 100 cápsulas, no valor de R$ 290, podendo escolher entre torra média, escura e descafeinado. Em breve estará disponível em pacotes menores, com 14 unidades.

“Com este produto, o consumidor pode adquirir e abrir uma embalagem com muitas cápsulas e consumi-las no tempo que desejar, despressurizando o invólucro individual para um espresso somente na hora do consumo, como se o café tivesse sido torrado naquele momento”, explica Frederico Canepa, diretor da illycaffè no Brasil.

O sistema de pressurização da empresa italiana consiste em retirar o oxigênio do café durante o envase, substituindo-o por gás inerte sob pressão positiva. Segundo a marca, esse método garante a preservação dos aromas resultantes da torra do produto e impede o início do processo de oxidação do café, mantendo suas características originais.

A loja física da illycaffè fica na Rua Haddock Lobo, 1497 – Jardins – São Paulo (SP).

Mais informações:  www.illy.com/pt-br/home

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Café & Preparos

Um naco e um gole: combinações de queijos e cafés!

Queijo e café formam um par daqueles que dão muito certo e na companhia um do outro ambos ficam muito melhor! E o território nacional está cheio de queijos típicos para ser explorados e degustados ao lado da sua xícara favorita

No início do século passado, o funcionamento da primeira fase da República no Brasil ganhou o famoso nome de “política do café com leite”, quando se alternavam no poder presidentes vindos de São Paulo – o café – e de Minas Gerais – o leite. Mas, pensando gastronomicamente, também ficaria uma delícia se o nome fosse “política do café com queijo”.

A combinação entre esses dois pode não ser familiar principalmente para o brasileiro que vive nos grandes centros urbanos, mas, basta ir a uma fazenda que tenha uma cabeça de gado leiteiro (vaca, cabra, ovelha ou búfala) para que a mesa esteja sempre posta, com o café e o queijo. “Você chega a uma fazenda na Canastra e vai ter sempre uma térmica com café fresco, uma garrafa de cachaça e um queijo novo – nunca um já aberto – para te receber”, contra Bruno Cabral, especialista que toca a loja Mestre Queijeiro, em São Paulo, especializada em queijos artesanais.

Ainda falando de história, o queijo chegou aqui primeiro com as vacas trazidas pelos portugueses. A possibilidade de conservar o leite coalhado e salgado e carregá-lo como alimento durante a exploração do ouro nas Minas Gerais fez com que o gado leiteiro se adaptasse muito bem e transformasse o estado no maior polo queijeiro do País. As regiões do Serro, da Canastra e do Salitre têm seus produtos e feituras reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. E é bem nessa área que o café e o queijo acontecem em conjunto: afinal, tem queijo no Norte, no Nordeste e no Sul, mas por lá o café é muito mais consumido e não necessariamente plantado, já que é planta que funciona entre os trópicos.

“Sempre perto de uma fazenda de queijo aqui na Serra da Canastra tem uma de café”, explica Guilherme Ferreira, do queijo Capim Canastra. Hoje, há algumas propriedades que estão trabalhando ambos os produtos. “Primeiro se trabalha essa parte das características locais de ambos, o que é muito legal. E é curioso, pois em Minas o café da fazenda vem bem adoçado e aí tem o contraste com o salgado do queijo; é um jogo de sabores. Já em outras regiões a tradição de servir o café com um pedaço do queijo é menor mesmo”, explica Fernando Oliveira, da A Queijaria, projeto que valoriza o queijo e produtos nacionais. leia mais…

TEXTO Cintia Marcucci • FOTO Daniel Ozana/Studio Oz

Café & Preparos

Vencedoras do concurso de xícaras do Museu do Café falam sobre processo de criação em live

As vencedoras do concurso “A xícara do Museu”, promovido em 2020 pelo Museu do Café, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, participarão de uma conversa ao vivo no YouTube da instituição. O bate-papo acontecerá na próxima terça-feira (23), às 17h, e será mediado pela ceramista Hideko Honma, que presidiu a comissão de avaliação.

Nadia Saad, ganhadora da categoria conceitual/artística, e Cristina Rocha, vencedora da categoria utilitária/funcional, irão falar como foram os processos de criação das xícaras, a experiência de ingressar nesse projeto e a importância da cerâmica para a cultura, a arte e a história.

Cristina Rocha, vencedora da categoria utilitária/funcional, recebendo o prêmio

Idealizado para comemorar os 22 anos do Museu do Café, o concurso recebeu inscrições de artesãos, artistas e ceramistas do País inteiro. Em outubro, a cerimônia de defesa final aconteceu no edifício da antiga Bolsa Oficial de Café, onde foram divulgadas as peças premiadas.

Mais informações: museudocafe.org.br

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Café & Preparos

Pesquisadores avaliam como o café pode reduzir riscos de problemas cardíacos

Uma pesquisa aponta que uma maior ingestão de café foi associada à redução do risco de insuficiência cardíaca em três grandes e conhecidos estudos sobre o tema: o FHS (Framingham Heart Study), o CHS (Cardiovascular Heart Study) e o ARIC (Atherosclerosis Risk in Communities).

A pesquisadora da Escola de Medicina Feinberg da Northwestern University, Linda Van Horn, aponta que os riscos e benefícios de beber café tem sido tópico de interesse científico contínuo devido à popularidade e frequência do consumo em todo o mundo.

“Os estudos que relatam associações com os resultados permanecem relativamente limitados devido a inconsistências na avaliação da dieta e metodologias analíticas, bem como problemas inerentes com a ingestão alimentar auto-relatada”, disse.

Os pesquisadores usaram o estudo original da FHS e os compararam com os dados dos estudos CHS e ARIC para ajudar a confirmar suas descobertas. Cada estudo incluiu pelo menos 10 anos de acompanhamento e, coletivamente, forneceram informações sobre mais de 21 mil participantes adultos nos Estados Unidos.

Para analisar os resultados de beber café com cafeína, os cientistas categorizaram o consumo em zero xícaras por dia, uma xícara por dia, duas xícaras por dia e três xícaras ou mais leia mais…

TEXTO As informações são do Sci-News.com. Tradução Juliana Santin • FOTO Jamie Long

Mercado

Que tal uma pasta de amendoim de café?

Lançada em abril de 2020, a marca Pasta de Amendoim da Tereza tem em seu portfólio um sabor muito especial: o café. O produto é elaborado com grãos arábica produzidos pela cafeicultora Cristiane Zancanaro, em Cristalina (GO), e torrados pela mestre de torra Bruna Mossolini.

Feita em São Paulo (SP), a pasta de amendoim é artesanal e leva açúcar mascavo para dar um toque doce. Não contem conservantes, aditivos, óleos, glúten, nem lactose. O pote com 230 g pode ser encontrado na Café Store a partir de R$ 29,90.

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Café & Preparos

Efeitos na saúde: quer uma boa razão para tomar café?

Não só uma, nós apresentamos várias razões para continuarmos consumindo essa bebida que tanto amamos! Selecionamos algumas informações do capítulo “Café é saúde”, do livro 101 razões para tomar café, escrito por Doutor Darcy Roberto Lima, que era PhD em medicina pela Universidade de Londres, e pesquisou por longos anos os efeitos do café na saúde humana 

Hoje em dia se sabe quase tudo sobre a cafeína. Mesmo assim, muitas pessoas ainda acreditam que o café pode ser prejudicial à saúde, o que é verdade se consumido em doses muito elevadas. Sinais de intoxicação podem ocorrer após a ingestão de vinte a cinquenta xícaras de café de uma vez só. Já a dose capaz de causar a morte em um adulto é de cerca de cem xícaras diárias! Bastante, não? Então fique tranquilo, tomar o equivalente a quatro ou cinco xícaras por dia não é prejudicial.

Agora que sabemos que, em doses moderadas, o café não faz mal, vamos aos benefícios. Tomar café é mais do que um hábito social. Uma pesquisa realizada na Noruega detectou que a maior fonte de antioxidantes na dieta humana é o café, seguido de frutas, chá, vinho, cereais, verduras e legumes. Sabia que as pessoas que ingerem quantidades adequadas de alimentos ricos em antioxidantes têm uma incidência menor de doenças cardiovasculares? 

Além dos antioxidantes, o café contém altos níveis de fibras solúveis dietéticas, ou seja, a ingestão da bebida, com ou sem cafeína, pode estimular os intestinos e o reflexo do estômago, o que aumenta o movimento gastrointestinal. Ainda sobre as fibras, uma delas, muito importante presente no café, é a pectina, que, de acordo com estudos, atua na luta contra o câncer. Além dela, o café tem compostos ácidos clorogênicos antioxidantes, e diterpenos, como o cafestol, que também têm ação anticancerígena. leia mais…

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Gustavo Gialuca

Café & Preparos

Você sabe o que é um blend de café?

Blend é traduzido como mistura, ou seja, são combinações planejadas de diversos grãos de café. Basicamente é feito com o intuito de misturar as melhores características de cada café para criar bebidas equilibradas e resultados exclusivos.

Segundo o livro Coffee com Tim Wendelboe, muitas torrefadoras vendem blends ao lado de cafés de fazendas ou regiões famosas. Esses últimos são geralmente denominados single origin (única origem). Entretanto, a maioria dos cafés vendidos em supermercados é de blends de grãos de diferentes plantações, regiões e países produtores.

Um dos motivos do blend é a criação, pelo mestre de torra, de um sabor mais complexo a partir da mistura de diversos cafés com diferentes características. Fazer um blend pode ser extremamente desafiador. Ele requer uma boa dose de paciência e referências sensoriais, combinadas com uma visão do sabor que o blend deve ter. Mesmo que você faça um blend de cafés fantásticos, o resultado final pode não ter, necessariamente, um bom sabor. A coisa mais importante quando se faz um blend é saber que os cafés devem complementar-se para que o conjunto final seja melhor do que os componentes individualmente. Você pode, também, ajustar o equilíbrio de sabor num blend com diferentes níveis de torra. Mas, como um blend deve ser torrado?

Alguns dizem que, se torrados juntos, os grãos trocarão calor entre si, produzindo uma torra mais estável. Outros afirmam que torram cafés diferentes individualmente para que eles possam ser corretamente torrados antes de compor o blend. Afinal, o que é melhor? Tim Wendelboe* aponta que, por sua experiência, não se pode sempre torrar cafés diferentes juntos, pois grãos distintos têm tamanhos e densidades diversos, e é por isso que nós, às vezes, precisamos torrá-los individualmente antes de misturá-los. Outras vezes, isso não importa. Novamente, o sabor é o mais importante, e não a teoria.

*Tim Wendelboe é um barista norueguês que venceu diversos campeonatos em seu país. Em 2004 se tornou o campeão Mundial de Barista e, em 2005, venceu o mundial de Cup Tasters (prova do café).  Em 2007 iniciou o seu próprio negócio, que reúne uma cafeteria, um centro de treinamento e uma microtorrefação no bairro Grünerløkka, em Oslo, na Noruega.

TEXTO Redação • FOTO Tim Umphreys
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