Da arte de admitir um erro

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Não sei que horas são neste exato momento em que você lê este texto. Mas posso apostar uma coisa: você já cometeu algum erro hoje. (A menos, claro, que você não seja um ser humano.)

Sim, você errou. Eu também errei. Nós erramos. E daí?

Há erros e erros, bem sei. Alugar um filme que já assistimos por engano, colocar açúcar no lugar do sal e acabar com o prato principal, e virar à direita mesmo com o GPS apitando que era à esquerda, por exemplo, são erros pequenos.

Mas acho que um erro coletivo dos seres humanos é fingir que não erram – ou não admitir o erro, o que dá quase na mesma.

Não estou falando aqui de erros grandes (Nosso aniversário de casamento era hoje? Putz), mas dos pequenos. Se pisamos no pé de outra pessoa, se esquecemos o aniversário de uma pessoa querida, se esquecemos de devolver o CD que ela pediu… Em vez de simplesmente pedirmos desculpas, quantas voltas damos para que não percebam que houve um erro?

“Não esqueci do teu aniversário… Meu celular estava sem crédito!” (Culpa do coitado do objeto.)

“Olha, eu ia chegar na hora, mas o trânsito, viu, nunca imaginei que ia ter trânsito assim em São Paulo!” (Culpa da cidade em que se mora há anos e que, pelo visto, ainda não se conhece.)

“Não, não fui mal-educado. É o meu jeito: sou sincero, autêntico. As pessoas é que não me entendem.” (Culpa do universo. Está todo mundo errado, menos eu.)

Tem também a tática de tentar se transformar de “sujeito que pratica a ação” em “sujeito que sofre a ação” (método eternizado pelo filósofo Homer Simpson e sua frase “a culpa é minha e eu a coloco em quem quiser!”).

“Eu ia te devolver, mas a faxineira arrumou a casa e sei lá onde ela enfiou. Semana que vem eu pergunto para ela e te entrego.” (Culpa da coitada da faxineira.)

“Olha, vou ser sincero: não perdi o seu chaveiro. Ele que desapareceu.” (Culpa de forças ocultas – teoria da conspiração?)

“Te acordei? Mas você também dorme até tarde, hein?” (Culpa sua! Quem mandou dormir até a hora que quer?)

E, claro, se o pior cego é aquele que não quer ver, o pior mentiroso é o que finge que acredita nas próprias desculpas.

“Eu ia à academia. Aí lembrei de uma coisa importante e fiquei em casa.” (É…)

“Segunda, ah! Segunda eu começo a dieta.” (É…)

“Só mais cinco minutos. Aí desligo a TV e vou trabalhar.” (É…)

Acho que deveríamos perder a vergonha de errar. Já perdemos a vergonha de tanta coisa muito pior: de ser egoístas no trânsito; de esquecer em quem votamos; de chegar meia hora atrasados para o que quer que seja. Por que não perder o medo de errar?

Isso não quer dizer, claro, desencanar completamente e chutar o pau da barraca… Apenas, talvez, tentar evitar que o primeiro erro (inevitável – afinal, somos humanos) vire um segundo (a mentira).

Este texto inteiro, claro, pode ter sido um erro. Se foi, você me desculpa?

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

TEXTO Pedro Cirne • ILUSTRAÇÃO Eduardo Nunes

Cafeteria & Afins

Los Baristas – Brasília (DF)

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Brasília está com tudo no que diz respeito a cafeterias de qualidade. Basta ver a quantidade de novos e bons espaços que estão surgindo por lá. A Los Baristas – Casa de Cafés faz parte desse movimento que valoriza os grãos especiais e apresenta novos sabores ao público da cidade. Inaugurada em abril do ano passado, a loja nasceu da paixão que o casal Heloísa Checheliski e Vitor Avila tem pelo café.

O lugar de decoração aconchegante e moderna recebe o visitante com o cheiro de café fresco e o faz viajar por toda a cadeia do grão. “Conhecemos todas as pessoas envolvidas no processo do café que servimos. É um universo muito rico e queremos passar um pouco do que sabemos para os apreciadores”, contam Heloísa e Vitor.

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Experiências sensoriais
A variedade de grãos oferecidos na Los Baristas é um dos pontos fortes da cafeteria. Os profissionais trabalham com uma grande rotatividade de cafés, com o objetivo de criar oportunidades para degustações e experiências sensoriais. Segundo os proprietários, geralmente estão disponíveis de três a quatro tipos de grão. Torrefações como 4 Beans, Wolff Cafés Especiais, Terroá Cafés Especiais, Lucca Cafés Especiais, Martins Café e Café Pereira Villela fazem parte da lista de parceiros.

Na La Marzocco GB5 são extraídos espressos que dão origem a lattes e mochas, e, na estação de métodos, os baristas preparam os cafés na Hario V60, na Aeropress, no sifão, na Chemex e na prensa francesa. As bebidas são acompanhadas por bolos e doces como brownie com calda de caramelo e flor de sal, cheesecake, tortas e brigadeiros. Já os tostex e quiches disponíveis matam a fome e a vontade de comer salgados. Os tostex são elaborados com pães de fermentação natural e alguns são favoritos dos clientes, como o de queijo gruyère com salaminho e o de mozzarela com shimeji, perfeitos para um almoço rápido ou um café da tarde.

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(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

Informações sobre a Cafeteria

Endereço CLN 404, bloco C, loja 38
Bairro Asa Norte
Cidade Brasília
Estado Distrito Federal
País Brasil
Website http://www.instagram.com/losbaristas
Telefone (61) 3033-6183
Horário de Atendimento De segunda a sexta, das 12h às 21h; Sábados, das 10h às 18h
TEXTO Hanny Guimarães • FOTO Diego Bresani

Receitas

Bijajica

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Ingredientes
3 ovos
500 g de polvilho azedo
180 g de açúcar
10 g de canela
30 g de fermento químico em pó
100 ml de leite

Preparo
Misture o polvilho com o açúcar e a canela. Reserve. Bata os ovos na batedeira até ficar com textura leve e sem cheiro forte. Adicione a mistura de polvilho e, aos poucos, vá colocando o leite até chegar a uma textura macia da massa, porém firme e seca. Finalize com o fermento em pó e bata mais um pouco. Modele a massa em rosquinhas de aproximadamente 25 g. Frite em óleo não muito quente, para que a massa não fique crua. Finalize polvilhando açúcar de confeiteiro e canela.

Rende 10 porções

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

FOTO Daniel Ozana / Studio Oz • RECEITA Ana Luiza Trajano

Café & Preparos

Guga Rocha

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“Do espresso eu nem gosto tanto. Tomo, claro! Mas ele tem menos cafeína e gosto mesmo é da energia que o café coado dá.”

Quanto mais cafeína, melhor. Para o chef Guga Rocha, o café, sem açúcar, de coador ou na cafeteira italiana, é a primeira bebida do dia, para acordar. Pode ser em casa, com grãos diferentes, pode ser na padaria, acompanhado de um pão na chapa, uma tradição paulistana que este alagoano de Maceió já tomou pra si. “Gosto tanto de café que quando visitei Bali, na Indonésia, trouxe vários grãos de lá”, diz o apresentador do programa Homens Gourmet, do canal de TV por assinatura Fox Life.

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

TEXTO Cíntia Marcucci • FOTO Guilherme Gomes

Cafezal

Caça ao melhor natural do Brasil

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Desbravamos as trilhas da Mantiqueira de Minas para conhecer o café que surpreendeu juízes do maior concurso de cafés especiais do País e despertou a atenção do mundo

Vista de cima, as lavouras de Cristina, na região da Mantiqueira de Minas, parecem formar infinitas trilhas que levam sempre para o mesmo tesouro: o café. Por lá, o produtor Sebastião Afonso da Silva conseguiu desvendar o caminho para alcançar a façanha que lhe rendeu o título de recordista do Cup of Excellence Naturals, concurso que premia o melhor café natural do País.

Sebastião é dono de algumas propriedades na cidade, mas foi no terreno em que aprendeu a cultivar café que conseguiu produzir o lote vencedor da competição realizada pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA). A amostra em questão atingiu 95,18 pontos, de acordo com a metodologia da associação americana Specialty Coffee Association of America (SCAA), e despertou o interesse do mundo.

Vista aérea da Fazenda Pinhal, localizada em Cristina, região da Mantiqueira de Minas

Vista aérea da Fazenda Pinhal, localizada em Cristina, região da Mantiqueira de Minas.

Foi atrás desse tesouro que nossa equipe seguiu por uma estrada difícil, mas logo o cafeicultor chegou para indicar o caminho e ensinar a desviar do barro deixado pela chuva que tinha caído no dia anterior. Sebastião nos guiou ladeira acima, até o Sítio Baixadão, rejeitado anos antes por sua altitude – a mais elevada entre as suas propriedades, chegando a 1.300 metros –, e disse que precisou provar o valor do lugar e o potencial das alturas.

Antes de enveredar pela produção cafeeira, ele cultivou arroz com sua família. “Nós éramos em 21 irmãos, meu pai criou todos plantando em terra arrendada”, revela. Apenas quando o arroz se tornou inviável para a família, eles tentaram a cafeicultura. Logo, Sebastião se rendeu ao amor pelo grão, adquirindo aos poucos terrenos de outros irmãos, entre eles o Sítio Baixadão. “Comecei com 1.400 pés de café e tomei gosto só de cuidar daquela primeira lavoura.” Enquanto fala sobre a união da família, fica nítida a importância do laço com os irmãos, que incentivam até hoje suas novas empreitadas. Como acontece com Antônio Marcio, que inscreveu um dos lotes do Sítio Baixadão no concurso, ao lado do irmão.

O produtor Sebastião Afonso e seu filho Helisson comandam os trabalhos nas lavouras.

O produtor Sebastião Afonso e seu filho Helisson comandam os trabalhos nas lavouras.

Quem também carrega nos genes e no brilho dos olhos o amor pelo café é o primogênito de Sebastião, Helisson. “Ele é meu braço-direito. Já sabe tudo”, derrete-se o produtor. O garoto, de 20 anos, comparece todo dia cedo à lavoura e vai aonde for preciso, dirigindo a caminhonete da família, o único carro que consegue chegar aos cafeeiros mais altos nos dias chuvosos. Com o apoio do filho, que tem na ponta da língua cada dado da produção, Sebastião enumera detalhes que fizeram da sua produção uma das revelações do ano.

Surpresa e aprendizado
Muito antes da competição que premiou os cafés naturais ‒ colhidos e secos com casca ‒ de Sebastião, no entanto, os cafeeiros das variedades catuaí amarelo e vermelho tiveram que vencer um ano marcado pela seca. As altas temperaturas e a falta de chuva de 2014 trouxeram consequências até mesmo para árvores vistosas como as de Sebastião, que tiveram 30% de perda em seus frutos na pós-colheita.

O problema no enchimento dos grãos assustou o cafeicultor, que teve que alterar também seu foco no beneficiamento, até então voltado para os cafés cerejas descascados. “Eu nunca tinha feito um trabalho voltado para os naturais, mas neste ano não teve jeito de despolpar”, conta. Foi nesse momento que Sebastião percebeu que poderia transformar dificuldade em aprendizado.

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O cafezal e o terreiro onde os grãos são preparados. Fruto e grão verde da Fazenda Pinhal.

Tudo apontava para o processo natural e, mais do que isso, para a paciência em aguardar o ponto ideal da maturação dos frutos. O produtor classifica seu cafezal como “meia face”, ou seja, não recebe sol o dia inteiro, o que favorece a umidade e o desenvolvimento mais lento dos grãos. “O pessoal fica admirado de eu estar colhendo café ainda em novembro”, relembra Sebastião, que apostou ao extremo na colheita tardia, conhecida como late harvest.

Agora, o agricultor, que nunca havia separado os cafés daquela lavoura em específico para análise, pretende prosseguir com um beneficiamento dedicado somente ao talhão campeão. “Essa propriedade provou que favorece os grãos. A gente ajuda, mas a qualidade mesmo vem da natureza. O produtor tem que se dedicar a manter a qualidade na pós-colheita, é nisso que está o segredo de fazer café”, acredita.

Diz o ditado que é “o olho do dono que engorda o boi” e no Sítio Baixadão não é diferente. “Eu gosto de estar a par de tudo. Quando chego e a turma está no serviço eu não mando… Sempre digo que ‘nós vamos fazer isso juntos’. Se você chegar aqui de surpresa não vai encontrar ninguém de roupa limpinha, não”, conta. Por isso, depois de onze intensos dias da última colheita, o produtor lembra que assumiu a linha de frente no terreiro, responsabilidade dividida somente com Helisson.

Para o natural, foram dois dias no processo que incluiu secagem em terreiro pavimentado, em estufa – em dias de chuva –, com finalização no secador mecânico, na Fazenda Pinhal, onde se concentra o beneficiamento de todas as suas lavouras.

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O degustador Wellington orienta os cafeicultores em prova organizada pela cooperativa.

Colhendo frutos
Seguimos para a Cooperativa Regional dos Cafeicultores do Vale do Rio Verde (Cocarive), onde o provador Wellington Carlos Pereira nos recebe anunciando: “A maturação lenta, com certeza, favoreceu a doçura do café do Seu Sebastião”. A característica é típica da região, mas por causa da seca acabou dando lugar a uma acidez mais elevada. “Nós visamos qualidade desde 2001, incentivando produtores neste mercado”, esclarece Ralph de Castro Junqueira, presidente da Cocarive que faz parte da Associação dos Produtores de Café da Mantiqueira (Aprocam). A entidade promove a Indicação de Procedência (IP) da Mantiqueira de Minas, selo usado pelos cooperados.

Os frutos desse trabalho são colhidos em concursos como o último Cup of Excellence dedicado aos naturais, quando a vitória de Sebastião se misturou à de outros doze lotes vencedores da Mantiqueira.

O incentivo tem história. Sebastião tem no currículo também a conquista, em 2009, do Prêmio Ernesto Illy de Qualidade do Café para Espresso, com seu catucaí amarelo e vermelho, cerejas descascados, além dos recentes 2º lugar do concurso da Cocarive e, em seguida, 1º lugar no concurso realizado pela Região da Mantiqueira de Minas, em 2014.

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Sebastião e Helisson contemplam o lote de seu café campeão. Galpão da cooperativa onde são armazenadas as sacas e bags dos grãos destinados à exportação.

O contato entre cooperado e cooperativa se intensificou quando, durante nossa visita, os produtores tiraram dúvidas e participaram de prova dos cafés. O momento rendeu comentários e surpresa com os novos sabores notados pelos campeões na produção. Depois de conhecer aquele grão desde o nascimento até a xícara, já estávamos satisfeitos, mas o dia guardava uma última surpresa.

Em meio a sacarias prontas para exportação, encontramos o lote premiado sendo preparado para seu futuro leilão (em tempo: o leilão foi realizado no dia 4 de março e o lote do produtor foi comprado pelo valor recorde de US$ 48.552,
arrecadação total). “É esse o nosso café”, exclamava Helisson para o pai enquanto lia “Sítio Baixadão” no pacote embalado a vácuo pela equipe do concurso. Com orgulho sem igual, pai e filho puderam observar mais do que a excepcional pontuação de 95.18. O lote exibia a sensação definida por Sebastião. “A partir do momento em que você faz uma coisa de que gosta, você presta muito mais atenção nos seus erros para não repeti-los. É assim que fica mais fácil fazer tudo bem-feito.”

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Trabalhador transportando as sacas.

Ficha técnica

Fazendas Sítio Baixadão, Fazenda Pinhal, Sítio Nossa Senhora da Mata, Fazenda Santa Teresinha, Sítio Pasto da Pedra
Localização Cristina – MG
Região Mantiqueira de Minas
Altitude média 1.200 metros
Produção anual 2.900 Sacas
Área total 329 hectares
Área plantada com café 85 hectares
Número de cafeeiros 20 mil pés
Colheita manual, de junho a novembro
Processamento cereja descascado e natural
Secagem terreiro pavimentado e secador mecânico
Variedades catucaí, bourbon, acaiá, catuaí amarelo e vermelho
Selo indicação de procedência da mantiqueira de minas

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

TEXTO Thaís Fernandes • FOTO Guilherme Gomes e Tipuana Imagens Aéreas

Barista

Campeão do mundial de baristas vem ao Brasil para conhecer regiões produtoras

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Berg Wu, de Taiwan, vencedor do World Barista Championship, além do vencedor do campeonato de Brewers e outros profissionais viajarão a origens produtoras. A rota levará baristas internacionais para conhecer lavouras no Espírito Santo e em Minas Gerais na próxima semana. Entre eles, está Berg Wu, de Taiwan, atual campeão do World Barista Championship, realizado em junho, em Dublin, na Irlanda. Além dele, Tetsu Kasuya, do Japão, atual campeão de Brewers, e outros seis profissionais internacionais virão ao Brasil, inclusive o campeão norte-americano, Lem Butler.

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A passagem por aqui será de uma semana, de 24 a 31 de julho, inclui três regiões de cultivo de café no Brasil, e é organizada pela empresa Ally Coffee, do grupo Montesanto Tavares, ao lado da Atlântica Coffee, Cafebrás e InterBrasil Coffee. Os baristas que participarão da “Viagem a Origem 2016”, serão Berg Wu (Taiwan), Todd Goldsworthy (USA), Tetsu Kasuya (Japão), James Tooill (USA), Lemuel Butler (USA), Tony Querio (USA), Andrea Allen, (USA), Kyle Belinger, (USA).

Na oportunidade, os baristas terão contato com os grãos produzidos no país, além de conhecer os cafeicultores responsáveis por essa produção. “Ao mesmo tempo, queremos que os produtores conheçam esses profissionais que promovem o grão especial em todo o mundo”, explica Bruno Tavares, CEO da Ally Coffee, empresa que atua como importadora e distribuidora de café no mercado americano e no europeu.

Roteiro completo
Na agenda dos campeões, a chegada será em Vitória (ES), seguindo para Venda Nova do Imigrante, onde estão programadas visitas a produtores parceiros da Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi), e aos produtores Clayton Barrossa Monteiro, da Fazenda Ninho da Águia e Paulino, no Espírito Santo. De lá, a viagem segue para Minas Gerais nas fazendas Primavera, em Angelândia, e Matilde, em Capelinha, ambas do grupo Montesanto Tavares. O roteiro termina em Belo Horizonte (MG), onde conhecerão a Wäls e a Academia do Café.

A excursão dividirá os campeões em equipes para trabalhar com dinâmicas e desafios em torrefação, fabricação de cerveja e preparação de café espresso. Também está programado o encontro com baristas brasileiros em uma cervejaria artesanal em Belo Horizonte.

(Texto publicado originalmente no site CaféPoint)

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Mercado

Camiseta cafeinada

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O que fazer com o pó de café utilizado no preparo da bebida? Existem algumas formas de reutilização do resíduo, mas a empresa Domestic Stencilworks, da Califórnia, resolveu fazer diferente e criou uma tinta de café para imprimir estampas em suas camisetas por meio de serigrafia. A técnica é exclusiva e dura mesmo após várias lavagens, diz a marca, que usa restos de pó de uma torrefação local.

Mais informações www.domesticstencilworks.com

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

TEXTO da Redação • FOTO Divulgação

Café & Preparos

Grãos numa fria

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Se você já queimou a língua com um café muito quente, vai gostar dessa novidade criada por dois amigos, nos Estados Unidos. Os Coffee Joulies são grãos de aço inoxidável que resfriam a bebida a uma temperatura “correta”, segundo seus fabricantes, mais rapidamente, e mantêm essa temperatura agradável por horas.

Mais informações www.joulies.com

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

TEXTO da Redação • FOTO Divulgação

Cafeteria & Afins

Martins Café – São Manuel (SP)

{Outra Esquina – Torra Fresca – Microtorrefações pelo Brasil}

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A microtorrefação está instalada na Fazenda Santa Margarida, onde a família se dedica à cafeicultura desde 1860. Por lá passam grãos cultivados na propriedade, das variedades bourbon amarelo, catuaí amarelo e vermelho e catiguá, desenvolvida pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).

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A torrefadora fica aberta para visitação durante o período da colheita (de julho a setembro), quando os interessados podem acompanhar todo o ciclo do café, do plantio à bebida servida na xícara.

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Informações sobre a Cafeteria

Endereço Fazenda Santa Margarida, Estrada da Conceição, s/n
Cidade São Manuel
Estado São Paulo
País Brasil
Website http://www.martinscafe.com.br
Telefone (11) 4301-8848
TEXTO Janice Kiss • FOTO Guilherme Gomes

Frio na barriga

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Posso ser saudosista na minha coluna desta edição? Neste ano completo uma década de trabalho no mundo do café, mais precisamente na Café Editora, onde comecei e continuo. São quarenta edições da Espresso, centenas de apurações, entrevistas, textos, experiências, eventos, projetos especiais, livros e milhares de profissionais que conheci por causa do café. Aquele chavão de que o café une as pessoas serve mais ainda para quem trabalha nessa área.

Não tenho vergonha nenhuma de dizer que não conhecia quase nada sobre o grão quando comecei a trabalhar como jornalista que escrevia sobre o tema. Fui sincera na minha entrevista de emprego. Mas tenho muito orgulho de dizer que ralei bastante para saber mais. É um desafio enorme começar do zero, mergulhar no desconhecido, entrevistar pessoas que começaram a trabalhar na área antes de você nascer e, em meio a esse aprendizado, com meus 20 e poucos anos na época, ainda ter a missão de criar outra linguagem para falar de café, ser criativa, pensar em pautas diferentes das tradicionais.

Como ninguém faz nada sozinho, tenho a imensa parceria de diversos talentosos profissionais que me ajudam diariamente a seguir em frente e produzir, produzir, produzir. Acredito que estamos neste mundo para deixá-lo melhor, construir coisas boas que possam contribuir com a vida de outros e para o futuro. É isso que me move. Sem essa certeza, não teria vontade de levantar para começar o dia.

Com esse sentimento, levei esses dez anos e com muito entusiasmo vejo que o mercado de cafés especiais no Brasil mudou muito. É um tempo curto, se levarmos em consideração a cultura do café, mas foi um período de grandes transformações. E o melhor é ver que contribuímos para isso. Quem investiu no café de qualidade, no produto de ponta, no serviço bem executado está caminhando junto nesse movimento, que só cresce. Novas pessoas estão abraçando a causa e, o mais importante, há cada vez mais consumidores com vontade de viver diferentes experiências ao provar um café. Estamos passando por mudanças e isso é muito bom.

Por isso, seguimos realizando projetos cafeeiros Brasil afora e pelo mundo que possam inspirar (como já aconteceu) outras pessoas a começar a trabalhar no setor. Hoje, sim, somos referência para mídias internacionais, nós temos o grande diferencial de produzir conteúdo de café (muito bem-feito, modéstia às favas) em um país produtor, onde temos enorme campo de trabalho, um continente para explorar e muitas e muitas histórias e exemplos.

Conta-se que, quando a Espresso começou, em 2003, uma pessoa que foi apresentada ao projeto disse: “Nossa, mas vai ter assunto para uma revista?”. Não só para uma, como para 51 e mais outras dezenas. Ah, o mundo do café… Um verdadeiro encanto que, quanto mais se sabe, menos se sabe. A eterna busca pelas verdades absolutas. Que o frio na barriga nunca nos abandone e que possamos construir dezenas de novas histórias pela frente, repletas de brilho nos olhos e muito café bom.

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

TEXTO Mariana Proença • ILUSTRAÇÃO Eduardo Nunes
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