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A Espresso provou cafés da variedade arara

Num dia distante de 1987, em Ibaiti, no Paraná, três plantinhas de café de frutos amarelos surgiram num cafezal repleto de sarchimor vermelho. Assim nascia a arara, variedade de arábica que é um híbrido natural da sarchimor, variedade desenvolvida em Angola por pesquisadores portugueses e introduzida na década de 1970 no Brasil. “Ela deve ter cruzado com a variedade icatu, por ter características semelhantes, como ramos grossos”, relembra o engenheiro agrônomo José Braz Matiello, principal desenvolvedor da variedade e um dos coordenadores da Fundação Procafé, instituição de pesquisa e desenvolvimento para a cafeicultura.

Enviada pela instituição para sua fazenda experimental de Varginha (MG) e estudada por anos até ser lançada em 2012, a variedade arara despertou o interesse de cafeicultores de arábica. Além do porte baixo (que facilita o manejo), da alta produtividade e da resistência a doenças como a ferrugem, a variedade tem grãos graúdos e entrega qualidade na xícara.

Sob os cuidados da Fazenda Sertãozinho, em Botelhos (SP), em 2017 venceu as categorias de processamento úmido e seco no prestigiado concurso Cup of Excellence Brazil. A variedade tem sido extensivamente plantada no Cerrado Mineiro e no Sul de Minas, e nos últimos anos, a busca por ela só cresceu. “Hoje é o nosso material mais plantado”, orgulha-se o engenheiro. Segundo seus cálculos, perfaz quase 50% de todas as sementes de variedades fornecidas pela instituição para plantio.

A Espresso provou cinco cafés arara com base no Protocolo Brasileiro de Cafés Torrados desenvolvido pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Os critérios considerados foram complexidade de odor e de sabor, características sensoriais, doçura, corpo, acidez e intensidade, esta última definida pelo protocolo como “percepção de persistência de sabor na boca”. Confira nossas anotações:

Morena Café – SM Cafés

Arara produzido por Lilia Garcia no Caparaó (MG), a 980 metros de altitude, e torrado por SM Cafés.
Complexidade de odor: média
Complexidade de sabor: média/alta
Notas descritivas: frutado, cacau, doce
Doçura: média/alta
Corpo: alto
Acidez: alta, equilibrada
Intensidade: média
www.instagram.com/sm_cafes

Arara – Café Fazenda Floresta

Café da Fazenda Floresta, de São Sebastião da Grama, na região do Vale da Grama – Mogiana (SP), cultivado a 1.100 metros de altitude.
Complexidade de odor: média
Complexidade de sabor: média
Notas descritivas: mel, chocolate, caramelo
Doçura: média
Corpo: médio/alto
Acidez: média
Intensidade: média/alta
www.instagram.com/cafefazendafloresta

Pausa Pro Café – Café POR ELAS

Grãos da variedade arara processados pelo método natural, em Santa Rita do Sapucaí (MG), e torrados por Café por Elas.
Complexidade de odor: alta
Complexidade de sabor: média/alta
Notas descritivas: mel, cereal, especiaria
Duçura: média/alta
Corpo: médio/alto
Acidez: média, delicada
Intensidade: média/alta
www.instagram.com/cafe_porelas

Varietais Arara – Orfeu Cafés Especiais

Grãos da Orfeu Cafés Especiais, cultivados no Sul de Minas, a 1.020 metros de altitude.
Complexidade de odor: alta
Complexidade de sabir: média/alta
Notas descritivas: chocolate, caramelo, amadeirado
Doçura: média
Corpo: alto, aveludado
Acidez: média, prazerosa
Intensidade: alta, presente
www.instagram.com/orfeucafes

Adocica – Over Coffee Roasters

Arara de processamento natural, cultivado a 1.200 metros por Jean Faleiros, na Fazenda Boa Esperança, na região da Alta Mogiana (SP), e torrado por Over Coffee Roasters.
Complexidade de odor: média
Complexidade de sabor: média
Notas descritivas: caramelo, castanha, chocolate
Doçura: média/pouco doce
Corpo: médio
Acidez: média
Intensidade: alta
www.instagram.com/overcoffeeroasters

Texto originalmente publicado na edição #87 (março, abril e maio de 2025) da Revista Espresso. Para saber como assinar, clique aqui.

TEXTO Cristiana Couto • FOTO Agência Ophelia

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São Paulo Coffee Festival 2025 confirma presença de conceituadas marcas de grãos e torrefações do país

Evento global, que acontece de 27 a 29 de junho na Bienal do Ibirapuera, traz para o consumidor diversidade em  cafés, cafeterias, acessórios e acompanhamentos da bebida 

O São Paulo Coffee Festival chega à sua 4ª edição com mais de 90 marcas confirmadas, reunindo diferentes segmentos ligados ao universo das cafeterias. O evento, que acontece entre 27 e 29 de junho na Bienal do Ibirapuera (SP), consolida-se como uma vitrine para quem aposta em sabor, origem e diversidade.

Participam com seus estandes produtores com longa tradição familiar, como o Café Família Sertão, da família Pereira, em Carmo de Minas (MG) e o Café Filomena Estefânia, da família Mattos, em Patrocínio (MG). Estão presentes, também, nomes de regiões consagradas, como Prima Qualità, da cooperativa Cooxupé, no Sudoeste de Minas, Dulcerrado, marca da cooperativa Expocaccer, do Cerrado Mineiro, e Luiz Paulo Selection e Unique Cafés, de Carmo de Minas.

São Paulo tem presença forte nos três dias do evento, com cafeterias já conhecidas, como Kento Café, Pato Rei e Coffee Lab, iniciativas mais recentes, como a Velvy Coffee, que representa a nova geração de empreendedores do setor, e torrefações de cafés especiais, como Le Pool Coffee Roasters e Mono Cafés Especiais (com unidades em Santo André e no bairro Vila Madalena, na capital).

No segmento de máquinas e acessórios para cafés, o SPCF reúne empresas de origens diversas, como a alemã Comandante, referência em moinhos manuais de alta precisão; a italiana Bialetti, conhecida por suas cafeteiras clássicas, e a brasileira Carmomaq, especializada em torradores.

Embora o café seja protagonista, outros produtos também compõem a cena do evento. Cada vez mais forte no país, o movimento tree-to-bar (da árvore à barra) do chocolate brasileiro estará representado com marcas paulistanas como Baianí, cujas amêndoas vêm do Vale Potumuju (sul da Bahia), e Mestiço, que cultiva cacau em Itacaré (BA).

O chá, representado nas marcas Kãnfa Elos, Namu Matcha e Talchá, divide espaço com outros quitutes. Entre os sabores que acompanham o café no São Paulo Coffee Festival, dois nomes se destacam pelo apelo regional e artesanal: o Empório do Bolo de Rolo, que traz de Pernambuco versões do clássico doce nordestino, e a Queijaria Elvira de Minas, conhecida por seus queijos maturados.

Os ingressos para o SPCF já estão à venda. Para comprar, clique aqui. Para quem deseja participar com a sua marca este ano, o contato com a organização é por esse canal. Confira aqui as marcas participantes. 

São Paulo Coffee Festival 2025
Quando: 27 a 29 de junho
Onde: Bienal do Ibirapuera – avenida Pedro Álvares Cabral, s/n – Vila Mariana
Mais informações: www.saopaulocoffeefestival.com.br

TEXTO Redação • FOTO Agência Ophelia/SPCF

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Cafeterias de marca crescem 4,7% na Europa

Propostas com foco em qualidade e maior valor agregado impulsionam o crescimento do mercado de especial na França, Alemanha e Península Ibérica, segundo relatório da World Coffee Portal

O mercado europeu de cafeterias de marca cresceu 4,7% nos últimos 12 meses, alcançando 51.042 estabelecimentos — o maior aumento líquido de novas lojas em cinco anos. Os dados são do relatório anual Project Café Europe 2025, publicado pelo World Coffee Portal, que analisou 50 mercados do setor no continente. Mesmo diante de uma conjuntura marcada por inflação, custos operacionais elevados e preços recordes do café verde, 33 mercados expandiram o número de estabelecimentos, incluindo 15 dos 20 maiores.

O Reino Unido segue como líder absoluto, com 11.456 cafeterias de marca, seguido pela Alemanha (7.428) e pela Rússia (5.157). Entre as principais cadeias atuantes no continente, o McCafé mantém a liderança, com 3.983 lojas em 26 países, à frente do Starbucks (3.534) e do Costa Coffee (3.097).

A demanda por café fora de casa continua forte em toda a Europa, impulsionando o avanço das cadeias, apesar da queda na confiança do consumidor em diversos países. Mercados como Reino Unido, Alemanha, França e Rússia registraram, cada um, a abertura de mais de 100 novas lojas. Segundo o relatório, essa resiliência demonstra o apetite contínuo dos europeus por experiências premium em cafeterias, mesmo em cenários econômicos desafiadores.

Por outro lado, os altos preços do café verde, somados ao aumento de custos de energia e matérias-primas, têm pressionado os operadores. Como resposta, muitos elevaram os preços das bebidas. Um cappuccino regular, por exemplo, custa atualmente em média €3,69 — um aumento de 7,6% em relação ao ano anterior. Com isso, 31% dos líderes do setor classificaram o ambiente de negócios como “difícil”, frente a 19% na pesquisa anterior.

Ainda assim, os cafés diferenciados vêm ganhando espaço. As propostas de maior valor agregado e foco em qualidade estão impulsionando o crescimento dos mercados de café especial na França, Alemanha e Península Ibérica. Segundo o relatório, essa tendência pode abrir novas oportunidades para operadores que investem em hospitalidade-boutique e experiências sensoriais mais refinadas.

Apesar do otimismo generalizado entre os líderes do setor — 75% veem forte potencial de crescimento das cafeterias de marca na Europa —, alguns mercados sentiram a pressão. A Polônia, por exemplo, fechou 26 lojas, interrompendo cinco anos de crescimento contínuo. Suíça e Suécia também apresentaram retração de 6,3% e 5,7%, respectivamente.

Em contrapartida, a Turquia viu seu mercado de cafeterias de marca crescer 12,6%, ultrapassando 3,8 mil estabelecimentos, mesmo sob uma inflação que superou os 44% em 2024. Na Ucrânia, em meio à guerra, o setor teve expansão de 8%, superando 350 unidades.

O relatório conclui que o setor europeu de cafeterias de marca segue saudável, com mercados estabelecidos — como Reino Unido, Alemanha, França, Espanha e Itália — mantendo crescimento sustentado. Mercados menores como Croácia, Lituânia e Armênia também vêm se destacando.

A projeção do World Coffee Portal é de que o número total de cafeterias de marca na Europa chegue a 53.200 unidades nos próximos 12 meses e ultrapasse 60,9 mil estabelecimentos até março de 2030, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 3,6%. Para Jeffrey Young, fundador e CEO do Allegra Group, o cenário é desafiador, mas promissor: “Mesmo com tensões geopolíticas, inflação e preços recordes do café verde, há uma demanda vibrante por café e cultura de cafeterias, capaz de sustentar um mercado europeu próspero nos próximos anos”.

TEXTO Redação / Fontes: Allegra Coffee Portal e International Comunicaffe • FOTO Divulgação

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A ascensão do café solúvel

Como o aumento do consumo nos últimos anos pode representar um novo mercado a ser explorado, tanto no Brasil como em nível global

Por Gabriela Kaneto

“Você viu o preço do café?”. Talvez esta seja a pergunta do momento. Em 2024, o custo do grão para o consumidor cresceu 37,4%, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Estoques baixos nos países produtores e nos consumidores, problemas climáticos – com projeções de que as condições devem persistir em 2025 – e a alta do dólar são algumas justificativas para o aumento de preços.

Com um café tradicional de 250 g superando a marca dos R$ 30 na gôndola, uma simples xícara cotidiana da bebida, tão comum aos brasileiros, pode parecer estar em jogo. Mas, em meio ao cenário incerto do torrado e moído, outros produtos registraram bons números nos últimos meses.

Patinho feio por muitos anos, o café solúvel está em ascensão. Segundo a AbicsData, plataforma da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), em 2024 o Brasil registrou não só recordes nas exportações como, também, no consumo interno, que bateu seu maior nível da história: 1,069 milhão de sacas.

“O solúvel está sendo inserido como mais uma forma de tomar café em determinados momentos do cotidiano”, afirma Aguinaldo Lima, diretor de Relações Institucionais da Abics. “No mundo, hoje, o solúvel representa 28% do consumo total. No Brasil, este número está em 5%, mas vem crescendo”, menciona ele, que tem como referência a série histórica da Abics.

Cenário internacional

Esta série, que acompanha desde 2016 a evolução do consumo de solúvel no país, destaca uma média de crescimento de 3,6% ao ano. Ao redor do mundo, a busca pelo produto também cresceu significativamente. É o caso da Irlanda, cujo consumo de solúvel aumentou 14% em dois anos. “Na Irlanda, entre 2005 e 2021, foi registrado uma diminuição do marketing share do solúvel, de 54% para 25%. Agora, de 2021 para 2023, voltou para 39%”, explica Vanusia Nogueira, diretora-executiva da Organização Internacional do Café (OIC). “Essa é uma tendência. Em países que não têm indústria, o que eles recebem de solúvel é importado e a reexportação é pequena. Então, para uma análise geral, o que eles importam, eles consomem”, completa.

Não é coincidência que o aumento da busca pelo instantâneo se dê justamente na época em que os preços do café estão nas alturas. “À medida que o preço vai subindo, sobe também o consumo de solúvel”, analisa Vanusia. Em alguns casos, o consumo total de café apresenta queda, mas o de solúvel continua crescendo. “Em muitos países, principalmente nos emergentes, onde há um gap maior entre as classes, com a diminuição do poder aquisitivo, as classes menos privilegiadas procuram por produtos que possam ser mais acessíveis”, comenta a diretora-executiva da OIC.

Para ela, outro fator importante – e uma oportunidade de mercado a ser explorada – é a boa aceitação do solúvel em países tradicionalmente consumidores de chá. “Preparar o solúvel está muito mais ligado à cultura deles do que parar para filtrar o café ou procurar por uma máquina de espresso”, destaca Vanusia, que aposta que mercados emergentes e consumidores de chá, como os asiáticos, são a grande oportunidade do solúvel a médio e longo prazos. “E não estou falando só de China, estou falando também de Vietnã, Índia, de mercados emergentes e com uma concentração populacional enorme. São tomadores de chá, mas os jovens estão introduzindo o café no dia a dia”, detalha.

Para Marcos Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o solúvel, além de ser uma referência e um hábito de diversas culturas ao redor do mundo, é também aquele que permite o consumo do café seguir resiliente. “Estamos vendo, inclusive em mercados tradicionais, que o consumo de café solúvel se destaca em tempos de alta de preços, o que impacta, com certeza, o bolso do consumidor”, afirma. “Por ter uma característica de antecipação de contratos, ou seja, de vendas muito antecipadas, suaviza essas grandes volatilidades do mercado, e também permite que o consumo se fortaleça mesmo diante de volatilidades e cotações em termos de bolsas internacionais da commodity do café”, diz ele.

Solúvel não é tudo igual

No mercado interno, as projeções são otimistas para os próximos anos. “O Brasil, como segundo maior consumidor de café, tem muito espaço para crescer no consumo de solúvel, e isto está ligado à nossa capacidade de transmitir para os consumidores que café solúvel não é tudo igual”, avalia Lima. Hoje em dia, é possível encontrar uma diversidade maior de blends, processos (aglomerado, spray dried e freeze dried ou liofilizado) e embalagens nas prateleiras.

Para a gigante Nescafé, é visível que a versatilidade do produto está diretamente ligada ao seu crescente consumo. “Acreditamos que a categoria continuará evoluindo, impulsionada por tendências como café gelado, personalização do consumo, interesse por cafés premium e a busca por preparos práticos, sem abrir mão do sabor”, comenta Gabriela Monsanto, gerente de marketing da Nescafé. De olho neste mercado em expansão e nos novos consumidores, a tradicional marca de solúvel lançou, em novembro de 2024, o Nescafé ICE, desenvolvido com tecnologia que permite a dissolução instantânea em água ou leite gelados. “Essa inovação representa um avanço significativo na categoria e chega ao mercado para atender a uma demanda crescente por cafés gelados, que já são uma tendência consolidada em diversos países e vêm ganhando força no Brasil”, explica.

Empresas que originalmente trabalham com cafés especiais em grãos também enxergam no produto uma oportunidade de mercado, como é o caso da Tocaya. A torrefação mineira pretende lançar, ainda no primeiro semestre de 2025, seu primeiro café solúvel liofilizado, feito com grãos 100% arábica do próprio portfólio. A ideia surgiu depois que a fundadora e mestre de torras, Juliana Ganan, viajou para o exterior e provou solúveis feitos com diferentes cafés de qualidade.

E por que não aplicar a ideia aqui? O desenvolvimento foi minucioso para chegar ao padrão de qualidade desejado. “O processo do nosso liofilizado envolve encontrar uma receita ideal para cada batelada de café, extraindo somente os atributos desejáveis daquele lote. Em seguida, passa para o congelamento e só depois para o liofilizador, que opera também em temperaturas extremamente baixas”, explica. De acordo com ela, este processo preserva os aromas e sabores originais da bebida, resultando em um perfil mais complexo.

“Acreditamos que o produto vá servir para os consumidores de cafés especiais quando eles não tiverem acesso a uma cafeteria com bons cafés, ou estiverem viajando e sem acesso ao seu aparato particular para fazer um café do zero”, comenta Juliana. “Como somos pequenos, a produção vai ser em pequena escala e bastante cuidadosa, para que o resultado se reflita em cada pacote”, projeta.

As inovações no mercado são fruto de uma melhor percepção do consumidor e vice-versa. “O que a gente tem visto é o aumento do consumo justamente quando se tem cafés que traduzem melhor qualidade”, aponta Eliana Relvas, cafeóloga e consultora da Abics. “Ele acaba não substituindo [o filtrado e o espresso], mas sendo uma alternativa, por sua praticidade e validade. Até porque um café solúvel pode durar até dois anos se embalado corretamente, enquanto que o torrado e moído tem uma validade menor, pois oxida mais rápido”, menciona. “Lembrando que café solúvel é só café e água, não tem nenhum tipo de aditivo e nem conservante”, completa a especialista.

Apesar dos avanços, há um longo caminho a percorrer. “O nosso maior desafio ainda é ter uma comunicação com os consumidores para que se quebre esse preconceito, esse paradigma de dizer que solúvel não é um café de qualidade, que só pode ser misturado com leite”, destaca Lima. Neste sentido, uma das ações mais recentes da Abics foi o lançamento do site descubracafesoluvel.com. No ar desde 20 de fevereiro, a página traz informações sobre os processos de fabricação do solúvel, as diferenças entre os selos das categorias de qualidade, suas variações de preparo, entre outros conteúdos.

Para Vanusia, tanto para o mercado interno quanto externo, é preciso continuar mostrando que pode existir qualidade no solúvel. “Estamos quebrando barreiras, mas elas ainda existem”.

Texto originalmente publicado na edição #87 (março, abril e maio de 2025) da Revista Espresso. Para saber como assinar, clique aqui.

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Felipe Gombossy

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Orfeu lança garrafas de gesha premiado a R$ 420

A Orfeu Cafés Especiais acaba de lançar o seu microlote premiado. Os grãos da variedade gesha, cultivados na Fazenda Rainha, em São Sebastião da Grama (SP), ficaram em segundo lugar no Cup of Excellence Brazil 2024, com 91.89 pontos.

Por se tratar de um lote exclusivo, o novo café da Orfeu está disponível em quantidade limitada: são apenas 265 garrafas de 320 g, numeradas à mão e acompanhadas de porta-garrafas, ao preço de R$ 420. De acordo com a marca, a bebida é doce e apresenta notas florais e de mel, com aroma de mamão, pêssego, manga, maracujá e carambola.

“Ficamos muito felizes com mais esta premiação no Cup of Excellence. Ainda que o nosso objetivo não seja ganhar prêmios, este tipo de conquista nos dá sinais de que estamos no caminho certo, em linha com nosso propósito”, comenta Fábio Gianetti, diretor de marketing de Orfeu, em comunicado da marca.

O microlote premiado está à venda no e-commerce da Orfeu (com envio a partir de 11 de abril), e nos mercados Santa Luzia e Empório Santa Maria, em São Paulo, e no Zona Sul (unidade Santa Mônica), no Rio de Janeiro.

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

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Com expansão em SP, Café Cultura prevê faturamento de R$ 100 mi em 2025

Luciana Melo, CEO e sócia-fundadora da rede de cafeterias, pretende inaugurar mais dez unidades na capital paulista até o final do ano

Luciana Melo, CEO e sócio-fundadora do Café Cultura

Por Gabriela Kaneto

Com uma história de 20 anos, o Café Cultura, de Florianópolis, ultrapassa fronteiras ao explorar novos mercados. São mais de 5 milhões de xícaras comercializadas ao ano e, com os novos investimentos de R$ 4 milhões, a projeção da rede de cafeterias é de fechar o ano na casa dos R$ 100 milhões de faturamento.

Ao todo, são 45 unidades em funcionamento, espalhadas por Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. Inauguradas entre setembro de 2024 e fevereiro deste ano, as unidades paulistas – duas no interior, em Campinas e Piracicaba, e duas na capital, nos bairros de Moema e Vila Nova Conceição – são o pontapé de um plano maior.

Em entrevista à Espresso, a CEO e sócia-fundadora, Luciana Melo, fala sobre as expectativas com as inaugurações deste ano, os planos de avanço para outros estados e como a rede de cafeterias se mantém atrativa mesmo depois de duas décadas de atividade. 

Espresso: O que motivou a escolha de São Paulo como novo mercado para a rede? Quais são as expectativas de crescimento para 2025?

Luciana Melo: O mercado de São Paulo é o principal mercado do Brasil e sempre esteve dentro do nosso planejamento. O que a gente entendia é que a rede tinha que ser forte e consolidada para enfrentar este mercado. Estávamos esperando a hora certa para entrar. As expectativas de crescimento são muito boas e já temos novas lojas em implantação. Nos próximos três meses, devem começar a pipocar as inaugurações. Mas acreditamos que, até o final do ano, vamos estar com mais dez lojas na capital.

Unidade da Vila Nova Conceição, primeira inaugurada na cidade de São Paulo

E: Além de São Paulo, outras cidades estão no radar para os próximos anos?

LM: A gente segue crescendo organicamente na região Sul, onde temos lojas que vão inaugurar em Joinville. Seguimos crescendo nas praças onde já somos referência e, consolidando São Paulo de forma mais estratégica, vamos olhar para outros estados, como Espírito Santo, Minas Gerais e Distrito Federal. Então, começamos a subir um pouquinho mais no mapa. 

E: O consumo de cafés especiais cresce no país. Como o Café Cultura tem aproveitado essa tendência para atrair novos clientes?  

LM: Nós somos pioneiros no café especial no Brasil e continuamos fomentando o mercado através da educação. Levamos para o ponto de venda a questão da torra, por exemplo. Na loja de São Paulo, temos uma área chamada circuito do café, onde nós mostramos que somos o café especial. Nas lojas continuamos fortalecendo sempre o café em pacote, os métodos e outras formas de preparo, como o drip coffee. Tivemos o lançamento do cold brew já reformulado em um ready-to-drink, uma garrafinha que pode ser levada na bolsa. Adoramos tendências e estamos sempre de olho em como podemos apresentar isso ao consumidor.

E: O preço do café no mercado tem oscilado bastante. O Café Cultura tem sentido dificuldades para manter sua cadeia de fornecimento devido ao custo do grão?

LM: Dificuldade em manter a cadeia de suprimentos, não. Mas tivemos dificuldade em manter o preço. Fizemos um repasse de preço, mas não os 170% que subiu a saca de café. 

E: Muito se fala sobre sustentabilidade e, quando falamos de café, tratamos de origem, clima, ESG etc. Como o Café Cultura trabalha esses temas?

LM: Todo produto que compramos tem origem, tem rastreabilidade. As fazendas parceiras são sustentáveis. Não só exigimos os selos como visitamos as propriedades. E tudo que vem desta cadeia nós reutilizamos. Todos os sacos de café, de juta ou de papel, nós reutilizamos em decoração. Toda a casca que é gerada nos torradores vai para a compostagem. Itens como bandejas e pratos de bolo são feitos com madeira de poda de café. Tudo que podemos olhar para o café, para o produto, nós reutilizamos aqui dentro ou na sua própria origem. Também olhamos muito para as mulheres no campo. Além do blend Delas, em que trazemos a história de uma mulher que está à frente de uma fazenda, nossa principal fazenda é comandada por uma mulher. Sempre olhamos para essa cadeia das “cafezeiras”. 

E: Quais as projeções de faturamento do Café Cultura para 2025? 

LM: A projeção é fecharmos o ano na casa dos R$ 100 milhões. Esperamos um crescimento expressivo com as novas unidades. O Rio de Janeiro já mostrou um potencial maior do que temos hoje de consumo aqui na região Sul. E São Paulo também já vem mostrando isso.

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Divulgação

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McDonald’s ultrapassa Starbucks como marca mais valiosa de restaurantes do mundo

O McDonald’s ultrapassou a Starbucks e se tornou a marca de restaurantes mais valiosa do mundo. Em 2025, o valor da rede de fast-food subiu 7% e atingiu US$ 40,5 bilhões, superando pela primeira vez, desde 2016, a Starbucks, que este ano registrou queda de 36%, chegando a US$ 38,8 bilhões.

Ainda de acordo com o relatório da Brand Finance, consultoria global de avaliação de marcas, a queda apresentada pela Starbucks é decorrente de declínios em diversos indicadores-chave de força da marca nos EUA e na China, como reputação e recomendação. Isso indica um desalinhamento crescente com as expectativas dos clientes e um aumento da insatisfação dos consumidores, o que resulta em redução nas vendas.

Enquanto isso, o valor da marca chinesa Luckin Coffee registrou um acréscimo de 17%, para US$ 1,7 bilhão, subindo duas posições (19º lugar) e conquistando o título de marca de crescimento mais rápido de 2024. Segundo informações, a Luckin Coffee supera a Starbucks em domínio de mercado na China, impulsionada por inovações em produtos e em estratégia agressiva de expansão, que resultou na abertura de 1.382 novas lojas no terceiro trimestre do último ano.

O relatório da Brand Finance foi divulgado em meio ao plano de reestruturação da Starbucks, o “Back do Starbucks”, que recentemente incluiu a redução da frequência de promoções, a simplificação do menu nos EUA e o corte de cargos corporativos.

TEXTO Redação / Fonte: Global Coffee Report

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Saiba o que rola na última edição da revista Espresso

Há duas décadas, seria impensável dizer que onde se produz café também se pode cultivar vinhedos. Pois no Brasil, isso é possível. A capa desta edição, escrita por Cristiana Couto, explora como regiões conhecidas pela produção de cafés especiais vêm apostando, também, no plantio de vinhas e na elaboração de rótulos de qualidade. O segredo? Uma combinação entre território e manejo.

A Espresso #87 já está disponível no site da Café Store e nos pontos de venda parceiros. Clique aqui para comprar.

Em outra de nossas reportagens, Mariana Grilli traz à tona a realidade do café net zero, mostrando como produtores brasileiros adaptam suas fazendas às novas exigências ambientais e econômicas do mercado global. O café carbono neutro deixa de ser tendência e torna-se requisito essencial para quem deseja sobreviver em uma cafeicultura cada vez mais competitiva e consciente.

Também nesta edição, Lívia Andrade conta a história do Vale da Grama, uma região incrustada na Serra da Mantiqueira e reconhecida pela produção de cafés de qualidade. Recentemente oficializada como a mais nova indicação geográfica (IG) cafeeira de São Paulo, o Vale da Grama reúne tradição centenária, terroir único e famílias que vêm conquistando os mais prestigiados prêmios do setor.

Examinamos, ainda, o aumento do consumo de cafés solúveis, as pesquisas que buscam produzir cafés em laboratório e as tendências no mercado de cacau de qualidade.

Buscamos, assim, exemplos claros de como inovação e tradição podem caminhar juntas, criando novas oportunidades e estruturando o futuro da agricultura brasileira.

Boa leitura!

TEXTO Redação

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Campanha quer desmistificar o ristretto

Chamada “O ristretto é nosso”, iniciativa engaja cafeterias e incentiva consumidores a conhecerem mais sobre a bebida

Por Gabriela Kaneto

Você já tomou um ristretto hoje? Com o objetivo de popularizar a bebida e destacar seus sabores, a campanha “O ristretto é nosso”, que vai até o dia 30 deste mês, engaja cafeterias em diferentes partes do Brasil e convida consumidores a provarem e a compararem o ristretto com o já conhecido espresso.

“Criei o evento para dar uma animada no nosso mercado depois de tanta notícia difícil mês após mês”, explica Flávia Pogliani, do The Little Coffee Shop (SP), idealizadora do projeto, referindo-se aos preços do café e às incertezas climáticas na produção. “Mas, também, para desmistificar o ristretto, pois trabalhando no mercado, ouvindo clientes e cafeterias, percebi que haviam alguns preconceitos”, conta.

A campanha conta com 60 cafeterias espalhadas por 19 cidades, de norte a sul do país. Cada uma delas apresenta um duo autoral, composto por um espresso e um ristretto (simples ou duplo), feitos com o mesmo grão de qualidade. “Cada casa prepara o duo com o grão que já usa na operação, então todos eles serão diferentes, o que é ótimo para quem quer fazer um tour. A maioria das cidades tem mais de uma cafeteria participante”, conta Flávia.

Duo do FFV Café – Fotos: Divulgação

Na capital paulista são 23 endereços, como o FFV Café (@ffv_cafe), na Vila Buarque. “A potência e a complexidade do ristretto deveriam ser mais bem exploradas”, comenta Clayton Miranda Silva, barista e sócio-proprietário da casa. “No dia a dia, já temos como hábito sugerir o ristretto para nossos clientes, inclusive em bebidas com leite”.

Justamente para apresentar melhor essa complexidade, o FFV escolheu grãos de catuaí 2SL, de processamento natural, cultivados na Mantiqueira de Minas e torrados pela Dora Coffee Roasters. “Se depender de nós, baristas e cafeterias, e de campanhas como essa, seguiremos um bom caminho para essa valorização”, afirma.  

Já em Belo Horizonte (MG), o Café Magrí (@cafemagri), no bairro Mangabeiras, inova ao ser a única cafeteria da lista a apresentar um duo com grãos canéfora. “Por aqui já estamos desenvolvendo um trabalho com canéforas que precede a campanha e, para nós, não fazia sentido usar outro café”, explica Marília Balzani, sócia e barista. 

Duo do Café Magrí – Fotos: Alexandre Fidelis

O café escolhido para a campanha foi um conilon da Fazenda Venturim, no Espírito Santo, torrado pela Fuzz Cafés Especiais. “Foi desafiador para a equipe, pois temos poucas referências de ristrettos de canéforas no mercado, mas chegamos a um resultado super legal e estamos muito felizes em explorar essa possibilidade e esses novos sabores”, comemora.

Marília conta que, antes da campanha, foram raras as ocasiões em que um cliente havia solicitado um ristretto, já que a maioria dos frequentadores tem como hábito consumir o espresso longo. “A maior parte dos nossos clientes entendem o espresso curto como um espresso de pelo menos 50 ml, e o longo de 80 ml para mais, o que é muito comum em alguns cafés de cápsula e nas tendências estadunidenses”, menciona a sócia. “Isso nos dá a oportunidade de falar mais sobre as opções de bebida, mas também nos confere um desafio em explicar os motivos do ristretto ser menor do que a expectativa deles”, completa.

Para ela, campanhas como essa são importantes para quebrar paradigmas propostos exclusivamente pela indústria do café. “O ristretto está no imaginário das pessoas como uma opção de bebida de cápsula, e criou-se uma visão deturpada do que ele realmente é. Então participar dessa campanha significa reivindicar ao barista a capacidade de apresentar bebidas diferentes, complexas e bem feitas”, ressalta.

O valor dos duos varia entre R$ 10 e R$ 22. “Isso quer dizer então que o ristretto é melhor do que o espresso? Não. Melhor ou pior é um gosto individual. O ristretto é o que ele é”, afirma a criadora da campanha.

TEXTO Gabriela Kaneto

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Exportações brasileiras tem queda de 10,4% em fevereiro, diz Cecafé

Receita, porém, subiu 55,5%; cafés diferenciados representaram 25% das exportações e dobraram o faturamento; exportação de solúvel cresce 16,5%
 

Da Redação

Em fevereiro, o país exportou 3,274 milhões de sacas de café – uma queda de 10,4% em comparação com o mesmo período do ano passado, diz relatório de fevereiro do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) divulgado nesta quinta (13). A receita, porém, é 55,5% maior, um recorde: US$ 1,190 bilhão, reflexo das cotações elevadas no mercado global (para acessar o relatório completo, clique aqui).

As exportações somam 33,452 milhões de sacas nos oito primeiros meses da safra 2024/25, o que gerou divisas de 9,723 bilhões de reais – uma alta recorde de 59,8% em receita cambial se comparada ao mesmo intervalo anterior (julho de 2023 a fevereiro de 2024).

Para Marcio Ferreira, presidente da Cecafé, “embora as bolsas internacionais tenham recuado, os preços atuais e cotações médias dos últimos meses são significativamente maiores do que aqueles praticados no mesmo período do ano anterior”. 

Preços ao consumidor podem subir 

Ferreira lembra, porém, que os canéforas do Brasil na bolsa de Londres não estão com preços competitivos como os do Vietnã, por exemplo, porque estamos na entressafra. Também os arábicas nacionais estão mais caros na bolsa de Nova York.

Sobre a diminuição do comércio de café, Ferreira cita como causas a redução de linha de crédito e um eventual recuo pontual no consumo da bebida. “Novas altas nos preços ao consumidor não devem ser descartadas. Esses potenciais aumentos gerarão uma redução no consumo”, declara. 

Safra 2026/27 pode se recuperar

Segundo Ferreira, se o inverno for sem intempéries e as chuvas retornarem em volume suficiente, a safra 2026/27 poderá ter boa florada e se recuperar. “No momento, a certeza para a safra 2025/26 é de um volume bem menor para o arábica e maior ao conilon”, prevê o presidente do Cecafé. Nesse cenário, diz ele, não será possível bater recordes de exportação, mas o Brasil ainda terá “uma participação representativa”. 

Os Estados Unidos foram o principal destino dos cafés brasileiros neste primeiro bimestre, importando 1,206 milhão de sacas (16,6% do total). Em seguida vem a Alemanha (878.350 sacas, 12,1% do total), a Itália (531.260 sacas), o Japão (478.844 sacas) e a Turquia (354.904 sacas).

Problemas logísticos

Apesar de Vietnã e Indonésia estarem mais competitivos no primeiro bimestre, ambos — respectivamente, segundo e quarto maiores produtores globais — continuam ampliando a compra de café verde brasileiro. Nos dois primeiros meses do ano, os vietnamitas importaram 72.836 sacas (aumento de 297,3%), enquanto os indonésios adquiriram 47.471 sacas (um crescimento de 29,2%).

Ferreira acredita que muitas dessas exportações correspondem a contratos fechados em 2024, quando os canéforas brasileiros estavam mais competitivos. No entanto, parte desse volume ainda não foi embarcada devido a problemas logísticos –  atrasos de navios, mudanças de escala e rolagens de carga, reflexo da infraestrutura portuária defasada do país.

Solúvel cresce 16,5%

O café arábica manteve a liderança nas exportações brasileiras no primeiro bimestre, com 6,07 milhões de sacas embarcadas ( 83,4% do total). Apesar do volume expressivo, houve queda de 0,7% em relação ao mesmo período de 2024.

Na segunda posição, solúvel registrou um crescimento de 16,5%, com 640.996 sacas exportadas (8,8% do total). Já os canéforas tiveram recuo de 45,5%, somando 559.928 sacas (7,7%), enquanto o café torrado e torrado e moído apresentou o maior crescimento percentual – alta de 63,9%, mas com um volume modesto de 7.993 sacas (0,1% do total).

Os cafés de qualidade superior ou com certificados como sustentáveis representaram 24,8% das exportações, com 1,8 milhão de sacas embarcadas — um crescimento de 14,7% em relação ao mesmo período de 2024.

Com preço médio de US$ 398,47 por saca, os cafés diferenciados geraram uma receita de US$ 717,7 milhões – 28,5% do total obtido com as exportações de café no período. Em relação ao ano anterior, a valorização foi expressiva, com um aumento de 101,1% no faturamento.

Os Estados Unidos lideraram as compras desse tipo de café, adquirindo 351.205 sacas (19,5% do total exportado). Na sequência, aparecem Alemanha (228.840 sacas, 12,7%), Bélgica (179.510 sacas, 10%), Japão (125.646 sacas, 7%) e Holanda (118.806 sacas, 6,6%).

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