Barista

BSCA retoma curso de Q-Grader com adaptações dos órgãos de saúde

A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) anunciou a retomada da realização de seus cursos de formação de Q-Graders, que estavam suspensos desde o fim de 2019 devido à pandemia do novo coronavírus.

“Recebemos muitos contatos solicitando a retomada de nossa capacitação. Adaptamos todos os procedimentos aos protocolos dos órgãos de saúde nacionais e mundiais relacionados à prevenção contra a Covid-19 e conseguiremos ministrar os cursos respeitando a vida e a saúde de todos os envolvidos, desde alunos até os profissionais da BSCA”, explica Vanusia Nogueira, diretora da BSCA.

Duas turmas já estão completas e a terceira ainda possui vagas em aberto. Essa última será realizada entre 10 e 15 de maio, na sede da BSCA, em Varginha (MG), das 8h às 18h, com aulas ministradas pelo instrutor Joel Shuler. Para se inscrever clique aqui.

Os interessados em realizar a capacitação podem entrar em contato através do e-mail luisa@bsca.com.br e fazer sua solicitação para inclusão na lista de espera dos próximos cursos.

Q-Graders

Os profissionais que obtêm o certificado de Q-Grader se qualificam como provadores e classificadores de café mundialmente reconhecidos pelo Instituto de Qualidade do Café (Coffee Quality Institute – CQI), entidade internacional sediada nos EUA, que trabalha para a evolução da qualidade cafeeira global através de treinamentos e exames práticos, os quais permitem o desenvolvimento de competências para a análise sensorial, além da habilidade em avaliar os defeitos da bebida.

Os cursos possuem vagas limitadas e os alunos serão submetidos a treinamentos e exames desenvolvidos com base na metodologia da antiga Specialty Coffee American Association (SCAA), atualmente Specialty Coffee Association (SCA).

As aulas contêm exercícios teóricos e práticos. Ao final, os alunos realizam exames para buscarem a obtenção da “Licença Q-Grader”, que os capacitará para atuarem no leia mais…

TEXTO Redação • FOTO Agência Ophelia

Mercado

Plant-based: Nestlé aposta em cápsula zero lactose

Neste ano, a Nestlé completa 100 anos no Brasil e busca investir na ampliação de seu portfólio plant-based (a base de vegetais). No total, serão mais de 12 itens lançados no mercado brasileiro ao longo de 2021. Nos últimos três anos, a companhia investiu cerca de R$ 40 milhões nesta frente.

As inovações são parte de uma estratégia global da Nestlé para estar ao lado dos consumidores em suas opções, tanto para aqueles que adotaram a alimentação vegana ou vegetariana, para as pessoas que seguem uma mudança de comportamento para reduzir o consumo de itens de origem animal e para aqueles que buscam adotar hábitos alimentares e estilos de vida diversificados.

Segundo pesquisa em 2020 pela GFI Brasil, em parceria com o IBOPE, 49% dos brasileiros declaram terem reduzido o consumo de carne e 59% já incluem bebidas vegetais em sua dieta, sendo que 39% afirmam que já consomem alternativas vegetais pelo menos três vezes por semana.

Os motivos para o consumo de produtos plant-based acompanham tanto um aumento da população vegetariana quanto um maior envolvimento das pessoas com questões ambientais e busca por opções mais equilibradas. No caso das bebidas vegetais, o consumo também é motivado por uma parcela da população que possui intolerâncias ou alergias relacionadas ao leite animal.

Cápsulas

O primeiro lançamento plant-based da Nestlé será com Nescafé Dolce Gusto, com dois novos itens do portfólio de lattes. As opções zero lactose são o Macchiato Amêndoas, um produto marcado pelas notas de amêndoas, e o Macchiato Coco, mistura grãos de café do sudeste asiático com o sabor do coco. As novidades já estão disponíveis para o consumidor em caixas com 12 cápsulas, exclusivamente no e-commerce de Nescafé Dolce Gusto.

Sorvete Vegano

Em junho de 2019, a Nestlé trouxe para o Brasil mais de 20 opções de produtos plant-based da marca Nature’s Heart, produzidos pela equatoriana Terrafertil, da qual a multinacional suíça é sócia majoritária desde o início de 2018. Agora em 2021, trará o sorvete vegano para a rede Bacio di Latte. O produto será feito com bebida vegetal de aveia da linha Nature’s Heart e já está disponível nas lojas da Bacio di Latte em todo o Brasil.

TEXTO Redação • FOTO Matthias Oberholzer

Mercado

Igualdade na cafeicultura: evento debate principais pontos para empreender com sucesso no setor

De 15 a 19 de março acontece o projeto Ganha-Ganha: Igualdade de Gênero Significa Bons Negócios. A iniciativa é organizada por ONU Mulheres e Organização Internacional do Trabalho (OIT), com financiamento da União Europeia para a equidade de gênero nos negócios, em parceria com a Aliança Internacional das Mulheres do Café (IWCA Brasil).

Com o tema “Trilha de Aprendizagem: como construir um caminho de sucesso no café”, o evento, que acontece de forma digital, tem o intuito de mapear as principais competências para empreender no universo do café.

Além disso, o projeto traz um conjunto integrado de ações, com conteúdo teórico, habilidades e atitudes necessárias para que um profissional ou empreendedor atue com sucesso no mercado, com mulheres que irão compartilhar suas vivenciais ao construir suas carreiras e empreendimentos diante de um mercado ainda tão masculino.

Para participar, as inscrições podem ser feitas aqui. Confira a programação:

15 de março, das 19h às 21h

Trilha de Aprendizagem 1: Sucesso na produção de café
Convidadas:
– Simone Carneiro de Morais Sousa – Cafeicultora e CEO Santa Quitéria Cafés Especiais
– Iandra Mendes Vilela – Nutricionista e profissional certificada Q-processing da Cocatrel Direct Trade
– Luiza Oliveira Macedo – MSc. Engenheira Agrônoma e fundadora da Conhecimento Agro

Moderadora: Danielle Baliza – Professora e pesquisadora do IF Sudeste MG

16 de março, das 19h às 21h

Trilha de Aprendizagem 2: Sucesso na comercialização
Convidadas:
– Lais Faleiros – Trader da Fazenda Eldorado e Cooperativa Cocapil
– Yuki Minami – Administradora da Aequitas Coffee e Minami Agrícola
– Vanusia Nogueira – Diretora Executiva da Associação Brasileira de Cafés Especiais

Moderadora: Ana Paula Rosas – Jornalista especializada em café e fundadora do De Pratos a Prosas

18 de março, das 19h às 21h

Trilha de Aprendizagem 3: Sucesso na torra e varejo
Convidadas:
– Paulinha Dulgheroff – Mestre de torras da Mundo Café
– Fabiola Jungles – Mestre de torras da Flama Torras Especiais
– Eliana Relvas – Consultora em cafés especiais pela Phier Consultoria

Moderadora: Gisele Coutinho – Barista e fundadora do Pura Caffeina

19 de março, das 19h às 21h

Trilha de Aprendizagem 4: Sucesso no serviço e hospitalidade
Convidadas:
– Sulayne Shiratori – Professora de cafés especiais e fundadora da Loz Feliz Café Lab
– Lidiane Santos – Barista e sócia-proprietária da Kaffe Torrefação e Treinamento
– Carolina Oda – Comunicadora e consultora de hospitalidade e bebidas

Moderadora: Kelly Stein – Jornalista, fundadora do podcast Coffea e do Projeto Coffea Trips

TEXTO Redação • FOTO Café Editora

Mercado

Crescimento do e-commerce segue firme em 2021

Um ano do anúncio da pandemia de Covid-19 e os impactos em diversos setores da economia brasileira são grandes. A maioria dos segmentos sofreu um impacto negativo, mas algumas exceções tiveram um saldo positivo durante o ano de 2020, e esse foi o caso do e-commerce.

Segundo o Movimento Compre&Confie, que nasceu a partir da mobilização de várias lojas para construir um mercado mais seguro e confiável para as compras on-line, o e-commerce cresceu 56,8% entre janeiro e agosto do ano passado. Agora, em 2021, a expectativa é de que o comércio eletrônico cresça 32%, aponta o relatório da XP Investimentos.

O crescimento desse segmento já era esperado em 2020, mas a chegada da pandemia, as necessidades de isolamento social e o fechamento do comércio fizeram com que o e-commerce explodisse no cenário nacional.

De acordo com Guilherme Juliani, CEO da Flash Courier, transportadora especializada em cargas expressas, assim como a maioria dos setores, o mercado de varejo on-line também passou por um momento de profunda transformação e com ela muitas lojas precisaram aprimorar seus serviços digitais. “Empresas que já pensavam, há tempos, em apostar no comércio eletrônico foram obrigadas a acelerar seu processo de entrada e enxergaram o momento como a melhor oportunidade de crescimento”, completa.

Além disso, o comportamento do consumidor vem mudando nos últimos anos. Segundo o estudo Consumer Insights da Kantar, o comércio eletrônico ganhou espaço na preferência dos consumidores: 68% dos brasileiros que responderam à pesquisa disseram que os aplicativos de entregas em domicílio os satisfazem totalmente no quesito velocidade, 63% por conta da facilidade de uso, 64% pela qualidade dos produtos e 77% pela facilidade de pagamento.

Para Guilherme, isso demonstra que os consumidores perceberam como é simples fazer compras pela internet e criaram confiança nessa operação. “É uma questão básica também. Hoje vemos leia mais…

TEXTO Redação

Receitas

Cookies de cacau e café

Ingredientes
– 230 g de farinha integral
– 30 g de cacau
– 230 g de açúcar (50% demerara e 50% mascavo)
– 150 g de óleo de girassol
– 90 g de café coado “forte” (90 g de água para 45 g de pó)
– 1 colher (chá) de baunilha
– 1 colher (chá) de fermento biológico
– 1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
– 1 pitada de sal
– 250 g de chocolate: 70%, ao leite ou misturados, a seu gosto

Preparo
Misture primeiramente todos os ingredientes líquidos. Aos poucos incorpore os secos nesta mistura, deixando o chocolate por último. Deixe a massa na geladeira de um dia para outro. Para montar os cookies, faça bolinhas, coloque-as na assadeira deixando um espaço entre elas e leve-as para assar em 170 oC, por 12 a 15 minutos.

Rende 10 cookies de 100 g cada um

FOTO Daniel Ozana/Studio Oz • RECEITA Izabela Tavares, da Iza Padaria Artesanal

Barista

Eystein Veflingstad: “Eu andava pela faculdade com uma prensa francesa de 1 litro”

“Sempre achei muito interessante, porque é uma ciência. É divertido, mas difícil. Tem que controlar muitos fatores”. O mestre de torra norueguês Eystein Veflingstad poderia estar falando do próprio ofício. Essa é, no entanto, a explicação para uma de suas paixões, a fotografia. “Acho que essas características foram o principal motivo para eu me interessar por café”, avalia. Ele conheceu o barismo quando estudava a oitava arte no Canadá, no final dos anos 1990.

Com o advento das imagens digitais, na época, ele desistiu de trabalhar com fotografia analógica e passou a se dedicar ao café. Há mais de cinco anos é dono da 3ª Onda Café, empresa baiana que forma e instrui produtores pelo Brasil. Com sotaque peculiar, dominando o português, ele viaja o ano inteiro pelas regiões produtoras. Apesar da grafia um pouco diferente, Eystein tem o nome do célebre cientista, e não é por acaso. Gosta da tecnologia, mas se dá melhor mesmo é na relação com as pessoas. Em 2014, foi campeão norueguês no concurso nacional de aeropress e é o organizador do campeonato nacional desse método no Brasil, que está na terceira edição.

Como é a vida de um consultor de café?

Um consultor vai dedicar 20% do dia dele para revisar cursos, desenvolver projetos novos. Ele gasta 60% do tempo prospectando clientes, tentando abrir mercado. No final, tem 20% do tempo livre para realmente fazer o que ama. Eu amo torrar café, dar cursos, mas estou há um ano e meio trabalhando mais com produtores, especialmente os pequenos.

Qual é o perfil deste agricultor com o qual você trabalha?

São produtores familiares, alguns com filhos crescidos, que estão tentando trabalhar com café de qualidade. Já trabalharam com commodity, mas o retorno é muito baixo e uma fazenda pequena tem custos muito altos. Eles geralmente moram em casas que têm goteira quando chove, um carro popular para atender a todos, tudo muito simples. É uma vida difícil.

Como é sua relação com eles?

Muitas vezes recebo convites para me hospedar com eles e ver como podemos criar um café especial. Para quem trabalha com commodity, não é tão difícil mudar. O próximo passo é o mais detalhado: depois do período da consultoria, é preciso saber torrar amostras e provar o café. Senão, esses agricultores vão ficar nas mãos das pessoas que compram o produto. No final, você ganha duas vezes, porque também prova os cafés, que é o melhor da experiência. Já comecei a trabalhar com produtores que estavam com cafés de 78 pontos e conseguimos aumentar até 6 pontos em apenas um ano de trabalho.

Como você vê o mercado de café brasileiro?

Alguns anos atrás era difícil beber uma boa xícara de café. Isso está mudando porque somos um monte de torrefadores pequenos procurando qualidade. Se um produtor tem duas sacas de um café incrível, ele tem cliente. Temos como fazer pesquisa, o produtor consegue investir tempo e conhecimento para fazer um café bom. Parece que estamos indo devagar, mas café é assim mesmo.

Por que você veio para o Brasil?

Eu e minha esposa, Marina, que é brasileira, vivemos na Noruega por quase dez anos. Ela queria voltar para cá, e eu tinha certeza de que conseguiria algo bom para fazer aqui. Tinha uma amiga mineira, de uma cidade perto de Caparaó e de Manhumirim, a Josiane Cotrim, que me dizia que eu precisava ir à Semana Internacional do Café. Fui à edição de 2014, conheci um monte de gente, fui convidado para visitar fazendas… Isso realmente foi o meu lançamento aqui, abri a 3ª Onda naquele ano mesmo.

Você se lembra da primeira em vez que provou café?

Eu fiz café pela primeira vez com uns 12 anos, quando era escoteiro. Estava na floresta, usei meio pacote de pó e 1/2 litro d’água. Foi terrível. Comecei a me interessar pelo café de qualidade quando estava na faculdade. Na cidade canadense em que morei, tinha uma cafeteria com bons cafés. Nas férias de verão, na Noruega, arrumei um emprego com fotografia durante o dia e, de noite, trabalhava na cafeteria ao lado do estúdio. Voltei para a escola com 8 quilos de café. Eu era o rapaz que andava pela faculdade com uma prensa francesa de 1 litro, só para mim.

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso referente aos meses setembro, outubro e novembro de 2017 – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

TEXTO Clara Campoli • FOTO Vitor Macedo

Mercado

Pesquisa Abic: consumo interno de café no Brasil registrou crescimento em 2020

A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) realizou uma coletiva de imprensa on-line e divulgou dados que mostram a importância do café no dia a dia dos brasileiros e na indústria nacional.

Os números de consumo revelam que, apesar da crise econômica gerada pela pandemia que afetou diversos setores em 2020, a procura por café seguiu crescendo, com um aumento de 1,34% em relação ao mesmo período analisado no ano anterior.

Em relação à indústria, a Abic revela dados de uma pesquisa qualitativa, a primeira realizada em duas décadas no Brasil, que mostra que 82% do setor é composto por micro e pequenas empresas e a produção industrial se concentra no Sudeste (76,6%).

O consumo interno de café no País registrou crescimento em 2020: foram 21,2 milhões de sacas entre novembro de 2019 e outubro de 2020, o que representa uma alta de 1,34% em relação ao período anterior, que considerou dados de novembro de 2018 a outubro de 2019.

Os números coletados pela Abic revelam ainda que, no ano passado, o Brasil manteve a posição de segundo maior consumidor de café do mundo. Dados da última pesquisa realizada pela Euromonitor em 2019 destacam o País como maior mercado mundial em volume total de café como bebida quente. Quando analisado o consumo per capita, observa-se que, em 2020, ele foi de 5,99 kg por ano de café cru e 4,79 kg por ano de café torrado. O bom desempenho na mesa leia mais…

TEXTO Redação • FOTO Andrea Tummons Ehymer

Mercado

Estados Unidos importa 19% dos cafés brasileiros exportados em fevereiro

O relatório mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) aponta que no mês de fevereiro foram exportadas 3,3 milhões de sacas de café, considerando a soma de café verde, solúvel e torrado e moído, um aumento de 9% em relação ao mesmo período de 2020.

A receita cambial gerada com os embarques foi de US$ 423,7 milhões, crescimento de 4,7% em relação a fevereiro do ano passado. Na conversão em reais, o valor foi de R$ 2,3 bilhões, apresentando aumento de 30,6%. Já o preço médio da saca foi de US$ 129,19 no período.

No segundo mês deste ano, as exportações de café verde (arábica e canéfora) atingiram 3 milhões de sacas, registrando crescimento de 11,2% ante fevereiro do ano anterior. O café arábica representou 81,9% do volume total exportado no mês (2,7 milhões de sacas), o canéfora (conilon e robusta) ocupou 9,5% de participação nas exportações (312,3 mil sacas) e o solúvel, 8,5% dos embarques (278,4 mil sacas). Tanto o café arábica quanto o canéfora apresentaram aumento nos volumes exportados, de 8,5% e 42,7%, respectivamente, quando comparado a fevereiro de 2020.

“As exportações brasileiras de café se mantiveram firmes no mês de fevereiro, registrando o crescimento de 9% em relação ao ano anterior. Analisando-se os números parciais do ano safra 2020/2021, observa-se recorde das exportações entre julho de 2020 e fevereiro de 2021 em relação ao mesmo período de anos anteriores, refletindo as ótimas condições da safra passada e o potencial cenário para um novo recorde no encerramento do ciclo. Esses resultados demonstram que os diferenciais brasileiros continuam competitivos e que somados à excelente qualidade e à sustentabilidade aplicada nas lavouras, tornam o café brasileiro mais atrativo e fortemente demandado na bolsa de Nova York, onde o país se destacou como uma das principais origens de entrega de cafés de qualidade”, declara Nicolas Rueda, presidente do Cecafé.

Janeiro e fevereiro de 2021

Neste período, o Brasil exportou 6,9 milhões de sacas de café, apresentando um desempenho positivo em relação ao mesmo período do ano passado, com crescimento de 6% nos embarques. As exportações de café verde apresentaram alta de 8,1%, atingindo 6,3 milhões de sacas, sendo que os embarques de café arábica (5,8 milhões de sacas) cresceram 6,7% e os leia mais…

TEXTO Redação • FOTO Agência Ophelia

Mercado

Em meio ao tsunami, como ficará o consumo de café?

Impossível não falarmos do impacto que a pandemia do coronavírus teve e ainda terá no nosso mercado de café especial. Nas próximas páginas conheça o retrato baseado em pesquisas e dados que mostram  por que acreditamos que, agora sim, estamos mergulhando em uma onda forte, incerta e repleta de novos desafios

“Hoje eu acordei com uma vontade danada de tomar café.” Quantos brasileiros levantam todos os dias com essa memória afetiva de uma xícara da nossa bebida predileta depois da água. Entre os lares brasileiros, 98% têm o hábito de tomar diariamente a bebida que resulta desse fruto que chega à mesa de milhões de consumidores depois de passar por processos bem específicos no campo e de industrialização.

A questão é que – como muitos produtos – o café tem variedades, tipos e classificação que o separam em categorias. A forma como ele é colhido, o processamento na lavoura, a secagem no terreiro, depois a seleção e todos os sabores que ele terá a partir da torra alteram o caminho que esse grão vai tomar até chegar à xícara de algum apreciador.

A história de cada cafeicultor nas mais de vinte regiões produtoras do País e, indo além, nos mais de cinquenta países que cultivam café no mundo importa, e muito, pois dá vida a 1,6 bilhão de xícaras diárias consumidas em todo o globo. Muito além da quantidade de produção, porém, que abastece milhões de pessoas no mundo, o café tem separações por qualidade, o que define seu preço ao torrefador e ao consumidor – se quisermos encurtar bem essa cadeia. E é sobre esse nicho de mercado – o café especial – que vamos falar. De acordo com a Euromonitor International. em 2019 o mercado de cafeterias com serviço de cafés e chás especiais movimentou no mundo  64 bilhões de dólares. Com dados promissores de crescimento para os próximos anos, o café, e o mundo, sofreu uma ruptura sem precedentes.

As três ondas do café

O café – como hábito de consumo – vive três ondas pelo mundo. É importante conhecer a história recente. Por volta de 1945, pós-II Guerra Mundial, o crescimento econômico do Ocidente impulsionou a primeira onda do café, que era visto como produto para dar energia, em volume, sem preocupação com qualidade, apenas com o intuito de criar o hábito dentro das casas; desse movimento fazem parte marcas atuais como Keurig Green Mountain (Keurig Dr Pepper), Mondelez, D.E. Master Blenders, Nestlé, entre outras.

O conceito do café especial foi mencionado pela primeira vez em 1974, pela norueguesa Erna Knutsen. A segunda onda, representada pelo nascimento das marcas Starbucks e Peet’s Coffee, começa exatamente nessa década, com foco no espresso e nas bebidas que derivam dele. A necessidade de ter parâmetros e consistência leva ao preparo mais homogêneo de receitas mundiais e ao desenvolvimento de equipamentos próprios para isso. O incentivo é para o consumo fora de casa, com ênfase nas origens e nas torras, com certa visão para a qualidade. Em 1982 nasce a Associação Americana de Cafés Especiais e, em 1998, a entidade semelhante na Europa.

A terceira onda surge somente em 2003, assim batizada pela norte-americana Trish Rothgeb, em artigo da The Flamekeeper, newsletter da Roasters Guild. O intuito da fundadora da Wrecking Ball Coffee Roasters, especialista em torra,  era dar nome a um movimento de cafeterias independentes, entre elas Blue Bottle, Intelligentsia e Stumptown (hoje todas já vendidas para Nestlé e JAB Coffee), que traziam métodos de preparo filtrados e alta qualidade no produto e no serviço ao cliente. A identificação da fazenda, da época da colheita, do tipo de processo do café, da data da torra, da variedade e das notas do produto são mais do que só a origem trazida pela segunda onda.

Muito se debate sobre a chegada de uma quarta onda. Especialistas como a própria criadora do termo da terceira onda, Trish Rothgeb, porém, em entrevista à jornalista Janice Kiss para a Espresso, em 2018, avaliaram que a terceira onda estava no auge, com o amadurecimento da geração que a construiu e com o fortalecimento do mercado de café de qualidade.

O consumo global da bebida especial crescia a 10% ao ano, segundo dados da Organização Internacional do Café (OIC), impulsionado sobretudo pelo estilo de vida dos jovens, que levavam em consideração a qualidade do produto, o benefício para a saúde e o cuidado com o meio ambiente. “Algumas pessoas falam em quarta onda, mas é um tanto precipitado. Não vejo mudanças no comportamento do consumidor que possam fundamentar a origem de um novo movimento”, analisa Trish. Mas, e agora? A bolha do café especial, que já precisava ser estourada e alcançar mais consumidores em todo o mundo, se viu frente a frente com a pandemia da Covid-19. leia mais…

TEXTO Mariana Proença • FOTO Daniel Ozana/Studio Oz

Mercado

Preços internacionais do café atingem a maior média desde 2017

Em fevereiro de 2021, o indicador composto da Organização Internacional do Café (OIC) continuou sua tendência de alta, aumentando 3,1% para uma média de 119,35 centavos de dólar dos EUA por libra-peso, à medida que os preços de todos os indicadores dos grupos subiam. Esta é a maior média mensal desde outubro de 2017, quando o indicador composto da OIC alcançou 120,01 centavos de dólar dos EUA por libra-peso.

O indicador composto diário permaneceu estável na primeira metade do mês, atingindo um mínimo de 115,07 centavos de dólar dos EUA por libra-peso em 15 de fevereiro. No entanto, na última semana do mês, os preços subiram acentuadamente e atingiram uma alta de 128,34 centavos de dólar por libra-peso no dia 25 de fevereiro.

A OIC disse que os preços em fevereiro foram sustentados pelo aperto na oferta, bem como pelas expectativas de um déficit na próxima temporada devido às altas temperaturas e às baixas chuvas no Brasil. As commodities, em geral, têm se recuperado à medida que os mercados continuam levando em consideração o otimismo relacionado às vacinas e a recente escassez de contêineres.

No ano cafeeiro de 2020/21, estima-se que a produção global aumentará 1,9%, para 171,9 milhões de sacas, com a produção do café arábica crescendo 5,2%, para 101,88 milhões de sacas. O consumo mundial do grão deve aumentar 1,3%, para 166,63 milhões de sacas em 2020/21, à medida que as ações de distanciamento social permanecem em vigor, limitando o consumo fora de casa, e a economia global se recupera lentamente.

O ano cafeeiro de 2020/21 deve terminar com leia mais…

TEXTO As informações são do Global Coffee Report / Tradução Juliana Santin • FOTO Agência Ophelia
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