Cafezal

Inscrições para o Coffee of the Year 2024 encerram em 7 de outubro

Um dos principais concursos da cafeicultura nacional, o Coffee of the Year recebe inscrições e amostras até 7 de outubro. Produtores de todo o Brasil podem inscrever seus melhores cafés nas categorias arábica e canéfora. A cerimônia de premiação será realizada em 22 de novembro, durante a Semana Internacional do Café

Como acontece o COY?

Os produtores interessados devem inscrever suas amostras no Sympla (uma a cada CPF, no valor de R$ 180) e enviá-las (junto com a ficha da amostra preenchida, recebida por e-mail) ao IFSUL DE MINAS – Campus Machado (endereço ao final desta matéria). Confira o regulamento aqui.

A dinâmica do concurso consiste no recebimento das amostras, que serão submetidas a um processo de avaliação por uma Comissão de Julgadores formada por especialistas nacionais (Q-Graders e R-Graders). Do total, serão selecionadas as 180 melhores amostras, sendo 150 de arábica e 30 de canéfora. 

Essas amostras serão disponibilizadas na sala Cupping&Negócios da Semana Internacional do Café, que acontece de 20 a 22 de novembro, em Belo Horizonte. As 10 melhores de arábicas e as 5 melhores de canéforas participam do voto popular através de degustação às cegas, pelo método filtrado, nas garrafas térmicas disponibilizadas nos dois primeiros dias de SIC. A cerimônia de premiação acontece na tarde do último dia, 22 de novembro.

Atenção: A ficha da amostra (enviada por e-mail após a confirmação da inscrição via Sympla e pagamento) deve ser devidamente preenchida (digitada), assinada pelo produtor e encaminhada com a amostra de 4 kg para o endereço abaixo:

Envio das amostras:
IFSULDEMINAS – CAMPUS MACHADO
A/C PROFESSOR LEANDRO PAIVA – NÚCLEO DE QUALIDADE DE CAFÉ CONCURSO COFFEE OF THE YEAR 2024/ SEMANA INTERNACIONAL DO CAFÉ
RODOVIA MACHADO PARAGUAÇU KM 03 – BAIRRO SANTO ANTÔNIO
CEP 37750-000 – MACHADO (MG) 

TEXTO Redação • FOTO NITRO/Semana Internacional do Café

Cafezal

Avanza Café quer aumentar em 25% renda familiar de cafeicultores na América Central

O programa Avanza Café é a mais nova parceria para melhorar a produção sustentável de café. Com foco na América Central (Honduras, Guatemala, El Salvador e Nicarágua) o programa envolve a empresa JDE Peet’s (de chá e cafés) e a ong TechnoServe, em parceria com o Programa Food for Progress, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), e um investimento de US$ 15,3 milhões.

A iniciativa busca introduzir técnicas de agricultura regenerativa para melhorar a produtividade nas fazendas de café, ao mesmo tempo em que reduz a pegada de carbono da produção de café e fortalece a resiliência climática nas comunidades produtoras. ao todo, serão treinados mais de O 35 mil pequenos produtores em práticas agrícolas regenerativas, com a meta de aumentar os rendimentos por hectare em 25% e a renda familiar, em 25%.

O Avanza Café é uma continuação do projeto Maximizing Opportunities in Coffee and Cacao in the Americas (MOCCA), liderado pelo USDA e pela TechnoServe, que já ofereceu treinamento para mais de 79 mil cafeicultores (40% deles mulheres) na América Central e no Peru. 

TEXTO Redação

Mercado

B3 inicia negociação de contrato futuro de conilon/robusta

Toque de campainha contrato futuro de cafés conilon e robusta

A B3, Bolsa de Valores do Brasil, começa nesta segunda (23) a negociação do contrato futuro de cafés conilon e robusta. Agora, produtores, cooperativas e traders e outros players do mercado têm uma ferramenta no Brasil para negociar valores de canéfora, já que o contrato possibilita fixar preços futuros do café, reduzindo os riscos causados pelas oscilações do mercado. 

Segundo Marielle Brugnari, head de produtos de commodities da B3, o lançamento atende a uma demanda crescente do mercado por um mecanismo que ofereça mais proteção contra flutuações inesperadas no preço do café.

Diferentemente do contrato de café arábica, o novo contrato de conilon/robusta será cotado em reais. Além disso, o contrato oferece a possibilidade de entrega física, com lotes (de grãos crus) depositados em armazéns credenciados pela B3, e será negociado em lotes de 100 sacas (60 kg), com vencimentos em janeiro, março, maio, julho, setembro e novembro.

Essa nova modalidade de negociação do canéfora dará ainda mais visibilidade a essa cultura, que já desempenha um papel crucial no Espírito Santo e em Rondônia, além de agregar valor ao mercado cafeeiro como um todo.

A B3 já oferece outros seis contratos futuros de commodities, incluindo café arábica, milho, soja CME, soja FOB Santos, boi gordo e etanol hidratado. 

TEXTO Redação • FOTO @cauediniz

Cafeteria & Afins

Coffee Lab abre segunda unidade em Pinheiros, na capital paulista

No último fim de semana, a cidade de São Paulo ganhou mais um importante ponto para tomar uma boa xícara. Popular na cena de cafés especiais por seus cursos, o Coffee Lab, que conta com cafeteria em operação desde 2009 na Vila Madalena, abriu a segunda unidade no movimentado Largo da Batata, em Pinheiros. E é claro que a Espresso foi conhecer o lugar.

Instalada em uma espécie de galpão, a casa tem estilo rústico, com piso de cimento industrial, paredes de tijolos à vista e trilhos de iluminação. Poltronas, sofás, mesas com cadeiras e balcões com bancos mesclam-se em diferentes ambientes, sempre acompanhados de tomadas para carregar celulares ou plugar notebooks. De qualquer lugar é possível ver a sala de cursos, que é aberta e exibe um torrador. O foco da nova unidade é ser apenas cafeteria e escola, enquanto que a operação de torrefação continua no sobrado da Vila Madalena.

Sentamos no sofá e abrimos o cardápio, cuja grande estrela é o café – prova disso é a cozinha enxuta, que não prepara comidinhas no local. No dia da visita, eram quatro as opções de microlotes que podiam ser preparados na aeropress, cultivados no Espírito Santo e em Minas Gerais. 

Nossa pedida foi o topázio natural do produtor Tomio Fukuda, da Fazenda Baú, de Patos de Minas (MG), e o catuaí vermelho do cafeicultor Rodrigo Mazzoco, um cereja descascado do Sítio Mazzoco, em Vargem Alta (ES). As xícaras foram preparadas na própria mesa pelo barista da casa. O primeiro apresentou notas de frutas secas, frutas vermelhas e melaço de cana, enquanto o segundo tinha sensorial de flor de café, frutas vermelhas e bergamota. Espresso, bebidas com leite e coados disponíveis na Bunn (refil para quem vai passar mais tempo no local) também são opções.

Para acompanhar, fomos de pão orgânico na chapa com manteiga, uma boa pedida para começar o dia, e o sanduíche de carne, servido frio (essa informação não está especificada no cardápio, o que causa certa estranheza). O lanche é feito de pão de forma recheado com carne desfiada cozida em molho de café, cenoura em cubos e ervilha. A carne e o molho combinam bem, e dispensam os vegetais. Experimentamos também o bolo fofo de leitinho da vovó (creme de baunilha), molhadinho e geladinho na medida certa e bom companheiro dos cafés. 

O menu segue o da matriz: tostex com pão orgânico e queijo, bolinho de queijo (com manteiga ou doce de leite), sanduíche de homus, brigadeiro de café, sagu de café (com creme de baunilha), arroz doce (que pode ser de leitinho da vovó ou de creme de café), bolo de milho, sorvete de café, affogato e rosquinha de pinga são outras opções do menu.

Assim como a recepção dinâmica e didática para visitantes de primeira viagem: a experiência com cafés, que tem como objetivo ensinar que o mesmo grão pode se comportar de maneiras diferentes dependendo do recipiente em que é servido. Para isso, o barista preparou dois espressos do mesmo blend* de grãos e na mesma proporção, porém servidos em copos americanos de 45 e 190 ml. 

O resultado, comprovamos, são duas bebidas distintas. No copo maior, a acidez é destacada no café de corpo médio, notas frutadas e finalização curta. Já no copo pequeno, o espresso é encorpado, mais intenso e mais longo, com notas fechadas que remetem a castanhas.

Na nova unidade do Coffee Lab, bonita, agradável e aconchegante, os cafés continuam a se destacar pela alta qualidade e ótimo atendimento, pontos que já compensam a visita. A água da casa, vale pontuar, é gratuita e pode ser consumida à vontade.

*O blend utilizado nos espressos da experiência é composto por dois cafés cereja descascado capixabas: o catuaí 81 vermelho do produtor Elzio Sartori, do Sítio Raio de Luz (Castelo) e o catucaí 2SL de Sidney Grunewald, do Sítio Grunewald (Tarana).

Informações sobre a Cafeteria

Endereço Rua Fernão Dias, 682
Bairro Pinheiros
Cidade São Paulo
Estado São Paulo
País Brasil
Website http://www.instagram.com/coffeelab_br
Horário de Atendimento Todos os dias, das 9h às 18h
TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Letícia Souza

Mercado

Design e tecnologia do espresso ganha exposição no Museu do Café

Mostra internacional temporária apresenta evolução das máquinas de italianas e sua conexão com a imigração no Brasil

A partir de 1º de outubro, o Museu do Café, em Santos, recebe a exposição “Passione italiana: l’arte dell’espresso”, que celebra o design e a inovação das icônicas máquinas de café espresso italianas. A mostra, organizada pela IMF Foundation e pelo EP Studio, traz 60 máquinas de café para uso doméstico e profissional, além de xícaras e utensílios, destacando a relevância da cultura do café na Itália e sua ligação histórica com o Brasil.

Com curadoria de Elisabetta Pisu, a exposição tem duas vertentes principais: a evolução técnica das máquinas e a dimensão cultural do café, que vai além da bebida. Equipamentos históricos, como o Snider Insuperabile (1920) e a Gaggia Tipo Spagna, que revolucionou o espresso ao criar a famosa camada de crema, são destaques. As peças fazem parte do acervo do Museu MUMAC, de Milão.

O vínculo entre Brasil e Itália também ganha protagonismo. A imigração italiana, que completou 150 anos em 2024, foi essencial para o desenvolvimento da cafeicultura no Brasil. “O café se tornou um elo permanente entre as duas culturas”, afirma Domenico Fornara, cônsul-geral da Itália em São Paulo, referindo-se ao milhão e meio de italianos que desembarcaram em território brasileiro a partir de 1870. 

A exposição, que vai até 4 de fevereiro de 2025, segue depois para o Museu da Imigração, em São Paulo.

Serviço
Passione italiana: l’arte dell’espresso
Onde: Museu do Café (rua XV de Novembro, 95 – Centro Histórico – Santos (SP)
Tel.: (13) 3213-1750) | não há estacionamento
Quando: até 4/2/2025 | ter. a sáb., das 9h às 18h; dom., das 10h às 18h
Quanto: R$ 16 e R$ 8 (meia-entrada);  grátis aos sábados e, todos os dias, para crianças até 7 anos

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Produção de vinho em áreas cafeeiras do Brasil

Inspirado pelo que está acontecendo em Espírito Santo do Pinhal, minha cidade natal, e também pelo livro “Coffee and Wine”, escrito pelo meu amigo Morten Scholer, propus uma reunião híbrida – presencial e online – com o tema Café e Vinho na Sociedade Rural Brasileira (SRB). Abri a reunião do Departamento do Café da SRB, que coordeno junto com o Marcelo Vieira, ex-presidente do conselho da SRB e fundador da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), citando o Morten e dizendo que apesar do café e do vinho serem produzidos na mesma região em alguns países, por exemplo, Brasil, Etiópia, Índia e China, como ele escreveu, e acrescentei o Quênia, o Brasil é o único país onde os dois são produzidos na mesma fazenda, próximos um do outro, e, acrescentei novamente, Pinhal tem sido uma das regiões pioneiras nisto.

O primeiro palestrante foi o enólogo chileno Cristian Sepúlveda, que trabalhou no nordeste do Brasil primeiro e depois com a pioneira vinícola Guaspari, em Pinhal, onde hoje é sócio da vinícola Terra Nossa. Ele explicou como o sistema inovador de dupla poda possibilita a colheita da uva nos meses secos do inverno ao invés dos meses chuvosos do verão, como se faz tradicionalmente no sul do Brasil. O resultado foi a produção de vinhos de alta qualidade, premiados no exterior, numa região que, destaca Cristian, vai da Serra da Mantiqueira, onde Pinhal está localizada e onde se produz café nas regiões Mogiana e Sul de Minas, até áreas tão diversas quanto o Espírito Santo e a Bahia, onde também se produz café.

O segundo palestrante foi Eduardo Sampaio, conhecido agrônomo de café que agora planta uvas para produzir vinho e lidera a Associação dos Vitivinicultores da Serra dos Encontros (AVVINE). Esta associação de produtores de vinho almeja criar uma Indicação Geográfica (IG) que cubra os municípios de Espírito Santo do Pinhal e Santo Antônio do Jardim, no estado de São Paulo, e Jacutinga e Albertina, no estado de Minas Gerais. Como Eduardo explicou, os “terroirs” em Pinhal e região favorecem a produção de cafés e vinhos de alta qualidade, o que qualifica a área para uma IG de vinho. A Região de Pinhal já é uma IG de café e está agora a caminho da Denominação de Origem (DO).

Fabiano Borré, o terceiro palestrante, nos levou à Chapada Diamantina na Bahia, onde é sócio na Fazenda Progresso, grande produtora de café e vizinha do Parque Nacional. Ele explicou como a experiência com cinco áreas de café especiais em altitudes e “terroirs” diferentes ajudou a selecionar o melhor local para plantar uvas e construir a vinícola UVVA, já concebida pensando no turismo que o vinho está atraindo e beneficia também o café. Fabiano salientou a importância de ter um parque de variedades numa região nova de vinhos pois eles constataram que a Syrah, a uva mais comum em projetos de dupla poda, não foi a melhor opção para eles.  

Antonio Sergio Nogueira, o quarto palestrante, é agrônomo com cursos de vinho na Associação Brasileira de Sommeliers (ABS) e presidente do conselho da empresa Amana, que reuniu um grupo de investidores não conectados com o agro para comprar uma fazenda de café e usá-la para a produção de vinho e enoturismo. Ele explicou como áreas de café em altitudes diferentes em Pinhal estão agora produzindo vários tipos de vinho com sua marca. Antonio acrescentou que a diversidade dos sócios, de empresas de áreas diferentes tanto em Pinhal como em outras cidades, contribuiu para conceber um projeto para produzir vinhos de alta qualidade e receber turistas de alto poder aquisitivo, inclusive aproveitando a proximidade com São Paulo e Campinas.

Tiago Pimentel, diretor da vinícola Rio Manso, fechou o programa explicando como se criou um esquema de governança para promover os vinhos de mais de 30 projetos, os cafés que são tradicionalmente produzidos, e também o turismo na cidade histórica de Espírito Santo do Pinhal e região. Como resultado, foram promovidos dois eventos do Turisagro – palestras e paineis – e um Festival de Inverno. De acordo com Tiago, o Festival reuniu mais de 72 vinícolas, ofereceu aulas com especialistas nacionais e internacionais, teve sessões de degustação de vinho, atraiu milhares de pessoas e deve se tornar um marco para a promoção do vinho, café e gastronomia na região de Pinhal. 

O que tenho aprendido em Pinhal e outras regiões que estão produzindo vinho em terras cafeeiras confirma o que meu amigo e autor Morten Scholer geralmente diz em suas apresentações sobre café e vinho, como citado abaixo.

O café tem uma extensa cadeia de valor com muitas pessoas envolvidas em vários países. O produto passa de mão em mão muitas vezes até chegar na xícara. O vinho é plantado, colhido, processado, estocado/envelhecido, embalado e vendido em um único lugar e geralmente consumido nas redondezas. Muito raro para qualquer produto hoje em dia. 

O café pode estragar de várias formas em sua longa jornada, mas a qualidade não pode ser melhorada (com algumas exceções). A qualidade do vinho pode ser melhorada com vários métodos, alguns deles impressionantes.

As duas maiores empresas do setor cafeeiro são grandes e responsáveis por mais de 20% do abastecimento. No vinho, a maior empresa controla menos de 3% do mercado.

O café tem conseguido estabelecer padrões de sustentabilidade e certificações que são iguais no mundo todo. Organic, Fairtrade, 4C, Rainforest Alliance são as mesmas para todos os países: impressionante! No vinho, cada país tem seus próprios padrões e condições para rótulos, às vezes até vários. Confuso. É neste ponto que o vinho poderia aprender com o café…

Café e vinho podem aprender um com o outro, mas parece que o primeiro tem mais a aprender com o segundo!

TEXTO Carlos Henrique Jorge Brando

Cafeteria & Afins

3corações inaugura cafeteria no Parque Ibirapuera

A 3corações inaugurou uma cafeteria exclusiva em um dos pontos mais conhecidos de São Paulo: o Parque Ibirapuera. Localizada próxima ao portão 6, a unidade tem mesas, cadeiras e ombrelones para incrementar a visita com vista para o parque.

O cardápio da unidade inclui a linha de cafés especiais Rituais 85+, com quatro perfis sensoriais diferentes (frutas vermelhas, chocolate, frutas secas e “exótico”), que podem ser feitos na v60 ou no espresso. Cappuccino, mocha, orange coffee, iced latte, espresso tônica, chocolates quente e gelado, bebidas funcionais e o lançamento frapê de café (nos sabores caramelo, chocolate e pistache) também fazem parte das opções. 

Assinado pelo restaurante Madureira, o menu de comidinhas traz saladas, tortas, pão de queijo (tradicional e integral), pão na chapa (com ou sem requeijão), queijo quente, misto quente, queijo minas quente, bowls de frutas, açaí e bolos. 

Para aqueles que estão acompanhados de cachorros, a cafeteria – localizada próxima ao “cachorródromo” – apresenta o cardápio pet, com alimentos, petiscos e bebidas dedicadas aos animais. Os visitantes também podem conferir os produtos da marca expostos no espaço. 

Informações sobre a Cafeteria

Endereço Parque Ibirapuera, Próximo ao portão 6
Bairro Vila Mariana
Cidade São Paulo
Estado São Paulo
País Brasil
Website http://https://www.instagram.com/3coracoes/
TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Barista

Campeonato Brasileiro de Barista 2024 abre inscrições na quinta (19)

A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em parceria com a ApexBrasil, divulgou que as inscrições para o Campeonato Brasileiro de Barista 2024 abrem amanhã, 19 de setembro, às 10h, no site da BSCA. Ao todo são 20 vagas, que serão preenchidas por ordem de inscrição.

Neste ano, a competição acontecerá durante a Semana Internacional do Café, de 20 a 22 de novembro, em Belo Horizonte (MG). O vencedor desta edição representará o Brasil no Mundial de Barista, marcado para 17 a 21 de outubro de 2025, em Milão, na Itália. 

A disputa

Os competidores têm 15 minutos para se apresentar e preparar quatro espressos, quatro bebidas com leite vaporizado e quatro drinques de assinatura. Os juízes sensoriais e técnicos avaliam critérios como sabor, qualidade e persistência da crema (no espresso), harmonia entre café e leite, criatividade (na bebida de assinatura) e o manejo profissional dos ingredientes, do moinho e da máquina de espresso. 

O Campeonato Brasileiro de Barista 2024 tem a Grancoffee/Nuova Simonelli como equipamento oficial, a Nescafé como patrocinadora Diamante e a Bravo Concept e a Da Vinci Gourmet como patrocinadoras Bronze. A SIC é a anfitriã do evento, e o apoio e mídia é da Espresso&CO.

TEXTO Redação • FOTO NITRO/Semana Internacional do Café

Cafezal

O ouro verde de Dom Viçoso (MG)

A Espresso passou um dia imersa na cafeicultura do município, um dos 25 que compõem a Denominação de Origem Mantiqueira de Minas

Quando você ouve falar em Mantiqueira de Minas, pensa em Dom Viçoso? Apesar de pequeno, este município tem mostrado potencial quando o assunto é café especial – e neste último sábado (14), à convite da Associação de Produtores Rurais de Dom Viçoso (APRU-DV), nossa equipe pôde conhecer de perto a cafeicultura e as pessoas da região.

“A ideia é colocar Dom Viçoso no radar”

“Nós estamos saindo de São Lourenço rumo a Dom Viçoso, que tem o dobro de tamanho, mas apenas 3.500 habitantes”, disse Alan Fraga, assessor de comunicação da Prefeitura de Dom Viçoso e guia da nossa viagem, no início do roteiro. A cidade faz divisa com São Sebastião do Rio Verde, Virgínia, Maria da Fé, Cristina e, a já famosa no café, Carmo de Minas – inclusive, Dom Viçoso fazia parte de Carmo de Minas até 1953, quando conseguiu sua emancipação. 

Grupo convidado pela Associação de Produtores Rurais de Dom Viçoso (APRU-DV) para conhecer a cafeicultura da cidade

A cafeicultura de Dom Viçoso é constituída por agricultores familiares. Em altitudes que variam de 930 a 1.520 metros, as lavouras produzem, juntas, cerca de 8 mil sacas ao ano, e são compostas, principalmente, por pés de catuaí amarelo e bourbon – que, segundo Fraga, têm sido substituídos aos poucos por variedades como catucaí 2SL e arara. Na xícara, o terroir local costuma apresentar doçura alta e notas de frutas amarelas.

Produção campeã

Apesar de tímido, o cultivo de Dom Viçoso mostra potencial. Um dos exemplos disso foi a nossa parada: a Fazenda Boa Vista, dos irmãos Marcelo e Flávio Ferraz. Nos últimos anos, a propriedade tem sido reconhecida em diversos concursos de qualidade, entre eles o municipal de Dom Viçoso, o regional da Mantiqueira de Minas, o estadual de Minas Gerais e o Cup of Excellence. 

Marcelo Ferraz, um dos proprietários da Fazenda Boa Vista

Desde 2015, quem cuida dos trabalhos na fazenda é Joaquim Noronha. Ele, que tem contato com café desde criança e hoje, além de responsável pela administração na Boa Vista, é proprietário do Sítio Mato Dentro (também em Dom Viçoso), contou à Espresso um pouco sobre a produção do local.

De acordo com Noronha, a Fazenda Boa Vista possui, aproximadamente, 40 hectares de plantação, desde bourbon e catucaí 2SL, até acaía, catuaí amarelo, icatu e catimbor (um cruzamento de caturra com timbor leste). “A Procafé plantou, aqui, algumas outras variedades para testes”, disse ele, referindo-se às 15 cultivares introduzidas na propriedade pela Fundação Procafé, entre elas caturra, siriema e bourbon anão. Depois de colhidos, os cafés da Boa Vista passam por processamento via úmida (cereja descascado).

A visita contou, ainda, com um cupping dos dez melhores cafés do 3º Concurso de Cafés Especiais de Dom Viçoso. Os convidados – entre eles mestres de torra, provadores e donos de cafeterias e torrefações de diferentes regiões do país – puderam degustar, às cegas, as amostras finalistas.

Cupping dos dez melhores cafés do 3º Concurso de Cafés Especiais de Dom Viçoso

Após a parada na Fazenda Boa Vista, nosso roteiro contou com um almoço elaborado por Marco Morais, gastrônomo que se dedica a pesquisar os terroirs do café e do vinho. Ele, que há dez anos acompanha a cafeicultura de Dom Viçoso, é o criador do Projeto Cidade Criativa e Inovadora, que vai até propriedades e espaços públicos para falar sobre terroir, gastronomia e desenvolvimento local através da capacitação e valorização da produção, com o objetivo de promover a inclusão social, o aumento da capacidade produtiva e a sustentabilidade.

3º Festival de Café Especial de Dom Viçoso e Região

Ao fim, nossa última parada foi o Festival de Café Especial de Dom Viçoso e Região, que este ano está em sua 3ª edição. Além de estandes de cafés e outros insumos regionais, o segundo dia de evento contou com a premiação e o leilão dos cafés vencedores do 3º Concurso de Cafés Especiais de Dom Viçoso. Joaquim Noronha foi o campeão, seguido pelos cafeicultores Paulo Henrique Corrêa e Flávio Ferraz.

Joaquim Noronha, do Sítio Mato Dentro, é o ganhador do 3º Concurso de Cafés Especiais de Dom Viçoso

O 3º Festival de Café Especial de Dom Viçoso e Região aconteceu de 13 a 15 de setembro e contou com o patrocínio da Cemig, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais/Descentra Cultura, apoio da Associação de Produtores Rurais de Dom Viçoso, Minas Criativa, Sebrae e Sicredi, e realização de Patrícia Rodrigues, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo e Governo de Minas Gerais.

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Associação de Produtores Rurais de Dom Viçoso (APRU-DV)

Mercado

Luckin Coffee expande operações e fortalece laços com o Brasil em novo hub de torrefação

A gigante chinesa Luckin Coffee deu início à construção de um novo centro de inovação e produção em Qingdao, na China, com investimento de aproximadamente US$ 21,2 milhões. A nova unidade, num centro econômico e portuário da costa leste do país, tem capacidade de torrar 55 mil toneladas de café por ano, e será um ponto estratégico para a cadeia de suprimentos, especialmente para as importações de café brasileiro, consolidando a expansão da empresa no mercado internacional.

O centro, que faz parte de uma rede de torrefação com instalações em Jiangsu e Fujian, aumentará a capacidade total da Luckin para 130 mil toneladas anuais, abastecendo suas 20 mil lojas espalhadas pelo país. O hub será equipado com automação completa, desde o processamento de cafés crus até a torrefação e logística de armazenamento, elevando o padrão de eficiência e sustentabilidade da marca – ele será, ainda, construído de acordo com os padrões de três estrelas para “edifícios verdes”, utilizando tecnologias de ponta de economia de energia e redução de carbono.

Foco no Brasil

A inauguração do novo centro coincidiu com o lançamento do Festival de Cultura do Café do Brasil da Luckin Coffee, que marca os 50 anos de relações diplomáticas entre China e Brasil. O evento busca promover a troca cultural entre as duas nações, utilizando o café como ponto central dessa conexão.

Altos escalão da Luckin Coffee e da embaixada brasileira no evento de inauguração

O Festival de Cultura do Café do Brasil vai promover várias atividades para destacar o café brasileiro especial entre os consumidores chineses. Entre elas está a abertura de um Museu do Café Brasileiro no centro de inovação de Qingdao e em uma das plantas de torrefação da Luckin em Jiangsu, além de uma loja temática da cultura do café brasileiro em Pequim. Salões de degustação e participação de especialistas brasileiros em cupping também estão previstos.

Com um mercado consumidor cada vez maior, a China tem ampliado suas compras de grãos brasileiros, que mais do que triplicaram em 2023, alcançando US$ 280 milhões, de acordo com o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Em junho deste ano, a Luckin assinou um memorando de entendimento (MoU) com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) para adquirir 120 mil toneladas de café do Brasil nos próximos dois anos, em um acordo avaliado em aproximadamente US$ 500 milhões.

A Luckin Coffee também tem planos de longo prazo para aumentar sua presença no Brasil, com a abertura de escritórios e centros de apoio a produtores locais. Essa iniciativa, em colaboração com o governo brasileiro e parceiros, tem o objetivo de transformar o café em um símbolo ainda mais forte da identidade nacional do Brasil e impulsionar a relação entre os dois países no setor cafeeiro.

A construção do novo hub em Qingdao e o fortalecimento das relações com o Brasil colocam a Luckin Coffee em uma posição estratégica para liderar o mercado de café na China, consolidando sua marca como um exemplo de inovação, sustentabilidade e qualidade.

TEXTO Redação / Fontes: Luckin Coffee/World Coffee Portal • FOTO Divulgação
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