Cafezal

Do gado ao café

Sítio da Torre, em Carmo de Minas, é conduzido pela quarta geração da família Coli

A história do Sítio da Torre, em Carmo de Minas (MG), remonta ao final do século XIX. Antônio Coli, imigrante italiano, envolveu-se com a agricultura ao comprar terras na região e plantar os primeiros pés de café para consumo próprio. 

A propriedade passou de mão em mão até que Paulo Coli, quarta geração da família, assumiu e passou a cuidar da criação de gado e cavalos. Um dia, resolveu investir na pequena lavoura de café. “Meu pai cuidava de tudo, até que, em 1993, sofreu um acidente e perdeu completamente a visão. Optou, então, por dividir o sítio entre os sete filhos”, conta Álvaro Coli. 

Quatro dos sete irmãos se uniram, compraram as partes dos demais e fundaram o Sítio da Torre. Com cuidados básicos nas fases de pré e pós-colheita, os irmãos Álvaro, Marisa, Lilian e Maria Elisa, além de seus cônjuges, passaram a analisar cada detalhe do solo, embora o café fosse vendido como commodity.

“A gente começou a investir dinheiro, sem muito retorno, até 2000, quando ouvimos sobre o especial”, conta ele, elogiando a BSCA (Associação Brasileira de Cafés Especiais), que os ajudou nesta nova percepção. “Fomos pesquisando e aprendendo com outros produtores”, conta Álvaro Coli. 

Gustavo, Andressa, Adila, Álvaro e Jaqueline Coli unidos na produção dos cafés especiais

Rumo aos especiais

Foi assim que a família apostou na mudança para os grãos especiais, um processo longo e que deveria ser compreendido por todos os que atuam em cada etapa da produção. 

“Começamos com 15 mil pés, espaçamento de forma antiga, com mil plantas por hectare”, diz Álvaro (em nossa visita para esta reportagem, já haviam sido redimensionados para 5 mil por hectare). Substituíram as lavouras e, em 2003, participaram do Cup of Excellence, com cafés descascados. Foi a primeira vez que participaram de um concurso, ficando entre os trinta melhores. Em 2015, conquistaram o sétimo lugar.

A dedicação e a busca constante por melhores processos de plantio, colheita e pós-colheita trouxeram reconhecimento ao Sítio da Torre, contribuindo com a produção na região. Álvaro é quem acompanha cada detalhe da produção. “Coloco para cada talhão o nome, espaçamento, variedade, análise de solo, qual foi esqueletado, e analisamos tudo”, explica ele, com seu pequeno caderno em mãos. “Geralmente, comparamos com os três anos anteriores e conseguimos validar o que precisa ser melhorado, ao lado do engenheiro agrônomo da Cocarive [cooperativa onde Álvaro trabalha] e de técnicos.” 

O Sítio da Torre cultiva diversas variedades de arábica – como bourbons amarelo e vermelho, arara, gesha e acaiá –, nos processos natural e descascado, e exporta para outros países. Em parceria com a Unique Cafés, recebe visitas guiadas, nas quais se conhece cada detalhe da produção e torrefação. 

Há dois anos inaugurou o cabana, um chalé para hospedagem no meio dos pés de café (atualmente, são dois deles). O lugar conta, até, com uma minicozinha – uma ótima oportunidade de desfrutar a vista durante o preparo de um café, por exemplo. 

A região 

Carmo de Minas conta com pouco mais de 15 mil habitantes. A região se destaca pelo cultivo de café, seguido de leite e milho. A malha rodoviária conecta a sede municipal a vários centros econômicos importantes, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. 

Informações oficiais indicam que, entre março de 1812 e fevereiro de 1814, foram doados terrenos à Nossa Senhora do Carmo para a fundação do arraial e da freguesia do mesmo nome. Essas terras, hoje em dia, constituem a cidade, que naquele tempo pertencia ao município de Pouso Alto. Ao ser elevada a distrito, em 1841, a denominação mudou para Carmo do Rio Verde. Foi emancipada em 1901 e mudou o nome para Silvestre Ferraz, até 1953.

Em 2011, a Mantiqueira de Minas foi reconhecida como Indicação Geográfica (IG) na modalidade Indicação de Procedência (IP) e, em 2020, como Denominação de Origem (DO), pela tradição e reputação em produzir cafés especiais com perfil sensorial diferenciado. 

Entre os seus municípios, destaca-se Carmo de Minas, que conquistou muitos prêmios. Na região, outras cidades de relevância na produção são Conceição das Pedras, Paraisópolis, Jesuânia, Lambari, Cristina, Dom Viçoso e Pedralva.  

Para saber mais:

Sítio da Torre
Onde: Carmo de Minas (MG)
Região: Mantiqueira de Minas
Variedades: bourbon amarelo, bourbon vermelho, catuaí amarelo, catuaí amarelo 62, catuaí vermelho, catucaí amarelo 2 SL, catucaí amarelo 24/137, catucaí amarelo 785, gesha, arara amarelo, obatã vermelho e acaiá
Colheita: manual, manual seletiva e derriçadeira
Altitude: 1.100 a 1.300
Processamentos: CD, natural, lavado
Sacas por ano: 1.500 (em média)
Área plantada: 65 hectares (45 ha de cafés)

Texto originalmente publicado na edição #78 (dezembro, janeiro e fevereiro de 2023) da Revista Espresso e editado em setembro de 2024. Para saber como assinar, clique aqui.

TEXTO Natália Camoleze • FOTO Tribus Studio

Mercado

Espresso&CO recebe evento de lançamento de cafés Single Origin da Eldorado Specialty Coffee

Na última sexta-feira (30), o espaço da Espresso&CO recebeu o evento de lançamento da coleção Single Origin, da Eldorado Specialty Coffee. Fechado para convidados, o cupping contou com a presença de mestres de torra e donos de cafeterias de diferentes cidades do Brasil, que experimentaram em primeira mão a novidade.

A edição foi inspirada na música. Por isso, cada uma das quatro categorias recebeu o nome de um gênero musical – MPB, Rock, Blues e Jazz. E a ideia foi justamente combiná-los com o sensorial dos lotes pertencentes ao grupo. “Buscamos combinar o balanço do gênero com o tipo de processo dos cafés”, destacou Marcos Kim, gerente de qualidade e pós-colheita da Eldorado.

De acordo com Kim, os lotes da categoria MPB, por exemplo, são os cafés naturais que secaram em terreiro de cimento. Os frutos, das variedades catucaí 2SL e catuaí 99, resultam em uma bebida frutada, doce e delicada. Já os lotes do Rock, compostos por grãos de catucaí 2SL, acaiá, arara, catuaí vermelho e paraíso, trazem um sensorial frutado mais exótico, resultado do processo de fermentação anaeróbica. 

Os cafés do Blues, segundo Kim, também trazem um sensorial exótico, mas com notas mais finas e rebuscadas, além de um corpo destacado. Os grãos deste grupo são das variedades castilho e bourbon amarelo, naturais e fermentados. Por último, o Jazz traz lotes lavados (fully washed, honey e cereja descascado), que resultam em bebidas mais encorpadas, limpas e de acidez equilibrada. Os lotes dos quatro gêneros já estão disponíveis para compra.

“Depois que fizemos algumas viagens pela Europa, vimos que as pessoas estão abordando e apresentando cafés de formas bem criativas e diferentes, a fim de chamar a atenção do jovem, que hoje é um público expressivo e importante no mundo dos cafés especiais”, explicou Kim. “Dessa forma, acabamos criando um evento onde reunimos as melhores torrefações aqui no espaço da Espresso&CO, para provarmos esses cafés juntos, conversamos sobre os grãos e os processos, e fazermos essa conexão pessoal, de vínculo, que nós achamos muito importante”, finalizou.

Para os consumidores finais, o evento também lançou a parceria entre a Eldorado, a torrefação paulistana Pato Rei e a Café Store, nosso e-commerce com loja física no bairro da Santa Cecília. Chamado de microlote Camafeu, tem perfil doce e notas de nozes, chocolate e chá preto, e pode ser adquirido na Café Store (rua Barão de Tatuí, 387). 

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Gabriela Kaneto

Cafezal

Origens do café participam de evento em Gramado (RS)

Foto: Rafael Cavalli

Doze origens de café participam da segunda edição do Connection Terroirs do Brasil, evento que acontece em Gramado (RS) até dia 31 (sábado) e que reúne 51 das 118 indicações geográficas brasileiras (confira a lista dos grãos participantes no fim do texto).

Além do café, produtos como espumantes (de Altos de Pinto Bandeira), queijo (da Serra da Canastra), arroz (do litoral gaúcho) e cacau de Rondônia estão arranjados em estandes distribuídos na rua Coberta, onde acontece a feira de negócios do evento, que conta ainda com workshops de gastronomia e palestras – estas, alocadas no Cine Embaixador, onde acontece o aclamado Festival de Cinema da cidade.

“As indicações geográficas são um instrumento de promoção ao desenvolvimento econômico, cultural e social”, resume Maria Isabel Guimarães, gestora estadual das indicações geográficas do Sebrae Paraná. O Sebrae é correalizador do Connection Terroirs do Brasil, organizado pela Rossi e Zorzanello. É um evento para promover os produtos de origem”, define Eduardo Zorzanello, CEO do evento.

Em sua palestra na manhã desta quinta (29), Maria Isabel destacou que, só em seu estado, 12 novos produtos estão com pedidos de indicação geográfica depositados no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial).

Essa busca paranaense mostra a relevância que as indicações geográficas ganharam no país. Denominações de Origem, Indicações de Procedência ou Marcas Coletivas são estratégias que, cada qual a seu modo, criam valor para os produtos locais, preservam patrimônios culturais e desenvolvem o turismo local – este último, o outro cerne do evento, que busca interligar turismo às origens (cerca de setenta setores estão envolvidos na cadeia do turismo).

Mas, para um produto adquirir e manter seu valor, é preciso rastreabilidade. “O coração de uma indicação geográfica é o controle”, ensina Hulda Giesbrecht, coordenadora de negócios de base tecnológica e PI do Sebrae Nacional, em sua palestra “A origem é o nosso destino”, em que destacou a importância de uma plataforma de controle. “Esta plataforma começou com o café [produto que conta atualmente com 15 indicações geográficas] e a ideia é expandi-la para outros produtos, como mel e queijo”, explica Hulda.

A Digitalização das IGs de Café, iniciativa inédita no Brasil, é um sistema para controle e a rastreabilidade das regiões produtoras de café, além de servir como referência para a qualidade e origem dos grãos produzidos no país. Na quinta, a divulgação das origens do café contou com a presença da campeã brasileira de barismo de 2019, Martha Grill, e Carolina Franco, que degustou com o público as indicações geográficas do grão.

Para quem visitar o Connection Terroirs do Brasil (inscrições e mais informações aqui), há ainda um circuito gastronômico, e a credencial permite acesso gratuito em mais de dez parques da região – uma das muitas belezas de Gramado.

IGs de Café participantes:

  • Alta Mogiana
  • Canastra
  • Caparaó
  • Mantiqueira de Minas
  • Matas de Minas
  • Matas de Rondônia
  • Montanhas do Espírito Santo
  • Norte Pioneiro do Paraná
  • Região de Barça
  • Região de Pinhal
  • Região do Cerrado Mineiro (DO)
  • Sudoeste de Minas

TEXTO Cristiana Couto

Cafeteria & Afins

Fintech Nomad abre cafeteria em frente ao consulado americano em São Paulo

O Nomad Coffee serve cafés e refeições ao público, mas tem mimos para clientes

O Nomad Coffee abre as portas nesta quarta (28) em frente ao Consulado Geral dos Estados Unidos da América, na Chácara Santo Antônio, zona sul de São Paulo. 

A cafeteria é o segundo espaço da fintech brasileira Nomad, cujo objetivo é dar apoio ao público, clientes ou não, que tem planos para viajar – o primeiro é uma sala VIP exclusiva para clientes do Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Com ar moderno e despojado, a cafeteria escolheu os grãos da Fazenda Eldorado, do produtor Jean Faleiros, em Ibiraci (MG), para compor o cardápio, com bebidas, sucos e refeições rápidas (como o sanduíche de pão integral com queijo branco, tomate orégano e geleia de damasco). A torra da variedade arara é feita pela torrefação paulistana Over Coffee Roasters, e o café é servido nos métodos espresso (que pode vir acompanhado de brigadeiro de quindim, palha italiana e petit four de gengibre) e coado.

Além de atender o público que passa pela região ou aguarda nas longas filas em frente ao consulado, o Nomad Coffee oferece comodidades aos clientes, como espaço exclusivo com lockers, serviço de impressão e, até, guarda-chuvas.

A Nomad é uma fintech que oferece aos brasileiros uma conta bancária nos Estados Unidos além de uma plataforma de investimentos internacionais, e hoje conta com mais de 2 milhões de contas. 

Informações sobre a Cafeteria

Endereço Rua Henri Dunant, 583
Bairro Chácara Santo Antônio
Cidade São Paulo
Estado São Paulo
País Brasil
Horário de Atendimento Segunda a sexta, das 7h às 16h (exceto quartas e feriados nacionais e norteamericanos)
TEXTO Cristiana Couto

Tecnologia e conhecimento num grão de café

O café é, sem dúvida, uma das bebidas mais populares em todo o mundo. Mas você já parou para pensar em toda a ciência e tecnologia envolvidas em um simples grão de café? Não é apenas por trás de smartphones ou carros elétricos que encontramos tecnologia de ponta. Se, de um lado, desenvolvemos semicondutores, velocidade de processamento ou autonomia de bateria, no café, investimos em melhoramento genético, agricultura de precisão, monitoramento do clima, processos de pós-colheita e rastreabilidade.

A planta café, que teve sua origem na Etiópia há milênios, chegou ao Brasil na terceira década do século XVIII. Hoje, se somos o maior produtor, maior exportador e protagonista em qualidade e sustentabilidade do grão, devemos estas conquistas ao investimento robusto em ciência e pesquisa nos últimos 50 anos, aliado a uma vontade inquebrantável de fazer o melhor possível e de sermos personagens fundamentais dessa história.

Marcos importantes na história do café brasileiro foram a fundação do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), em 1887, e o trabalho com café da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) a partir de 1998, com a formação do Consórcio Pesquisa Café. O IAC, além de promover pesquisas e estudos de diferentes culturas, também foi responsável pela criação de cultivares de café mais produtivas e resistentes a pragas e doenças como, por exemplo, o catuaí amarelo IAC 62, décadas atrás, que se tornou uma das principais no Brasil. Já a Embrapa, que atua no desenvolvimento de tecnologia de cultivo e processamento, além de capacitar produtores, tornou nossas lavouras mais produtivas e competitivas nos mercados nacional e internacional.

De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Consórcio Pesquisa Café, em 1990, a produtividade média do grão brasileiro era de 8 sacas por hectare. Em 2022, esse número saltou para 28 sacas por hectare, representando um aumento de 250% (há regiões em que a produtividade chega a mais de 50 sacas por hectare). Esse crescimento também é evidente quando se verifica a produção total de cafés no país. Em 1990, o Brasil produziu cerca de 19 milhões de sacas em uma área de 2,4 milhões de hectares, enquanto em 2022 foram 51 milhões de sacas em uma área de 1,87 milhões de hectares, um aumento de 150%. Por fim, em 2022, o Brasil foi responsável por cerca de 30% das exportações mundiais do grão, o que gerou uma receita de quase US$ 9,23 bilhões, conforme dados do Conselho dos Exportadores do Café do Brasil (Cecafé).

Em termos de sustentabilidade, o Brasil também vem apresentando avanços significativos na cafeicultura. Somos um dos líderes na implementação de práticas sustentáveis, como o uso de sistemas agroflorestais, que promovem a diversificação de culturas e a proteção do meio ambiente. A adoção de tecnologias de baixa emissão de carbono, como a utilização de resíduos da colheita como fonte de energia, também tem sido uma realidade nas lavouras nacionais.

Além disso, o Brasil desponta como o principal fornecedor global de cafés sustentáveis, com 33% do volume comercializado neste setor (em 2021, segundo o Cecafé, o total de cafés sustentáveis somou 1,6 milhão de toneladas). O país, por fim, tornou-se referência na produção de grãos de qualidade, com um crescimento expressivo na exportação de especiais – cafés com pontuação superior a 80 pontos (num total de 100) na escala da Associação de Cafés Especiais (SCA). Em 1990, exportamos apenas 483 mil sacas de cafés especiais, mas em 2022 esse número alcançou 10 milhões de sacas – um aumento de mais de 1.970%.

Esses avanços têm contribuído não apenas para o aumento da produção e da qualidade da bebida mas, também, para a preservação do meio ambiente e o incremento das condições socioeconômicas dos cafeicultores nacionais. Dessa forma, o país consolida-se como um dos principais protagonistas do mercado global de cafés, sustentável e de alta qualidade.

Para os cafés do Brasil, continua valendo a máxima: “colhemos o que plantamos” – com muita tecnologia e pesquisa.

Caio Alonso Fontes é formado em administração de empresas e é cofundador da Espresso&CO. Coluna publicada na Espresso #83 (março, abril e maio de 2024).

TEXTO Caio Alonso Fontes • ILUSTRAÇÃO Eduardo Nunes

Mercado

Starbucks chega ao Equador com 5 lojas

Unidade Starbucks no Scala Mall, centro de compras e restaurantes no bairro de Cumbayá, em Quito

Neste mês, a Starbucks Coffee Company anunciou a abertura de cinco lojas no Equador. A novidade representa o 87º mercado global da marca e o 25º na América Latina e no Caribe (LAC) – só na região, são pouco mais de 1.700 unidades da Starbucks.

A primeira cafeteria aberta está localizada no Scala Mall, centro de compras e restaurantes no bairro de Cumbayá, em Quito. Já a segunda foi inaugurada em 22 de agosto, no Condado Mall, também na capital, seguida por uma loja no Centro Comercial Iñaquito, programada para outubro, e outras duas previstas para 2025.

As lojas Starbucks no Equador serão operadas pela Delonorte S.A., uma subsidiária da Delosi, que administra 120 lojas da marca no Peru e sete lojas na Bolívia. A Delosi tem sido parceira comercial licenciada da Starbucks desde 2003, quando a operadora inaugurou a primeira loja da rede na capital peruana.

Conhecido por sua rica história na produção de café, o Equador é um mercado com uma cultura cafeeira próspera. De acordo com Ricardo Arias-Nath, svp e presidente da Starbucks na América Latina e no Caribe, a empresa adquire, há mais de uma década, cafés de qualidade do país. “E, com a abertura da nossa primeira loja no mercado, esperamos criar momentos de conexão com o café para os clientes equatorianos e dar continuidade às ricas tradições cafeeiras inerentes à região”, afirma.

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Mercado

Rapper Snoop Dogg abre coffee shop em Amsterdã

Empresário no ramo canábico com a marca S.W.E.D. em Los Angeles, cidade da Califórnia em que o consumo da maconha é legalizado, o rapper Snoop Dogg lançou-se em um novo blend de negócios: cannabis e café.

A cafeteria, que leva o mesmo nome de sua marca – acrônimo de Smoke Weed Every Day, referência à última frase da música “The Next Episode”, grande sucesso do início dos anos 2000 e cantada por Snoop Dogg, Dr. Dre e Nate Dogg –, foi inaugurada no início do mês em Amsterdã, Holanda, na movimentada área de Marnixstraat.

Com estilo moderno e urbano, o ambiente é decorado com vários elementos que remetem ao rapper: grafites nas paredes que ilustram imagens e frases icônicas de Dogg, uma enorme arte de uma mão fazendo o sinal de WestCoast, uma estátua de um doberman, um teto estampado com bandanas brancas e azuis (também símbolo da Costa Oeste), além de uma cadeira elétrica da Death Row.

No vídeo de lançamento postado no Instagram, é possível ver uma máquina de espresso de dois grupos e um moinho, mas a informação sobre o café utilizado na S.W.E.D. ainda não está clara.

Embora em Amsterdã o conceito de coffee shop seja diferente do nosso, é esperado que a cafeteria dê preferência para cafés de qualidade, uma vez que o assunto não é desconhecido por Dogg. Em 2023, ele ajudou a lançar a linha de cafés especiais indonésios INDOxyz.

TEXTO Redação

Mercado

Abics busca globalizar profissionais para sensorial de café solúvel

Entre os dias 6 e 9 de agosto, a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics) fez mais uma capacitação de IC Graders, aplicada com base na metodologia desenvolvida pela entidade em cooperação técnica com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL). 

Desta vez, 40 profissionais, degustadores de diversas áreas da cadeia produtiva, tornaram-se aptos a avaliar e emitir laudos de análise sensorial de café solúvel. A capacitação aconteceu na sede da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em Varginha (MG). 

Esta parceria entre Abics e ITAL desenvolveu o Protocolo Global de Avaliação Sensorial do Café Solúvel. Com os cursos e a certificação dos IC Graders, inclusive fora do Brasil, a Abics espera implantar a metodologia de avaliação do produto em todo o mundo.

De acordo com Eliana Relvas, que coordena e ministra os cursos, os IC Graders contribuem com estratégias para aprimorar o café solúvel no Brasil e no mundo, com identificação clara da categoria e dos atributos dos diferentes tipos do produto. 

Além de maior produtor e exportador de solúvel, o Brasil abriga o maior parque fabril mundial e as fábricas, segundo Relvas, já têm pelo menos dois IC Graders certificados em suas equipes. “Todas as empresas que produzem ou têm marcas de café solúvel no mercado possuem, no mínimo, uma dupla de profissionais formados”, garante. “Algumas, inclusive, contam com cinco profissionais certificados em sua linha de produção para fazer essa avaliação sensorial”, completa.

Em 2023, o volume consumido de café solúvel pelos brasileiros bateu recorde: foram 24,248 mil toneladas (equivalente a 1,05 milhão de sacas de 60 kg), um aumento de 5,2% em relação a 2022, oitavo avanço anual consecutivo na série histórica. Segundo a Abics, este crescimento reflete os investimentos das indústrias do setor, que ampliaram o portfólio de produtos e as ações de promoção e capacitação do segmento.

TEXTO Redação • FOTO Felipe Gombossy

Cafezal

Produtores ganham prêmio de R$ 150 por saca de café cultivado com biocarvão

Mais de 50 toneladas de café, cultivadas com o inovador biocarvão da francesa NetZero, foram comercializadas com a trading japonesa Marubeni e embarcam para o Japão em setembro. O acordo rendeu a 77 cooperados uma premiação de R$150 por saca. O valor pago é proporcional à quantidade de café cultivado com o produto, um condicionador de solo que promove o sequestro de carbono e melhora a produtividade agrícola.

O anúncio da premiação ocorreu no auditório da Coocafé, em Lajinha, com a presença do CEO da NetZero Brasil, Pedro Figueiredo, e do cofundador Olivier Reinaud. O produtor José Manoel da Silva, com mais de 30 anos de cooperativismo, expressou sua satisfação: “Eu acreditei no potencial do Biochar e esse dinheiro é crucial para incentivar nosso trabalho e parcerias.”

Fernando Cerqueira, diretor-presidente da Coocafé, destacou a importância do negócio para as exportações brasileiras, ressaltando que a demanda por práticas agrícolas sustentáveis cresce globalmente. “Com o Biochar, agregamos valor ao café das Matas de Minas e Montanhas do Espírito Santo, refletindo um posicionamento sustentável que é valorizado no mercado externo.”

A NetZero, que inaugurou a primeira usina de biocarvão em larga escala da América Latina em Lajinha em 2023, iniciou em junho de 2024 a operação de uma segunda usina em Brejetuba, no Espírito Santo. Pedro Araújo, diretor de produção e comercialização da Coocafé, observou que a valorização do café com o biocarvão deve fortalecer a parceria com a NetZero, beneficiando mais de 300 produtores que fornecem palha de café para as usinas.

Para saber mais:

Preparamos uma matéria completa sobre biocarvão na edição #85 da Espresso, que estará pronta em setembro. Se você ainda não é assinante, corra para o site da nossa parceira, a Café Store, e faça já sua assinatura!

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Mercado

Concurso que premia embalagens de café abre inscrições

A Espresso Design abre inscrições com o objetivo de premiar as melhores embalagens do mercado atual de cafés. em sua 6ª edição, a premiação busca fortalecer o setor e direcionar a atenção para a importância do design e da embalagem para a promoção da marca e do produto final. As inscrições, gratuitas, podem ser feitas aqui

Os pacotes podem ser enviados até 17 de outubro, no endereço do link a seguir. A partir desta data, a comissão julgadora avaliará cada embalagem/coleção, levando em consideração os quesitos visual/identidade, eficiência, conceito, originalidade e criatividade. Acesse aqui o regulamento.

As vinte embalagens mais bem pontuadas serão expostas durante os dois primeiros dias da Semana Internacional do Café (20 e 21 de novembro), onde o público presente na feira poderá votar em sua favorita. As três com mais votos serão premiadas com troféus no último dia de SIC, 22 de novembro, em cerimônia realizada no Grande Auditório.

TEXTO Redação
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