De onde vem a lenda sobre a origem do café

Por Cristiana Couto

É difícil saber quando surgiu a planta café. De tão antiga, acredita-se que ela tenha aparecido na Terra antes mesmo da espécie humana, ⎯ ambas, no continente africano. Como não é possível rastrear a história da planta e definir sua origem no tempo, às vezes as lendas ou mitos servem como estratégia para fechar esse “buraco”. (Lendas e mitos, embora sejam termos diferentes, com conceitos igualmente diversos e que inspiram longas discussões sobre seu papel nas diferentes culturas ao longo do tempo, serão, aqui e para o nosso propósito, utilizados como sinônimos).

Mas quem criou a poderosa lenda, que reproduzimos até hoje, sobre a origem do café? Certamente não foram os habitantes da Abissínia (atual Etiópia), onde, já se sabe, a espécie arábica surgiu. Isso porque os primeiros registros do mito surgem só no século XVII. 

Para o filósofo e historiador Ralph Hattox, autor de um estudo importante sobre os islâmicos, a bebida café e as cafeterias no período medieval, a lenda não aparece nos primeiros escritos deixados pelos árabes. Segundo Hattox, para eles o mais importante era estabelecer quando, onde, por quem e por que o grão foi introduzido na Península Arábica. 

Porém, no século XVI, alguns cronistas árabes se deram conta de que nada sabiam sobre as origens da planta. Daí decidiram incluir seu próprio mito para tornar o conhecimento em relação ao café mais completo. É contado que Salomão foi o primeiro a usar o fruto. Ao viajar para uma cidade onde os habitantes sofriam de uma doença desconhecida, ele, seguindo as instruções do anjo Gabriel, torrou grãos vindos do Iêmen, fez com eles uma infusão e ofereceu a bebida aos doentes, que logo se curaram.

Bem, se não foram nem os abissínios nem os árabes os “autores” da lenda, quem a criou? E, afinal, que lenda é essa? Existem variações da “história”, mas o conteúdo central a todas elas diz o seguinte: um belo dia, Kaldi, um pastor de cabras da Abissínia, observou que seus animais ficavam agitados ao comer uma frutinha vermelha. Ao experimentá-la, ele também se sentiu assim. Algumas versões incluem um monge, outras, o processo da torra, e por aí vai. 

Quando os europeus visitaram as terras exóticas do Oriente, conheceram a bebida. De volta à Europa, escreveram sobre ela. Wiliam Ukers, talvez um dos primeiros estudiosos a se interessar pelo assunto, decidiu resolver o quebra-cabeça. Em seu livro All about coffee (Tudo sobre café), de 1922, ele garante que a lenda do pastor Kaldi foi “construída” pelos europeus e contada no primeiro livro dedicado exclusivamente ao grão no Velho Continente. Escrita em latim, em 1671, a obra De Saluberrima potione cahue seu cafe nuncupata discursus (Discurso sobre a salubérrima bebida chamada cahue ou café), do libanês naturalizado italiano Fausto Naironi, diz o seguinte (segue um trecho):

“Certo pastor de camelos ou, como dizem outros, de cabras, conforme a comum tradição dos Orientais, queixava-se aos monges de um mosteiro da região de Ayaman, na Arábia Feliz, que os seus rebanhos ficavam acordados mais de uma vez na semana”.

E cá está a entrada do monge na lenda, o que remete aos documentos que indicam como a bebida café surgiu entre os árabes: a partir do consumo entre os monges sufis ⎯ uma vertente religiosa mais branda do islamismo. A partir de então, essa “história” e suas versões, aparecem nos livros que contam a história do arábica, e seguem construindo, em nosso imaginário, como foi o primeiro contato do homem com o café.

TEXTO Cristiana Couto • ILUSTRAÇÃO Eduardo Nunes

Café & PreparosMercado

Café solúvel volta a ser protagonista com alta do consumo de bebidas geladas

O consumo de café gelado cresceu 45% em um ano, fruto da divulgação em redes sociais pelo público jovem, segundo Rodrigo Maingué, diretor-executivo de Nestlé Professional 

Pesquisa divulgada pela Nestlé (Project Cup – Brazil Report – Nielsen – abril 2024) revela que cafés coados e tomados de manhã continuam a ser os preferidos dos brasileiros. Os dados, que cobrem o território nacional, foram apresentados na última quinta (9), em encontro com jornalistas.  

Valéria Pardal, diretora-executiva de Cafés Nestlé, e Rodrigo Maingué, diretor-executivo da Nestlé Professional, conduziram o evento e discutiram os números. 52% das xícaras de café ainda são tomadas pela manhã, enquanto que 93% são quentes. O coado é o principal método de preparo para 67% das xícaras servidas.

Fundamental no âmbito doméstico, o consumo de café fora do lar cresceu. “Nos últimos cinco anos, a Nescafé deixou de ser uma marca de café solúvel e se tornou uma plataforma de soluções de café para dentro e fora do lar”, disse Valéria. Por isso, a Nescafé vem apostando em diferentes produtos, como o Nescafé Gold, linha de solúveis para consumo doméstico, e o Roastelier, máquina de torrefação compacta especialmente criada para cafeterias, na qual o próprio barista torra os grãos. 

Outra tendência importante é a relevância do café gelado, estilo de bebida consumido pelos jovens e impulsionado pela disseminação, por este público, nas redes sociais. A criação de receitas com diferentes ingredientes é o que mais aparece no mundo digital. “O consumo de café gelado em 2023 cresceu 45%, se comparado a 2022”, destaca Maingué. De acordo com a Nestlé, o solúvel é uma das principais escolhas para compor essas criações, pela sua praticidade. “O café solúvel volta a ter um protagonismo com o preparo de bebidas geladas”, comenta o diretor-executivo. 

O encontro também debateu as experiências da Nescafé com a sustentabilidade. Seu programa “Cultivado com Respeito” apoia cerca de 1,5 mil famílias cafeicultoras brasileiras, auditadas e certificadas pela empresa. “Quando temos fazendas certificadas, temos rastreabilidade”, ensina Taissara Martins, gerente de sustentabilidade para cafés da Nestlé. “Saber de onde vem nossa xícara é importante para nossa agenda de sustentabilidade”, completa.

Após o lançamento do arábica Serras do Alto Paranaíba na versão Colmeia, em 2022, a Nestlé lança, na linha Origens do Brasil, uma edição especial 100% robusta, com grãos cultivados em fazendas do norte do Espírito Santo. A novidade, que contém um pote de mel de flor de café, pode ser encontrada na Amazon (para todo o Brasil) e na rede Carone, no Espírito Santo.

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Felipe Gombossy

Barista

Conheça os 20 competidores da 8ª Copa Barista

A Copa Barista chega em sua oitava edição! Os 20 primeiros inscritos nas disputadas vagas seguem abaixo. A competição acontece durante o São Paulo Coffee Festival, de 21 a 23 de junho, na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo. Prepare a sua torcida:

  • Amanda Albuquerque (autônoma)
  • Bruno Couto (autônomo)
  • Daniel Alves (Oitenta Café)
  • Danilo Favero (Fazenda 7 Senhoras Specialty Coffee)
  • Debora Lais Nascimento (Coffee Story)
  • Elis Bambil (Punga Cafés Especiais)
  • Gabriel Ribeiro (Studio Grão)
  • Geosvaldo Oliveira (O Jardim Café e Brunch)
  • Giovanni Dezen (By Kim Confeitaria)
  • Henrique Wogel (Manana Cafés)
  • Hugo Silva (Sabino Torrefação) 
  • Isadora Gelk (Coffee Story)
  • Marcel Ribeiro (Lá do Café)
  • Marcos Vinicius Lugue (Raus Café)
  • Matheus Magalhães (Vilarez Empório do Café)
  • Monique Adriana Gomes (Wolff Café)
  • Renan Dantas (Oficina do Barista)
  • Stefanie Soejima (Café das Coisinhas)
  • Thiago Sabino (Sabino Torrefação)
  • Tiago de Mello (Pato Rei)

Em breve será divulgada, aqui no site da Espresso, a ordem das chaves. 

Serviço
8ª Copa Barista
Quando: 21 a 23 de junho
Onde: São Paulo Coffee Festival – Bienal do Ibirapuera, São Paulo (SP)
Informações: www.instagram.com/saopaulocoffeefestival

TEXTO Redação • FOTO Agência Ophelia

Mercado

Programa de cacau em SP tem 340 mil ha potenciais para plantio

Theobroma cacao (1867). Crédito: Naturalis Biodiversity Center/Wiki Commons

A Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) de São Paulo lançou, em abril, o Programa Cacau SP, com o objetivo de implementar o plantio do fruto amazônico em São José do Rio Preto e Vale do Ribeira (norte paulista). 

Segundo diagnóstico científico da CATI, há 340 mil hectares de áreas potenciais para a cacauicultura em São Paulo, que também teve pesquisas de zoneamento climático feitas durante anos pela instituição. A ideia de implementar esse cultivo já havia sido discutida nos anos 1970, mas durou pouco tempo e só foi retomada recentemente. A produção de mudas de cacau começou em 2019 em Itaberá e Pederneiras e, atualmente, 18 cultivares do IAC (Instituto Agronômico de Campinas) estão sendo utilizados como matrizes para produção de mudas.

O CocoaAction Brasil, iniciativa da Fundação Mundial do Cacau para promover a sustentabilidade na cadeia cacaueira, dá apoio ao projeto, que conta com Unidades de Adaptação Tecnológica (UATs), uma espécie de laboratório de campo, para implementação e testes nas lavouras. 

Um dos caminhos é plantar cacau em modelo de consórcio, com banana, seringueira e pupunha, por exemplo, e áreas de restauração florestal – há uma lei estadual que autoriza a recomposição de reservas legais com até 50% de cacau cultivado, o que permite ao produtor atender ao Código Florestal e obter renda extra.

Uma das expectativas é a de que, se 10% da área com potencial de se transformar em lavouras de cacau for implantada, haverá demanda de cerca de 30 milhões de mudas nos próximos anos – demanda esta que poderá ser suprida, já que o estado recebeu 7 milhões de reais do programa Propaga SP para ampliar a produção de mudas de mais de 300 espécies botânicas e, recentemente, passou a utilizar tecnologia de ponta no preparo dos substratos e de tubetes biodegradáveis, que favorecem o desenvolvimento das raízes do da planta de cacau.

O governo do Estado também autorizou a concessão de 3,5 milhões de reais para financiar a implementação de lavouras cacaueiras em 100 propriedades paulistas.

TEXTO Cristiana Couto

Café & Preparos

Starbucks faz sua estreia no Equador e em Honduras até o fim do ano

A Starbucks Coffee Company anunciou sua entrada nos mercados do Equador e de Honduras até o final deste ano. Isso faz parte da sua estratégia Triple Shot Reinvention with Two Pumps, que busca expandir para 55 mil locais do planeta até 2030. A Starbucks vai abrir as primeiras lojas em Quito, Equador, prevista para julho, e San Pedro Sula, Honduras, até o fim de 2024.

“A América Latina tem sido essencial para os negócios da Starbucks desde a nossa fundação, em 1971”, lembra o CEO da Starbucks International, Brady Brewer, referindo-se ao volume – mais da metade – dos grãos importados pela empresa. 

Atualmente, a Starbucks está em 26 mercados da América Latina e do Caribe, e em 88 no mundo, empregando mais de 22 mil funcionários. As lojas do Equador e Honduras serão lançadas em parceria com a Delonorte S.A. (Equador) e a Premium Restaurants of America (Honduras), que conhecem bem esses mercados.

Fonte: Global Coffee Report

TEXTO Redação

Café & Preparos

Barista da Indonésia vence o campeonato mundial da categoria

Mikael Jasin (no centro) recebe o troféu da WBC

Mikael Jasin, da Indonésia, venceu, no último sábado, o World Barista Championship (WBC), campeonato mundial de baristas que, este ano, aconteceu em Busan, na Coreia do Sul. É a primeira vez, desde o lançamento do campeonato (em 2000, na cidade italiana de Montecarlo), que um representante do país asiático sobe ao pódio.

Em 2019, Jasin (no centro da foto) havia ficado em 4o lugar na competição (o melhor posicionamento do país no campeonato) mas, em 2021, não alcançou as finais. Já o brasileiro Daniel Vaz foi eliminado na primeira rodada da competição – que aconteceu de 1 a 4 de maio, no primeiro World of Coffee na Ásia.

Além de Jasin, os outros baristas mais bem colocados foram: Jack Simpson, da Austrália (segundo lugar), Takayuki Ishitani, do Japão (terceiro lugar), Honoka Kawashima, da Nova Zelândia (quarto lugar), Junghwan Lim, da Coreia do Sul (quinto lugar), Ian Kissick, da Irlanda (sexto lugar) e Zjevaun Lemar Janga, da holanda (sétimo lugar).

Em meados de 2022, a Barista Magazine fez uma reportagem de capa com Jasin, e referiu-se ao barista como alguém que “tem a missão de melhorar os cafés do seu país natal”.  Isso porque, há alguns anos, o barista fundou uma empresa dedicada a trabalhar com pequenos agricultores indonésios para melhorar as suas técnicas de cultivo, colheita e processamento, segundo a publicação.

Jasin morou em Melbourne, na Austrália, cidade mundialmente reconhecida por sua cultura de cafés especiais – fenômeno relativamente distante da Indonésia, que cultiva e exporta cafés desde o início do século XVIII mas que, com exceção de algumas regiões, não é reconhecido pela qualidade dos grãos. A Indonésia é o quarto maior produtor do mundo, majoritariamente de canéforas (var. robusta). Em 2023/24, produziu 9,7 milhões de sacas (60 kg) em 1,2 milhões de hectares, ocupados por pequenos produtores. Sumatra detém de 60 a 70% do total de cafés cultivados, das duas espécies.

O consumo no país, porém, vem crescendo. Dados da Coffee Geography Magazine informam que ele  alcançou 4,79 milhões de sacas (2023/24), um aumento de 20 mil delas em relação à safra anterior. Um dos motivos é a aquisição do hábito de tomar café entre os jovens e a crescente classe média no país. Entre os fenômenos está a popularidade das kopitians, cafeterias tradicionalmente operadas por chineses não só no país, mas também na Malásia e no Sul da Tailândia. Esses locais, que servem cafés tradicional e principalmente feitos com robustas ao lado de várias comidas típicas, vem melhorando a qualidade da bebida.

Fontes: New Ground Magazine, Coffee Geography Magazine e Barista Magazine.

TEXTO Cristiana Couto

Mercado

Cafeína Open, programa de inovação da 3corações, abre inscrições até dia 31

O Grupo 3corações anunciou três novos desafios do Cafeína Open, programa de inovação aberta que busca conectar a marca a startups, centros de pesquisas, empresas e universidades para solucionar desafios das áreas de negócio da campanha. As inscrições vão até 31 de maio.

Os três novos desafios do programa, que está em seu terceiro ciclo, têm como objetivo encontrar soluções para acelerar os processos de desenvolvimento e lançamento de novas bebidas UHT, aumentar o aproveitamento eficiente e sustentável do subproduto farelo de milho (gérmen de milho) e tratar os efluentes do processamento das cápsulas de cafés e multibebidas.

Nos dois primeiros ciclos do programa, cerca de 300 startups se inscreveram, e 85 foram selecionadas para apresentar suas soluções à empresa.

Informações e inscrições: www.cafeinahub.com.br

TEXTO Redação

Barista

Inscrições abertas para a 8ª Copa Barista!

Inscrições abertas para a 8ª edição da Copa Barista! Clique aqui para preencher o formulário de participação. Os 20 primeiros serão selecionados para a competição.

Caso você esteja entre os 20, a organização entrará em contato na segunda-feira (6 de maio) para que realize o pagamento de R$ 110 até a data limite. Para acessar o regulamento da edição, clique aqui.

A Copa Barista acontecerá durante o São Paulo Coffee Festival, de 21 a 23 de junho, na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo (SP).

Barista

Inscrições para a 8ª Copa Barista abrem no dia 3 de maio

A Copa Barista está chegando! As inscrições para a 8ª edição abrem às 10h do dia 3 de maio e as vagas são limitadas aos primeiros 20 inscritos. O formulário será divulgado no site da Espresso e no nosso Instagram (@revistaespresso). O regulamento já está disponível aqui.

A competição acontece durante a programação do São Paulo Coffee Festival, evento que celebra a cena de cafés especiais na capital paulista de 21 2 a3 de junho, na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo (SP). 

Como funciona a disputa

A prova conta com as etapas classificatórias, oitavas de final, quartas de final, semifinais, disputa de terceiro e quarto lugares e a final. Divididos em chaves, por meio de sorteio, os baristas têm 12 minutos para apresentar aos juízes sensoriais dois cappuccinos, dois espressos e dois cafés filtrados no coador Melitta, patrocinadora da Copa Barista.

Dois juízes sensoriais provam os três estilos de bebida, e dão notas individualizadas para cada uma delas. Uma nota única é dada pelo juiz técnico da estação do barista concorrente. Ao final da apresentação, os juízes sensoriais escolhem a melhor bebida de cada estilo.

Premiação

O barista vencedor leva para casa R$ 6 mil como prêmio e um cupom de R$ 500 em vale-compras no e-commerce Café Store. O segundo lugar ganha R$ 3 mil e um cupom de R$ 400. Para o terceiro colocado, são  R$ 1 mil e um cupom de R$ 300.

TEXTO Redação • FOTO Agência Ophelia

Barista

Daniel Vaz defende o Brasil no Campeonato Mundial de Barista: “O café me levou pro outro lado do mundo”

Foto: Agência Ophelia

“O café me levou para o outro lado do mundo”, escreveu o carioca Daniel Vaz em sua rede social, enquanto se prepara para defender o Brasil no Campeonato Mundial de Barista, entre 1º e 4 de maio. A competição, que acontece durante o evento World of Coffee, em Busan, na Coreia do Sul, é a mais aguardada do ano entre os profissionais da área. “Vamos buscar o título, deixá-lo em casa”, afirma o barista, proprietário da Five Roasters (RJ), referindo-se à vitória do brasileiro Boram Um na última edição do mundial.

Agora, Vaz tem nas mãos a mesma missão de Um, depois de ganhar o Campeonato Brasileiro de Barista, em novembro do ano passado. Em entrevista à Espresso, ele conta brevemente a nova experiência e os desafios que vem enfrentando para melhorar a cada dia. 

Espresso: Como tem sido sua trajetória profissional até agora? 

Daniel: Eu trabalho com café há cinco anos e há quatro anos tenho a Five Roasters, meu primeiro filho no café e uma paixão. Acho que esse foi o maior desafio, abrir uma torrefação e consolidá-la. 

E: Para você, o que significa ser o campeão brasileiro de barista?

D: É uma responsabilidade muito grande, e tenho refletido muito sobre campeonatos neste último ano. Acho que a gente não pode pensar em participar de um campeonato para ganhar o brasileiro. Temos que pensar o que vamos fazer no campeonato mundial.

E: Como se tornar campeão brasileiro impactou sua vida profissional?

D: Acho que ter um título de campeão brasileiro é mais uma chancela, um reconhecimento de um profissional que se destacou naquilo que  se propôs a fazer. 

Pódio do Campeonato Brasileiro de Barista, da esquerda para a direita: Marcondes Trindade (2º colocado), Daniel Vaz (campeão) e Juliana Morgado (3ª colocada) – Foto: NITRO

E: Como você está se preparando para o Mundial?

D: O maior desafio de se preparar para um campeonato mundial é saber que vai competir com os melhores do mundo. É um nível altíssimo. Desde o início,  minha primeira decisão foi usar um café brasileiro, mas a época do campeonato dificultou muito isso, porque a gente estava entre safras. Mas consegui achar um café que me deixou muito feliz para competir, que é um grão do produtor Vavá [Waldemar Ferreira de Paula Neto], da Fazenda Vista do Brigadeiro, nas Matas de Minas. É o café de maior altitude no Brasil [a fazenda situa-se em uma altitude média de 1530 m]. E a gente conseguiu fazer o processo juntos. Para mim, isso foi muito importante e um dos maiores desafios para a preparação para o campeonato. 

E: Quais são suas expectativas em relação ao Mundial?

D: São altíssimas. Muito treino, muita dedicação. E competir com um café brasileiro em que eu acredito, principalmente. E vamos buscar o título, deixá-lo em casa.

E: Quais são seus planos para o futuro? Pretende competir novamente?

D: Sim, com certeza pretendo continuar competindo. Estou só há um ano competindo, é tudo muito recente. Temos coisas a conquistar ainda! 

TEXTO Gabriela Kaneto
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