Cafezal

Exposição temporária retrata quase 100 anos do “Porto do Café” em Santos (SP)

Embarque de café em Santos. Marc Ferrez, 1901

A exposição temporária Porto do Café está em cartaz no Museu do Café (MC), instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. A mostra poderá ser visitada até 22 de outubro. 

Com obras de diferentes fotógrafos, como Militão Augusto de Azevedo, Marc Ferrez e José Dias Herrera, que produziram imagens transitando entre o artístico e o registro, a curadoria, desenvolvida pela equipe técnica da instituição, retrata um período de quase 100 anos em que o grão era o coração do Porto de Santos. 

Peça fundamental para a formação da cidade, o Porto ganhou relevância mundial na época em que a economia cafeeira movia o Brasil. Assim, as fotos escolhidas para compor a produção trazem diferentes óticas, sob as lentes de profissionais que captaram a transformação do local e, consequentemente, do município, ao longo de, praticamente, um século. 

O público que visitar a exposição poderá conferir, por exemplo, cenas do cais em obra, fileiras de navios atracados, embarques de café e vistas panorâmicas que integravam álbuns fotográficos e eram até mesmo comercializadas em cartões-postais. Nesse sentido, o conteúdo expositivo coloca em evidência a formação da identidade santista a partir da economia cafeeira e portuária. 

Por fim, também podem ser observados registros do cotidiano, traduzindo modos e costumes impactados pela circulação de produtos, ideias e pessoas, de diferentes partes do mundo, que chegavam pelo porto. 

Serviço
Exposição temporária Porto do Café
Quando: até 22 de outubro
Horário: de terça a sábado, das 9h às 18h, e domingo, das 10h às 18h (bilheteria até as 17h)
Onde: Museu do Café – Rua XV de Novembro, 95 – Centro Histórico – Santos (SP)
Mais informações: www.museudocafe.org.br
R$ 10 e meia-entrada para estudantes e pessoas acima de 60 anos. Grátis aos sábados e, todos os dias, para as crianças até 7 anos 

TEXTO Redação

Cafeteria & Afins

Siriema Coffee Roasters – São Paulo (SP)

Nascidos e criados em um ambiente que cheira a café, os irmãos Laura e André Mello se inspiraram nos cafezais da família, localizados na cidade de Batatais, no interior do estado, para planejar uma torrefação na capital paulista. “A fazenda de nossa família foi a principal inspiração ao idealizar a comunidade Siriema Coffee Roasters, oferecendo cafés especiais que possuem mais do que apenas uma longa história: possuem uma alma”.

O espaço foi inaugurado em março de 2020 e é dedicado à torra dos grãos, etapa comandada pelas mestres de torra Angélica Luiz e Nayra Caldas. “Sonhamos com um mundo onde todos possam tomar um café de verdade, humanizando essa relação e enxergando a fruta e as histórias que estão por trás de cada xícara”. Às quartas, quintas e sextas, é possível passar no local para tomar espresso, cappuccino, macchiato, latte, espresso tônica, latte vegetal, espresso laranja e o cold Siriema, acompanhado do pé de moleque ou do cajuzinho, feitos em Piranguinho (MG).

Além do laço e do vínculo sólido com a região da Alta Mogiana, a Siriema Coffee Roasters seleciona cafés de pequenos produtores de outras regiões, como Sul de Minas, Mantiqueira de Minas, Cerrado Mineiro, Matas de Minas e Caparaó. “Mantemos contato ativo diretamente com os produtores parceiros e, sempre que possível, realizamos visitas às fazendas. Outra prática que adotamos é realizar cuppings com mestres de torra de outras torrefações”, dizem os proprietários.

Informações sobre a Cafeteria

Endereço Rua Artur de Azevedo, 747
Bairro Pinheiros
Cidade São Paulo
Estado São Paulo
País Brasil
Website http://instagram.com/siriemacoffee
Horário de Atendimento Quarta, quinta e sexta, das 11h às 17h
TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Fabiano Battaglin

Barista

Inscrições abertas para bolsas de estudos do International Masters in Coffee Economics and Science Ernesto Illy

Até 15 de julho é possível candidatar-se a uma das bolsas de estudos oferecidas pelas Fundação Ernesto Illy para cobrir os custos totais ou parciais para frequentar o programa de mestrado em 2024.

O International Masters in Coffee Economics and Science Ernesto Illy é voltado para jovens com diploma de bacharel ou equivalente nas áreas científico-tecnológica e humanística-social e oferece treinamento abrangente sobre a cultura do café, da planta à xícara, sobre o valor social do consumo de café, e sobre a cultura de países produtores de café, como o Brasil.

Os cursos serão realizados de janeiro a dezembro de 2024, no formato misto (parte on-line e parte presencial). Na fase on-line, as aulas acontecem ao longo da semana e se desenvolvem em sessões de duração variável para os participantes de todos os continentes. Na fase presencial, que acontece em Trieste (Itália), as aulas contam com atividades curriculares, como: workshops, projetos e seminários.

Como tem acontecido anualmente desde o primeiro Mestrado em 2010, a Fondazione Friuli financia bolsas de estudos, uma forma significativa de incentivar os jovens locais das províncias de Udine e Pordenone, enquanto a Fondazione Ernesto Illy oferece ajuda financeira total e parcial para jovens merecedores graduados vindos de países produtores de café. Além da Fondazione Ernesto Illy, os parceiros apoiadores do Mestrado incluem a Universidade de Trieste, a Universidade de Udine, a Escola Internacional de Estudos Avançados (SISSA) em Trieste, o Trieste Area Science Park e a illycaffè.

O Mestrado em Ciência e Economia do Café Ernesto Illy, confirma a posição de Trieste como um centro global da cultura do café. Os 59 membros do corpo docente do programa vêm da Universidade de Trieste, Universidade de Udine, illycaffè e Università del Caffè, Organização Internacional do Café, Universidade de Copenhague, Cirad, Unipd, Universidade Northen Colorado, Coffeelab Índia, Demus, Universidade Drexel, RD2 Vision, Centro Euro-Mediterraneo sui Cambiamenti Climatici, VUNA Origin Consulting, MIB Trieste School of Management, Quin, e Kedge Business School.

Para informações adicionais sobre o curso, clique aquiOs interessados ​​podem enviar currículo vitae (formato Europass – com foto) e carta de motivação em Inglês para: master@fondazioneilly.org.

TEXTO Redação

Mercado

São Paulo Coffee Festival recebe mais de 13 mil pessoas e anuncia data para 2024

Nos dias 23, 24 e 25 de junho aconteceu o 2º São Paulo Coffee Festival, que trouxe para o pavilhão da Bienal mais de 13 mil pessoas e serviu em torno de 80 mil cafés. Com o sucesso desta edição, a iniciativa –  realizada há mais de 10 anos em outras capitais do mundo – cumpriu com o objetivo de celebrar e apresentar a comunidade dos cafés especiais para ainda mais consumidores. 

A presença das cafeterias, microtorrefações e as as principais marcas do segmento, foi complementada essa edição com a participação de pequenos produtores e fazendas que fazem o processo completo do grão à xícara, aumentando a conexão com o público apaixonado. Entre as mais de 110 marcas presentes, estavam as que assinavam também equipamentos, como máquinas de espresso e acessórios para preparar café.

A edição de 2023 também contou com a realização de oficinas, masterclasses e apresentações ao vivo de Latte Art. Os visitantes puderam aprender sobre diversos aspectos do café com mais de 50 palestrantes e diversas experiências. O sucesso da programação se confirma com o fato do público ter permanecido por mais tempo no evento ao longo dos três dias em comparação ao ano anterior.

A iniciativa também produziu a 7° edição da competição Copa Barista, que reconheceu o carioca Daniel Vaz como o melhor profissional da categoria. Primeiramente, o barista preparou um café bourbon, da Fazenda Lagoinha e, depois, com a combinação de dois cafés colombianos, foi o primeiro colocado na competição.

Da esquerda para direita: Renan Dantas, terceiro colocado; Daniel Vaz, campeão; e Emerson Nascimento, vice-campeão

Outro destaque do festival foi a área “A Cozinha”. O espaço trouxe diversos chefs que apresentaram receitas especiais e harmonizações com café,  as quais estão disponíveis no site do evento para quem quiser reproduzir em casa. O evento também trouxe a exposição em parceria com o Projeto Portinari, o ‘Num Pé de Café Nasci’, que apresentou a relação artística e biográfica entre Cândido Portinari e o café.

A música e a gastronomia ganharam mais foco nesta edição. Localizada no centro do festival, o espaço “Café e Música”, inspirado no projeto de Londres, permitiu que as pessoas desfrutassem de seu café enquanto ouviam música ao vivo com apresentações de artistas da cena paulistana, com a curadoria de Lúcio Ribeiro. Já a área externa do pavilhão contou com uma praça gastronômica repleta de opções que variavam de pizza e hambúrguer, até comida vegana.

Olhando também para sustentabilidade, o São Paulo Coffee Festival firmou parcerias com marcas voltadas a preservação ambiental, como a Eccaplan, empresa pioneira na redução, quantificação e compensação de carbono para eventos, e a Kablin, líder no mercado brasileiro de embalagens e referência do setor em sustentabilidade. O Festival recebeu o Selo Evento Neutro, por compensar as suas emissões de carbono apoiando projeto de agricultura regenerativa na própria cadeia do café.

A notícia boa para os apaixonados por café é que o São Paulo Coffee Festival já tem data marcada para o próximo ano. A terceira edição do maior festival do país será nos dias  21, 22 e 23 de junho de 2024. 

O São Paulo Coffee Festival teve patrocínio master de 3corações, Café Orfeu, Melitta e Nescafé; apoio de Nespresso, Café Store, A Tal da Castanha e Prefeitura de São Paulo por meio da Secretaria Municipal de Turismo, com realização da Allegra Events e Revista Espresso/Café Editora.

Sobre o São Paulo Coffee Festival

O São Paulo Coffee Festival é um evento organizado pela Revista Espresso/Café Editora em parceria com Allegra Eventos e que celebra a cultura do café especial na maior cidade da América Latina. Festival nascido em Londres, com mais de dez anos, marca presença em algumas cidades ao redor do mundo: Amsterdã, Cidade do Cabo, Los Angeles, Milão, Nova Iorque e Paris. Nos dias 21, 22 e 23 de junho de 2024 acontecerá a terceira edição do evento em São Paulo.

Mais informações: saopaulocoffeefestival.com.br

TEXTO Redação • FOTO Agência Ophelia

Receitas

Bolo de milho vegano

Ingredientes

  • 120 g ou ¾ de xícara de milho cozido ou enlatado (drenado)
  • 90 g ou ½ xícara de óleo vegetal
  • 130 ml de água
  • 200 g ou 1 xícara de açúcar demerara
  • 15 g ou 2 colheres de sopa de farinha de linhaça dourada
  • 65 g ou ½ xícara de fubá mimoso
  • 70 g ou ½ xícara de farinha de arroz integral
  • 40 g ou ⅓ de xícara de fécula de batata ou amido de milho
  • 1,5 g ou ½ colher de chá de goma xantana
  • 13 g ou 1 colher de sopa de fermento químico

Preparo

Prepare uma forma (preferencialmente de alumínio) untando com óleo. Pré-aqueça o forno a 180ºC. Em um liquidificador, coloque o milho, o óleo, a água e o açúcar demerara. Bata por cerca de 5 minutos. Transfira a mistura de milho para uma tigela. Adicione o fubá e a farinha de linhaça e misture bem com um fouet. Comece a adicionar o mix de farinhas sem glúten aos poucos, acompanhando a textura da massa crua. Pare de adicionar farinhas quando a textura da massa ficar cremosa, um pouco mais consistente do que uma massa de bolo comum. Se a massa ficar muito firme, o bolo não cresce bem, e se a massa estiver “oleosa” é porque passou da quantidade necessária de farinhas, então adicione mais água para corrigir. Por fim, adicione o fermento químico e misture. Leve ao forno por pelo menos 35 minutos (pode chegar até 50 minutos de assamento dependendo do forno, verifique antes de desligar se o bolo está completamente assado). Conserve em temperatura ambiente por até 5 dias, em geladeira por até 10 dias ou congele por até 2 meses.

RECEITA Carolina Yamamoto, chef confeiteira e mentora da Formação Plantlife

Café & Preparos

Marca curitibana lança medidor de pressão para cafeteiras Aram

A Aram Soulcraft apresentou recentemente um novo acessório para o mercado brasileiro de cafés: o Focus. Antes, o usuário já preparava manualmente o café espresso com a Aram. Agora, poderá aprimorar essa experiência através do controle da pressão durante o processo.

A velocidade aplicada na manivela controla a pressão da água, sendo possível adquirir uma maior cremosidade e um realce da bebida na xícara. “Nosso acessório vem para tornar visível a pressão da água dentro da cafeteira, assim você pode escolher quanto de pressão você quer para chegar no seu café ideal e, ainda, poder repetir ele toda vez”, destacou a marca curitibana. 

De acordo com os criadores, o Focus também ajuda a identificar a moagem correta: se está muito fina, as peças vão subir rapidamente até o ponto vermelho, indicando pressão excessiva; se estiver muito grossa, nenhuma peça vai subir, pois não haverá pressão e o café terá um sabor super ácido. 

O novo equipamento pode ser usado em todos os modelos já feitos da cafeteira Aram e está disponível no site da Aram Soulcraft, por R$ 550.

Mais informações: https://arambrasil.coffee/ 

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Café & Preparos

Tem café na Casa da Boia

Estabelecimento histórico de São Paulo preserva a própria história e a da cidade e tem lugar especial para o produto que fez a metrópole crescer

Olhando de fora, o prédio antigo e bem cuidado, vizinho ao Mosteiro de São Bento, no centro de São Paulo, chama atenção. Mas, para quem olha da calçada, os canos e peças de hidráulica da Casa da Boia não dizem que lá dentro tem café, embora existam pistas: o cobre, que para além dos canos, está nos tachos e panelas, e o antigo fogão de ferro na entrada da loja indica que a cultura alimentar da cidade também passa por ali.

É no fundo da loja que um cantinho bem especial conta um pouco da história do café e da cidade, em painéis e textos que montam uma miniexposição e acompanham produtos como canecas e bules esmaltados e leiteiras de cobre. Um pequeno achado sobre o café e a cafeicultura que fica ali, disponível para quem tiver curiosidade e puder dispor de alguns minutos para conhecer e admirar o local. 

O café é só uma das riquezas valorizadas no espaço. Dica: olhe cada cantinho, olhe pra cima, para as vitrines, aponte o celular para os QR codes das imagens dos painéis, cada vista guarda uma surpresa. A Casa da Boia é uma loja de metais e hidráulica, fundada por Rizkallah Jorge Tahan, em 1898. Ele era um imigrante sírio e foi bastante atuante no comércio, entre sua comunidade e para a história da cidade. Com 125 anos completados em maio de 2023, a Casa da Boia é um raro caso de empresa que segue na mesma família (hoje é dirigida por seu neto, Mario Rizkallah), no mesmo ramo de atuação e no mesmo endereço desde sua abertura.


De tão importante para a cidade, a Casa da Boia foi tombada como patrimônio histórico municipal. O prédio, que também foi residência da família Rizkallah por muitos anos, foi restaurando e é muito bem conservado, fazendo parte do braço cultural da empresa, que, além das exposições na própria loja (com fotos, mapas, objetos de época e materiais complementares no site), mantém um museu no piso superior e realiza diversos eventos, palestras, passeios e cursos.

Para acessar o museu não se paga nada, mas é preciso agendar a visita monitorada, que ocorre toda última quinta-feira do mês, sempre às 14h, coordenadas pelos historiadores Renata Geraissati e Diógenes Sousa. E, se bater a vontade de tomar um café depois de conhecer todas as riquezas guardadas nesse espaço, dá pra aproveitar e visitar algumas das emblemáticas cafeterias do centro histórico de São Paulo:

Caffà Latte – Rua do Comércio, 58 – Centro
Café Girondino – Rua Boa Vista, 365 – Centro
IL Barista na B3 – Rua João Brícola, 59 – Centro
Café do Farol Mag Café no Farol Santander – Rua João Brícola, 24 – Centro

Visite a Casa da Boia! Rua Florêncio de Abreu, 123 – Centro – São Paulo (SP)

TEXTO Cintia Marcucci • FOTO Cintia Marcucci

Mercado

Pernambuco Café Show reúne especialistas e coffee lovers em Recife

Entre os dias 28 e 30 de julho, a cidade de Recife (PE) recebe a primeira edição do Pernambuco Café Show, realizado na Livraria Jaqueira – Unidade Recife Antigo. Com uma programação gratuita que inclui palestras, debates, atividades especiais, preparos de cafés e demonstrações de torra do grão, o evento traz nomes e marcas locais e nacionais, do café e da gastronomia.

Durante a realização, a Livraria Jaqueira será dividida em arenas, com ativações especiais no auditório para 110 pessoas, galeria para exposições e, também, uma área de torrefação industrial integrada a uma operação de café ao estilo to-go, para quem quiser levar os cafés torrados na hora para casa. Confira detalhes:

Arena Café Show
Espaço destinado a apresentações ao vivo de baristas e mestres de torra, com demonstrações e degustações guiadas de café. Contará com o Torra Show, onde mestres de torra explicarão sobre os processos de uma torrefação de café; as Oficinas de Cafés Filtrados, em que baristas ensinarão técnicas de extração de café, por meio de diferentes métodos de preparo; e o Papo de Café, espaço para bate-papo com baristas, empreendedores e profissionais especializados.

Arena Cantinho do Café Decor
Local reservado para demonstrações e bate-papos sobre como montar ambientes cafeinados integrados com a ambientação. Dicas e tendências apresentadas por arquitetos e designers de interiores.

Arena Beer Coffee
Cervejas artesanais feitas com café terão destaque na programação. Serão realizadas palestras e degustações guiadas sobre beer coffees, além de um Happy Hour oficial do Pernambuco Café Show, na Babylon Station Recife Antigo, com programação musical e promoções para os participantes.

Arena Desafio Barista
Espaço destinado a competições de baristas profissionais e amadores, que irão preparar cafés especiais no método Koar. A organização da disputa, jurados e toda a estrutura está sob responsabilidade da Koar.

Flash Tattoo Coffee
Espaço para um bate-papo sobre tatuagens e life style do café, coordenado pelo tatuador Renato Mousinho. Contará com apresentação de desenhos e sorteio de tattoos.

Auditório/Palestras
Com especialistas de diversas áreas da cadeia produtiva do café, o auditório da Livraria Jaqueira receberá palestrantes de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Um dos pontos altos desta programação será uma Palestra com Pocket Show de Dudu Alves e Marcelo Melo, do Quinteto Violado, do projeto Café com Quinteto Violado, disco com músicas gravadas em cafeterias do Recife. 

Alan Cavalcanti, barista, mestre de torra, consultor e empreendedor em negócios de café,  é o responsável pela coordenação e curadoria do Pernambuco Café Show. “Este evento é a consolidação do projeto ancorado pelo Rolê do Barista, que deu os primeiros passos no programa de rádio Conexão Café. A ideia central é que o café conecta as pessoas e é isto que queremos, conectar pessoas em torno do café”, descreveu.

Além da parceria com a Livraria Jaqueira, o evento conta com o Apoio Institucional do Sebrae Pernambuco, que comandará uma área de inovação e gestão de negócios direcionada para empreendedores do segmento e ou participantes que estão planejando abrir negócios com café.

A abertura do Pernambuco Café Show acontecerá na sexta-feira (28), com uma Mesa Solene de autoridades e instituições ligados ao segmento, a exemplo das Associações de Produtores de Café de Taquaritinga do Norte e Triunfo, Sebrae, Associação de Cafeterias de Especialidade de Pernambuco, Prefeituras e Governo de Pernambuco.

Mais informações: www.instagram.com/roledobarista

TEXTO Redação

Barista

Brasil faz história em campeonatos mundiais

A comemoração foi grande entre todos os brasileiros, mas principalmente de muitos gritos e choros com aqueles que estavam diretamente da Grécia, na World of Coffee Expo. Boram Um, tricampeão nacional na categoria Barista, conquistou o título inédito de primeiro lugar no Campeonato Mundial. Já Garam Um ficou em terceiro lugar no Mundial de Brewers Cup, título também inédito para o Brasil. 

No Mundial de Barista, os competidores precisam preparar quatro espressos, quatro bebidas com leite e quatro bebidas originais exclusivas, em 15 minutos. Boram utilizou a variedade geisha panamenha no espresso. Nas bebidas com leite, um blend do geisha com bourbon rosa, variedade nova, produzida por sua família. Já nos cafés de assinatura, a escolha foi o bourbon rosa 100% brasileiro.

As bebidas foram avaliadas por juízes de todo o mundo, certificados pela World Coffee Events (WCE), entidade realizadora dos campeonatos mundiais. A análise é feita com base no sabor, limpeza, criatividade, habilidade técnica e apresentação geral, critérios em que Boram se sobressaiu sobre os outros mais de 40 competidores de diferentes partes do globo.

O diretor executivo da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), Vinicius Estrela, destaca que a bebida exclusiva permite que os baristas expandam sua imaginação e os paladares dos juízes para incorporar uma riqueza de conhecimento sobre café, em uma expressão de seus gostos e experiências individuais. “E foi fantástico que o Boram teve o destaque nas bebidas de assinatura usando café totalmente brasileiro, o que abre um leque de oportunidades e volta os olhos de todo o mundo para os cafés especiais do Brasil”, comenta.

O brasileiro Edgard Bressani foi um dos apresentadores do campeonato e quem anunciou o grande resultado. “Fui abençoado por ter sido escalado nessa hora da apresentação. Meu coração disparou e eu tremia. Boram estava tranquilo e dominou as emoções. E o mais legal é que era uma rodada de mulheres como juízas. Pude provar os cafés e foi a melhor bebida com leite que já provei, além de uma apresentação impecável”, destaca. 

“O impacto que isso terá no Brasil será grandioso. O mundo está de olho no país agora também para os cafés especiais. O Brasil é, este ano, o símbolo do café especial no planeta. Esse é o reconhecimento do constante trabalho de aprimoramento do setor, que é realizado pela BSCA desde sua fundação, e também de capacitação dos baristas, principalmente com a realização dos Campeonatos Brasileiros de Barismo, em parceria com a ApexBrasil. Sem as competições nacionais, que nos estimulam no longo prazo, seria impossível termos essa consistência de preparo e treinos, o que nos permite atingir melhores resultados a cada ano”, pontua Boram.

Vinicius Estrela recorda que o destaque alcançado pelo Brasil é fruto de uma semente plantada em 2016, quando a BSCA se tornou National Body da World Coffee Events e obteve o direito de realizar os Campeonatos Brasileiros de Barismo. “A história da Associação é visionária e de vanguarda. Todos que por aqui passaram deixaram seu legado e, hoje, colhemos esses resultados fantásticos, que demonstram que a entidade se norteou, norteia-se e seguirá se norteando pelo caminho do aprimoramento e da capacitação dos cafés especiais nacionais. Temos que comemorar as conquistas alcançadas e, principalmente, manter a ampliação constante de nosso trabalho, sempre em busca de elevarmos os padrões dos cafés especiais do Brasil”, conclui.

A família de Boram e Garam começou a produzir cafés em 2009 e os irmãos ingressaram no universo do barismo e das competições em 2016, mesmo ano em que a BSCA deu início às disputas no país. “Em termos de representatividade, acho que, com esses prêmios, conseguimos colocar o Brasil no mapa de um mercado que é elitizado, principalmente para países que são consumidores. São sempre os grandes países europeus, os grandes asiáticos ou a América do Norte que dominam esse mercado de consumo de especiais, e agora creio que ajudamos a inserir o Brasil como destaque. Ainda estou processando! Faz tanto tempo que estamos buscando isso. Parece ainda um sonho”, avalia Boram.

No Brewers Cup, Garam apresentou 14 g do geisha natural do Janson Coffee, em Volcán, Panamá, e 6 g do Laurina Natural da Café Granja La Esperanza, em Valle de Cauca, Colômbia. O preparo foi feito na hario v60 de metal, com o Mesh do W60, um filtro de tela.

“Eu acabei usando o mesmo tema do nacional que achei que seria forte para o Mundial, que era a sinergia de toda a cadeia do café junto da técnica de extração. Foi um preparo muito intensivo, de 10 a 12 horas por dia de treino para conseguir chegar na melhor apresentação. Treinei focado na apresentação full time cerca de 1 mês e meio. Estou muito alegre e com um senso de alívio por ter conseguido chegar no top 3 do mundo. No Brewers os detalhes contam muito e eu sabia que qualquer erro seria fatal para não estar entre os semifinalistas e finalistas do mundial, porque os outros competidores também não erraram”, conta Garam.

Danilo Lodi, coach dos irmãos e barista, provador, torrador, instrutor e consultor no mercado de cafés especiais desde 2004, juiz do WBC desde 2010 e representante do WCE, revela que ficou sem voz e chorou muito (assim como a maioria de nós!) com os anúncios. “As pessoas nem imaginam como é esse esforço coletivo. Vai desde lavar a louça até provar café, a apresentação é deles, mas a equipe ajuda com palpites. Boram e Garam são especiais demais, dedicados e estudiosos, não poderia estar mais feliz por ter dois grandes embaixadores. Eles representam a minha profissão, minha indústria e meu país. Não tem como não se emocionar em ter duas pessoas que são exemplos de excelência e carisma”, aponta Danilo. 

Segundo o profissional, os irmãos devem viajar o mundo, participar de eventos, dar aulas e mostrar a qualidade do café brasileiro lá fora, “vão ser meses intensos para os dois”. A marca Brewista até criou uma chaleira personalizada para o Garam e uma pitcher para Boram! 

Durante o evento na Grécia, ocorreu também o  World Cup Tasters Championship, que avalia a habilidade de distinguir cafés por degustação às cegas, levando o menor tempo possível. José Augusto Oliveira Naves, de Varginha (MG), figurou entre os 30 melhores da categoria. 

TEXTO Redação • FOTO BSCA e divulgação

Micro lotes vieram para ficar: Oportunidades?

Há muitas definições sobre o conceito de micro lote e nenhum consenso ou acordo sobre uma ou uma combinação delas. Não há tampouco associação entre o tamanho do lote e o total de área da fazenda onde ele é produzido. Em outras palavras, há micro lotes vindo tanto de fazendas grandes quanto de pequenos produtores. As oportunidades estão aí para todos, mas elas podem não estar sendo totalmente exploradas pelos pequenos produtores, que são a maioria no Brasil.

Embora faça sentido assumir que pequenos produtores de café estão idealmente posicionados para produzir micro lotes, este pode não ser necessariamente o caso. Eles podem ter a mão de obra e o tempo para se dedicarem à produção de micro lotes de alta qualidade, mas eles podem não ter acesso suficiente à tecnologia, insumos, equipamento e ao próprio mercado do café. 

Como geralmente é o caso com a inovação em muitas áreas, há uma tendência para novos desenvolvimentos no café começarem com produtores maiores que têm maior acesso aos itens mencionados acima sem falar em economia de escala. Embora teoricamente pequenos produtores possam produzir pequenos lotes da mais alta qualidade, na prática é possível que eles tenham que se unir para acessar tecnologia para produzir de maneira mais eficiente – variedades, produtividade, qualidade, etc. – para processar micro lotes usando tecnologia sustentável de última geração, para avaliar a qualidade de seus cafés e para melhorar seu acesso aos mercados.

Até mesmo em países onde governos ou participantes na cadeia de suprimentos do café provêm assistência técnica, pode haver ganhos para que pequenos produtores se unam em associações ou cooperativas para processar, promover e vender seus cafés e principalmente seus micro lotes. Sustentabilidade e qualidade são parâmetros chaves dos micro lotes em quase todas as definições. Tecnologia moderna, que inclui agricultura regenerativa, é exigida para produzir de uma maneira sustentável, assim como equipamento moderno para processar de forma sustentável e para reter a qualidade intrínseca dos micro lotes. Provadores de café treinados são necessários para identificar e caracterizar a qualidade dos micro lotes a serem associados a seus “terroirs”. Unidos, os pequenos produtores podem produzir melhor e colocar os micro lotes em um mercado que é muito competitivo.  

Os micro lotes oferecem uma série de oportunidades para pequenos produtores de todos os tamanhos receberem preços mais altos por seus cafés, mas grandes produtores estão geralmente melhor preparados para tanto. Pequenos produtores podem compensar suas limitações trabalhando juntos e compartilhando instalações de processamento e um laboratório de avaliação de qualidade. Isto pode abrir caminho para que pequenos produtores se tornem mais ativos nas competições de qualidade de café, que podem ser um importante instrumento para promover seus “terroirs” e seus micro lotes.

Grandes e médios produtores podem também aumentar sua participação no mercado de micro lotes identificando “terroirs” específicos dentro de suas fazendas ou selecionando as melhores qualidades nos lotes maiores. Isto pode ser feito pela combinação de provas frequentes de amostras e processamento pós-colheita individualizado para enfatizar características sensoriais específicas.

O fornecimento de micro lotes corresponde ao ditado “o diabo está nos detalhes”, da escolha de variedades ao processamento pós-colheita, sem falar no fato que o próprio clima pode favorecer ou dificultar a produção de micro lotes de qualidade específica no mesmo “terroir” de um ano para outro. Isto levanta a questão da consistência da qualidade nos micro lotes ao longo do tempo. Para acessar e reter um mercado específico é esperado que, exceto por variações pequenas, os micro lotes retenham um perfil sensorial similar que possibilita que eles atraiam segmentos específicos de mercado e clientes ano a ano. Isto é ainda mais uma razão pela qual o diabo está realmente nos detalhes da cadeia de suprimento de micro lotes e seu mercado.    

TEXTO Carlos Brando
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