Café & Preparos

Nunca sai de moda: cafeteira italiana completa 90 anos

Modelo comemorativo 90 anos da Moka Express, com ilustração feita pelo artista Sam Cox – Foto: Izabela Dolabela – @izabeladolabela

Popular em diversas partes do mundo, a cafeteira italiana – ou Moka Express – é um clássico método de preparo que sempre está em alta. Com variedade de tamanhos, cores e modelos, ela ganha o coração de todo apaixonado por café, além de resultar em uma bebida encorpada e repleta de notas intensas, que remete ao espresso. Neste ano, o método completou 90 anos, e a empresa Bialetti (que o inventou) lançou uma edição especial de aniversário, ilustrada pelo artista britânico Sam Cox (veja mais detalhes ao fim da reportagem). 

“Uma cafeteira italiana é, provavelmente, a alternativa melhor e mais barata para você beber café espresso em casa sem investir em uma máquina superautomática e em um moedor profissional. As cafeterias italianas não fazem café espresso, mas uma xícara de café forte”, escreveu o barista norueguês Tim Wendelboe, em seu livro Coffee com Tim Wendelboe. 

Foto: Sten Ritterfeld/Unsplash

Apesar de estar presente no cotidiano de muitas pessoas até hoje, a história do equipamento começou em 1933, quando o italiano Alfonso Bialetti, ao ver sua esposa lavando roupas, teve uma ideia revolucionária.

Para lavar as roupas, a esposa de Bialetti fazia uso de uma “lessiveuse”, uma espécie de máquina de lavar da época, que consistia em uma grande panela de ferro com um tubo oco em seu interior, no centro. A água colocada juntamente com a roupa no recipiente entrava pelo tubo, na parte de baixo, e saía pela parte de cima, fazendo um bom uso dos produtos que eram colocados no processo para ajudar na limpeza das vestimentas. 

E porque não utilizar um sistema parecido no preparo de café? 

Assim nasceu a cafeteira italiana, um método com formato octogonal que utiliza o sistema de percolação para fazer a bebida. Basta adicionar a quantidade desejada de água na parte de baixo e o pó de café na peça com microfuros (filtro) localizada no meio do equipamento. Depois de rosqueada, é só levá-la direto ao fogo baixo. Por meio do aquecimento e da pressão do vapor, a água passa pelo pó e resulta no café na parte superior, pronto para ser servido.

Desenho do projeto da Moka Express – Foto: Acervo Bialetti

Por anos, a cafeteira italiana foi um item artesanal, até que, em 1946, Renato Bialetti, filho de Alfonso, assumiu os negócios do pai e, com uma visão industrial, resolveu mudar os rumos da empresa. Decidiu expor o item em uma feira em Milão, o que ajudou a alavancar as vendas da e a popularizar a Moka. 

De lá para cá, o projeto manteve-se praticamente inalterado…

“Os italianos têm o hábito de tomar café em cafeterias, mas, durante a pandemia de covid-19 e com as pessoas trabalhando em casa, houve um grande salto nas vendas de Moka no país”, escreve o especialista em café Edgard Bressani, na 6ª edição do livro Guia do Barista – Da origem ao café perfeito

Na obra, ele conta que o café utilizado no método costumava ter torra média-escura, podendo até ser um blend entre as espécies arábica e canéfora, o que contribuiu para a reputação do café feito na Moka originar uma bebida mais amarga. Mas, com o seu ressurgimento, as empresas passaram a oferecer cafés com torra média-clara, de origem única e 100% arábica. O resultado é que, hoje em dia, o método origina uma xícara mais doce e aromática, e com uma acidez suave. “Isso reacendeu as discussões entre os italianos sobre as melhores receitas para se preparar um bom café na Moka”, conclui Bressani.

Foto: Rabin Mukerjea/Unsplash

Em termos visuais, a cafeteira italiana é feita, tradicionalmente, de alumínio cunhado de alta resistência. Mas, hoje em dia, com a variedade de versões no mercado, é possível encontrar modelos produzidos com aço inox, por exemplo, em diferentes cores, formatos e tamanhos, que rendem de duas a 12 xícaras. Quanto ao funcionamento, uma das principais diferenças entre a original e as réplicas é a válvula de segurança patenteada pela Bialetti, que mantém o sistema interno de pressão estável na hora do preparo.

Por sua importância na história do design industrial, o método conta com exemplares expostos no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMa). O modelo de aniversário da Bialetti, disponível na versão para três xícaras, foi inspirado na Doodle Art, uma vertente da Pop Art, baseada em desenhos de traços simples que se confundem com rabiscos ao estilo fun design. Sam Cox, citado no início deste texto, é um dos principais nomes deste movimento artístico, cujo conceito também estampa a bag que acompanha a nova Moka. A edição comemorativa de 90 anos pode ser encontrada no site da Café Store.

E de receita quem entende é o barista!

“Sabemos que, para fazer café, é necessário apenas água e café. Mas existem vários jeitos de extraí-lo. A Moka é por pressão. A água fervida gera pressão e passa pelo café moído, do qual são extraídos compostos diferentes do que em um método como a Melitta, por exemplo, em que você joga a água e, por gravidade, o café é extraído”, conta Renan Dantas, da Oficina do Barista.

Além da forma de extração, o barista paulistano também destaca que outro diferencial da cafeteira italiana é a concentração da receita final: “Em geral, usamos a mesma quantidade de café para uma quantidade menor de água. Geralmente, por extrair mais sabores (voláteis) do café, a bebida feita na Moka acaba dando uma sensação tátil mais cremosa e mais intensa, por conta da sua receita”. 

Na hora do preparo, Renan dá dicas que podem melhorar o resultado final. “Além de ter um café de qualidade, coloque um pouco de água em temperatura ambiente onde a bebida será extraída, ou seja, na parte de cima do equipamento. Essa técnica evita que o café sofra um ‘choque térmico’ na extração quando em contato com o material das paredes do método, o que pode levar a um leve amargor”, pontua.

TEXTO Gabriela Kaneto

Mercado

SIC 2023: Cafés buscam singularidade e rastreabilidade

Origens produtoras, seus desafios e possibilidades, marcam a 11ª Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte

Acesso a mercados, sustentabilidade, governança, rastreabilidade, união da cadeia cafeeira, quebra de paradigmas. A Semana Internacional do Café 2023 promete ficar para a história. Isso porque o tema desta 11ª edição – Origens produtoras: uma visão de futuro para uma nova cadeia do café – está atrelado a todas essas questões.

O momento da cafeicultura mundial é de grandes desafios. Mas a cafeicultura brasileira, embora os enfrente, tem, também, oportunidades. Cientistas, agricultores, torrefadores, traders, educadores, empreendedores e representantes de organizações que apoiam a cafeicultura compartilharam esses assuntos entre 8 e 10 de novembro, em Belo Horizonte, com mais de 20 mil visitantes, de mais de 30 países.

Nos painéis do Simpósio DNA Café – que traz as principais tendências do mercado – ficou claro que, atualmente, qualidade e certificação, embora sejam parâmetros importantes, não são mais suficientes para fomentar a cadeia de cafés especiais em nível global. A estratégia é singularizar os grãos a partir de sua origem, sua rastreabilidade e sua sustentabilidade. “A origem do café é única”, lembrou Priscilla Lins, gerente de agronegócios do Sebrae Minas, no painel Origens produtoras e o novo cenário mundial. A frase, contundente, reforça a importância de um território e de seu saber-fazer para a identidade e a valorização comercial dos cafés especiais. Comércio este que deve mirar, também, novos mercados.

“A China é o futuro do café”, apostou Marcos Jank. Em sua palestra Futuros e tendências do agronegócio: as oportunidades para o café, o professor-sênior de agronegócio do Insper, em São Paulo, chamou a atenção para o aumento da população e da renda per capita em países do leste e sudeste da Ásia (como Japão e Coreia do Sul), o que poderá torná-los os principais mercados do produto brasileiro.

Para consumidores cada vez mais exigentes, que buscam saber a origem, a rastreabilidade e o impacto no planeta dos produtos que compram, produtores e entidades brasileiras vêm buscando ferramentas para alavancar as origens dos cafés. O assunto surgiu em vários momentos do evento. Na palestra Tendências de consumo e mudanças geracionais, Eco Moliterno, chief creative officer da Accenture, uma das principais empresas de consultoria do mundo, lembrou que estamos vivendo uma era que não está mais centrada no consumidor, mas no ser humano. 

A questão também foi discutida na apresentação Origem Controlada Café: digitalização das Indicações Geográficas. Resumo da ópera: a Indicação Geográfica, concedida pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), não assegura a qualidade do café, que deve ser monitorada pelos gestores da IG. Para isso, é preciso um sistema dedicado à gestão da cadeia, ao controle e à rastreabilidade do grão.

Foi com esse argumento que o Instituto CNA, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Sebrae divulgaram na SIC o projeto Digitalização das IGs de Café. A iniciativa conjunta busca desenvolver um sistema de controle e rastreabilidade das regiões produtoras, potencializando a origem e a qualidade dos grãos nacionais para os mercados nacional e internacional. “Em breve, teremos mais eficiência na gestão, mais acesso a mercados e maior valor agregado aos nossos cafés”, prometeu André Trikienicz, CEO e fundador da AgTrace, que está desenvolvendo a tecnologia.

Sustentabilidade e desafios

Como maior produtor de cafés do mundo há quase 170 anos, o Brasil, além de ter diversidade de territórios, é o país mais preparado para levar cafés de qualidade e com práticas sustentáveis ao consumidor ao redor do planeta. Nesta SIC, as falas em torno dessa afirmação reforçaram-se umas às outras, especialmente nos encontros do Fórum de Agricultura Sustentável, que desde 2014 tornou-se um espaço privilegiado para a discussão de práticas, inovações e desafios quanto à sustentabilidade na cafeicultura. 

“O Brasil é o único país preparado para responder às leis europeias”, afirmou a expert em sustentabilidade Gelkha Buitrago, diretora-adjunta da Plataforma Global do Café, entidade com sede na Suíça. “Não tem nenhum país com a tecnologia e a sustentabilidade que o Brasil tem”, reforçou Henrique Cambraia, presidente e cofundador da cooperativa Sancoffee (Campos das Vertentes, MG), que participou com Gelkha do debate Novo cenário de comercialização para os cafés no mundo.

Gelkha refere-se ao Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (European Union Regulation for Deforestation-Free Products ou EUDR), que entra em vigor a partir de janeiro de 2025. Quem discutiu a nova regulamentação foi Vanusia Nogueira, diretora-executiva da Organização Internacional do Café (OIC), na abertura do Fórum. A lei, a ser seguida pelos 27 países integrantes, proíbe a importação de produtos oriundos de áreas de desmatamento e degradação florestal, como carne bovina e couro, soja, cacau, óleo de palma, borracha, madeira e café (verde, torrado e torrado e moído). A Europa consome mais de 50% do grão brasileiro, e a regulamentação impacta todos os países produtores.

“Nesses últimos 30 anos, a área global de produção cafeeira aumentou muito pouco”, explica Vanusia. “E, no Brasil, o crescimento da produção se deu pelo aumento da produtividade, que mais do que duplicou. Então é um equívoco relacionar café e desmatamento”, pondera. 

Os desafios são globais: o desinteresse da nova geração pela agricultura, a falta de acesso a financiamentos, tecnologias digitais e mercado e o acesso limitado à terra são alguns deles. Mas há, também, oportunidades, especialmente para o Brasil. Além da emergência de novos mercados, os modelos de compra de café vão mudar. E, segundo Vanusia, o Brasil pode e deve criar seus próprios modelos de agricultura regenerativa – a grande saída para a sustentabilidade e o enfrentamento das mudanças climáticas.

Quebrando paradigmas

Os estudos científicos sobre cafés de qualidade vêm quebrando barreiras. É o que mostrou o engenheiro agrônomo Flávio Borém, da Universidade Federal de Lavras e especialista em pós-colheita. Na palestra Como o pós-colheita influencia a construção do perfil, durante o Intertorra (veja abaixo), Borém redefiniu conceitos e reorganizou processos, resultado de anos de pesquisa. “Não é possível dizer que métodos de processamento definem perfis de café”, ensinou.

As mudanças não surgem apenas no manejo dos grãos, mas também nas estratégias de promoção dos cafés. A Serra de Mantiqueira já repensa seu modelo, ao buscar desburocratizar o processo de obtenção dos selos. “A estrutura precisa ficar mais ágil”, avalia Alessandro Hervaz, produtor da Honey Coffee e presidente da Aprocam e da Coopervass (Mantiqueira de Minas, MG) na palestra Como as estratégias de origem contribuem para a governança, promoção e acesso ao mercado de café especial?.

A região Matas de Rondônia é um bom exemplo de quebra de paradigmas. Numa apresentação sobre robustas especiais amazônicos, Juan Travain, sócio-proprietário da fazenda Selva Café (RO), mostrou como os desenvolvimentos no pós-colheita, ao lado das características da floresta, ajudam a produzir qualidade. “Essa safra está excepcional em produtividade e em qualidade”, comemora Travain, que diz ter havido um salto na comercialização, com boa remuneração dos produtores. “Nossos robustas são fruto de muita ciência e dedicação”, arremata.

As cafeterias e torrefações também contribuem para esse sucesso. “Mais importante do que a qualidade do produto é a qualidade do conjunto de produtores de uma região”, completa Vinícius Estrela, diretor-executivo da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e que participou do debate.

Técnica e premiações

Para além dos desafios da cadeia cafeeira, a SIC trouxe novidades e premiou produtores. Pela primeira vez, a 5ª edição do Intertorra, encontro de torradores brasileiros, aconteceu no evento. Seu objetivo é compartilhar conhecimento técnico e tecnológico por meio de workshops, palestras e cuppings. “Privilegiamos atividades sensoriais e teóricas, para ampliar o conhecimento sobre a torra”, explica o idealizador, Matheus Tinoco.

Tradicionalmente, a SIC é palco do Campeonato Brasileiro de Barista. O campeão de 2023 é Daniel Vaz, da Five Roasters (RJ), que representará o país, em maio de 2024, no campeonato mundial da categoria em Busan, Coreia do Sul (em outubro, Vaz tornou-se vice-campeão no Campeonato Brasileiro de Brewers Cup). Organizada pela Atilla Torradores, a competição Torrefação do Ano elegeu a Fazenda Jangada, de Cabo Verde, na região vulcânica de Minas Gerais.

O último dia da SIC teve premiações de concursos. Um dos mais aguardados foi o Coffee of the Year (COY). Criado em 2012, o prêmio reconhece o trabalho do cafeicultor e ajuda a promover as origens produtoras dos grãos de qualidade. A competição elege os destaques do ano nas categorias arábica e canéfora. Neste ano, foram 530 amostras inscritas de mais de 30 regiões produtoras,  um recorde. O Espírito Santo arrematou os troféus: o café campeão da categoria arábica foi produzido por Deneval Miranda Vieira Júnior (Sítio Cordilheiras do Caparaó, Iúna), e Wagner Gomes Lopes (Sítio 3 Marias, Alto Rio Novo) levou o prêmio de melhor canéfora. A novidade é que, logo após o anúncio dos vencedores, os cafés imediatamente receberam lances: a Coffee ++ ofereceu R$ 8 mil pela saca do arábica e a Nater Coop, R$ 10 mil pela do canéfora. 

Há muito, a SIC é conhecida por agregar outros concursos, como o tradicional Florada Premiada, da 3corações. Em sua 6a edição, ele premiou 83 cafeicultoras de microlotes de arábicas e canéforas de alta qualidade (acima de 84 pontos, num total de 100). “Agora, queremos exportar esses cafés”, prometeu Pedro Lima, presidente do grupo. Pelo segundo ano consecutivo, as melhores amostras de cafés especiais produzidas no Vale do Jequitinhonha foram agraciadas no Prêmio da Chapada de Minas. Houve, ainda, a 7a edição do cupping ATeG/Café+Forte, para cafeicultores apoiados pelo Sistema Faemg Senar, e a 9a edição do Golden Cup Brasil, que premia os melhores grãos fairtrade do Brasil. 

Além do COY, a Espresso & Co. também comanda o Espresso Design 2023, premio de embalagens. A vencedora foi a torrefadora carioca Madura Coffee Cafés Especiais, com o pacote Cura Ressaca, feito para drip coffees.

A edição da Semana Internacional do Café 2023 tem apoio institucional do Sistema Ocemg, patrocínio oficial Codemge e Governo de Minas Gerais, patrocínio diamante da 3corações Rituais Cafés Especiais, patrocínio prata Sicoob e Melitta, patrocínio bronze Cocatrel, Nescafé e Nucoffee. Apoio Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Aliança Internacional das Mulheres do Café (IWCA Brasil), Sindicafé-MG e Abrasel. Realização Faemg/Senar, Espresso&Co., Sebrae e Governo de Minas Gerais. Mídia oficial CaféPoint.

TEXTO Cristiana Couto • FOTO NITRO/Semana Internacional do Café

Barista

Daniel Vaz é o novo Campeão Brasileiro de Barista!

Entre cuppings, degustações, troca de conhecimento e negócios fechados, a Semana Internacional do Café também foi palco do Campeonato Brasileiro de Barista, realizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

Na competição, 20 profissionais foram julgados por sua habilidade e por seu conhecimento no preparo e na apresentação de cafés espressos, bebidas com leite vaporizado e drinques de assinatura, assim como pelo conhecimento da indústria e dos produtos que utilizam. Depois de dois dias de classificatórias, os nomes dos seis finalistas foram divulgados: Maurício Maciel (MG), Tainá Luna (SP), Daniel Vaz (RJ), Hugo Silva (SP), Juliana Morgado (DF) e Marcondes Trindade (DF).

A final foi realizada no último dia de SIC, 10 de novembro. Depois das seis apresentações, foi divulgado o novo campeão brasileiro: Daniel Vaz, da Five Roasters, do Rio de Janeiro! “Eu acho que este é o título mais desejado do Brasil, a competição mais difícil, e eu estou muito feliz de ter conseguido conquistar na primeira vez. Este ano está sendo muito especial”, destacou o vencedor, que participou de quatro campeonatos recentemente e conseguiu uma boa colocação em todos: primeiro lugar na Copa Barista e no Brasileiro de Barista, e segundo lugar no Desafio Barista e no Brasileiro de Brewers, competição de cafés filtrados.

Agora, os próximos passos é lá fora, onde Daniel representará o Brasil no Mundial de Barista, que ocorrerá entre 1º e 4 de maio de 2024, na World of Coffee Busan, na Coreia do Sul. Os olhos estarão mais do que nunca voltados para o nosso País, uma vez que o atual campeão mundial da categoria é o brasileiro Boram Um. “A expectativa está altíssima porque o Boram colocou a régua lá em cima. Vou dedicar toda a minha energia pra manter esse título em casa”, disse.

Confira a ordem final de classificação:

Daniel Vaz @daniel_vaz
Marcondes Trindade @ondes27
Juliana Morgado @ju._morgado 
Tainá Luna @tainalunaa
Maurício Maciel @baristamaciel 
Hugo Silva @hugosilva.barista   

O campeão Daniel Vaz recebeu R$ 10 mil pelo título. O segundo lugar da competição, que ficou com Marcondes Trindade, da Acorde 27 Cafés Especiais, de Brasília (DF), recebeu R$ 3 mil. Já a terceira colocada, Juliana Morgado, da Studio Grão Coffee Roasters, também de Brasília, teve como prêmio R$ 2 mil.

“Isso significa não só um título, mas sim tudo que a gente sonha. Parece clichê, mas não é. Pra mim não existe sorte, existe dedicação. Transpiração vence talento”, comemorou Daniel.

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO NITRO/Semana Internacional do Café

Cafezal

Espírito Santo domina pódio do Coffee of The Year 2023!

Mais uma vez o Coffee of The Year trouxe muita alegria e emoção ao terceiro dia de Semana Internacional do Café! Neste ano, o concurso recebeu mais de 500 amostras vindas de diferentes regiões brasileiras, que foram divididas entre as categorias arábica e canéfora.

O Espírito Santo praticamente tomou conta dos cinco primeiros lugares do canéfora. O topo do pódio ficou com o produtor Wagner Gomes Lopes, do Sítio 3 Marias, de Alto Rio Novo (ES), Noroeste Espírito Santo.

Wagner Gomes Lopes, do Sítio 3 Marias, de Alto Rio Novo (ES), Noroeste Espírito Santo

Confira o anúncio final:

Wagner Gomes Lopes – Sítio 3 Marias – Alto Rio Novo (ES) – Noroeste do Espírito Santo
Lucilene de Jesus Maia Santos – Sítio N. S. Aparecida – Cacoal (RO) – Matas de Rondônia
Pedro Marcos Demartine Castro – Sítio Vista Alegre – Jerônimo Monteiro (ES) – Conilon Capixaba
Mauro Torres Ribeiro – Sítio Vale das Bençãos – Alegre (ES) – Caparaó
Adair Batista Borges – Fazenda Beija Flor – Alto Rio Novo (ES) – Conilon Capixaba

Já na categoria arábica, o troféu de melhor café foi para o já conhecido Sítio Cordilheiras do Caparaó, de Iúna (ES), com Deneval Miranda Vieira Júnior. O segundo lugar ficou com José Alexandre Lacerda, do Sítio Forquilha do Rio, Espera Feliz (MG), Caparaó. Na sequência, a produtora Ana Paula Sperandio Lima, do Sítio Condado da Montanha, de Marechal Floriano (ES), Montanhas do Espírito Santo, foi a terceira colocada.

Deneval Miranda Vieira Júnior, do Sítio Cordilheiras do Caparaó, Iúna (ES)

1º Deneval Miranda Vieira Jr – Sítio Cordilheiras do Caparaó – Iúna (ES) – Caparaó
2º José Alexandre Lacerda – Sítio Forquilha do Rio – Espera Feliz (MG) – Caparaó
3º Ana Paula Sperandio Lima – Sítio Condado da Montanha – Marechal Floriano (ES) – Montanhas do Espírito Santo
4º Eduardo Pinheiro Campos Filho – Fazenda São João Grande – Patos de Minas (MG) – Cerrado Mineiro
5º Cedro Fornari – Sítio Refúgio do Cedro – Iúna (ES) – Caparaó
6º Lucas Antonio Gonçalves Franco – Fazenda Laranjal – Botelhos (MG) – Região Vulcânica
7º Waldemar Ferreira de Paula Neto – Vista do Brigadeiro – Pedra Bonita (MG) – Matas de Minas
8º Maria Aparecida Barroso dos Santos – Sítio Vargem Grande – Alto Jequitibá (MG) – Caparaó
9º Valzilene Dutra Vieira – Sítio Cordilheiras do Caparaó – Iúna (ES) – Caparaó
10º Carlos Alberto Monteiro – Fazenda Harmonia – Alto Jequitibá (MG) – Caparaó

A Semana Internacional do Café aconteceu de 8 a 10 de novembro, no Expominas, em Belo Horizonte (MG).

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO NITRO/Semana Internacional do Café

Mercado

A nova geração dos cafés de qualidade

Segundo dia da SIC explora transformações, quebra de paradigmas e o novo momento dos cafés especiais brasileiros

Quebrar paradigmas. Ter governança. Construir a união. Valorizar a diversidade. Entoar várias vozes. Criar estratégias. Conectar a cadeia. E costurar tudo com dados produzidos pela ciência. O mundo dos cafés de qualidade está mudando. E rapidamente. 

A Semana Internacional do Café (SIC), em seu segundo (e penúltimo) dia de atividades, está sendo a vitrine dessas transformações. Transformações impulsionadas, de um lado, por uma lei da comunidade europeia ⎯- que consome mais de 50% do café brasileiro -⎯, que entra em vigor em 2024 e impacta, de modo importante, os países produtores de café em todo o planeta. De outro lado (que não é oposto, mas contíguo), o apoio da ciência brasileira. “Relacionar café e desmatamento é um equívoco”, alerta Vanusia Nogueira, diretora-executiva da Organização Internacional do Café (OIC), em palestra de abertura do Fórum da Cafeicultura Sustentável.

Vanusia Nogueira faz a abertura do Fórum Sustentável

Vanusia refere-se à lei elaborada pela União Europeia, que entra em vigor em 2 de janeiro de 2024. A lei, a ser seguida pelos 27 países integrantes, proíbe a importação de produtos provenientes de áreas de desmatamento e degradação florestal. Isso vale para a carne, a soja, o cacau e, entre outros, o café: verde, torrado e torrado e moído (você poderá conferir a reportagem completa na edição de dezembro da Espresso).

E qual é o equívoco de se conectar desmatamento e café? Felipe Nunes, no debate “Novo cenário de comercialização para os cafés no mundo”, indica a resposta: “Há dados confiáveis que mostram a queda no nível de desmatamento nas áreas cafeeiras”, explica o professor da Universidade Federal de Minas Gerais. Chamados nos momentos de crise como destaca o pesquisador (lembram da Covid-19?), os cientistas estão fornecendo dados robustos e conhecimento detalhado sobre os cafés especiais brasileiros. “Não tem nenhum país com a tecnologia e a sustentabilidade do Brasil”, garante Henrique Cambraia, presidente e cofundador da cooperativa Sancoffee (Campos das Vertentes, MG). 

 “O Brasil é o único país preparado para responder às leis europeias”, reforça a Gelkha Buitrago, diretora-adjunta da Plataforma Global do Café GTP, expert em sustentabilidade e, que, ao lado de Cambraia, participou da mesma rodada de conversa.

Marcos Mattos, Gelkha, Cambraia e Nunes discutem sustentabilidade

Paradigmas

Os estudos científicos sobre cafés de qualidade também vêm quebrando paradigmas. É o que mostrou o engenheiro agrônomo Flávio Borém, professor titular da Universidade Federal de Lavras e especialista em pós-colheita do café. Na palestra “Como o pós-colheita influencia a construção do perfil“, que proferiu no evento Intertorra, Borém redefiniu conceitos e reorganizou processos, fruto de anos de pesquisa científica. “Não é possível dizer que métodos de processamento definem perfis de café”, ensina. “É preciso padronizar variáveis para estudar outras.  Se quisermos falar do impacto dos métodos de processamento nos grãos, é preciso usar a mesma matéria-prima, que passou pelas mesmas operações”, explica ele, que acaba de lançar o livro Tecnologia pós-colheita e qualidade de cafés especiais, que trata extensamente do assunto.

As mudanças não surgem apenas no manejo dos grãos de qualidade. Segundo Vanusia, por conta da nova legislação da UE, voltada à sustentabilidade, os modelos de compra de café também vão mudar. “E a Europa é a ponta de lança dessa mudança”, prevê ela. E o Brasil? Para Vanusia, o país pode e deve criar seus próprios modelos de agricultura regenerativa -⎯ a grande saída para a sustentabilidade e o enfrentamento das mudanças climáticas.

A Serra de Mantiqueira já está repensando seu modelo de ação.  A estratégia é promover internamente os cafés, envolvendo os produtores de modo que eles entendam o potencial das Denominações de Origem, e tentar desburocratizar o processo de obtenção dos selos. “A estrutura precisa ficar mais ágil e produtiva”, avalia Alessandro Hervaz, produtor da Honey Coffee e presidente da Aprocam e Coopervass (Mantiqueira de Minas, MG) na palestra “Como as estratégias de origem contribuem para a governança, promoção e cesso ao mercado de café especial?”.

E as cafeterias e torrefações têm um papel importante e estratégico nessa união da cadeia, ao ajudar a promover as origens brasileiras. “Temos que ir além da qualidade sensorial da bebida”, avança Vinícius Estrela, diretor-executivo da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), no mesmo debate. “Temos que pensar em termos de região. Mais importante do que a qualidade do produto é a qualidade do conjunto de produtores daquela região”, afirma.

Outra região em alta em termos de qualidade é Matas de Rondônia, onde a cafeicultura encontra a Amazônia. “Uma das nossas estratégias é levar compradores para conhecer diretamente nossos produtores. Já recebemos visitantes de onze países”, comemora Poliana Perrut, cafeicultora e engenheira agrônoma. A outra estratégia, segundo ela, é a parceria dos cafeicultores com as instituições científicas, como a Embrapa Rondônia. 

Matas de Rondônia é outro exemplo de quebra de paradigmas na cafeicultura de qualidade brasileira. Numa apresentação dedicada aos cafés especiais da região Amazônica ⎯ leia-se, canéforas, variedade robusta ⎯  Juan Travain, sócio-proprietário da fazenda Selva Café (RO), apresentou os desenvolvimentos do pós-colheita, que, ao lado das características únicas da floresta, tem ajudado os produtores a produzirem qualidade.  “Essa safra é excepcional, tanto em produtividade quanto em qualidade”, comemora Travain. Houve um salto em comercialização, e os produtores foram bem remunerados por seus cafés. “Os cafés que apresentamos são fruto de muita ciência e dedicação”, arremata. 

TEXTO Cristiana Couto • FOTO NITRO/Semana Internacional do Café

Cafezal

Divulgadas as 65 amostras finalistas do Coffee of the Year 2023!

Entre cafés, conexões e muito conhecimento neste segundo dia de Semana Internacional do Café, foram divulgadas as 65 amostras finalistas do Coffee of the Year 2023! Este ano, o concurso recebeu mais de 500 amostras vindas de diferentes partes do Brasil, que foram analisadas por Q-Graders e R-Graders em sua primeira fase, e agora estão disponíveis para cupping durante os três dias de evento, em Belo Horizonte (MG).

Clique aqui e confira os nomes dos produtores, as fazendas e as regiões de cultivo dos cafés finalistas do COY.

Dessas 65 amostras, 50 são da categoria arábica e 15 correspondem à categoria canéfora. Além dos cafés nas salas de cupping, as 10 mais bem pontuadas de arábica e as 5 de canéfora estão nas garrafas térmicas para voto às cegas do público. Basta provar cada garrafa e escolher o seu café favorito em cada categoria! 

O anúncio dos nomes e da ordem final de classificação, além da premiação dos melhores cafés arábica e canéfora, acontece no último dia de Semana Internacional do Café, às 15h, no Grande Auditório.

Serviço
Semana Internacional do Café 2023
Quando: 8 a 10 de novembro
Onde: Expominas – Belo Horizonte (MG)
Mais informações e credenciamento: www.semanainternacionaldocafe.com.br 

TEXTO Redação • FOTO NITRO/Semana Internacional do Café

Mercado

Primeiro dia da SIC discute temas de impacto na cadeia do café

Mudanças climáticas, sustentabilidade e união do setor permearam as falas dos palestrantes ontem no ExpoMinas, em Belo Horizonte 

“A origem do café é única, exclusiva”. A sentença, curta e impactante, proferida pela gerente de agronegócios do Sebrae Minas, Priscilla Lins, ilustra o tema da Semana Internacional do Café (SIC) deste ano e reforça a importância do território e seu saber-fazer no desenvolvimento dos cafés especiais.

Origens produtoras, resiliência às mudanças climáticas, rastreabilidade e gestão são alguns dos temas do momento no mundo dos grãos de qualidade. Assim, cientistas, produtores, torrefadores, traders, educadores e representantes de organizações de apoio à cafeicultura passaram o dia discutindo estes e outros assuntos a um público interessado (estima-se que 20 mil pessoas visitem o evento este ano), que não parava de chegar ao ExpoMinas, em Belo Horizonte, para o primeiro dia da SIC, que está em sua 11º edição.

Um dos primeiros convidados ouvidos foi Marcos Jank, professor-sênior de agronegócio do INSPER, de São Paulo. Em sua exposição sobre “Futuros e tendências do agronegócio: as oportunidades para o café“, que ofereceu uma visão global do agronegócio nas últimas décadas e nos principais países do mundo, Jank deixou claro que, em termos de café especial, o Brasil deve concentrar sua atenção na Ásia como mercado consumidor. “A China é o futuro do café”, sentenciou Jank, lembrando que, em parte expressiva do continente asiático, como o leste e o sudeste, a população e a renda estão aumentando.

Outra frase marcante de Priscilla Lins, que foi uma das palestrantes de “Origens produtoras e o novo cenário mundial“, painel que se seguiu à fala de Jank e contou com o colombiano Luiz Samper (diretor da consultoria em sustentabilidade 4.Brands), foi: “Sustentabilidade já é uma realidade, não apenas uma conversa de ambientalistas”.

Luiz Samper, Priscilla Lins e Marcos Jank discutem sustentabilidade

E, como é intrínseco a esse conceito, as dimensões não só ambientais, mas também sociais e econômicas da cafeicultura tiveram falas que reverberaram auditório afora e se reforçavam-se umas às outras. Em “Resiliência à mudança climática & prosperidade do produtor: o novo plano estratégico da plataforma rumo a 2030“, o diretor da Plataforma Brasil, braço da Plataforma Global do Café (GCP), Pedro Ronca, cravou: daqui a sete anos, o objetivo da GCP é manter e a ampliar a renda e o bem-estar de 95 mil cafeicultores de diversas regiões do país.

Ronca fechou o primeiro dia do evento explicando a nova estratégia da plataforma, que objetiva desenvolver a sustentabilidade e prosperidade dos pequenos produtores do café a partir de uma ação coletiva, cujo fundo criado para sua estruturação soma 1,5 milhão de dólares. O agrônomo, também produtor de café, detalhou o projeto ao lado de seus parceiros, representados por Natalia Carr, assessora técnica do Conselho Nacional do Café (CNC), Raquel Miranda, assessora técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), e Silvia Pizzol, gestora de sustentabilidade do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Na concepção da GCP, renda e bem-estar do pequeno e médio produtor de café significam “ter uma boa qualidade de vida”.

E a chave para isso chama-se agricultura regenerativa que, entre tantas atitudes a serem tomadas, destaca a rotatividade de culturas. E, sobretudo, parcerias e união. “A maior ameaça para garantir renda e bem-estar talvez sejam as questões climáticas”, alerta Ronca. “E, para o protagonismo continuar, é necessária a unidade do setor, para alcançar mais produtores e ir mais longe”, reflete Silvia Pizzol.

Mas, ao lado dos grandes desafios da cadeia do café, a bebida tem seu lado descontraído, de alegria e entretenimento.

Antes mesmo da abertura oficial do evento, que aconteceu às 10 da manhã, palestras e cuppings já convocavam baristas e apreciadores de café a compartilhar conhecimentos, inovações e, claro, sabores muito especiais. A 5ª edição do evento Intertorra, que este ano acontece durante a SIC, abriu os trabalhos às 8h30 com falas sobre construção de perfil de torra, com a barista Isabela Raposeiras, proprietária da premiada cafeteria Coffee Lab (SP).

“Privilegiamos atividades sensoriais e teóricas, para ampliar o conhecimento sobre torra, tanto em nível prático quanto acadêmico”, explica Matheus Tinoco, idealizador do Intertorra. “Muitas das informações práticas passadas pela Isabela, por exemplo, foram confirmadas por dados científicos”, analisa ele, referindo-se à aula sobre química da torra, ministrada pela educadora Verônica Belchior, doutora em ciência de alimentos e Q-Grader. A prova de cafés incluiu uma comparação entre a mesma amostra com torra adequada e torra com defeitos.

E, como é de praxe, a SIC abrigou mais uma edição do Campeonato Brasileiro de Barista, que irá definir o campeão que seguirá para o mundial de 2024, em Seoul, na Coreia do Sul. Dinâmico, o evento contou com 10 baristas de sete estados. A segunda rodada eliminatória acontece hoje, com a apresentação de mais 10 participantes. A SIC, novamente, promete muitas emoções.

TEXTO Cristiana Couto • FOTO NITRO/Semana Internacional do Café

Barista

NotCo lança linha barista de leite vegetal

De olho no crescimento do consumo dos leites vegetais em cafeterias, a NotCo lançou duas novidades: o Clube Why Not Barista e o NotMilk Barista. O clube tem o objetivo estreitar o vínculo entre a empresa e os baristas por meio de um grupo que oferece experiências exclusivas e conhecimento especializado aos profissionais. Os convidados terão acesso a eventos de degustação, TNTs (competições de Latte Art) patrocinadas pela própria startup, uma newsletter mensal com conteúdos relacionados ao tema e surpresas que chegarão na casa dos participantes.

Já a expansão da linha NotMilk traz um produto com crema densa e consistente, espumação a quente e frio, sabor que não mascara o gosto do café e, de acordo com a marca, uma versatilidade que permite a utilização em diferentes preparos. 

Os dois lançamentos foram apresentados oficialmente em um evento exclusivo no Dela Café, em São Paulo, no mês de outubro. A Espresso pôde degustar o NotMilk em três tipos de bebidas (cappuccino, com matchá e uma bebida gelada) e, ainda, colocar a mão na massa e participar de um TNT para testar as habilidades e a consistência do produto.

De acordo com Vanessa Giangiacomo, Head de Marketing da NotCo, a ideia da apresentação era provar aos baristas que o leite vegetal pode ser um protagonista nos cardápios das cafeterias. “A degustação e o desafio de latte art foram amostras de que estamos do lado dessa classe de especialistas, seja estimulando o aprendizado de novas técnicas com o clube ou lançando novidades que supram as suas demandas”, diz. 

A executiva ainda reforça que o café é uma paixão nacional e, uma vez que o mercado plant-based está em crescimento constante, esses profissionais são essenciais para garantir um futuro inovador e delicioso ao público. “Eles são os tomadores de decisão no momento de criar opções à base de plantas maravilhosas e trazer uma boa diversidade de alternativas aos amantes dessa bebida tão querida no Brasil, além de ajudarem as pessoas a incluir produtos sem ingredientes de origem animal no dia a dia”, conclui.

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Mercado

Conheça os especialistas em café internacionais da SIC 2023

Neste ano, a Semana Internacional do Café privilegia o tema Origens Produtoras – uma visão de futuro para uma nova cadeia do café. Em torno dele, gravitam diversos especialistas, muitos vindos de outros países para compartilhar suas experiências locais.

Da esquerda para a direita: Luis Samper, Miguel Gamboa e Gabriela Castro-Fontoura

Um dos destaques é o colombiano Luis Samper, diretor da 4.0 Brands, especialista em indicações geográficas. No primeiro dia do evento (8/11), durante o Seminário DNA Café, Samper discute o assunto na palestra “Origens produtoras e o novo cenário mundial” (confira a programação completa aqui).

Com larga experiência em certificações, o guatemalteco Miguel Gamboa, da Rainforest, marca presença no mesmo dia para falar, ao lado de Catalina Jaramilo, da Fairtrade Cone Sul, sobre como a certificação pode auxiliar a produção de cafés (sala conferência, 12h30 a 14h30).

Ainda no dia 8/11, a uruguaia Gabriela Castro-Fontoura, da startup neozelandesa Oritain, discorre sobre a Tecnologia Fingerprint, que determina a origem de cafés a partir de ciência forense. Já a hispano-brasileira Josiana Bernardes, instrutora da SCA Europe, apresenta os refinamentos na avaliação sensorial de cafés de qualidade no workshop “Novo Protocolo e Formulários de Avaliação do Valor do Café SCA”.

Da esquerda para a direita: Josiana Bernardes e Gelkha Buitrago

No dia 9/11 é a vez da expert em sustentabilidade Gelkha Buitrago, diretora-adjunta da Plataforma Global do Café (GCP), trazer, ao lado de outros convidados, uma análise da associação internacional – presente em nove países – do “Novo cenário de comercialização para os cafés no mundo” (sala conferência). O painel faz parte do Fórum de Agricultura Sustentável, que desde 2014 discute, na SIC, práticas, inovações e desafios da sustentabilidade na cafeicultura.

Perfis dos palestrantes internacionais

A economista uruguaia Gabriela Castro-Fontoura é diretora regional da startup neozelandesa Oritain para a América Latina, onde lidera a expansão em vários países da empresa, que aplica ciência forense para rastrear a origem de vários produtos, como café, cacau e carne, e evitar a circulação daqueles cuja origem seja ilegal. Influente na promoção dos negócios e práticas sustentáveis na região, Gabriela já deu suporte a mais de 100 empresas.

Com mestrado em Reengenharia e Comércio Internacional, o engenheiro industrial Miguel Gamboa, natural da Guatemala, iniciou carreira em uma exportadora de café. As duas décadas dedicadas ao programa de certificação UTZ KAPEH deram-lhe uma visão abrangente da produção e comercialização de café na América Latina. Com a fusão das certificadoras UTZ e Rainforest Alliance, tornou-se gerente representante do café para a América Latina do Rainforest Alliance e, desde 2022, ocupa o cargo de líder do setor cafeeiro.

Luis Samper tem mais de 25 anos de experiência em estratégias de propriedade intelectual, sustentabilidade e branding. Diretor da 4.0 Brands na Colômbia e gerente de Sustentabilidade da oriGIn, o economista colombiano, que é mestre em direito e autor de várias publicações, especializou-se em Indicações Geográficas. Entre seus trabalhos está a conquista do reconhecimento do Café da Colômbia como Indicação Geográfica Protegida na União Europeia e na Suíça.

A mestre em economia Gelkha Buitrago tem 20 anos de experiência em sustentabilidade. Como vice-diretora da Global Coffee Platform (GCP), orienta iniciativas como plataformas nacionais e programas de ação coletiva. Membro do Conselho Consultivo de Padrões do B Lab, já trabalhou na Fairtrade International e no Departamento Nacional de Planejamento na Colômbia, com programas sociais.

Com sólida formação em tecnologia de alimentos e nutrição, a brasileira com nacionalidade espanhola Josiana Bernardes é instrutora certificada pela Specialty Coffee Association Europe, e dá cursos e palestras em vários países. Sua experiência, ainda, inclui bebidas fermentadas, lácteas, chocolates e vinhos. É proprietária do Idcoffeelab.

Serviço
Semana Internacional do Café (SIC)
Onde: Expominas – Av. Amazonas, 6.200, Gameleira, Belo Horizonte (MG)
Quando: 8 a 10 de novembro, das 10h às 19h
Quanto: R$ 60 (pessoa física, para os três dias). Grátis para pessoas jurídicas, produtores e visitantes internacionais
Mais informações e credenciamento: www.semanainternacionaldocafe.com.br
#conectadospelocafé

TEXTO Redação

Mercado

5ª edição do Intertorra estreia na Semana Internacional do Café (SIC)

Foi ao torrar grãos no Museu do Café (Santos, SP) que, entre 2016 e 2017, Matheus Tinoco descobriu que, ao contrário do imaginado, profissionais de torra, aos quais recorria para entender melhor o processo, respondiam às mesmas perguntas de maneiras bem diferentes. Foi assim que nasceu o Intertorra, encontro de torradores brasileiros e cuja 5ª edição estreia na Semana Internacional do Café (SIC), que começa em Belo Horizonte (MG) em 8/11.

“Juntei vários profissionais gabaritados em um grupo de WhatsApp e comecei a colocar perguntas”, conta o mestre de torras, natural de Santos e que atualmente atua como consultor em cafés de qualidade. “Ao contrário do que eu esperava, as pessoas não se digladiaram, mas começaram a construir um conhecimento comum”, lembra ele.

O desenrolar das conversas culminou na 1ª edição do evento, com 133 participantes, conduzida pelo Instituto Federal Sul de Minas Gerais e com direito a certificado federal. A última edição, em 2022, atraiu 220 pessoas.

Com demanda crescente, este Intercâmbio de Torradores promete, nos dois primeiros dias da SIC, compartilhar conhecimento técnico e tecnológico por meio de workshops, palestras e cuppings. Entre os destaques da programação estão palestras como “A química da torra”, que conta com a participação da cientista e Q-Grader Verônica Belchior, e “A influência do pós-colheita na construção de um perfil sensorial”, ministrada pelo engenheiro agrônomo Flávio Borém, titular do departamento de engenharia agrícola da Universidade Federal de Lavras (UFLA). O recente incremento na produção de canéforas de qualidade também será discutida, e a palestra sobre o assunto fecha o evento.

“É um espaço em que o ‘grande’ e o ‘pequeno’ têm a mesma experiência”, analisa Matheus, que observa, também, diversidade de público nos encontros anuais, como donos de cafeterias, baristas e cafeicultores. Segundo ele, o evento contribui para um avanço no cenário de torrefação de cafés.

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5ª edição do Intertorra na SIC
Quando: 8 e 9/11, das 8h30-13h30
Onde: Sala Intertorra (entrada foyer 1)
Quanto: R$ 350 (para os dois dias)

TEXTO Redação
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