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Museu da Imigração recebe festival gastronômico Comida de Herança

O evento Comida de Herança faz seu retorno pós pandemia neste final de semana, nos dias 20 e 21 de agosto, no Museu da Imigração, na Mooca, em São Paulo (SP). Com o intuito de apresentar e promover pequenos produtores, o festival gastronômico irá reunir cerca de 50 expositores, entre pequenos produtores de alimentos e bebidas e artesãos, oferecendo ao público pratos para serem consumidos alimentos de diferentes regiões do Brasil e do mundo.

A curadoria do Festival seleciona produtores de qualidade que tenham, na cadeia produtiva, práticas sustentáveis, reuso e reciclagem e a preocupação com a procedência dos insumos e com o fazer manual.

Dessa vez, o evento se junta com a Feira de Intercâmbio e Criatividade (FIC), que promove o desenvolvimento do mercado de pequenos produtores, para uma ocupação e valorização dos espaços públicos livres da cidade, levando sua rede ao simbólico museu. FIC & Comida de Herança se unem criando uma proposta de “blend” entre as duas Feiras, onde duas curadoras e promotoras culturais, Mari Pini e Fawsia Borralho, pretendem produzir eventos mais potentes, diversificados e interativos. A ideia é criar uma conexão entre toda a cadeia de consumo, desde o produtor até o consumidor e fomentar a economia dos pequenos empreendedores. 

Com um conjunto incrível de produtores, como Bam Café, Cuscuz da Malu, Queijaria Rima, Fazenda Carnielli, Artesanal Pães, Beeliving, Geleiaboa, Sarunna, entre outros, o público terá a oportunidade de vivenciar diversos locais do país em poucos corredores. A ideia do evento é poder olhar com calma, degustar sem pressa e conhecer novos produtos, tudo isso no ambiente aberto e verde do Museu. 

Serviço
Comida de Herança – Festival de Gastronomia
Quando: 20 e 21 de agosto
Horário: 10h às 18h
Onde: Museu da Imigração do Estado de SPRua Visconde de Parnaíba, 1316 – Mooca – São Paulo (SP)
Mais informações: www.instagram.com/museudaimigracao 

TEXTO Redação • FOTO Mariana Kurnyk

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Em comemoração aos 45 anos da primeira máquina de espresso para casa, Gaggia lança modelo retrô

Em 1977, a marca italiana Gaggia levou a experiência do espresso para além dos bares e cafés, com o lançamento  da primeira máquina de café espresso desenvolvida para uso doméstico. Hoje, 45 anos depois, a empresa apresenta a Gaggia Classic.

Manual e retrô, o equipamento é prático e compacto. Além de tirar o tradicional espresso, conta com recursos como o vaporizador profissional, que permite fazer infusões com água quente, cremes para cappuccino e até mesmo latte art. 

A Gaggia Classic será apresentada pela Imeltron – representante oficial e exclusiva da Gaggia no Brasil – durante a Abup Decor Show, que acontece em São Paulo (SP), de 10 a 13 de agosto. 

Além das cores azul, vermelha e prata, a edição especial terá como destaque o resgate da cor laranja, lançada em outubro, que  busca remeter à tonalidade exclusiva da “Baby Gaggia”, a primeira máquina de uso doméstico lá dos anos 70. Aos interessados, as unidades da Gaggia Classic serão comercializadas por R$ 4.999, no site da Gaggia.

Mais informações: www.gaggiashop.com.br 

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

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Unidade da illycaffè em São Paulo (SP) reabre com novo conceito

Com mais de 260 unidades espalhadas pelo mundo, a illycaffè inaugurou sua loja no Brasil no início de 2021, no bairro do Jardins, em São Paulo (SP). Com o sucesso crescente, a marca italiana decidiu fechar o local em abril de 2022 para uma obra de ampliação, que foi finalizada neste mês de julho. Agora, além de cafeteria, o espaço abriga o novo restaurante da illycaffè, único da América Latina, que oferece o mesmo cardápio das lojas internacionais.

Agora, a unidade oferece 17 mesas em um ambiente que traz o design característico das demais lojas illy, como o grande balcão vermelho. Posicionado no centro da loja, o chandelier é composto por aproximadamente 100 xícaras e foi criado pela primeira vez no décimo aniversário da illy Art Collection. Outro ponto visual da unidade é a ilustração icônica produzida por Xanti Schawinsky para a illy, em 1934, que retrata uma face forte e pós-cubista de uma mulher bebendo café. 

O menu da loja – localizada na Rua Haddock Lobo, número 1.497, esquina com a famosa Rua Oscar Freire – serve não apenas brunch, mas também almoço e jantar. As opções variam entre sanduíches, croissants, focaccias, saladas, massas, risotos e sobremesas. Há também uma extensa carta de vinhos e coquetéis. O café servido é o illy blend 100% arábica, preparado por baristas certificados na Università del Caffè illy.

Ainda na unidade, o cliente pode adquirir as cápsulas de café do sistema illy Iperespresso (recicláveis), máquinas e sachês sustentáveis do sistema ESE, equipamentos exclusivos, as edições mais recentes da illy Art Collection, chás e infusões, louças diversas e chocolates clássicos.

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

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Tecnologia e conexão entre etapas do café ganham destaque em novas embalagens da Nescafé

A Nescafé traz ao mercado as novas embalagens de Nescafé Origens do Brasil, com uma tecnologia que irá revelar o passo a passo do produto, apresentando a produção da lavoura à xícara do consumidor, com dicas de preparo e como degustar a bebida. 

Através de um QR code disponível na embalagem, são apresentadas as famílias cafeicultoras que cultivam os três blends de Origens — cada um de um terroir diferente, em Minas Gerais e Bahia, de fazendas certificadas. 

Saiba mais sobre as regiões: 

Chapada Diamantina – No coração da Bahia, em uma região de altas altitudes e temperatura amena, os grãos de café amadurecem mais lentamente. Essa característica, em conjunto com a colheita manual, que apanha o café em seu ponto ideal, e o cuidadoso trabalho pós-colheita, resultam em um café especial. 

São Sebastião do Paraíso – De formação montanhosa e clima tropical, o Sul de Minas é referência no cultivo de café desde os tempos da Política do Café com Leite, durante a República Velha (1889-1930). Ali, o café está misturado à história da cidade e à das famílias. 

Serras do Alto Paranaíba – No Cerrado Mineiro, em uma área de altitude e chuvas bem distribuídas, produtores recorrem à tecnologia para tirar o melhor da “terra das árvores tortas”. 

Segundo a marca, o propósito da iniciativa é fortalecer a cadeia produtiva sustentável, construindo pontes entre agricultores, consumidores e todos os demais envolvidos, no intuito de fomentar relações de confiança e revelar ao consumidor a origem do café.

Taissara Martins, gerente de ESG de Cafés e Bebidas da Nestlé, explica que foi iniciada essa implementação na linha Nescafé Origens do Brasil, que já carrega no DNA uma união entre sustentabilidade, qualidade e brasilidade. “O projeto será por prazo indefinido. Nosso desejo, a partir desse primeiro passo, é conseguir implementar em todas as demais linhas. É válido reforçar que hoje 100% do café Nescafé consumido nacionalmente é produzido no Brasil, por fazendas certificadas e rastreadas. Ou seja, sabemos exatamente de onde vem cada grão, e com esse projeto de Origens, disponibilizamos essa informação a todos os consumidores”, explica. 

A linha Origens do Brasil foi lançada em 2018 e tornou-se a flagship de sustentabilidade da Nescafé, ao mesmo tempo em que representa uma quebra de paradigma importante, ao apresentar um café especial, torrado e moído, após 80 anos dedicados ao solúvel. 

Desde 2011, o Cultivado com Respeito, programa de sustentabilidade da cafeicultura criado pela Nescafé, que define caminhos e processos para assegurar condições éticas de trabalho e pagamento à mão de obra envolvida e acelerar a transição da agricultura para o modelo regenerativo — que não só preserva, mas também beneficia o meio ambiente.

Entre essas diretrizes, a rastreabilidade total do café, que garante selo de certificação responsável a toda a produção das fazendas fornecedoras da Nescafé, agora evolui: ganha transparência ao partir dos bastidores da indústria para o conhecimento — e o envolvimento — do consumidor.

“Quanto mais visibilidade trazemos para cada etapa por qual passa um produto, mais proximidade criamos entre todos os elos envolvidos e mais rápido conseguimos interligar seus interesses. Encurtar as distâncias entre quem produz e quem consome gera mais confiança, garantindo uma cadeia produtiva exposta e honesta. Além de ser superinteressante, dá protagonismo a quem trabalhou arduamente e fomenta a valorização da história que há por trás dos produtos, de ponta a ponta”, explica Taissara.

A ideia da tecnologia blockchain é aprofundar o consumidor no café especial, amplificando informação e experiência. Através do QR Code, é possível acessar diversos métodos de preparo, como coador de pano, chemex, cafeteira italiana, prensa francesa, máquina de espresso e hario. O verso da lata contém uma receita de preparo para 1 xícara, para evitar o desperdício.

“A cada dia que passa, nós vemos aumentar e tornar mais forte a tendência do paladar consciente. A jornada começou lá atrás, com os consumidores querendo saber de onde vinha o que estavam consumindo, e agora já alcançamos um novo patamar, de querer entender quem trabalhou nesse produto, quem são essas pessoas, como elas vivem e como são tratadas, como se relacionam com o produto que chega à minha casa e que ofereço à minha família. É uma tendência irreversível e também super importante, porque traz mais proximidade e transparência a tudo que está por trás das prateleiras”, destaca Taissara. 

A gerente de ESG de Cafés e Bebidas da Nestlé explica que os vídeos são protagonizados pelos agricultores. Cada uma das 35 fazendas produtoras de Nescafé Origens do Brasil foram apresentadas, contando um pouco sobre quem são e dividindo seus propósitos. Já sobre as dicas de preparo, foram elaboradas fotos e textos bem didáticos, preparados por baristas do time Nescafé. 

Também na nova embalagem, há símbolos marcantes da categoria, como os selos de certificação e qualidade da BSCA (Associação Brasileira de Cafés Especiais), que atesta Origens como um café especial entre 80 e 84 pontos; da ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café), de sustentabilidade; de Denominação de Origem; e garantia de reflorestamento (a cada lata vendida, uma árvore é plantada). Além de especificações sobre acidez, doçura, torra, corpo e intensidade do café.

As latas de Origens com a tecnologia blockchain estão à venda nas principais redes de supermercado do Sul e Sudeste, e, em breve, chegarão a outras regiões. 

Mais informações: nescafe.com/br/nescafe-origens-do-brasil

TEXTO Natália Camoleze • FOTO Divulgação

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Chilli Beans lança coleção exclusiva de óculos com tema café

No último sábado (16), a ótica Chilli Beans lançou a coleção “Café”, que traduz a simbologia da bebida em 28 modelos de óculos exclusivos da marca. Por meio de cores, texturas e materiais, alguns detalhes remetem ao universo do café, como cafeterias, louças, metais de xícaras e bules, e até mesmo a origem da produção. 

“O café é uma das bebidas mais consumidas no mundo. Por isso, pensamos em fazer uma homenagem aos amantes dessa iguaria, que pode ser consumida de tantas formas, assim como os óculos da Chilli Beans, que foram pensados para trazer praticidade nas diversas ocasiões do dia a dia por meio da lente multifocal, sem deixar de lado o estilo característico da pimenta”, diz Caito Maia, CEO e fundador da marca.

A nova coleção “Café” é composta por óculos de sol, armações de grau e multi – que vêm com uma lente escura que pode ser acoplada aos óculos de grau, trazendo praticidade. A faixa de preço está entre R$ 299,98 e R$ 499,98, e a linha já está disponível no site, nas lojas físicas e nos quiosques de todo o Brasil.

Mais informações: https://loja.chillibeans.com.br/otica

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

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São Lourenço Coffee Music 2022 acontece em agosto

Aos amantes de café do Sul de Minas, a cidade de São Lourenço (MG) realizará o São Lourenço Coffee Music. O evento está marcado para acontecer no próximo mês, entre os dias 19 e 21, e conta com uma programação que envolve campeonatos, palestras, shows, exposições e degustações da bebida. 

A novidade é que a edição deste ano será realizada de maneira híbrida, com transmissão de parte das atrações via YouTube, através do canal da Production Eventos. Para aqueles que forem marcar presença, a entrada é gratuita. As inscrições devem ser feitas a partir de 20 de julho no link que será disponibilizado na bio do Instagram @saolourencocoffeemusic_oficial

Campeonatos de Barismo

Durante o São Lourenço Coffee Music 2022, a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), promove os Campeonatos Brasileiros de Latte Art e Coffee in Good Spirits. As vagas já estão preenchidas, mas os nomes dos participantes ainda não foram divulgados. 

Os vencedores das duas categorias representarão o Brasil nos Campeonatos Mundiais, marcados para 17 a 20 de novembro de 2023, em Taipei, durante da Taiwan International Coffee Show. Clique aqui para conferir as datas das competições internacionais no próximo ano.

Serviço
São Lourenço Coffee Music 2022
Quando: 19 a 21 de agosto
Onde: São Lourenço (MG)
Mais informações: www.instagram.com/saolourencocoffeemusic_oficial 

TEXTO Redação • FOTO Jakub Kapusnak

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Brasil exporta 39,6 milhões de sacas de café na safra 2021/2022

Na safra 2021/2022, encerrada em junho passado, o Brasil exportou 39,589 milhões de sacas de 60 kg de café e obteve uma receita cambial recorde de US$ 8,117 bilhões, com embarques para 121 destinos. Em relação à temporada anterior, o desempenho representou queda de 13,3% em volume, mas crescimento de 38,7% em valor. Os dados fazem parte do relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Segundo o presidente da entidade, Günter Häusler, diante de uma safra com oferta reduzida, em razão do ciclo de bienalidade baixa das lavouras de arábica, e de todos os gargalos logísticos existentes, com custos altos de frete, cancelamentos de bookings, rolagens de cargas e menor disponibilidade de contêineres e espaço nas embarcações, o desempenho registrado em 2021/2022 é positivo.

Ele reforça que, apesar da queda em volume na comparação com a temporada 2020/2021, ano de colheita recorde no Brasil, o montante embarcado de julho de 2021 a junho de 2022 está dentro da média das últimas cinco safras, que é de 39,480 milhões de sacas. “Já a receita, que registrou valor histórico, é reflexo da taxa favorável de câmbio e do profissionalismo e trabalho exemplar que os exportadores brasileiros vêm desempenhando nesses tempos de desafios e dificuldades, o que permitiu que o Brasil mantivesse sua representatividade no comércio global e aproveitasse os elevados níveis internacionais dos preços”, comenta.

O desempenho da safra foi consolidado com os dados de junho deste ano, quando o Brasil remeteu 3,144 milhões de sacas ao exterior, volume 2,1% maior do que o aferido no mesmo mês de 2021. Em receita, o incremento foi ainda mais significativo, de 69,9%, com os embarques rendendo US$ 733,8 milhões ao país.

“Esse desempenho positivo de junho é consequência dos esforços das equipes de logística dos exportadores e da modesta melhora no transporte marítimo global, que, contudo, ainda segue bem aquém da normalidade e com muitos desafios”, analisa o presidente.

Principais destinos

Na temporada 2021/2022, os Estados Unidos foram os principais importadores do café brasileiro, ao adquirirem 7,936 milhões de sacas, volume 4,8% inferior aos 8,339 milhões comprados de julho de 2020 a junho de 2021. Esse montante correspondeu a 20% das exportações totais do Brasil na safra recém-encerrada.

A Alemanha, com representatividade de 16,3%, importou 6,465 milhões de sacas (-18,7%) e ocupou o segundo lugar no ranking. Na sequência vieram Bélgica, com a compra de 3,182 milhões de sacas (-17%); Itália, com 3,124 milhões (+12,9%); e Japão, com a aquisição de 2,171 milhões de sacas (-17,3%).

Merece destaque o desempenho dos embarques para a Colômbia, terceiro maior produtor mundial de café, que importou 1,247 milhão de sacas do produto nacional na safra 2021/2022 e ocupou o sexto lugar no ranking dos principais parceiros. Esse volume representou 3,2% do total remetido pelo Brasil ao exterior e implicou crescimento de 9,6% em relação às aquisições realizadas entre julho de 2020 e junho de 2021.

Por outro lado, a continuidade do conflito na Ucrânia impactou as exportações para a Rússia, que saiu do tradicional sexto lugar na classificação para o nono posto no acumulado da temporada recém-encerrada. O país do Leste Europeu adquiriu 950.860 sacas, volume que representou queda de 20,3% na comparação com a safra antecedente.

Tipos de café

O café arábica foi o mais exportado no acumulado do ciclo 2021/2022, com o envio de 32,889 milhões de sacas ao exterior, o que correspondeu a 83,1% do total. Já o café solúvel registrou o embarque equivalente a 4,049 milhões de sacas, respondendo por 10,2%. Na sequência vieram a variedade canéfora (robusta + conilon), com a exportação de 2,603 milhões de sacas (6,6%), e o café torrado e torrado & moído, com 47.944 sacas (0,1%).

Cafés diferenciados

Os cafés diferenciados, que possuem qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis, responderam por 19,8% das exportações totais brasileiras do produto de julho de 2021 a junho deste ano, com o envio de 7,829 milhões de sacas ao exterior. Esse volume representou declínio de 0,8% na comparação com as 7,889 milhões de sacas embarcadas pelo país em igual período anterior.

O preço médio foi de US$ 258,92 por saca, proporcionando uma receita cambial de US$ 2,027 bilhões nesse intervalo de 12 meses, o que correspondeu a 25% do obtido com os embarques totais. No comparativo com a temporada 2020/21, o valor é 55% maior.

No ranking dos principais destinos dos cafés diferenciados na safra 2021/2022, os Estados Unidos ficaram na ponta, com a importação de 1,616 milhão de sacas, o equivalente a 20,6% do total desse tipo de produto exportado. Na sequência vieram a Alemanha, com 1,416 milhão de sacas e representatividade de 18,1%; a Bélgica, com 979.585 sacas (12,5%); a Itália, com 634.096 sacas (8,1%); e o Japão, com 414.934 sacas (5,3%).

Portos

O complexo marítimo de Santos (SP) permaneceu como o principal exportador dos cafés do Brasil no ciclo 2021/2022, com o envio de 31,440 milhões de sacas, equivalente a 79,4% do total. Fechando a lista dos três primeiros, aparecem os portos do Rio de Janeiro, que responderam por 15,2% dos embarques ao remeterem 6,019 milhões de sacas nos 12 meses da safra, e Vitória (ES), com o envio de 567.631 sacas ao exterior (1,4%).

Ano civil

No acumulado dos seis primeiros meses de 2022, o Brasil exportou 19,922 milhões de sacas de café, o que implicou um recuo de 4,9% na comparação com os 20,943 milhões registrados entre janeiro e o fim de junho do ano passado. Esse montante gerou uma receita cambial de US$ 4,640 bilhões, a maior apurada nos últimos cinco anos e 65,4% superior à obtida no mesmo intervalo antecedente.

O relatório completo das exportações dos cafés do Brasil, na safra 2021/2022, está disponível no site do Cecafé.

TEXTO Redação • FOTO Battlecreek Coffee Roasters

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Incertezas na logística e problemas na produção podem levar ao aumento do preço do café

Com a expectativa para a safra deste ano e tantas dúvidas que foram geradas, entramos em contato com o Analista Sênior do Departamento de Pesquisa e Análise Setorial do Rabobank Brasil, com foco no setor de café, Guilherme Morya, que abordou alguns pontos. 

Em relação ao consumo global de café, o Rabobank projeta um crescimento para o ciclo 2021/2022 (outubro-novembro) de apenas 1,3% comparado à 2020/2021, em 166,8 milhões de sacas. “Apesar dos bons dados de consumo em regiões não produtoras no primeiro trimestre de 2022, o conflito entre Rússia e Ucrânia (que juntos representam cerca de 3,5% da demanda mundial), os lockdowns na China (com a política de “covid-zero”), o aumento dos estoques públicos de café nos EUA, Japão e Europa, e o repasse dos altos preços de café verde ao consumidor diante da pressão inflacionária global, trazem preocupações à demanda”, destaca Guilherme. 

Já para o Brasil, o Rabobank estima o consumo em 21,5 milhões de sacas para a temporada 2021/2022, 0,5% maior em comparação ao ciclo passado. “Foram reportados que nos primeiros meses de 2022, o consumo ficou estável em comparação à 2021. A demanda pode ter se beneficiado dos efeitos positivos do reajuste do salário-mínimo e do auxílio Brasil. Porém, o aumento de 88% no preço do café no varejo nos últimos 12 meses, diante da alta nos custos de alimentos, pode limitar o consumo nos próximos meses”. 

Em relação a grande dúvida sobre os preços do café, Guilherme explica que eles passaram por forte volatilidade nos últimos meses. Em junho de 2022, os preços de café arábica apresentaram valorização média de 48% e 56%, em Nova Iorque (ICE-NY) e no Brasil (Cepea), respectivamente. Já o canéfora (conilon), utilizado em alguns blends comerciais no Brasil, apresentou alta de 44% frente a junho de 2021 no mercado doméstico.

“É possível que novas altas nos preços ocorram, dado incertezas no cenário logístico global, limitações na oferta (além do Brasil, outros países produtores de café arábica enfrentam problemas de produção) e lembrando que entramos na estação de inverno no Brasil, fato que sempre gera temor quanto ao risco de geadas. Porém, olhando à frente, os preços de café parecem ter encontrado uma resistência, não somente pelas incertezas na demanda, mas também pela boa safra de canéfora (robusta) no Vietnã e a que está sendo colhida no Brasil”, aponta Guilherme. 

Em relação ao consumo de café fora do lar, o analista destaca que desde a reabertura do comércio no mundo, observamos uma retomada nesta saída para degustar a bebida. “Infelizmente, tivemos muitas cafeterias encerrando suas atividades, especialmente as independentes. As grandes redes de cafeterias, que conseguiram se manter durante a pandemia, se beneficiaram desse momento de retomada. Acreditamos que em 2022, teremos uma boa recuperação no consumo global nas cafeterias, mas, somente em 2023, vendas nas cafeterias devem superar os níveis de 2019. Com a adoção dos sistemas híbrido de trabalho, acreditamos que o consumo dentro do lar segue forte, especialmente em um momento de pressão inflacionária que acaba limitando gastos extras”. 

Safra 2022/2023

A dúvida do mercado nos últimos tempos é em relação à safra. Segundo Guilherme, houve atrasos na colheita devido à maturação tardia, menor disponibilidade de mão de obra e os altos custos. “Apesar das informações que a qualidade da safra é boa, vem sendo reportado no campo algumas perdas adicionais de produtividade nas regiões de café arábica. Para essa espécie, essas notícias chamam atenção, pois é uma safra que teria um bom potencial dado ao ciclo de produção maior, mas, que foi frustrada por conta da geada que ocorreu em 2021. Porém, para o canéfora (conilon), a perspectiva continua sendo positiva e trabalhamos com um cenário de safra recorde, em 23,1 milhões de sacas. Nas próximas semanas, com o andamento da colheita, os estoques devem se recompor e a disponibilidade para o consumo interno não deve ser um problema”. 

Para finalizar, Guilherme avalia as exportações brasileiras do grão, que apesar dos gargalos logísticos enfrentados pelos exportadores de café, com elevados custos marítimos e falta de contêineres, seguem em bom ritmo. Segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), em maio de 2022, o Brasil exportou 2,8 milhões de sacas de café, 5,1% acima em relação a maio de 2021. Mesmo assim, os atuais problemas logísticos, associados à baixa produção em 2021, vêm impactando as exportações em 2022. “No acumulado de 2022 (jan-mai), foram exportadas 16,6 milhões de sacas, 7% menor em comparação ao mesmo período de 2021. Olhando à frente, a continuidade do conflito entre Rússia e Ucrânia e os lockdowns observados na China, trazem incertezas na continuidade das melhoras no cenário logístico, porém a chegada da safra 2022 deve colaborar para manter o ritmo das exportações. Nós projetamos as exportações brasileiras de café, em 2022, próximo a 40 milhões de sacas”. 

TEXTO Natália Camoleze • FOTO Agência Ophelia

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1ª edição do Festival Café e Cultura acontece em Teresina (PI)

Nos dias 9 e 10 de julho, das 9h às 21h, será realizada a 1ª edição do Festival Café e Cultura. O evento, que ocorre no Sesc Cultura Leste, em Teresina (PI), tem como objetivo fortalecer o segmento cultural do estado, promovendo o encontro entre arte, ideias, empreendedorismo e consumidores. Na ocasião, diversas cafeterias estarão demonstrando seus métodos de produção. 

Com música ao vivo, dança, sarau, criação de caricaturas, tatuagem e exposição de quadros, o evento conta também com a participação de diferentes cafeterias. Harmonização com cafés especiais, método de filtrados, torrefação, cozinha inclusiva e drinques com café são alguns dos temas abordados nos workshops. 

O Sebrae promoverá oficinas sobre empreendedorismo. Gestão de negócios para cafeterias, fluxo de caixa e formação de preços, marketing digital no Instagram e marketing de experiência serão assuntos discutidos durante o final de semana. Somado à programação, haverá o Espaço Criança, com contação de histórias e cursos infantis. 

Idealizado para ser uma oportunidade de lazer para família e amigos, o Festival Café e Cultura tem o Sebrae, Abrasel, Senac, FEMICRO e MOVE como instituições parceiras.

Serviço
1ª edição do Festival Café e Cultura
Quando: 9 e 10 de julho
Horário: 9h às 19h
Mais informações: www.instagram.com/festivalcafecultura

TEXTO Redação • FOTO Felipe Gombossy

Mercado

Café sem uni duni tê: Guia prático para ajudar a escolher o café que você vai preparar em casa

Uma reportagem feita para quem gosta de tomar café e ponto, desmitificando certo ou errado e pode ou não pode

Esta reportagem começa com um passeio num supermercado. É uma loja comum e fica em um bairro de classe média da Zona Sul de São Paulo. É de uma rede pequena e a unidade é tradicional na região, frequentada pelos moradores mais antigos. Não se enquadra na categoria dos empórios que vendem produtos sofisticados. 

Na seção dos cafés, espalhados por um corredor inteiro, havia catorze marcas de cápsulas compatíveis com três sistemas diferentes, somando mais de cem opções entre cafés, bebidas especiais (como cappuccino e chocolate quente) e chás. De grãos, eram doze marcas e vinte opções. De drip coffee, três possibilidades. De moídos e solúveis… não foi possível contar. Quer dizer, a repórter desistiu na terceira tentativa, depois de se perder nos números.

Nesse mesmo supermercado, no início da pandemia, havia apenas duas ou três opções de café em grãos, alguns solúveis e os moídos tradicionais ou, no máximo, da categoria superior. É claro que a situação varia bastante conforme o porte e o tipo da loja, o bairro onde estão e as cidades todas do País. Mas, se você tem a impressão de que tem muito mais café no bule dos mercados que você frequenta, provavelmente está certo.

Quem trabalha com café e gosta da bebida sabe que essa é uma boa notícia, que demonstra que o mercado de cafés especiais está se expandindo e amadurecendo. E que, com o consumidor tendo acesso a melhores produtos, há a chance de a cadeia como um todo também evoluir. É importante, porém, ter consciência do tamanho dos pontos de interrogação que surgem na cabeça até de consumidores já iniciados na bebida e interessados pela queridinha do brasileiro.

Muita gente acostumada a tomar cafés diferentes em cafeterias, com a ajuda dos baristas para orientar o consumo, deixava para consumir produtos mais simples em casa. Com o cenário mudando, mesmo esse consumidor, quando fica ali, sozinho no corredor do mercado diante de tantas opções, pode se perder na escolha.

“É algo muito bom. Dificulta um pouco a vida do consumidor, mas ele tem de entrar nesse mundo do café se quiser aproveitar a variedade”, avalia a especialista e consultora Eliana Relvas, que conhece bem o mercado por ter atuado por muitos anos como consultora de cafés para redes de varejo. 

“Cabe aos especialistas, a nós, da bolha do café especial, mostrar um jeito simples e acolhedor, senão esse mundo de opções afasta os novos consumidores”, diz Karla Lima, mestre de torra, classificadora, barista e coffee hunter, da Akan Coffee Experience, microtorrefação em São Paulo.

E, sim, é com esse mapa da mina do café no supermercado que, com a ajuda de quatro especialistas, vamos dar dicas sobre como fazer para chegar a boas experiências na xícara da sua casa. Antes, porém, vale entender o contexto no qual as prateleiras saíram do “suave, forte e extraforte” para essa infinidade de possibilidades. Passe seu café e vem com a gente!

No meio do caminho tinha um vírus 

O mercado de cafés especiais vem evoluindo muito no Brasil nos últimos anos. Uma pesquisa realizada pela Euromonitor em 2017 mostrou um crescimento médio anual de 20,6% entre 2012 e 2016 para esse segmento. A previsão deles era de que, em 2020, o volume de vendas teria dobrado.

No meio do caminho, porém, havia algo bem menor que uma pedra, e que causou toda uma bagunça do nível de uma avalanche. Um microscópico vírus, que ainda afeta o mundo de maneiras bastante intensas, fez com que tudo tivesse sua rota recalculada. Com o café, o consumo caiu nas cafeterias (em 2020, essa queda chegou a 7,5%), que permaneceram fechadas ou sem receber público por muitos meses, principalmente durante o primeiro ano da pandemia de covid-19.

Com a impossibilidade de praticar atividades de lazer, como sair para comer fora, o consumo de café em casa aumentou, abrindo espaço para que outros produtos que antes ficavam restritos às ruas entrassem pela porta da frente do isolamento social. Quem pôde transferiu para seu lar alguns dos prazeres que eram possíveis de ser ressignificados fora das ruas, e o café definitivamente foi um deles. Há até um meme que fala de coisas que as pessoas compraram durante a pandemia e sua evolução: mostra picos de busca por papel higiênico logo no início de tudo, de pijamas um pouco depois, o declínio do uso do carro, e o café ali, plácido, com consumo sempre estável e alto.  

Os dois movimentos, de expansão contínua do mercado de cafés especiais e de aumento do consumo doméstico por causa da pandemia, explicam bem o espaço que os cafés ganharam nas prateleiras do supermercado, algo que já vinha acontecendo, mas que certamente foi acelerado nos últimos anos. Não deu tempo, porém, de isso acontecer de uma forma mais estruturada, acompanhada de uma evolução de conhecimento e adaptação dos consumidores a tantos produtos diferentes. 

Ainda sem terem informações suficientes para escolher os cafés, testar o paladar (falta faz uma degustação no mercado, né,?), e preparar em casa, tanta novidade é um desafio. Há muito conteúdo bom na internet, vale consultar e se inspirar. Na medida em que a pandemia for permitindo, os cursos e degustações de café ajudam demais. Enquanto isso, segue o fio aqui.

Por onde eu começo? 

A primeira coisa a fazer é uma análise racional sobre você mesmo. É claro, optar por aquele café cujo preço caiba no seu bolso é fator decisivo. O que você vai fazer é, dentro da faixa de preço determinada, ter um resultado que combine mais com o seu momento.

Para além disso, identificar a sua caixa de ferramentas para preparar café já vai servir como um bom funil nas prateleiras do mercado: que tipo de preparos você pode fazer e gosta de fazer em casa? Usa cápsulas? Você tem moedor ou já vai comprar moído? Quer métodos rápidos, como o drip e os solúveis, ou vai investir em rituais demorados?

Para quem tem a opção de variar no preparo, vale comprar cafés em pacotes menores e adequados para cada tipo. Hoje já existem marcas que vendem o pó em granulometrias diferentes, mais grossas ou finas, e elas indicam na embalagem o tipo de preparo à qual cada moagem se destina. Para quem pode moer em casa, dá para usar o mesmo café e ajustar a moagem.

“Você precisa se perguntar de que café você gosta. Mais forte, mais fraco; gosta de tomar pouco, ou de ‘balde’; com ou sem açúcar, com ou sem leite. Tudo isso pode parecer básico demais, mas ajuda muito”, explica a barista e mestre de torra Letícia Souza, que tem o perfil @euquetorrei no Instagram e é parte da equipe do Futuro Refeitório, em São Paulo.

A barista e sócia do Borsoi Café, de Recife, Paloma Amorim Cunha aponta outra questão importante quando se pretende entrar no mundo dos cafés especiais para tomar em casa: “Se é a primeira vez que você vai comprar cafés diferentes sem a orientação de um barista, não adianta sair do que está acostumado e mudar radicalmente, pois você provavelmente não vai gostar”. Por isso, vá aos poucos, comece por sabores e referências que já conhece, e vá ampliando o seu paladar e repertório com calma. 

Café é para ser prazer

Quando as pessoas sabem que trabalhamos com café, é comum ouvir a pergunta: “Qual é o melhor café?”. E, não importa quanto de conhecimento se acumule, a resposta para isso é uma só, sempre: o melhor é aquele que você gosta, do jeito que você gosta. Com açúcar ou sem, com leite ou sem, do jeito que for.

“Trabalho com cafés especiais e quero que todo mundo tome cafés melhores e gostosos. Mas café tem de acolher e não afastar”, diz Paloma, do Borsoi. 

Para Letícia, do Futuro Refeitório, existe o mundo das supertécnicas específicas e avançadas e existe a vida real. “Tem hora que tudo o que se quer é um café gostoso, não importa saber muita coisa sobre ele. Por isso é legal respeitar as suas sensações quando tomar uma xícara”. Karla Lima, da Akan, complementa: “O café fica cada vez mais legal quanto mais a gente conhece. Aí não tem um melhor café, tem um monte deles”.

“Café é um prazer ainda permitido, ao menos para a classe média. É claro que se pode pesquisar e aprofundar os conhecimentos, mas não precisa virar algo chato. É bom ter cuidado com isso. Café é uma comfort food e tudo o que a gente quer no fundo é que ele abrace a gente”, resume a consultora Eliana Relvas. 

TEXTO Cintia Marcucci • FOTO Gui Gomes