Barista

Licor 43 abre inscrições para Bartenders & Baristas Challenge 2023

Para a edição Bartenders & Baristas Challenge 2023, a marca espanhola de licores Licor 43 levará os finalistas da competição global para um mergulho em coquetéis, cafés e na cultura da capital de seu país, Madri.

Desde 2017, o Licor 43 convoca bartenders e baristas de todo o mundo para mostrar sua experiência e imaginação na arte de combinar Licor 43 e café. As inscrições já estão abertas pelo site, com a final brasileira marcada para julho, em São Paulo, seguida da grande final, em Madri, de 16 a 19 de outubro.

“Madri é uma das cidades mais importantes da Espanha – senão a mais – para a mixologia, além de gastronomia, arte e entretenimento”, comenta Julian Fernandez, diretor de marketing da Zamora Company. “Os nossos três anos em Grã Canária foram fabulosos e extremamente educativos com as visitas às plantações de café, mas agora vamos levar os participantes à nossa cidade natal para uma imersão total na cultura espanhola, tão intrínseca ao Licor 43 como o licor símbolo da Espanha.”

Neste ano, retornando ao corpo de jurados, está o Campeão Internacional de Barista, Merijn Gijsbers, que trabalha com a competição desde 2019. Junto dele estará o campeão do ano passado, Yefferson Avila, que venceu com seu coquetel Armonía.

O Brasil irá se juntar a outros oito mercados importantes do Licor 43 em todo o mundo para a competição: Estônia, México, Espanha, Alemanha, EUA, Colômbia, Peru e Costa Rica. Cada país terá seu júri – formado por especialistas em coquetéis, cafés e gastronomia – para eleger o vencedor local que concorrerá na Grande Final. O vencedor mundial de 2023 receberá uma bolsa para investir em equipamentos profissionais e cursos de desenvolvimento de carreira, fará parte do corpo de jurados do próximo B&B Challenge, além de se tornar o Coffee Master Licor 43, em 2024, participando dos principais eventos internacionais da marca.

O café faz parte da história do Licor 43 há muito tempo, desde o Café Asiático em Cartagena e o Café Barraquito, em Tenerife, na década de 1950, até o Carajillo nos dias atuais. “Existe um casamento natural de aromas e sabores entre o Licor 43 e o café, e, nos últimos sete anos que realizamos esta competição, podemos ver a inspiração que essa combinação tem servido para os bartenders e baristas”, destaca Julian Fernández.

Como participar?

Os interessados em participar do Licor 43 Bartenders & Baristas Challenge 2023 devem acessar o site, onde serão redirecionados para o site oficial do campeonato. As inscrições vão até o dia 15 de maio e é necessário que o candidato seja bartender ou barista profissional. O desafio é criar uma receita exclusiva contendo Licor 43 e café!

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Barista

Mattheus Narcizo, mestre de torra da Expocaccer, é o Campeão Brasileiro de Torra 2023

O final de semana foi agitado no universo cafeeiro, com o Campeonato Brasileiro de Torra. Foram 3 dias no qual a Atilla Coffee Roasters, em Belo Horizonte (MG), recebeu os 26 competidores e juízes. 

O grande campeão foi o estreante Mattheus Narcizo dos Santos, mestre de torra da Expocaccer – Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro. Eduardo Santos, do Café Santiago, foi o vice-campeão, e Vinícius Goulart, coordenador de qualidade na Vilhena Specialty Coffees, de  Lambari (MG), conquistou a terceira colocação. O 4º, 5º e 6º lugares ficaram com Igor Almeida, Orlando Luis e Thiago de Oliveira, respectivamente.

Na sexta-feira (24), cada competidor recebeu uma amostra de café para torrar no torrador de amostra e depois realizar a classificação dos grãos. Já no sábado (25), eles provaram esse café torrado anteriormente e contaram com 30 minutos para torrar o novo café e entregar pelo menos um quilo e meio aos juízes, junto com o plano de torra. No domingo (26) foi a vez dos juízes avaliarem se esse plano entregue realmente foi aplicado na hora da torra, além de provarem os cafés. 

Mattheus é o primeiro representante do Cerrado Mineiro a ganhar o Campeonato Nacional e a representar a Região no Mundial, que será realizado em novembro, em Taipei, Taiwan. O café faz parte da tradição do campeão, que pertence à terceira geração de torradores de sua família (avô e pai). Aos 27 anos, Mattheus Narcizo coleciona mais de 10 anos de experiência e a sua primeira participação no campeonato organizado pela BSCA marca sua trajetória no mundo dos cafés.

TEXTO Natália Camoleze • FOTO Fabrício Mendes/Atilla

Barista

Boram Um é tricampeão do Campeonato Brasileiro de Barista

Fim de semana agitado no universo cafeinado com o Campeonato Brasileiro de Barista! Após três dias intensos de competições e verdadeiras aulas, Boram Um, da Um Coffee Co., de São Paulo (SP), se consagrou tricampeão! 

Foram 18 competidores que se desafiaram para apresentar, em 15 minutos, 4 bebidas com leite, 4 drinques de assinatura e 4 espressos. Notamos uma evolução em todos os participantes, que treinaram e estudaram muito para trazer o melhor aos juízes! 

O campeão destaca que sentiu um alívio com a premiação. “A gente tinha considerado não competir e dar uma pausa esse ano. Mas quando vimos os cafés incríveis, começamos a montar a apresentação. Muito bom poder participar com um café desenvolvido com meu pai, me inspirou muito. Nem imaginávamos um resultado tão incrível como esse grão apresentou. Agora é manter o ritmo, estudar as novas regras, para trazer uma boa colocação na Grécia’’, comenta Boram. 

Os cafés usados pelo campeão foram o geisha de Volcán, Los Alpes do Panamá, produzido por Kai Janson, da Janson Coffees, e o bourbon amarelo produzido pelo seu pai, Stefano Um. 

O segundo lugar ficou com Leo Moço, do O Barista Café, de Curitiba (PR). Após um hiato em competições, Leo retorna com uma apresentação em que utilizou um café produzido por ele, um catuaí amarelo, de Ibicoara (BA), que passou por uma fermentação enzimática. Segundo ele, esse processo traz a quebra de amidos dentro da semente, que durante a torra promove novos sabores. 

Hugo Silva, da Sabino Torrefação, de São Paulo (SP), levou o terceiro lugar com uma apresentação inspirada em sua ida à França, durante a competição no Mundial de Coffee in Good Spirits, em 2013. Ele utilizou um café geisha, da Gesha Village Coffee Stage, da região oeste da Etiópia. 

Além do troféu oficial, um dos patrocinadores oficiais do campeonato deste ano, a GranCoffee, entregou uma premiação em dinheiro aos três primeiros colocados, como forma de valorizar e reconhecer o talento dos profissionais.

Boram viajará para Atenas, na Grécia, para representar o Brasil no Campeonato Mundial de Barista, competição que integra a programação da feira World of Coffee 2023, que acontece de 22 a 24 de junho deste ano.

Confira as notas dos participantes: 

Final
Boram Um – 579,5
Leo Moço – 527
Hugo Silva – 516
Kelvin Alves – 458,5
Renan Dantas – 416
Mauricio Maciel – 398 

Eliminatórias
Boram Um – 623,5
Hugo Silva – 602, 5
Renan Dantas – 518,5
Leo Moço – 463
Maurício Henrique Maciel – 444,5
Kelvin Alves – 441,5
Marcondes Trindade – 438,5
Juliana Morgado – 410,5
João Michalski – 395,5
Vitor Haubert – 372
Paulo Gabriel – 357,5
Leonardo Correa – 309,5
Rogerio Januario – 285
Tulio Fernando – 247
Maycon del Piero – 103 

Desclassificados por tempo
Antonio Cordeiro
Pamela França
Taina Luna 

TEXTO Natália Camoleze • FOTO Gabriela Kaneto

Barista

Campeonato Brasileiro de Barista 2023 começa nesta sexta-feira (10), em São Paulo (SP)

Baristas de diferentes regiões do país se preparam para disputar mais uma edição do Campeonato Brasileiro de Barista, que está marcado para essa semana, de 10 a 12 de março, no Espaço Aroo do Rooftop do Shopping Light, em São Paulo (SP).

Aberto ao público, o evento é organizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), como ação do projeto setorial “Brazil. The Coffee Nation”.

Os 20 participantes deste ano serão julgados por suas habilidades no preparo e na apresentação do café, bem como por seu conhecimento da indústria e dos produtos que estão usando. O campeão será o representante brasileiro no Campeonato Mundial de Barista, competição que integra a programação da World of Coffee 2023, que ocorrerá de 22 a 24 de junho, em Atenas, na Grécia.

Confira os nomes dos competidores e os horários de cada apresentação:

10 de março (sexta-feira)
12h Maycon Del Piero da Silva
12h25 Vitor Haubert Ferreira Coelho
12h50 Tulio Fernando de Souza
13h15 Pamela França
13h40 Maurício Henrique Maciel
14h05 Antônio Cordeiro Sobrinho Neto
14h30 Juliana Morgado
14h55 Kelvin Alves Magalhães
15h20 Taina Luna Portella da Cruz
15h45 Leo Moço

11 de março (sábado)
12h Vinícius da Silva Abrantes
12h25 Marcondes Trindade
12h50 Renan Dantas de Brito
13h15 João Michalski
13h40 Boram Um
14h05 Hugo Silva
14h30 Rogério Januário de Oliveira
14h55 Leonardo Correa Ribeiro
15h20 Paulo Gabriel Maciel da Silva

Os seis baristas mais bem pontuados disputarão o título no domingo (12). Além do troféu oficial, um dos patrocinadores oficiais do Campeonato Brasileiro de Barista deste ano, a Gran Coffee, entregará uma premiação em dinheiro aos três primeiros colocados. 

Acompanhe com a gente! A Espresso é mídia oficial do evento e fará vídeos ao vivo das apresentações no Instagram @revistaespresso

Serviço
Campeonato Brasileiro de Barista 2023
Quando: 10 a 12 de março
Onde: Rua Formosa, 157 – São Paulo (SP)
Mais informações: www.bsca.com.br 

TEXTO Redação • FOTO Gustavo Baxter / NITRO

Barista

Café no teste vocacional: Um bate-papo com a Campeã Mundial de Brewers

A Espresso conversou por e-mail com Shih Yuan Hsu, a Sherry, campeã da última edição do World Brewers Cup, e ela conta como se descobriu barista e seus planos para o futuro

Aquela ideia de vida sem filtro não faz o menor sentido para ela. A taiwanesa Shih Yuan Hsu, de 32 anos, mais conhecida como Sherry, dá ao filtro a atenção que ele merece: escalda e preenche com a quantidade certa de um café moído corretamente e escolhido a dedo pelas características organolépticas (de aroma e sabor) que ele deixa na xícara após a água passar.

Ela é a campeã da última edição do campeonato de Brewers, organizado pela Specialty Coffee Association, que ocorreu entre 27 e 30 de setembro de 2022, em Melbourne, na Austrália, e conversou com a Espresso por e-mail sobre sua carreira e sobre o campeonato!

Primeiro, parabéns pelo campeonato, Sherry! Conte pra gente como você começou no café e onde você trabalha hoje. 

Muito obrigada! Tudo começou quando eu participei de um treinamento vocacional relacionado ao café oferecido pelo governo de Taiwan. Lá eu descobri que gostava do tema e aproveitei a oportunidade para trabalhar na indústria cafeeira. Eu nunca mais pensei em fazer outra coisa desde então. Hoje eu trabalho na Coffee Lover’s Planet, uma cafeteria na Cidade de Hsinchu, em Taiwan. Lá temos cafés especiais e servimos os grãos em diferentes métodos de preparo.

Essa foi a sua primeira competição? Por que você decidiu entrar nesse mundo de competições?

Não foi a minha primeira competição, na verdade entrei no WBrC, em 2019. Eu tinha muita vontade de entender como me posiciono no mundo dos cafés, saber qual era o meu lugar entre os principais baristas do mundo e também sentia que devia e podia mostrar e compartilhar o meu conceito de preparo de café com outras pessoas.

Como foi seu treinamento e preparação para essa competição? E como você se sentiu quando seu nome foi anunciado como vencedora?

Foi bem trabalhoso! Três meses antes da competição, treinei intensivamente, passando muito tempo praticando minha rotina para garantir que lá, na hora H, eu não cometeria erros que pudessem comprometer toda essa dedicação.

Na hora em que anunciaram meu nome foi surreal, até agora eu ‘meio que’ não acredito que ganhei. Foi uma prova bastante competitiva, pois os outros concorrentes eram altamente qualificados.

Conte um pouquinho sobre suas escolhas para a sua apresentação: qual café você usou e por quê, os métodos e o que você acha que o tornou um vencedor?

Eu usei um café geisha natural da Colômbia, um Finca Mikava com maceração carbônica. Ele tem uma complexidade de sabores, alta doçura, corpo suave, limpo e é bastante redondo na boca. Usei diferentes pontos de moagem e diferentes temperaturas da água para criar um conceito do meu próprio blend. Minha intenção também foi apresentar um método de preparo que pudesse ser facilmente aprendido por outras pessoas.

Você tem planos de continuar participando de competições? 

Participar de competições é uma boa chance de melhorar minhas habilidades e estou muito feliz por conhecer muitas pessoas do café no mundo. Gostaria de participar de outras competições, como competidora ou como treinadora. O café é algo que deve ser divertido!

E, por último, mas não menos importante: você pode falar sobre seus sonhos no universo do café (ou qualquer outro sonho que queira compartilhar)?

Espero poder ter um lugar só meu para compartilhar experiências únicas de café de diferentes fazendas. E espero que um dia você e os leitores da Espresso possam passar por Taiwan e provar o café que eu preparo.

Siga a Sherry no Instagram! @shihyuanhsu 

TEXTO Cintia Marcucci • FOTO Divulgação

Barista

Entre o lifestyle e a vida real dos jovens baristas

Quem vê jovens baristas nas redes sociais pensa que a vida deles gira em torno do café especial – e, em muitos casos, essa é a verdade. Entre a paixão pelo ofício e um estilo de vida, a nuance é individual

Quando você está de folga, busca lazer em lugares onde trabalharia? Pensa em trabalho durante as férias? Usaria um período de recesso para ir atrás de formação profissional? Nem todo mundo responderia a essas perguntas afirmativamente – mas, entre millennials baristas, o “sim” vem mais certeiro, acompanhado do sorriso de quem sabe que essa é uma resposta um tanto peculiar.

“Eu encaro isso de uma forma muito profissional. Faz parte do meu estilo de vida, mas vai além, é um trabalho que eu amo. Faz parte das minhas crenças pessoais, eu acredito na importância da cadeia. Entender isso faz muito sentido pra quem trabalha com café especial”, argumenta a barista Midori Martins.

A Espresso convidou jovens baristas a fazer essa reflexão. Dos coffee lovers em dias de folga a quem tem uma relação estritamente profissional com o café, todo mundo concorda: a bebida molda estilos de vida.

Mari Mesquita (DF)

Formada em Ciência Política, Mari se viu no mundo do café depois de um período de muita pressão e tristeza com a academia e com o país. “Eu precisava de algo pragmático, técnico, que não tivesse nada a ver com o que eu estudava. Quando o café dá errado, você para e faz outro. Com banco de dados não é bem assim”, lembra.

Com seis anos de estrada, ela conta que o serviço sempre foi a parte mais interessante do trabalho. “O café é uma linguagem pela qual eu comunico algumas coisas, é uma materialização de valores pessoais. Ao mesmo tempo em que é um veículo de serviço, é a principal ligação que tenho com origem de produção, um sintoma de brasilidade importante dentro de mim”, define.

Para Mari, essa linha entre a profissão e o modo de vida realmente se estreitou não só para ela, mas para colegas da mesma geração. A barista entende que isso acontece porque o café realmente muda a maneira de enxergar o mundo. “Eu não acho que o café como estilo de vida seja algo ‘instagramável’. Caso a moda das redes sociais passe, a preocupação com a origem e o respeito com o produto não vão mudar”, argumenta.

João Stark (SP)

“Eu e meus amigos baristas tentamos não falar tanto de café no bar. Se eu vou a uma cafeteria é porque eu quero tomar café. Não vou em toda folga”, adianta Stark. O jovem paulistano conta que, no começo da carreira, ele abordou o café especial como um estilo de vida – até abriu um canal no YouTube. Mas o dia a dia no bar e o tempo se encarregaram de mostrar a ele que essa poderia ser uma profissão.

“Café é meu trabalho. É meu sustento. Dentro dele eu crio relações maravilhosas, gosto muito dessa parte. Sonho em abrir uma cafeteria, gosto muito de ser barista. Mas não é todo mundo que tem paciência para esse trabalho. Vai ficar oito horas em pé, lavando louça, passando pano no chão? É difícil”, argumenta o barista.

Para Stark, aliás, o café rende dois trabalhos: barista e fotógrafo. “Eu gosto de fotografar correria, balcão sujo, leite na pia. Tento mostrar como é o preparo, a beleza da bebida feita. Mas foi por acaso, nunca pensei em fotografar assim”, comenta.

Arthur Rieper (PE)

Para Arthur, pensar em café é pensar nas mãos de gente esforçada. São as mãos calejadas dos produtores, que plantam, colhem, processam e cuidam da safra. São as mãos ágeis dos mestres de torra, que encontram o equilíbrio perfeito entre a ciência e o emocional. Por fim, as mãos cuidadosas dele mesmo, Arthur, que faz o melhor com aquele insumo precioso.

“Café é paixão que a gente entrega ao outro. É dar na mão do cliente um amor meu”, define o barista. Arthur é esse profissional que pensa em café dia sim, dia também: tira folga para conhecer cafeterias novas, viaja para beber café, dedica férias a cursos na área. “Eu dou muito valor ao tempo. Se eu tiro férias, preciso fazer um curso. É como se não perder tempo fosse uma obrigação”, explica.

Mas por que essa é uma constante nessa geração? “A gente se aprofunda no que gosta. Acho que nós baristas precisamos transformar isso em um estilo de vida. Essa apresentação ao mundo é importante, especialmente no uso profissional da rede social. Você fica mais à mostra, faz carreira”, argumenta o barista.

Amanda Albuquerque (PR)

Três milhões de seguidores no TikTok, mais de 140 mil no Instagram. Quem vê a habilidade de Amanda Albuquerque em passar dicas e conhecimentos adiante, recomendar pequenos negócios e falar de café especial nem imagina que a formação como barista é recente, de 2019.

Tudo mudou em 2020: trancada dentro de casa, passando pela covid-19, Amanda transformou a criatividade em vídeos e logo viralizou no TikTok. “Vi ali uma oportunidade de mostrar o café especial às pessoas. Eu tenho um público muito jovem e muito grande, e acredito que, quando se educa a maior quantidade de pessoas possível, é algo muito rico para a profissão”, comemora. Para ela, essa tendência de misturar estilo de vida com profissão tem muito a ver com o volume de conhecimento ao qual ela e os colegas estão expostos na internet.

Ao pensar sobre os alunos que pertencem à geração Z, a professora vê o impacto das trajetórias de millennials nos sonhos dos mais jovens. “Eles têm uma sede grande de aprender e já descobriram que podem ser campeões de uma categoria para viajar o mundo. Eles entenderam que é preciso estudar muito para ser um bom profissional, aprender o café do pé à xícara. Eu acho incrível como eles evoluem rápido”, elogia.

Midori Martins (SP)

Quem olha o Instagram de Midori não diria que o café especial é o estilo de vida dela – mas rede social nem sempre é parâmetro para saber da vida das pessoas. A barista não diz que esse é um lifestyle, vai além: é uma crença pessoal na sustentabilidade. “Entender a cadeia é dar sentido a quem trabalha com café especial. É compreender que é um mundo extremamente complexo, que é preciso ter a gana de estudar sempre”, define.

A verdade é que Midori é dessas baristas que entraram para o meio por causa das pessoas: só se envolveu com café especial porque gostava de vendas e atendimento. Da Starbucks à Um Coffee, ela sentia essa alegria em estar cercada de gente. No Coffee Lab – sobretudo com a pandemia –, ela entendeu que gosta mesmo é de sala de aula. 

“Eu me encontrei dentro do café quando passei a ensinar. Eu gosto da bebida, mas o café é uma relação entre pessoas. É da nossa cultura, vai além de uma simples xícara”, argumenta. Mas e as folgas, Midori? “Vou bem menos que gostaria, mas frequento cafeterias para prestigiar meus amigos e colegas”, conta.

Airo Villalobos (SP)

“Eu vejo café em tudo. É conexão, é amizade, é cuidado. Não é por acaso que vim para o Brasil, não é por acaso que fiz o curso de barista. O café me trouxe”, afirma Airo. Quando a venezuelana chegou ao Brasil, tinha duas prioridades: aprender português e conseguir um emprego. 

Ela teve ajuda de algumas ONGs e foi selecionada no programa Fazedores de Café, em que se formou barista – durante a pandemia, começou embalando pedidos de delivery até conseguir trabalhos no bar. “Para mim, café não é um dinheiro extra, é algo a ser levado a sério. Se trata com cuidado, se dedica a vida. Conhecer o que há por trás da xícara pode mudar a vida de uma pessoa”, argumenta.

Engenheira de formação, Airo tem verdadeiro encanto por passar adiante o que sabe sobre café – mas vê algo diferente no futuro de sua carreira no ramo. “Eu me apaixonei pelo café, nunca pensei que tivesse tanta coisa envolvida. Gostaria de aprender a torrar, tem muita ciência, é algo que tem conexão com engenharia”, planeja.

TEXTO Clara Campoli

Barista

Dos poucos cafés no restaurante ao pódio do Campeonato Mundial de Barista

A Espresso bateu um papo por e-mail com Anthony Douglas, o australiano que levou o último World Barista Championship

Anthony Douglas, 31, trabalhava em um restaurante espanhol quando descobriu o quanto era legal tirar um espresso da máquina que tinha por lá. “Sempre que eu trabalhava na delicatessen do restaurante, tirava alguns cafés e foi assim que me apaixonei por todos os processos que levam o café para a xícara”, conta.

Hoje ele trabalha na cafeteria Axil Coffee Roasters em Melbourne, Austrália, e conta um pouco do seu passado, presente e futuro no café, agora marcado com o primeiro lugar no World Barista Championship (WBC), que ocorreu exatamente em Melbourne, entre 27 e 30 de novembro de 2022. Na competição, os 50 baristas precisam preparar 4 espressos, 4 bebidas com leite e 4 bebidas de assinatura em 15 minutos.

Você pode acompanhar o trabalho do Anthony pelo seu perfil no Instagram @anthony_jdouglas

Confira o bate-papo:

Você contou que se apaixonou por café enquanto trabalhava em um restaurante. O que exatamente despertou sua paixão?

Foram os processos de fazer café que me encantaram, todos os detalhes. Conforme eu ia progredindo, ficava mais interessado nos sabores e nas variáveis todas que envolvem a extração do espresso e de outros métodos de preparar café.  

Parabéns pelo campeonato! Essa foi a primeira vez que você competiu? 

Não, a minha primeira competição foi em 2015, então lá se vão sete anos de campeonatos. Eu decidi fazer isso para aprimorar minhas habilidades.

Conte como você se preparou para essa competição e como se sentiu ao ouvir seu nome anunciado?

Foi definitivamente o ano em que eu mais treinei até hoje. Não deixei pedra sobre pedra, nada sem testar, eram quase 60 horas por semana de treinamento e preparação. E você pode imaginar que me senti muito recompensado quando ouvi meu nome ser anunciado como campeão, afinal, são sete anos de trabalho reconhecido e que valeram a pena. 

Quais foram suas escolhas para a apresentação, qual café usou, como era seu drinque de assinatura e o que você acha que fez a diferença para você ganhar?

Um grande foco da minha apresentação foi ser capaz de entregar o que eu descrevia na xícara. Por isso escolhi o café El Diviso que tinha sabores muito claros e definidos. Este café é um sidra natural anaeróbico da fazenda El Diviso, na região de Huila, na Colômbia, produzido por Nestor Lasso. Minha bebida de assinatura era uma combinação de xarope de maracujá fermentado, xarope de tâmara, chá de hibisco feito a frio e mel colombiano. Usei um agitador magnético e uma pistola de espuma para preparar a bebida. Acho que o que me tornou um vencedor foi o fato de não deixar passar nenhum detalhe em nossa preparação. Isso me deu total confiança ao subir no palco e, além disso, trabalhei muito para desenvolver um estado mental forte.

Quais são suas impressões sobre este evento? Você tem planos de continuar participando de competições? 

Sempre pensei que as competições de café fornecem uma infinidade de benefícios para os concorrentes. Eles são uma plataforma para melhorar suas habilidades de preparar o café, aprendi habilidades importantes para a vida e conheci alguns profissionais realmente incríveis de todo o mundo. Neste momento, não tenho mais planos de competir, gostaria de dar um passo diferente e treinar outras pessoas para competições.

E, por último, mas não menos importante: você pode falar sobre seus sonhos no universo do café?

Ao longo da minha carreira tive altos e baixos, e sei como pode ser difícil algumas vezes, especialmente quando estamos em competições. Também recebi apoio de muitas pessoas, inclusive da empresa em que trabalho. Gostaria de ajudar, apoiar outros baristas e concorrentes a alcançar seus objetivos no futuro.

TEXTO Cintia Marcucci • FOTO Divulgação

Barista

Nestlé lança programa que visa capacitar jovens na profissão barista

Com o objetivo de integrar as ações da Nestlé voltadas para a empregabilidade com a alta demanda por profissionais especialistas em cafés, a Nestlé Professional, divisão de consumo fora do lar da Nestlé, acaba de trazer para o Brasil a Plataforma Nestlé Futuros Baristas.

No total, 40 pessoas serão selecionadas por meio do projeto G10 Favelas e suas organizações parceiras, Mãos de Maria e Cria Brasil, em Paraisópolis, São Paulo, e irão participar da capacitação. O programa de formação profissional terá duração de aproximadamente 25 dias, com início em novembro, e será realizado em formato presencial com a parceria do Senac São Paulo, que sediará as aulas presenciais no Senac Aclimação, em São Paulo (SP). O programa será dividido em 16 módulos que vão abordar desde o início da produção do café nas fazendas até a entrega final do produto na xícara.

O projeto capacitará, de forma gratuita, jovens, alguns em situação de vulnerabilidade social, na profissão de barista, promovendo o seu desenvolvimento e auxiliando a cadeia do café e cafeterias a formar profissionais qualificados. “Queremos que esses jovens concluam o curso com uma visão integral da cadeia produtiva do café e da relevância dessa bebida tão apreciada em nosso país, que é o maior produtor de café do mundo – entendendo toda a questão sustentável e todo o cuidado que começa na fazenda e termina na xícara do consumidor”, diz Rodrigo Maingue, diretor de Nestlé Professional no Brasil.

Ao longo do curso, os participantes terão a oportunidade de aprender sobre os métodos de cultivo e de torra do café e como esses processos impactam no sabor, nos aromas e na qualidade da bebida final. Os últimos módulos vão focar em empreendedorismo e na operação das cafeterias. As aulas serão ministradas por profissionais reconhecidos no mercado brasileiro. “A formação para o mercado de trabalho tem impacto direto no futuro individual e na sociedade. Por isso é muito importante a parceria com a Nestlé, que reforça o nosso compromisso com a educação que transforma vidas”, ressalta Maurício Pedro, gerente do atendimento corporativo do Senac São Paulo.

Além disso, o projeto oferecerá uma plataforma on-line em que os participantes terão os seus perfis cadastrados e poderão ser conectados com oportunidades no mercado de trabalho dentro do universo do Café, indicados para trabalhar em estabelecimentos comerciais parceiros da Nestlé. Os currículos dos participantes também ficarão com o RH da empresa para futuras possibilidades. No final, os jovens receberão um certificado de participação no curso válido para atuação como baristas profissionais.

TEXTO Redação

Barista

Conheça os campeões brasileiros de Brewers e Cup Tasters de 2022!

Entre workshops, palestras, sessões de cupping, degustações, exposição de novidades e muito café, a Semana Internacional do Café, que aconteceu de 16 a 18 de novembro, em Belo Horizonte (MG), foi palco dos Campeonatos Brasileiros de Brewers e Cup Tasters! 

As eliminatórias foram realizadas nos dois primeiros dias de evento e, neste último, os visitantes da SIC puderam assistir de perto as semifinais e finais das competições. Com muita emoção, os resultados vieram no fim da tarde. Confira o pódio de cada disputa:

Campeonato Brasileiro de Brewers

Garam Um – São Paulo (SP)
Gabriel Agrelli – Campinas (SP)
Rubens Vuolo – Cuiabá (MT)
Edson Maisonetti – São José dos Campos (SP)
Hugo Silva – São Paulo (SP)
Mari Mesquita – Brasília (DF)

Campeonato Brasileiro de Cup Tasters

José Naves – Varginha (MG)
Caio Henrique Reis – Natércia (MG)
Dionathan Antunes – Três Pontas (MG)

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Alexandre Rezende / NITRO

Barista

Andy Correa, barista de São Paulo (SP), vence a 4ª edição da Copa Koar

A cafeteria IL Barista Cafés Especiais realizou a 4ª edição da Copa Koar no último domingo (6), em São Paulo (SP). Desta vez, a competição contou com 22 participantes, que foram divididos em oito chaves. A ideia era realizar o preparo da bebida no método pernambucano em um tempo de 10 minutos. 

Os melhores resultados, de acordo com os juízes, passaram para as semifinais, que foram compostas pelos baristas Petra Hayashi x Felipe Monteiro, Marcos Akita x Rodrigo Alves, Itamar Maschio x Andy Correa, Anezito de Lucas x Jéssica Lada. Dessas disputas, foram para a final Petra, Marcos, Andy e Jéssica.

A final contou com uma dinâmica diferente das etapas anteriores. Enquanto que nas chaves iniciais apenas a bebida era julgada, na final também foi avaliada a apresentação individual de cada competidor. Com isso, Andy Correa, da Quanti Cafeh, de São Paulo (SP), consagrou-se campeão da 4ª Copa Koar, seguido por Marcos Akita, que ficou em segundo; Jéssica Lada, em terceiro; e Petra Hayashi, na quarta colocação.

Com dez anos de experiência como barista, Andy escolheu usar o Koar de acrílico em seu preparo, a água da marca Prata e um blend dos dois cafés oficiais da competição, que eram ambos da variedade bourbon amarelo, sendo um da CarmoCoffees e o outro da Camocim. 

A receita do vencedor consistiu em uma pré-infusão de 45 segundos, com 60 ml de água. Após isso, foram dois ataques de 100 ml e o terceiro de 60 ml. Durante a extração, Andy ficou “girando” o Koar, o que resultou em um café equilibrado, com corpo, acidez e doçura presentes. Segundo ele, a acidez remetia à laranja lima e a doçura lembrava o melaço de cana. Na boca, a bebida apresentava um aspecto vinhoso.

A Revista Espresso foi a mídia oficial do evento. A apresentação dos quatro finalistas está disponível no nosso Instagram!

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO @raphaelmontanarofoto