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Conheça Dionatan Almeida, brasileiro que disputa o mundial de prova de cafés

Com passagens compradas para quinta (4) rumo a Chicago (EUA), onde acontece o Campeonato Mundial de Cup Tasters de 12 a 14 de abril, o provador Dionatan Almeida embarca combinando sentimentos de realização e responsabilidade. “Quando você representa seu país, você representa toda a cadeia produtiva”, diz. 

Mineiro de Três Pontas, ele foi selecionado para representar o Brasil na competição, que acontece durante a feira Specialty Coffee Expo, após superar mais de 40 profissionais e vencer a etapa nacional da categoria, com sete acertos dentre oito trios de amostras, em um tempo de 3 minutos e 47 segundos. 

Em entrevista à Espresso, Dionatan Almeida fala de sua trajetória no café, da visibilidade que ganhou com o título brasileiro e das expectativas em relação ao Mundial e ao futuro.   

Espresso: Como tem sido sua trajetória profissional relacionada ao café até o momento? Conte um pouco das  suas experiências, conquistas e desafios ao longo do caminho.

Dionatan: Minha história com o café começa no meu nascimento. Nasci e fui criado em uma fazenda produtora de café em Três Pontas, Minas Gerais, onde meus pais trabalhavam. Morei lá até os 14 anos. O Sul de Minas é uma região em que a cafeicultura predomina, então, o café sempre fez parte da minha vida. Comecei a trabalhar com café em 2011, aos 16 anos. Apesar de ter sido criado em uma fazenda produtora, eu conhecia pouco sobre o assunto. Fui aprender nas fazendas que trabalho até hoje, que são a Caxambu e a Aracaçu [em Três Pontas]. Na época, trabalhava no setor de pós-colheita, na unidade de processamento, de secagem e de beneficiamento dos cafés. Ali, tive a oportunidade de aprender bastante e foi muito bom, porque quando comecei a trabalhar, as fazendas tinham uma filosofia mais voltada para os cafés especiais, e eu me encantei por este universo. Em 2015, comecei a fazer cursos de análise sensorial, torra e prova de café. E aí assumi o controle de qualidade das Fazendas Caxambu e Aracaçu. Eles proporcionaram os treinamentos necessários para que eu dominasse o tema, e estou no cargo desde então. 

E: Como foi ganhar o título de Campeão Brasileiro de Cup Tasters?

D: É um sonho realizado, porque me lembro de 2015, quando comecei e não sabia nada de análise sensorial. Quantos professores eu tive e quantas pessoas me ajudaram até aqui, quantas referências eu pude ter neste universo do café… Desde que conheci a competição, foi meu sonho participar dela. Em alguns momentos, acontecia algum problema e eu não conseguia fazer a inscrição. Em outros, sentia que ainda não estava preparado o suficiente. A primeira oportunidade de participar do Cup Tasters foi em 2022, e fiquei muito feliz com a experiência de alcançar o terceiro lugar. Tive um bom desempenho e me apaixonei ainda mais pela competição. Essa adrenalina e o contato com outros provadores é incrível. E, em 2023, me preparei mais e consegui ser campeão, e isso coroou todos esses anos de trabalho com café e todas as pessoas que estiveram ao meu lado. É uma satisfação enorme conseguir, entre tantos profissionais, ser campeão. Estou comemorando até hoje! E estou muito feliz por representar o Brasil no campeonato mundial.

Pódio do Campeonato Brasileiro de Cup Tasters realizado em setembro de 2023, em Varginha (MG). Da esquerda para a direita: José Augusto Naves (segundo lugar), Dionatan Almeida (campeão) e Edimilson Generoso (terceiro lugar) – Foto: Gabriela Kaneto

E: O que significa ser um campeão brasileiro de prova de café?

D: Acho que tanto no campeonato de Cup Tasters quanto nos de barismo, em todas as modalidades, quando você representa seu país, você representa toda a cadeia produtiva. Estamos representando todos os produtores, a indústria, o café brasileiro. É uma responsabilidade muito grande. No meu caso, principalmente com os provadores e classificadores, que é uma profissão importante e bonita. Hoje os cafés brasileiros têm crescido e despontado em qualidade, e esses profissionais têm um peso gigantesco nisso. Representar todas essas pessoas é uma responsabilidade muito grande. Estamos nos preparando ao máximo e treinando bastante para dar o melhor e trazer o título para o Brasil. Não é o Dionatan que vai competir, mas toda a cafeicultura. 

E: Como tornar-se campeão brasileiro impactou sua vida profissional?

D: É uma sensação de realização. Ser campeão brasileiro não tem explicação e é algo que vai ficar para sempre. É marcar o seu nome na história do café e do Cup Tasters. Em termos profissionais, traz valorização e oportunidades. Abre muitas portas, até mais do que eu imaginava. Traz muito reconhecimento e visibilidade. Neste momento, temos que ter muito foco, muito pé no chão e muita sabedoria para viver isso. O resultado do campeonato colocou minha carreira em destaque. Com certeza, olhando para trás, dá para ver o Dionatan antes do campeonato, e o Dionatan depois dele. Não como pessoa, sigo com a minha visão, as coisas que acredito, a minha filosofia de vida, o meu caráter, o caminho que quero seguir, mas sim em relação ao reconhecimento.

E: Como você está se preparando para o Campeonato Mundial de Cup Tasters? 

D: Treino todos os dias na fazenda. Agradeço demais aos meus companheiros daqui, que me dão suporte e acreditam em mim. Estamos todos indo juntos para Chicago, mesmo que não fisicamente. Também tenho o suporte do Jack Robson, que está sendo meu coach e treina comigo toda semana. Uma ou duas vezes na semana nós dois fazemos várias rodadas de treinamento, variando cafés, concentrações, e elevando o nível de dificuldade. Aqui na fazenda, o pessoal tem me ajudado bastante com o preparo dos cafés, e treinamos pelo menos duas vezes ao dia. Quando falo de preparação também não posso deixar de mencionar a BSCA [Associação Brasileira de Cafés Especiais], que cedeu espaço, cafés e tem auxiliado muito, e o pessoal da ABCD [Associação Brasileira de Classificadores e Degustadores de Café], que também tem dado um suporte financeiro extraordinário, além de cafés. E outros parceiros, como o Wellington Pereira (Baba), que conseguiu uma cafeteria parceira em Chicago para treinarmos. Vamos viajar antes [na quinta, dia 4], para nos adaptarmos à água e ao clima de lá, onde também é mais fácil termos acesso a cafés diferentes para treinarmos. Tenho também o apoio da Apex-Brasil, que possibilita a estada e a viagem. Tudo que está sendo feito é para que eu tenha a melhor preparação para disputar o Mundial.

E: Quais são suas expectativas em relação ao Mundial?

D: Aproveitar bastante. Essa é minha primeira experiência em outro país e em outra feira, porque até então eu só conhecia a SIC [Semana Internacional do Café]. A feira de Chicago, por tudo que já ouvi, é uma feira gigantesca e incrível, então quero viver essa experiência ao máximo, curtir e tentar trazer este título inédito para o Brasil. É um desafio e uma expectativa muito grande, de todo mundo que está engajado nessa preparação. Vou dar o melhor, com muita responsabilidade, pois representar o Brasil e a nossa cafeicultura é um desafio muito grande, mas também vou procurar me divertir e fazer aquilo que temos feito no dia a dia. Como falamos da visibilidade que o Campeonato Brasileiro traz pra gente, acho que o Mundial potencializa muito essa visibilidade.

E: E quais os planos para o futuro? Pretende competir novamente?

D: Pensando a curto prazo, meu desejo é voltar com esse troféu de campeão, se Deus quiser. Já a longo prazo, caso esse título venha, quero curtir e aproveitar bastante. O Campeonato Brasileiro de Cup Tasters traz muitas coisas positivas para o profissional e, com certeza, o Mundial também trará. Então é aproveitar isso da melhor forma possível. Em relação às competições, caso ganhe o Mundial, não sei se irei competir no próximo Brasileiro. Talvez darei um tempinho para curtir. Mas, caso não venha, estarei lá de novo, tentando, porque de qualquer forma o campeonato é incrível, pela adrenalina e pelos contatos que fazemos. Enquanto eu estiver neste universo de cafés, com certeza vou querer fazer parte das competições, principalmente de Cup Tasters, mas também de torra, que me chama atenção e faz parte do meu dia a dia. As competições de café são incríveis, tanto na promoção do profissional quanto no contato com os companheiros.

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Arquivo pessoal

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Jota de Paula vence o Campeonato Brasileiro de Latte Art 2024

Barista trabalha na cafeteria Jardim do Café, em São José dos Campos (SP)

Da esquerda para direita: Eduardo Olímpio (3º lugar), Jota de Paula (campeão) e Tiago Rocha (2º lugar)

O barista Jota de Paula, da cafeteria Jardim do Café, de São José dos Campos (SP), levou a melhor no Campeonato Brasileiro de Latte Art 2024, realizado nos dias 22, 23 e 24 de março, no Mercado do Café, em Brasília (DF).

A disputa, que avalia técnicas para realizar desenhos com leite vaporizado no café, teve 18 participantes. Nas eliminatórias, Jota fez uma tartaruga como primeiro desenho, e, como segundo, um mico-leão-dourado. Além dele, foram finalistas: Elves Albino (Abô Botânica e Café, João Pessoa), Eduardo Olímpio (Naveia), Tiago Rocha (Naveia), Gabriel Zanotelli (Baden Torrefação, Porto Alegre) e Ramon Dallabona (Tabenne Coffee, Curitiba). 

Da esquerda para a direita: Eduardo Olímpio, Jota de Paula, Gabriel Zanotelli, Tiago Rocha, Elves Albino e Ramon Dallabona

A final do campeonato aconteceu no domingo (24), e determinava que os competidores entregassem três desenhos aos juízes. Primeiro a se apresentar, Jota também entregou uma arara que, ao lado dos outros dois desenhos, recebeu as maiores pontuações, arrematando o troféu. 

Ao lado dele no pódio, dois nomes conhecidos: Tiago Rocha, de Curitiba, foi campeão brasileiro da categoria em 2019 e ficou em segundo lugar este ano. Já Eduardo Olímpio, de São Paulo, era o atual campeão, e conquistou a terceira posição.

Jota representará o Brasil no Mundial de Latte Art, que acontece entre 27 e 29 de junho na World of Coffee, em Copenhague, Dinamarca. 

O Campeonato Brasileiro de Latte Art 2024 foi realizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em parceria com a Apex-Brasil, como ação do projeto setorial “Brazil. The Coffee Nation”. O leite oficial da edição foi o Nude e, o café, da cafeteria e torrefação Ernesto Cafés Especiais, de Brasília. A Espresso foi a mídia oficial.

TEXTO Gabriela Kaneto e Letícia Souza • FOTO Robson Alselmo

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Campeonato Brasileiro de Latte Art 2024 divulga lista de competidores

A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) anunciou hoje (18) os 18 competidores que disputarão o Campeonato Brasileiro de Latte Art 2024. O evento acontece de 22 a 24 de março, em Brasília (DF), no Mercado do Café. 

Os 18 baristas competidores:

César Romano – Curitiba (PR)
Cristian Limas da Rosa – Porto Alegre (RS)
Eduardo Olímpio – São Paulo (SP)
Elves Albino – João Pessoa (PB)
Gabriel Duarte Zanotelli – Porto Alegre (RS)
Leo Mesquita – Rio de Janeiro (RJ)
Isis Rodrigues – Porto Alegre (RS)
Joabner Santana Azevedo – Brasília (DF)
João Michalski – Cascavel (PR)
Jota de Paula – São José dos Campos (SP)
Jonatha Nascimento – João Pessoa (PB)
Juliano Souza – Porto Alegre (RS)
Juliano França – Birigui (SP)
Gael Lirian – Porto Alegre (RS)
Ramon Dallabona – Curitiba (PR)
Tiago Rocha – Curitiba (PR)
Vinicius Dias – São Paulo (SP)
Wesley Oliveira – Porto Alegre (RS)

Os baristas têm que demonstrar criatividade e habilidade ao desenhar com o leite vaporizado sobre o espresso. A competição tem três fases – eliminatórias, semifinal e final –, e a grande final acontece domingo (24).  

O café oficial da edição de 2024 foi torrado pela equipe do Ernesto Cafés Especiais, cafeteria e torrefação brasiliense. Os grãos escolhidos são da variedade catuaí amarelo, de processamento natural, cultivados pelo produtor Augusto Borges, na Fazenda Capadócia, em São Gonçalo do Sapucaí, Mantiqueira de Minas. Na xícara, apresenta notas de chocolate ao leite, com doçura elevada, acidez presente e finalização refrescante.

A Espresso é mídia oficial do Campeonato Brasileiro de Latte Art. Acompanhe os resultados no nosso Instagram.

Serviço
Campeonato Brasileiro de Latte Art
Quando: 22 a 24 de março, a partir das 12h
Onde: Mercado do Café – 509, bloco C – Asa Sul – Brasília (DF)
Mais informações: www.bsca.com.br

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

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Google homenageia flat white

O doodle do Google de hoje, 11 de março, chamou atenção dos aficcionados (ou não) por café ao estampar xícaras e porta-filtros em ilustrações alegres e convidativas. A animação refere-se ao flat white, uma bebida à base de café criada na Austrália ou na Nova Zelândia – os países disputam sua origem – entre as décadas de 1980 e 1990. Tornou-se popular mundialmente, graças à influência das cafeterias de cafés de qualidade. Várias grandes cadeias de café incluem o flat white em seus cardápios, o que ajudou a aumentar sua visibilidade e demanda.

O flat white é feito com uma quantidade maior de espresso e menor de leite vaporizado, e resulta numa bebida de textura mais aveludada do que a de um cappuccino além de sabor predominante de espresso. O tamanho varia com a região e a preferência do barista, mas é geralmente menor que um latte, e costuma ser servido em xícaras pequenas ou copos.

Existem variações regionais. Nos Estados Unidos, costuma ser feito com uma dose dupla de espresso, enquanto na Austrália e na Nova Zelândia a dose única é mais comum. 

TEXTO Redação • FOTO Daniel Ozana/Estúdio Oz

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Daniel Munari é bicampeão do Campeonato Brasileiro de Coffee in Good Spirits

O barista curitibano Daniel Munari, da Royalty Quality Coffee, foi consagrado, pela segunda vez, campeão no Campeonato Brasileiro de Coffee in Good Spirits, que aconteceu em Porto Alegre (RS) entre 1º a 3 de março. Mari Mesquita, de Brasília (DF), conquistou o segundo lugar e Leo Oliva, também de Curitiba (PR), ficou em terceiro. Assista a final da disputa aqui.

A competição, que julga as habilidades no preparo de drinques alcoólicos com café, contou com oito participantes em busca do título. Em sua apresentação, que teve como tema a sustentabilidade na cafeicultura, Munari preparou primeiro o drinque quente, chamado Upcycle, composto por folha seca de figo, óleo de pequi, conhaque sherry cask, licor de umê, cordial de amora e beterraba, soro de leite e café filtrado na clever, que, segundo ele, atribuiu notas de frutas roxas à bebida. Na montagem do drinque gelado, nomeado Deserto, o campeão utilizou tequila, cordial de goiaba, suco de pitaya, solução salina e espresso. Usado em ambos os drinques, o grão escolhido foi um catucaí S2L, fermentado, cultivado por Jean Faleiros na Fazenda Santa Mônica, em Ibiraci (MG), Alta Mogiana. 

Já no irish coffee, o barista utilizou whisky kavalan taiwanês finalizado em barril reaproveitado de vinho do porto, xarope de mel, xarope de agave, creme de leite gaúcho e café – dessa vez, escolheu um catuaí vermelho, seco em terreiro suspenso na Fazenda Santa Mônica, que, na xícara, diz o campeão, apresenta notas cítricas e de laranja. “Escolhi o café do Jean porque ele faz um trabalho de sustentabilidade e regeneração bastante pioneiro. É um produtor que questiona o sistema na cafeicultura”, explicou Munari à Espresso.

Quando perguntado pela nossa equipe sobre a preparação para essa edição, após ter ganhado no último ano, Munari responde: “Os feedbacks que recebemos depois das competições ajudam muito a ganhar pontos importantes, mas garanto que o nervosismo pré-competição é o mesmo todo ano”. 

Munari vai representar novamente o Brasil no Campeonato Mundial da categoria, que acontece em Copenhague, Dinamarca, em junho. No ano passado, ele ficou em oitavo lugar na mesma competição, em Taipei. “A participação no Mundial de Taipei mostrou que é possível sonhar alto, então estou mirando na final. Acredito que na final o jogo muda e todos ficam muito emparelhados. Quem errar menos, ganha”, comenta.

O Campeonato Brasileiro de Coffee in Good Spirits é realizado pelo projeto “Brazil. The Coffee Nation”, em parceria com a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e a Apex-Brasil.

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Matheus da Silva/BSCA

BaristaCafé & Preparos

Nova roda sensorial busca identidade para grãos produzidos na Austrália

Recentemente, especialistas em café na Austrália propuseram mais uma roda sensorial para a avaliação de cafés especiais. A novidade foi divulgada por meio do paper “Coffee is more than flavor, the creation of a coffee character wheel”, publicado no periódico Journal of Sensory studies. Nele, os pesquisadores australianos buscam explorar a complexidade do café para além do sabor, introduzindo uma nova ferramenta denominada Roda de características do café (Coffee character wheel), para auxiliar a categorizar e descrever diferentes aspectos dos grãos de maneira mais precisa. A roda foi desenvolvida como parte do projeto Defining terroir of Australian coffee to increase demand and investment (Definindo o terroir do café australiano para aumentar demanda e investimento) desenvolvido pela organização AgriFuture Australia, uma colaboração entre a Southern Cross University, a empresa Processing Methods Bootcamp e a indústria de cafés do país.

O argumento dos investigadores é de que as outras características sensoriais do produto – textura, acidez e sabor residual – precisam também de uma ferramenta, assim como a Coffee taster’s flavor wheel, roda desenvolvida em 1995 pela antiga SCAA para padronizar a comunicação internacional do aroma e do sabor dos cafés especiais.

A nova roda de características do café tem 95 termos, selecionados a partir de 679 palavras utilizadas por provadores durante o desenvolvimento da pesquisa, dispostos em roda e em três níveis, que vão do geral ao específico. 

Projetada para ser uma ferramenta útil para profissionais e entusiastas na compreensão da complexidade dos grãos, a nova roda pode auxiliar a padronização das avaliações sensoriais do café para além dos sabores e aromas, incrementando a consistência para a indústria dos cafés de qualidade. 


De acordo com a AgriFuture Australia, os australianos consomem mais de seis milhões de xícaras por ano, e 99% dos grãos são importados pelo país. Mas a Austrália tem uma indústria cafeeira (embora pequena) estabelecida há muito tempo, que reúne cerca de 50 produtores de qualidade entre o norte e o sudeste de Queensland e o norte de New South Wales.

Diferentemente do vinho australiano, que já faz sucesso no mundo inteiro há décadas, seu café é pouco conhecido. A partir da nova roda e dos estudos em torno do território, a corporação australiana tem como objetivo ajudar os cafeicultores locais a definirem e comunicarem as características e sabores únicos dos seus grãos.

TEXTO Por Cristiana Couto • FOTO Agrifuture Australia

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Daniel Vaz é o novo Campeão Brasileiro de Barista!

Entre cuppings, degustações, troca de conhecimento e negócios fechados, a Semana Internacional do Café também foi palco do Campeonato Brasileiro de Barista, realizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

Na competição, 20 profissionais foram julgados por sua habilidade e por seu conhecimento no preparo e na apresentação de cafés espressos, bebidas com leite vaporizado e drinques de assinatura, assim como pelo conhecimento da indústria e dos produtos que utilizam. Depois de dois dias de classificatórias, os nomes dos seis finalistas foram divulgados: Maurício Maciel (MG), Tainá Luna (SP), Daniel Vaz (RJ), Hugo Silva (SP), Juliana Morgado (DF) e Marcondes Trindade (DF).

A final foi realizada no último dia de SIC, 10 de novembro. Depois das seis apresentações, foi divulgado o novo campeão brasileiro: Daniel Vaz, da Five Roasters, do Rio de Janeiro! “Eu acho que este é o título mais desejado do Brasil, a competição mais difícil, e eu estou muito feliz de ter conseguido conquistar na primeira vez. Este ano está sendo muito especial”, destacou o vencedor, que participou de quatro campeonatos recentemente e conseguiu uma boa colocação em todos: primeiro lugar na Copa Barista e no Brasileiro de Barista, e segundo lugar no Desafio Barista e no Brasileiro de Brewers, competição de cafés filtrados.

Agora, os próximos passos é lá fora, onde Daniel representará o Brasil no Mundial de Barista, que ocorrerá entre 1º e 4 de maio de 2024, na World of Coffee Busan, na Coreia do Sul. Os olhos estarão mais do que nunca voltados para o nosso País, uma vez que o atual campeão mundial da categoria é o brasileiro Boram Um. “A expectativa está altíssima porque o Boram colocou a régua lá em cima. Vou dedicar toda a minha energia pra manter esse título em casa”, disse.

Confira a ordem final de classificação:

Daniel Vaz @daniel_vaz
Marcondes Trindade @ondes27
Juliana Morgado @ju._morgado 
Tainá Luna @tainalunaa
Maurício Maciel @baristamaciel 
Hugo Silva @hugosilva.barista   

O campeão Daniel Vaz recebeu R$ 10 mil pelo título. O segundo lugar da competição, que ficou com Marcondes Trindade, da Acorde 27 Cafés Especiais, de Brasília (DF), recebeu R$ 3 mil. Já a terceira colocada, Juliana Morgado, da Studio Grão Coffee Roasters, também de Brasília, teve como prêmio R$ 2 mil.

“Isso significa não só um título, mas sim tudo que a gente sonha. Parece clichê, mas não é. Pra mim não existe sorte, existe dedicação. Transpiração vence talento”, comemorou Daniel.

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO NITRO/Semana Internacional do Café

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NotCo lança linha barista de leite vegetal

De olho no crescimento do consumo dos leites vegetais em cafeterias, a NotCo lançou duas novidades: o Clube Why Not Barista e o NotMilk Barista. O clube tem o objetivo estreitar o vínculo entre a empresa e os baristas por meio de um grupo que oferece experiências exclusivas e conhecimento especializado aos profissionais. Os convidados terão acesso a eventos de degustação, TNTs (competições de Latte Art) patrocinadas pela própria startup, uma newsletter mensal com conteúdos relacionados ao tema e surpresas que chegarão na casa dos participantes.

Já a expansão da linha NotMilk traz um produto com crema densa e consistente, espumação a quente e frio, sabor que não mascara o gosto do café e, de acordo com a marca, uma versatilidade que permite a utilização em diferentes preparos. 

Os dois lançamentos foram apresentados oficialmente em um evento exclusivo no Dela Café, em São Paulo, no mês de outubro. A Espresso pôde degustar o NotMilk em três tipos de bebidas (cappuccino, com matchá e uma bebida gelada) e, ainda, colocar a mão na massa e participar de um TNT para testar as habilidades e a consistência do produto.

De acordo com Vanessa Giangiacomo, Head de Marketing da NotCo, a ideia da apresentação era provar aos baristas que o leite vegetal pode ser um protagonista nos cardápios das cafeterias. “A degustação e o desafio de latte art foram amostras de que estamos do lado dessa classe de especialistas, seja estimulando o aprendizado de novas técnicas com o clube ou lançando novidades que supram as suas demandas”, diz. 

A executiva ainda reforça que o café é uma paixão nacional e, uma vez que o mercado plant-based está em crescimento constante, esses profissionais são essenciais para garantir um futuro inovador e delicioso ao público. “Eles são os tomadores de decisão no momento de criar opções à base de plantas maravilhosas e trazer uma boa diversidade de alternativas aos amantes dessa bebida tão querida no Brasil, além de ajudarem as pessoas a incluir produtos sem ingredientes de origem animal no dia a dia”, conclui.

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

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Rubens Vuolo, de Cuiabá (MT), leva a melhor no campeonato nacional de café filtrado

Pódio do Campeonato Brasileiro de Brewers, da esquerda para a direita: Tiago de Mello (3º colocado), Rubens Vuolo (campeão) e Daniel Vaz (vice-campeão) – Foto: Gabriela Kaneto

A cidade de Curitiba ficou pequena para o time de peso que disputou o Campeonato Brasileiro de Brewers Cup deste ano. A competição, que elege o melhor café preparado em um método filtrado, foi realizada pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), de 12 a 14 de outubro, na Supernova Factory, e contou com a participação de 20 baristas de diferentes estados brasileiros.

Na fase classificatória, realizada nos dois primeiros dias, cada competidor teve dez minutos para se apresentar aos juízes e entregar três xícaras preparadas no mesmo equipamento. Além do sensorial, os avaliadores julgam a apresentação e a técnica de cada barista. Destes, dez foram classificados para a próxima etapa, chamada de compulsório, que foi novidade nesta edição da competição brasileira, mas que já acontece no Mundial da categoria.

O compulsório consiste em avaliar individualmente a técnica de cada barista. Aqui, a organização entrega o café oficial do campeonato, a torre de água e o mesmo moedor para cada classificado, que, a partir disso, elabora a melhor receita no método escolhido para apresentar aos juízes. O café utilizado foi o da Fazenda Califórnia, do Norte Pioneiro do Paraná, e a torre de água e o moedor foram da empresa Bunn. Renan Dantas, Tiago de Mello, Rubens Vuolo, Daniel Vaz, Edson Maisonnette e Leo Moço levaram a melhor e passaram para a final, que aconteceu no sábado (14). 

Na última fase, Rubens Vuolo, sócio da Amado Grão, de Cuiabá (MT), conquistou o lugar mais alto do pódio! O barista apresentou aos juízes um blend das variedades bourbon rosa e laurina. Cultivado no Sul de Minas pela Fazenda Um, o bourbon rosa foi fermentado por 48 horas, o que evidenciou notas de ameixa seca. Já o laurina, produzido pela Fazenda Daterra no Cerrado Mineiro, possui um baixo teor de cafeína e foi fermentado por 96 horas, ressaltando notas florais e acidez málica. 

Apresentação de Rubens Vuolo na final do Campeonato Brasileiro de Brewers – Foto: Gabriela Kaneto

No preparo, Rubens utilizou o MK Dripper, um método de porcelana e fundo plano, que permite uma distribuição mais homogênea da água no café. Com uma extração dividida em três ataques, totalizando 2 minutos e 20 segundos, a bebida foi composta por 15 gramas de café (sendo 9 g de bourbon rosa e 6 g de laurina) para 240 ml de água.

O segundo lugar ficou com Daniel Vaz, do Rio de Janeiro (RJ), que escolheu um catuaí amarelo natural do Espírito Santo para entregar aos juízes uma xícara com mais corpo e complexidade sensorial. Já a terceira posição foi para Tiago de Mello, de São Paulo (SP), que preparou o seu café a partir do blend de dois geishas: um cultivado no Cerrado Mineiro e outro produzido na Mantiqueira de Minas. 

Confira a ordem final:

Rubens Vuolo – Amado Grão – Cuiabá (MT)
Daniel Vaz –  Five Roasters – Rio de Janeiro (RJ)
Tiago de Mello – Pato Rei – São Paulo (SP)
Leo Moço – Fazenda O Cafezal – Curitiba (PR)
Edson Maisonnette – Niterói (RJ)
Renan Dantas – Oficina do Barista – São Paulo (SP)

O Campeonato Brasileiro de Brewers Cup deste ano teve patrocínio prata da empresa Nude e café oficial da Fazenda Califórnia. Os equipamentos da competição foram fornecidos pela Bunn. O brew bar contou com o patrocínio de marcas como Lucca Cafés Especiais, Pressca, Rituá Café, Pasquali Máquinas e Moka Clube. O apoio técnico foi da Achega Café e o anfitrião da etapa foi a Supernova Coffee. A Espresso foi a mídia oficial.

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Gabriela Kaneto

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Curitiba (PR) sedia pela primeira vez o Campeonato Brasileiro de Brewers

Entre os dias 12 e 14 de outubro, a cidade de Curitiba (PR) sediará o Campeonato Brasileiro de Brewers Cup, realizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), como ação do projeto setorial “Brazil. The Coffee Nation”.

Na competição, 20 baristas colocarão em prática suas técnicas e habilidades para saber quem extrai o melhor café pelo método filtrado e manual (coado). Cada competidor terá 10 minutos para apresentar a bebida, o método filtrado escolhido e entregar três xícaras, que serão avaliadas pelos juízes. 

Confira os competidores:

  • Aline Camila Paes de Farias (PR)
  • Anderson Corrêa (SP)
  • Andréia Braga Inácio Sarmento (MG)
  • Daniel Souza Vaz (RJ)
  • Edson Maisonnette Junior (SP)
  • Gabriel Agrelli Moreira (SP)
  • Gleiziele Ferreira Oliveira Santos (BA)
  • Jarlam Silva de Oliveira Kepe (SP)
  • Laís Matos de Queiroz (DF)
  • Leonardo Moço Ribeiro (PR)
  • Leonardo Pires Araújo (PR)
  • Mauricio Henrique Maciel (MG)
  • Renan Dantas de Brito (SP)
  • Renato Cipriani da Rosa (SP)
  • Rubens Vuolo Neto (MT)
  • Thais Borsa Das Graças (PR)
  • Thiago Aparecido Sabino (SP)
  • Tiago de Mello Felipe (SP)
  • Túlio Fernando De Souza (PB)
  • Walter Salgueiro Júnior (SP)

As disputas começam às 14h nos dias 12 e 13. A final, com os seis melhores classificados, ocorrerá no sábado (14), a partir das 15h30. O anúncio do novo campeão brasileiro, que representará o país no mundial da categoria em abril de 2024, na Specialty Coffee Expo, em Chicago (EUA), será às 19h.

“A realização do campeonato em Curitiba é um reconhecimento da maturidade do mercado local para os cafés especiais. A expectativa é que tenhamos excelentes apresentações e baristas competindo em um dos palcos mais importantes para o cenário brasileiro”, comenta Vinicius Estrela, diretor executivo da BSCA.

O evento é gratuito ao público e ocorrerá na Supernova Factory, no Batel. O espaço será aberto a partir das 10h para que os presentes possam conhecer e acompanhar as novidades das marcas presentes no espaço Coffee Factory, que trará degustações e experiências para os apreciadores de café e palestras sobre hospitalidade, cafés e suas combinações na gastronomia, além da presença de baristas campeões nos anos anteriores, que compartilharão suas experiências.

Esta edição do Campeonato Brasileiro de Brewers Cup conta com patrocínio prata da empresa Nude. Os equipamentos oficiais da competição serão fornecidos pela Bunn. Já o brew bar tem o Lucca Cafés Especiais, Pressca, Rituá Café e Pasquali Máquinas como patrocinadores. O apoio técnico será da Achega Café e o anfitrião da etapa é a Supernova Coffee. A Espresso é a mídia oficial.

Serviço
Campeonato Brasileiro de Brewers Cup
Quando: 12 a 14 de outubro de 2023
Horário: abertura do espaço e palestras às 10h. Competições começam a partir das 14h
Onde: Supernova Factory – Alameda Dr. Carlos de Carvalho, 695 – Batel – Curitiba (PR)
Ingressos gratuitos: clique aqui

TEXTO Redação • FOTO Gustavo Baxter / NITRO