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Hugo Silva, da Sabino Torrefação, é o campeão da 8ª Copa Barista

Os últimos dias foram de muito café no Pavilhão da Bienal, no Ibirapuera, com a realização da terceira edição do São Paulo Coffee Festival. O evento aconteceu entre sexta (21) e domingo (23), e contou com uma programação repleta de palestras e workshops sobre cafés especiais, do cultivo ao preparo, e outros temas que orbitam o universo das cafeterias, como cacau e leites vegetais.

Localizada no piso superior, a arena da Copa Barista foi um dos destaques do SPCF. Ali, baristas se enfrentaram em busca do primeiro lugar desta 8ª edição, e tiveram que entregar aos juízes sensoriais, em 12 minutos, suas melhores versões de filtrado no método Melitta, de espressos e de bebidas com leite, sendo avaliados, também, tecnicamente.

Depois de dois dias de classificatórias, oitavas e quartas de final, as semifinais aconteceram no domingo, assim como a disputa de terceiro e quarto lugares e a grande final. As duas chaves das semifinais foram compostas pelas baristas Elis Bambil (Punga Cafés Especiais) x Pétrea Miharu (autônoma), e Thiago Sabino x Hugo Silva (ambos da Sabino Torrefação). Dessas disputas, Elis e Hugo levaram a melhor e se classificaram para a final. Na sequência, Thiago Sabino competiu com Pétrea e levou o troféu de terceiro lugar. 

A final, realizada ao final da tarde do último dia de São Paulo Coffee Festival, foi assistida por uma arena lotada de profissionais do mercado e coffee lovers. Em um clima de entusiasmo e emoção, Hugo Silva foi o grande campeão da 8ª Copa Barista. “Fiquei muito feliz com o sucesso que obtivemos. Nosso time veio muito empenhado em dar o melhor e conseguimos um resultado muito expressivo”, comemora Silva. 

Thiago Sabino (terceiro lugar), Hugo Silva (campeão) e Elis Bambil (segundo lugar)

Para a competição, Hugo utilizou um café da variedade starmaya no espresso, cultivado na Fazenda Santuário Sul, em Carmo de Minas (MG). Já para o filtrado, a escolha do barista foi um geisha da Fazenda Guariroba, localizada no município mineiro de Campo das Vertentes.

Além do troféu, o barista levou um cheque no valor de R$ 6 mil, um cupom de R$ 500 para gastar no e-commerce da Café Store, um método Melitta Amano e brindes da Nude. “Sinto que cada vez mais o público está tendo acesso às competições e aos baristas, e isso é muito legal. Mostra que estamos no caminho certo”, comenta o campeão. “Este ano tem mais algumas competições e vamos marcar presença”, completa. 

A 8ª Copa Barista foi patrocinada pela Melitta e contou com o apoio da Café Store e da Bunn. A máquina oficial do campeonato foi a Storm, da Astoria, e o leite oficial ficou por conta da Nude.

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Agência Ophelia

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8ª Copa Barista divulga ordem dos competidores

Faltam menos de dez dias para mais uma Copa Barista. A competição acontece, novamente, durante o São Paulo Coffee Festival, nos dias 21, 22 e 23 de junho, na Bienal do Ibirapuera, na capital paulista.

Assim como nos anos anteriores, alguns competidores são selecionados como “cabeças de chave”, ou seja, não passam pela etapa classificatória, indo diretamente para as oitavas de final. A ordem dos chaveamentos foi definida por meio de sorteio. Confira os nomes:

Sexta-feira (21/6)

Classificatórias
15h30 Debora Lais Nascimento x Pétrea Miharu* – Classificatória 1
16h10 Geosvaldo Silva x Marcos Vinícius Lugue – Classificatória 2
16h50 Bruno Couto x Giovanni Dezen – Classificatória 3
17h30 Gabriel Ribeiro x Henrique Wogel – Classificatória 4

Oitavas de final
18h10 Renan Dantas x Matheus Magalhães – Oitavas 1
18h50 Marcel Ribeiro x Elis Bambil – Oitavas 2
19h30 Hugo Silva x Monique Gomes – Oitavas 3
20h10 Daniel Silva x Danilo Favero – Oitavas 4

Sábado (22/6)

Oitavas de final
11h Amanda Albuquerque x vencedora da classificatória 1 – Oitavas 5
11h40 Tiago de Mello x vencedor da classificatória 2 – Oitavas 6
12h30 Stefanie Soejima x vencedor da classificatória 3 – Oitavas 7
13h10 Thiago Sabino x vencedor da classificatória 4 – Oitavas 8

Quartas de final
15h Vencedor da oitavas 1 x vencedor da oitavas 5
15h40 Vencedor da oitavas 2 x vencedor da oitavas 6
16h20 Vencedor da oitavas 3 x vencedor da oitavas 7
17h Vencedor da oitavas 4 x vencedor da oitavas 8

Domingo (23/6)

Semifinais
11h30
12h30

Finais
15h30 Disputa de 3º e 4º lugares
16h30 Final

*A competidora Isadora Gelk, por motivos pessoais, não poderá participar da Copa Barista. Pétrea Miharu, a próxima da lista, entra para a competição em seu lugar.

TEXTO Redação • ILUSTRAÇÃO Filipe Grimaldi

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Brasiliense Pedro dos Anjos vence Campeonato Brasileiro de Torra

Mestre de torra da Mokado Cafés, na capital federal, venceu 23 competidores e segue para o mundial na Dinamarca, em junho 

Pedro dos Anjos, da Mokado Cafés, vencedor do Campeonato Brasileiro de Torra 2024

“Sagrar-se campeão do Campeonato Brasileiro de Torra é ter a grata surpresa de ser reconhecido”. São as palavras à Espresso ditas por Pedro dos Anjos, da Mokado Cafés, de Brasília (DF), vencedor da competição realizada pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em Belo Horizonte (MG), entre 17 e 19 de maio, na sede da Atilla Torradores, patrocinadora do evento. 

O mestre de torra desbancou outros 23 competidores de diferentes regiões do Brasil, e teve, diante dos juízes, o melhor desempenho sensorial e técnico de acordo com o seu plano de torra – objetivo da disputa. “O campeonato é estruturado de forma extremamente técnica”, explica dos Anjos, que destaca os vários níveis de desempenho do competidor avaliados pelos juízes. “É uma verdadeira maratona, que replica muito bem a vida de uma torrefação, focada, principalmente, no relacionamento entre o mestre de torra e os produtores”, analisa ele.

O pódio ficou completo com Reginaldo Gomes, da Lenêz Cafés de Especialidade, de Uberaba (MG), em segundo lugar, e com Tiago de Mello, do Pato Rei, de São Paulo (SP), em terceiro.

Agora, o campeão tem um novo desafio logo à frente: representar o Brasil no Campeonato Mundial de Torra que acontece mês que vem, de 27 a 29, na World of Coffee Copenhagen, na Dinamarca. 

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Fabrício Mendes/Atilla

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Campeonato Brasileiro de Torra já tem lista de competidores

O Campeonato Brasileiro de Torra já tem data, local e competidores definidos: de 17 a 19 de maio, na sede da Atilla Torradores, em Belo Horizonte (MG), com 24 participantes. Em poucos dias, os nomes listados abaixo vão torrar cafés e serão avaliados por juízes em quesitos como sensorial e performance do grão a partir do plano de torra entregue por cada um. 

  • Daniel de Paula Fernandes Pereira
  • Oscar Dutra Rocha
  • Johann Schelck Emmerich
  • Gabriel Heinerici
  • Pedro Henrique Figueiredo dos Anjos
  • Donieverson dos Santos
  • Eduardo Santos
  • Orlando Luis Salvatti
  • Tiago de Mello
  • Felipe Monteiro Bonato
  • Aldair Maciel de Oliveira
  • Raul Felipe Paulino de Souza
  • Ivan Carlos de Santana
  • Luan Santos Vital
  • Paulo Gabriel Maciel da Silva
  • Túlio Fernando de Souza
  • Jack Robson Silva
  • Matheus Luis Filagrana
  • Reginaldo Gonçalves Gomes
  • Guilherme Carvalhaes Heinerici
  • Vinícius de Lima Goulart
  • Mattheus Narcizo dos Santos
  • Alexandre Zambon Bergamim
  • Thiago de Oliveira Sidney Viana Dias

O campeonato é produzido pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e promovido pela Apex-Brasil. A Espresso é a mídia oficial. Fique de olho no nosso Instagram para conferir os detalhes da competição.

TEXTO Redação

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Conheça os 20 competidores da 8ª Copa Barista

A Copa Barista chega em sua oitava edição! Os 20 primeiros inscritos nas disputadas vagas seguem abaixo. A competição acontece durante o São Paulo Coffee Festival, de 21 a 23 de junho, na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo. Prepare a sua torcida:

  • Amanda Albuquerque (autônoma)
  • Bruno Couto (autônomo)
  • Daniel Alves (Oitenta Café)
  • Danilo Favero (Fazenda 7 Senhoras Specialty Coffee)
  • Debora Lais Nascimento (Coffee Story)
  • Elis Bambil (Punga Cafés Especiais)
  • Gabriel Ribeiro (Studio Grão)
  • Geosvaldo Oliveira (O Jardim Café e Brunch)
  • Giovanni Dezen (By Kim Confeitaria)
  • Henrique Wogel (Manana Cafés)
  • Hugo Silva (Sabino Torrefação) 
  • Isadora Gelk (Coffee Story)
  • Marcel Ribeiro (Lá do Café)
  • Marcos Vinicius Lugue (Raus Café)
  • Matheus Magalhães (Vilarez Empório do Café)
  • Monique Adriana Gomes (Wolff Café)
  • Renan Dantas (Oficina do Barista)
  • Stefanie Soejima (Café das Coisinhas)
  • Thiago Sabino (Sabino Torrefação)
  • Tiago de Mello (Pato Rei)

Em breve será divulgada, aqui no site da Espresso, a ordem das chaves. 

Serviço
8ª Copa Barista
Quando: 21 a 23 de junho
Onde: São Paulo Coffee Festival – Bienal do Ibirapuera, São Paulo (SP)
Informações: www.instagram.com/saopaulocoffeefestival

TEXTO Redação • FOTO Agência Ophelia

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Inscrições abertas para a 8ª Copa Barista!

Inscrições abertas para a 8ª edição da Copa Barista! Clique aqui para preencher o formulário de participação. Os 20 primeiros serão selecionados para a competição.

Caso você esteja entre os 20, a organização entrará em contato na segunda-feira (6 de maio) para que realize o pagamento de R$ 110 até a data limite. Para acessar o regulamento da edição, clique aqui.

A Copa Barista acontecerá durante o São Paulo Coffee Festival, de 21 a 23 de junho, na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo (SP).

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Inscrições para a 8ª Copa Barista abrem no dia 3 de maio

A Copa Barista está chegando! As inscrições para a 8ª edição abrem às 10h do dia 3 de maio e as vagas são limitadas aos primeiros 20 inscritos. O formulário será divulgado no site da Espresso e no nosso Instagram (@revistaespresso). O regulamento já está disponível aqui.

A competição acontece durante a programação do São Paulo Coffee Festival, evento que celebra a cena de cafés especiais na capital paulista de 21 2 a3 de junho, na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo (SP). 

Como funciona a disputa

A prova conta com as etapas classificatórias, oitavas de final, quartas de final, semifinais, disputa de terceiro e quarto lugares e a final. Divididos em chaves, por meio de sorteio, os baristas têm 12 minutos para apresentar aos juízes sensoriais dois cappuccinos, dois espressos e dois cafés filtrados no coador Melitta, patrocinadora da Copa Barista.

Dois juízes sensoriais provam os três estilos de bebida, e dão notas individualizadas para cada uma delas. Uma nota única é dada pelo juiz técnico da estação do barista concorrente. Ao final da apresentação, os juízes sensoriais escolhem a melhor bebida de cada estilo.

Premiação

O barista vencedor leva para casa R$ 6 mil como prêmio e um cupom de R$ 500 em vale-compras no e-commerce Café Store. O segundo lugar ganha R$ 3 mil e um cupom de R$ 400. Para o terceiro colocado, são  R$ 1 mil e um cupom de R$ 300.

TEXTO Redação • FOTO Agência Ophelia

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Daniel Vaz defende o Brasil no Campeonato Mundial de Barista: “O café me levou pro outro lado do mundo”

Foto: Agência Ophelia

“O café me levou para o outro lado do mundo”, escreveu o carioca Daniel Vaz em sua rede social, enquanto se prepara para defender o Brasil no Campeonato Mundial de Barista, entre 1º e 4 de maio. A competição, que acontece durante o evento World of Coffee, em Busan, na Coreia do Sul, é a mais aguardada do ano entre os profissionais da área. “Vamos buscar o título, deixá-lo em casa”, afirma o barista, proprietário da Five Roasters (RJ), referindo-se à vitória do brasileiro Boram Um na última edição do mundial.

Agora, Vaz tem nas mãos a mesma missão de Um, depois de ganhar o Campeonato Brasileiro de Barista, em novembro do ano passado. Em entrevista à Espresso, ele conta brevemente a nova experiência e os desafios que vem enfrentando para melhorar a cada dia. 

Espresso: Como tem sido sua trajetória profissional até agora? 

Daniel: Eu trabalho com café há cinco anos e há quatro anos tenho a Five Roasters, meu primeiro filho no café e uma paixão. Acho que esse foi o maior desafio, abrir uma torrefação e consolidá-la. 

E: Para você, o que significa ser o campeão brasileiro de barista?

D: É uma responsabilidade muito grande, e tenho refletido muito sobre campeonatos neste último ano. Acho que a gente não pode pensar em participar de um campeonato para ganhar o brasileiro. Temos que pensar o que vamos fazer no campeonato mundial.

E: Como se tornar campeão brasileiro impactou sua vida profissional?

D: Acho que ter um título de campeão brasileiro é mais uma chancela, um reconhecimento de um profissional que se destacou naquilo que  se propôs a fazer. 

Pódio do Campeonato Brasileiro de Barista, da esquerda para a direita: Marcondes Trindade (2º colocado), Daniel Vaz (campeão) e Juliana Morgado (3ª colocada) – Foto: NITRO

E: Como você está se preparando para o Mundial?

D: O maior desafio de se preparar para um campeonato mundial é saber que vai competir com os melhores do mundo. É um nível altíssimo. Desde o início,  minha primeira decisão foi usar um café brasileiro, mas a época do campeonato dificultou muito isso, porque a gente estava entre safras. Mas consegui achar um café que me deixou muito feliz para competir, que é um grão do produtor Vavá [Waldemar Ferreira de Paula Neto], da Fazenda Vista do Brigadeiro, nas Matas de Minas. É o café de maior altitude no Brasil [a fazenda situa-se em uma altitude média de 1530 m]. E a gente conseguiu fazer o processo juntos. Para mim, isso foi muito importante e um dos maiores desafios para a preparação para o campeonato. 

E: Quais são suas expectativas em relação ao Mundial?

D: São altíssimas. Muito treino, muita dedicação. E competir com um café brasileiro em que eu acredito, principalmente. E vamos buscar o título, deixá-lo em casa.

E: Quais são seus planos para o futuro? Pretende competir novamente?

D: Sim, com certeza pretendo continuar competindo. Estou só há um ano competindo, é tudo muito recente. Temos coisas a conquistar ainda! 

TEXTO Gabriela Kaneto

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Dionatan Almeida é o primeiro brasileiro a conquistar o título mundial de prova de cafés

Pela primeira vez, o Brasil vence o Campeonato Mundial de Cup Tasters. A vitória inédita veio com o mineiro Dionatan Almeida, provador das Fazendas Caxambu e Aracaçu, de Três Pontas, que bateu 16 profissionais após acertar todas as amostras diferentes, em oito trios, em tempo recorde de 2 minutos e 19 segundos, segundo a BSCA. “É até difícil falar sobre a felicidade de ter conseguido ser campeão mundial na categoria que faz parte da minha vida profissional, que é a prova de café”. Assista a final aqui.

A competição aconteceu nos últimos três dias (12 a 14/4), durante a Specialty Coffee Expo, em Chicago (EUA). No domingo, Dionatan disputou a final com Aurore Ceretta, da Alemanha, que ficou em segundo lugar; Han Jong Lee, da Nova Zelândia, terceiro colocado; e Jonathan Rangel, da Guatemala, que finalizou na quarta posição.

Da esquerda para a direita: Dionatan Almeida, Aurore Ceretta, Han Jong Lee e Jonathan Rangel

Em entrevista à Espresso, o mineiro contou que, desde sua vitória no Campeonato Brasileiro, em setembro passado, a rotina de treinos vinha sendo diária. Com apoio do provador brasileiro Jack Robson e da equipe das fazendas em que trabalha, realizava rodadas de provas que variavam cafés, concentrações e níveis de dificuldade. 

Essa dedicação fez com que o desempenho de Dionatan fosse bonito do começo ao fim, não apenas trazendo o título desta categoria para o Brasil pela primeira vez, mas também apresentando excelentes tempos: na semifinal, o provador brasileiro acertou 100% das amostras em 2 minutos e 9 segundos! 

“Sou muito grato a Deus por ter vivido isso e por ter trazido esse troféu inédito para o Brasil. Isso mostra o quanto o Brasil tem grandes profissionais na área de classificação e degustação, e em todos os outros setores do café. Sou extremamente grato a todo mundo que torceu e acreditou em mim e espero que todo mundo tenha se sentido representado. É uma sensação única ter vivido isso. Estou muito feliz”, comemora Dionatan.

Também rolou em Chicago

A Specialty Coffee Expo também foi palco do Campeonato Mundial de Brewers, que contou com 39 baristas na busca pelo melhor café filtrado do mundo. O campeão brasileiro Rubens Vuolo, da cafeteria Amado Grão, de Cuiabá (MT), ficou em 17º lugar. “Acredito que a gente sempre se torna um profissional melhor a cada competição. Foi muito emocionante poder falar e dividir, com toda a cadeia do café, o que eu acredito que seja positivo, que é a nossa comunicação com o consumidor final, e poder levar também um blend que continha café brasileiro. Fiquei muito contente com tudo e espero que a gente sempre coloque o Brasil no topo”, comenta o barista à Espresso. Assista a apresentação de Rubens aqui.

O campeão da categoria foi Martin Wolfl, da Áustria, seguido por Wataru Iidaka, do Japão, em segundo lugar, e Ryan Wibawa, da Indonésia, que ficou na terceira posição.

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

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Quem é Rubens Vuolo, que disputa o título de melhor café filtrado do mundo

Foto: BSCA

“Acredito que uma linguagem mais simples pode trazer cada vez mais público para o café especial e desenvolver toda a nossa cadeia”. Esse é o propósito de Rubens Vuolo, da cafeteria Amado Grão, em Cuiabá (MT), brasileiro a disputar o Campeonato Mundial de Brewers, que acontece durante a Specialty Coffee Expo, em Chicago (EUA), de 12 a 14 de abril.

Ao lado de campeões de outros 38 países que concorrem ao título de melhor café filtrado do mundo, Vuolo, hoje com 31 anos e que há três anos largou uma promissora carreira de advogado para tornar-se barista, já está se preparando na maior cidade de Illinois para representar o Brasil. Na entrevista para a Espresso, o campeão nacional conta sua trajetória no café, reflete sobre os impactos da vitória no Campeonato Brasileiro em sua vida profissional e comenta suas expectativas para o Mundial.

Espresso: Há quanto tempo você trabalha com café? Conte um pouco sobre a sua jornada até aqui.

Rubens: Minha jornada no café é bem recente, tudo aconteceu bem rápido. Eu era servidor público, fui advogado, e fiz essa troca pois me encantei com o universo do café. Eu nem tomava café, porque a referência que eu tinha dele era péssima, de algo desagradável. E, à medida que minha mãe veio com o projeto de montar uma cafeteria, ela começou a estudar e descobriu o café especial. Ela compartilhou isso comigo e eu me encantei.

Então, desde o início, não era só uma bebida que dava energia, mas, sim, para saborear e entender sua complexidade. No começo foi um hobby, uma paixão compartilhada com a minha mãe. Ela iniciou o projeto da Amado Grão [em 2018] e, no começo, eu a ajudava nos finais de semana, meus dias de folga. Mas dois anos depois, pedi exoneração do meu trabalho, que era ser assessor de desembargador no Tribunal de Justiça, para virar barista, que era minha grande paixão e o que eu queria fazer na vida. 

Como estava saindo de um emprego estável, eu queria fazer algo que realmente fosse diferente, que tivesse um propósito e me motivasse. Por isso, fui estudar e fazer cursos, pegar referências e tentar aprender, e acredito que isso fez com que a caminhada fosse acelerada. 

Em 2021, ganhei o prêmio Torrefação do Ano, da Atilla, representando a torrefação Amado Grão. No ano seguinte, meu professor, amigo e coach Garam Um, quando veio ao Mato Grosso, me incentivou a competir no Brewers. No primeiro ano fui o terceiro colocado e, agora, o campeão.

Foto: Arquivo pessoal

E: Como você se sentiu ao ganhar o título de Campeão Brasileiro de Brewers?

R: Foi uma alegria sem tamanho. Em primeiro lugar, porque entendo a dimensão disso tudo, principalmente para alguém que vive fora dos grandes centros. É muito representativo ter alguém do centro-oeste, do Mato Grosso, de Cuiabá – que são lugares desconhecidos para o público – para mostrar que nosso país é gigantesco e que podemos desenvolver bons trabalhos em todos os cantos do Brasil. Pessoalmente, também foi incrível legitimar todo o esforço, trabalho e dedicação, e significativo, porque mudei de profissão pela paixão que tenho e porque, realmente, queria ter um trabalho com propósito, voltado a tudo que acredito. 

Queria fazer algo significativo na minha vida. Quando ganhei, passou um filme na minha cabeça e o feedback dos juízes era justamente validando tudo aquilo que sempre acreditei, que é atender bem as pessoas, ser gentil, respeitoso, me comunicar, passar mensagens. E os juízes me relataram que eu tinha passado exatamente isso. Foi como uma mensagem de apoio, de “você está no caminho certo”. Isso faz nossa vida ter muito mais propósito. 

E: Quais responsabilidades você acha que o campeão brasileiro de café filtrado tem?

R: Acho que a responsabilidade é muito grande, porque até tempos atrás me explicaram sobre a competição e me falaram que o campeão não era simplesmente o vencedor, era alguém que seria escolhido para ser o embaixador do café e que, principalmente, mostraria o que nós queremos ver na nossa profissão. 

Por isso, minha apresentação voltou-se para dar uma mensagem que eu realmente gostaria que meus colegas baristas observassem, que é a comunicação, a forma como atendemos nosso cliente e o quanto isso pode agregar para o cenário de maneira geral. Acredito, realmente, que uma linguagem mais simples pode trazer cada vez mais público para o café especial e desenvolver toda a nossa cadeia.

E: Como ganhar o título de campeão brasileiro impactou sua vida profissional?

R: Ele vem para legitimar todo o trabalho que já estamos executando. Muitas vezes, as pessoas falavam que fazemos um trabalho legal na Amado Grão e ponto. No momento em que a gente se coloca à prova no cenário nacional, com os melhores baristas da atualidade, e consegue ter destaque, isso mostra que nosso esforço é, sim, muito grande e que estamos fazendo um trabalho legal, mesmo em uma região diferente. 

Pódio do Campeonato Brasileiro de Brewers realizado em outubro de 2023, na cidade de Curitiba (PR). Da esquerda para a direita: Tiago de Mello (terceiro lugar), Rubens Vuolo (campeão) e Daniel Vaz (segundo lugar). Foto: Gabriela Kaneto

E: Como você está se preparando, já em Chicago? 

R: O primeiro obstáculo foi a língua, ainda mais querendo falar de comunicação. Meu inglês era realmente muito fraco. Então, antes da competição, vendo a possibilidade de ganhar, fiz aulas particulares cinco vezes por semana, um treinamento bem intenso para me comunicar melhor na língua inglesa. 

Além disso, comecei a me preparar em Cuiabá, treinando bastante para as etapas e dividindo minha rotina de trabalho com o treinamento. Chegava mais cedo, treinava antes de começar o expediente ou no fim do dia, sempre conciliando. 

Depois, fiquei dez dias em São Paulo junto dos meus treinadores, Danilo Lodi e Garam Um, treinando intensivamente todos os dias, de manhã até de noite. Já estou em Chicago para mais dias de treinamento. Dedicação completa. 

E: Quais são as suas expectativas para o Campeonato Mundial?

R: Minha maior expectativa é representar bem o meu país. Quero que os baristas brasileiros se sintam representados. Essa é minha missão principal. Que eles possam assistir à apresentação e sentir que têm um pouco deles ali. Quero fazer tudo que treinei, entregar tudo que foi preparado. A colocação, depois, é só uma consequência. Pretendo fazer uma belíssima apresentação. Mas, lógico, a intenção maior é colocar o Brasil de novo entre os finalistas.

E: Quais são seus planos para o futuro? Pretende competir novamente?

R: Tento dar um passo de cada vez, visualizar as oportunidades que vão surgindo, mas acho que ainda tenho lenha para queimar. Sou um cara muito competitivo, comecei há pouco tempo no café. Acho que dá para competir por alguns anos, talvez em outras categorias, talvez me mantendo no Brewers. É algo que estou tentando não pensar. Vou deixar para as cenas dos próximos capítulos. 

TEXTO Gabriela Kaneto