Cadeia organizada e proximidade entre seus agentes ajudam a promover boas práticas agrícolas e maior remuneração ao produtor
Atualizada em 18/11/2024, às 14h54
A sustentabilidade na cafeicultura brasileira não é um quadro monocromático. Produtores nacionais estão desenhando o caminho das boas práticas socioambientais, num mosaico de ações de âmbito local e internacional e que sublinham desde iniciativas pessoais até programas públicos, pincelados por projetos que envolvem cooperativas e associações. Há, porém, traços que borram essa tela: não há mensuração precisa de cafés provenientes dessas práticas. As certificadoras não abrem o número exato de cafezais certificados e a rastreabilidade tornou-se um desafio.
Mesmo assim, o Brasil é hoje referência mundial da cafeicultura sustentável. Tal posicionamento é reforçado em termos de escala. “A Costa Rica tem um trabalho interessante, mas numa proporção muito menor, pois exporta menos de 1 milhão de sacas”, diz a brasileira Vanusia Nogueira, diretora-executiva da Organização Internacional do Café (OIC). De fato, os números da cafeicultura nacional são superlativos. Maior produtor do mundo, no ano passado o país colheu 55 milhões de sacas, exportou 39,2 milhões delas e consumiu 21,7 milhões. “Muito da produção nacional fica no país. Não é brincadeira não, o que o Brasil destina ao mercado doméstico já é quase o que produz o Vietnã”, explica Vanusia, referindo-se ao país que é o segundo maior produtor do mundo.
A sustentabilidade econômica que esses números geram tem pinceladas de todos os lados. Nos cenários estadual e federal, as iniciativas voltadas à sustentabilidade são múltiplas (veja em “para saber mais”, ao final da reportagem), como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que dá auxílio financeiro e suporte técnico aos cafeicultores.
Com uma cadeia muito bem estruturada, o setor cafeeiro tem representações em todos os elos e bom entrosamento entre as esferas pública, privada e terceiro setor. “A gente tem uma política relevante, um centro de pesquisa extremamente importante e temos conseguido aumentar o volume de recursos para a pesquisa no Brasil”, analisa Vanusia, que destaca as ações do Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira), que destinou R$ 400 milhões para estudos na última década (dados do Conselho Nacional do Café – CNC). “Ainda é pouco, mas temos alcançado resultados muito interessantes”, acrescenta.
Um deles é o aumento da produtividade no café, que, dos anos 1990 para cá, avançou 400% enquanto a área de plantio reduziu 55%, segundo o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). O trabalho de várias instituições científicas, como Embrapa e IAC (Instituto Agronômico de Campinas) – que pesquisaram variedades mais produtivas, por exemplo – além do de associações, cooperativas e acesso ao crédito fizeram com que o Brasil saltasse de uma produtividade média de oito sacas por hectare para 30 sacas nos últimos anos.
Segundo o IBGE, há 265 mil estabelecimentos rurais com café em território nacional – 70% deles com área abaixo de 20 hectares e 78% de agricultura familiar. Por isso, ter programas para disseminar sustentabilidade e contar com a proximidade de agentes da cadeia (cooperativas, torrefadoras, tradings e órgãos estaduais de assistência técnica) faz toda a diferença para os pequenos cafeicultores e reflete no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Em Minas, municípios com mais de 20 mil hectares de café têm IDH de 0,730, maior que a média de todos os municípios do estado (de 0,682).
Cafezal da Sancoffee, vencedora do 2024 Sustainability Award, da SCA
Sustentabilidade premiada
O cooperativismo faz diferença na difusão do conhecimento. “A profissionalização das cooperativas faz o Brasil estar no universo do ESG num nível de governança diferenciado, que não vemos em outros países”, explica a diretora da OIC. De fato, das 1.185 cooperativas do agro no país, 110 atuam no café (os dados são do Anuário do Cooperativismo do Sistema da Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB).
Um bom exemplo é a Sancoffee, cooperativa de Campo das Vertentes (MG), que congrega 17 municípios. Fundada em 2000 por vinte produtores para agregar valor ao café e exportá-lo diretamente, viu-se num dilema em 2013, com demanda maior do que sua capacidade. Abrir capital ou aumentar o número de cooperados não era uma opção. A solução veio do próprio potencial da região. “Fizemos parcerias para criar governança para centenas de pequenos produtores, fomentar o associativismo e gerar treinamentos”, diz Fabrício Andrade, CEO da cooperativa. Assim nasceu o projeto Além das Fronteiras, cujo impacto aumenta ano após ano. Os 57 produtores iniciais e a exportação de 200 sacas transformaram-se, em 2023, em nove associações, 350 cafeicultores e mais de 11 mil sacas – o equivalente a quase 20% dos cafés exportados pela Sancoffee. Em termos de agregação de valor, isso equivale a um ágio (valor líquido) próximo de 28% quando comparado ao commodity.
Menina dos olhos da Sancoffee, o Além das Fronteiras traz a essência do que é preciso para construir sustentabilidade. “Temos que atrair pessoas para trabalhar e enxergar o café como ferramenta de prosperidade da região”, acredita Andrade. No ano passado, a cooperativa faturou R$ 170 milhões. “Temos um arcabouço estrutural no nosso modelo de negócio que acredita ser possível fazer a diferença por meio do café, ter uma vida bacana e atrair novas gerações, tanto de produtores quanto de trabalhadores”, resume.
A cooperativa já colhe frutos. “Por causa do uso de tecnologias e acesso ao mercado, temos visto jovens, filhos de pequenos produtores, que tinham feito faculdade e estavam trabalhando em outros lugares, retornar ao campo para ajudar os pais”, diz. Não por acaso, a Sancoffee venceu o 2024 Sustainability Award (categoria For-Profit), um dos principais prêmios de sustentabilidade do mundo, concedido pela Specialty Coffee Association (SCA).
Entrelinhas
Outro destaque na premiação foi a Fazenda Três Meninas, em Monte Carmelo (MG), que ficou entre os seis finalistas na mesma categoria. Referência em cafeicultura regenerativa, a propriedade de Paula Curiacos e Marcelo Urtado tem parcerias com universidades e atrai visitantes do mundo inteiro. O interesse é conhecer as práticas de agricultura climaticamente inteligente da fazenda, que resultaram num balanço negativo de carbono (- 5,16 toneladas por hectare/ano) e nas certificações do Imaflora (Preferred By Nature, Carbon on Track), da Rainforest Alliance e da Regenagri.
Pequena para os padrões do Cerrado Mineiro, a Fazenda Três Meninas tem 40 hectares de cafezais e é a prova de que a sustentabilidade não se restringe aos grandes produtores. Desde que compraram a propriedade em 2016, o casal começou um trabalho minucioso (confira os detalhes no box 2) para reconfigurar a maneira de produzir o grão.
As entrelinhas do cafezal ganharam o plantio de forrageiras, que mantêm o solo sempre coberto. Quando roçadas, estas plantas transformam-se em adubo verde, que diminui a demanda de fertilizantes nitrogenados, os grandes vilões das emissões dos Gases do Efeito Estufa (GEE). Esse manejo também eliminou o uso de defensivos químicos e resultou na certificação SAT, de produção sem agrotóxicos, emitida pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) por meio do Certifica Minas.
Recentemente, sob a orientação da academia, a Três Meninas implantou as “linhas de biodiversidade”. Elas nada mais são que florestas lineares – ruas de árvores e arbustos a cada 40 metros ou 11 ruas de café, que possibilitam a mecanização. “A biodiversidade é a base de uma agricultura equilibrada, porque nela é difícil uma praga se destacar”, ensina Urtado, que é engenheiro agrônomo, citando um dos benefícios dessa prática. O ideal é manter 30% de sombreamento. “Mas plantamos uma quantidade maior”, diz ele, que suprimiu 9% do cafezal para implantar as linhas. Nelas, ele também instalou um meliponário de abelhas nativas, já que a presença destes insetos pode aumentar a produtividade de 20% a 30%.
Linhas de biodiversidade nos cafezais da Fazenda Três Meninas
Quando as árvores estiverem adultas – e, se necessário –, algumas podem ser retiradas. Urtado não se preocupa com a perda. “Prefiro pensar que estamos garantindo a produção de 91% [dos pés de café]”. Segundo ele, estudos apontam que, com uma arborização adequada, mais do que manter, é possível aumentar a produtividade. Na Três Meninas, ela é de 54 sacas por hectare em média.
Na dianteira
Sim, a Fazenda Três Meninas faz muito além do habitual, mas, quando se trata dos aspectos socioambientais, o Brasil está numa posição de vanguarda. Todas as propriedades cafeeiras precisam seguir a Constituição Federal, que tem regras claras definidas pelo Código Florestal e pela Consolidação das Leis Trabalhistas. Este aparato legal é mandatório e tem um nível de exigência superior a vários países produtores.
Além disso, o setor cafeeiro tem se unido em ações pré-competitivas – aquelas em que empresas concorrentes trabalham juntas em pontos que preocupam a todos. Atendendo a demandas da cadeia cafeeira, a Plataforma Global do Café (GCP, na sigla em inglês) coordena duas delas (e que são prioritárias), como o “uso responsável de agroquímicos” e “trabalho e bem-estar na cafeicultura”. No primeiro caso, um dos vários ensinamentos oferecidos aos produtores pela Plataforma – associação internacional com mais de 40 membros no Brasil – é identificar e monitorar pragas e doenças para a tomada de decisão. “Se o ataque de broca for inferior a 5%, não causa prejuízo e não é preciso pulverizar”, detalha Eduardo Matavelli, consultor técnico da GCP. Quanto à iniciativa social, a plataforma esclarece sobre questões trabalhistas, saúde, segurança, remuneração e frentes de trabalho no campo.
Mas, afinal, por que o café do Brasil se destaca pela sustentabilidade? Um dos motivos é o ambiente institucional organizado, que permite ao produtor receber quase a totalidade do preço FOB do café exportado. “Os índices são 84,5% no arábica e 93% no conilon”, contabiliza Marcos Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
O único país produtor com um índice similar é o Vietnã, com uma transferência de 90%. “Nos outros países, a porcentagem varia entre 40% e 50%”, detalha Matos. A Etiópia, por exemplo, é conhecida por ter muitos atravessadores. Segundo Vanusia, as autoridades etíopes estão tentando mudar a sistemática para um modelo de compra mais direta. “Aquelas [cooperativas] que estão aplicando o novo modelo dizem que estão transferindo para os produtores os mesmos níveis de Brasil e Vietnã”, diz a diretora da OIC.
Vanusia Nogueira, diretora-executiva da Organização Internacional do Café
Números incertos
A quantidade de cafés sustentáveis produzida em território nacional, porém, ainda é incerta. Segundo o Cecafé, 18,6% dos grãos exportados no ano safra 23/24 enquadram-se no segmento de cafés diferenciados, que agregam valor por qualidade e/ou sustentabilidade (certificações). “Mas este número não necessariamente representa a realidade, porque este campo de preenchimento na certificação de origem da OIC é voluntário”, comenta Matos. E, embora as fazendas de café brasileiras adotem várias certificações (Rainforest, FairTrade, IBD, 4C), falta transparência por parte das certificadoras quanto ao número de propriedades e área de cafezais auditados no país.
Uma tendência é a criação de programas próprios de sustentabilidade pelas cooperativas e exportadores, como o Guaxupé Planet e o GMT Green. Elaborados, respectivamente, pela Exportadora de Café Guaxupé e pelo Grupo Montesanto Tavares, ambos seguem o processo denominado “mecanismo de equivalência” da GCP. Esse processo avalia se o programa está de acordo com um Código de Sustentabilidade, linguagem global de alinhamento da sustentabilidade no café desenvolvido pela plataforma. Nele, há pontos críticos que devem ser seguidos pelos cafeicultores. “Um deles é ter um programa de melhoria contínua, uma análise de riscos das propriedades e as ações para remediar riscos identificados, gerando melhores condições de vida ao produtor e beneficiando toda a cadeia”, explica Matavelli.
Na ponta final dela, não há dúvidas de que o consumidor olha cada dia mais para aspectos socioambientais ao decidir o que comprar. Prova disso é o relatório de Compras de Cafés Sustentáveis, recém-divulgado pela GCP. No ano passado, nove grandes torrefadoras e varejistas (JDE Peet’s, Julius Meinl, Melitta, Keurig Dr Pepper, Nestlé, Supracafé, Taylors, Tesco e Westrock) adquiriram 31,4 milhões de sacas de café de 39 países, sendo mais de 23 milhões delas, de grãos sustentáveis. O volume de cafés sustentáveis que representava 35% em 2019 passou para 74% em 2023.
À frente desse mosaico de sustentabilidade que é a cafeicultura brasileira está o desafio de se adequar ao EUDR (confira box 3), o Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento, e de continuar o enfrentamento das mudanças climáticas. A cada seis safras, aponta o Cecafé, o Brasil perde uma por questões climáticas. Isso exige, cada vez mais, esforços conjuntos da cadeia para aprimorar as práticas de agricultura regenerativa e desenvolver novas cultivares resistentes ao estresse hídrico, para minimizar o impacto do aumento da temperatura global na produção cafeeira.
Rastreabilidade que desafia
No final de abril, em Bruxelas, o Brasil apresentou a autoridades do bloco europeu a Plataforma de Monitoramento Socioambiental Cafés do Brasil, desenvolvida pela Serasa Experian em parceria com o Cecafé. A ferramenta de rastreabilidade utiliza mais de 200 bancos de dados disponíveis para fazer o monitoramento socioambiental dos cafeicultores – incluindo a geolocalização de propriedades cafeeiras do Cadastro Ambiental Rural (CAR), registro público obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de compor um banco de dados de informações ambientais de propriedades para controle, monitoramento e combate ao desmatamento.
Todas as legislações do Brasil, programas do governo de sustentabilidade na agricultura e ações e programas de sustentabilidade dos membros do Cecafé e de cooperativas e empresas nacionais e globais são reunidas numa pirâmide, cuja checagem por 24 horas é feita pela plataforma. “Costumo dizer que 40 milhões de cafés que a gente exporta são sustentáveis”, acredita Matos.
Mas, então, qual é o receio do Brasil? A União Europeia exige rastreabilidade – a geolocalização dos produtos importados –, o que demanda uma força-tarefa nacional para fazer dois mapas desse tipo do parque cafeeiro: o de 31 de dezembro de 2020, data de corte do EUDR, e o atual. Sem isso, o Brasil terá que usar o que a Europa fornece, o mapa JRC (Joint Research Center), que avalia a cobertura florestal no mundo todo. “Por ser global, essa escala fica prejudicada e o mapa indica desmatamento em áreas de café consolidadas há mais de duas décadas”, problematiza Matos. É por isso que o Brasil e outros países produtores solicitaram às autoridades europeias a flexibilização da EUDR.
Para saber mais:
Agenda ESG
No contexto federal, há várias ações na Agenda ESG (sigla em inglês para melhores práticas ambientais, sociais e de governança). Além do Pronaf, outra iniciativa que merece destaque é a do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que, só em 2023, capacitou 12,942 mil pessoas em 1,187 mil cursos presenciais sobre cafeicultura. A entidade também conta com um curso de ensino à distância (EAD) de sustentabilidade na produção cafeeira. São 5.421 matriculados desde o lançamento da plataforma Senar Play, em 2021.
E não para por aí. Há o programa Certifica Minas Café (MG), por exemplo, que orienta, em nível estadual, os cafeicultores sobre as boas práticas agrícolas reconhecidas internacionalmente e que já auditou e concedeu o selo para mil propriedades. Outro exemplo é a Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais), cujo foco em gestão e boas práticas agronômicas atende, em média, 40 mil cafeicultores mineiros por ano. Já o governo do Espírito Santo lançou, no ano passado, o Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura Capixaba, que vai aportar R$ 5,45 milhões em ações de extensão rural para alcançar 8 mil produtores até 2026.
Biodiversidade na Três Meninas (MG)
O pontapé inicial rumo à sustentabilidade foi o plantio das forrageiras, cuja escolha depende da estação do ano e da finalidade desejada. O trigo mourisco, por exemplo, atrai os inimigos naturais de pragas do cafezal, como bicho-mineiro e broca-do-café. Quanto ao milheto, ele reduz os nematóides (vermes do solo que derrubam a produtividade), enquanto o nabo forrageiro descompacta o solo com suas raízes grossas, ajudando a infiltração da água.
Já a arborização de um cafezal atenua os ventos, diminui a transmissão de doenças e cria um microclima propício para a produção cafeeira. Seguindo os ensinamentos da agricultura regenerativa, Urtado e Paula plantaram diversas espécies de árvores e arbustos. Ingá, erva baleeira, fedegosinho e fedegosão atraem inimigos naturais das pragas do café. A guapuruvu fixa nitrogênio e descontamina o solo, enquanto o jequitibá-rosa é uma espécie madeireira.
A EUDR
O Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR) – que proíbe a importação de produtos (entre eles, o café) provenientes de áreas desmatadas a partir de 31 de dezembro 2020 – está dependendo da votação (que será em 17 de dezembro) dos órgãos regulatórios da União Europeia sobre um pacote de emendas, que irá definir se a lei entrará em vigor no final deste ano ou se será postergada. A União Europeia já publicou o guia de implementação (guidance), que orienta os países produtores sobre as medidas a serem adotadas. “Alguns pontos foram um pouco mais esclarecidos, outros seguem nebulosos, como a classificação de risco, que vai dizer qual país será de baixo, médio ou alto risco. A gente trabalha com a regionalização do risco, para que o problema da Amazônia não afete o nosso negócio”, diz Matos.
Números superlativos do café no Brasil
- 55 milhões de sacas colhidas (Conab)
- 39,2 milhões de sacas exportadas (Cecafé)
- 21,7 milhões de sacas consumidas no mercado interno (Abic)
- R$ 400 milhões destinados à pesquisa cafeeira pelo Funcafé na última década
Representantes da cadeia cafeeira
- do setor produtivo: CNC (Conselho Nacional do Café)
- dos produtores: CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária)
- dos exportadores: Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil)
- das cooperativas: OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras)
TEXTO Lívia Andrade • FOTO Divulgação