Personagens do Café

Quantas histórias podem ser contadas em 18 anos? Em comemoração ao aniversário da Espresso, a matéria de capa da edição #72 destaca alguns personagens que, assim como nós, tiveram suas trajetórias de vida marcadas pelo café. Mas os relatos vão muito além das páginas impressas. Por isso, dedicamos este espaço para contar outros depoimentos de pessoas que vivem pelo e para o café. Produtores, torrefadores, pesquisadores, consumidores… Se você também tem uma história marcada por este fruto que nos conecta, conte pra gente!

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Robson Góis: “O café agradável, diferente do que já havia consumido, despertou o meu desejo pelos especiais”

Minha história no mundo dos cafés especiais começou quando eu estava prestes a fazer uma cirurgia. Saí da minha cidade com um problema nos rins, voltei com uma cafeteria! Aqui no interior de Pernambuco, precisamente na cidade de Custódia, não tinha um ambiente charmoso, agradável. Não tinha cafés especiais.

Então, no dia que estava prestes a fazer a cirurgia, entrei em uma cafeteria, em um hospital de Recife, que me inspirou muito. Vi o ambiente, o café agradável diferente de tudo que já havia consumido. Despertei o desejo por cafés especiais!

Fiz o curso de barista, meti a cara e investi tudo que eu tinha. Hoje a cafeteria é um sucesso! Servimos desde filtrados, espressos, cappuccinos e até iced coffee. Contamos com o chá de cascará da chafeina e com os grãos da torrefação do Café do Brejo, de Recife, aqui em Pernambuco. Comecei aos 17 anos, hoje estou com 21, e estou em busca de novidades nesse mundo incrível do café especial.

Robson Góis Leite da Silva, empreendedor na Cafeteria Espresso Plus – Custódia (PE) @cafeteriaespressoplus

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Sheila Cardoso Rosa: “Na época da colheita, a família se reunia para acompanhar”

Meu pai, Oly Rosa de Oliveira, em 1996 começou a produzir café depois de tentar maracujá e morango. Ao longo dos anos, foi se dedicando e se apaixonando por essa produção. Na época da colheita, a família se reunia para acompanhar. Primeiro os filhos e por último os netos.

Ano passado, por causa da pandemia, ele e minha mãe ficaram isolados na chácara. Diante da saudade e do medo em perdê-los, liguei e disse que queria fazer um café especial. Pedi que me separasse uma saca de 60 kg. Selecionei, peneirei e pedi para um Q-Grader avaliar. Ao descobrir que se tratava de um café especial, disse para meu pai que iria lançar esse café torrado e moído com o nome de café O.R.O, paixão pelo sabor.

Com as iniciais do nome do meu pai, eu homenageio toda dedicação dele ao longo dos 25 anos de produção completados esse ano. Em seu aniversário de 77 anos, com todos os seus irmãos on-line, fizemos o lançamento oficial. Nunca vi meu pai tão satisfeito e realizado. Fruto colhido maduro e doce após tantos anos de dedicação à lavoura. Esse ano ele está ainda mais animado, cheio de planos para o pós-colheita!

Continuamos afastados pela pandemia, mas todas as manhãs, ao tomar meu café O.R.O, sinto a presença calorosa dele em minha vida. Obrigada, Revista Espresso, por me permitir contar essa história. Fiquei emocionada aqui. Grande abraço. Parabéns pelos 18 anos!

Sheila Cardoso Rosa, produtora de café – Araxá (MG) 

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Luiza Estima: “Se alguém ainda não associou café à meditação, por certo já o ligou a uma oração”

Fui morar em São Paulo no final dos anos 1980. Vinda da terra do chimarrão e do chá, quente ou geladinho, o café não me apetecia. Nem poderia, as ofertas eram: o solúvel com leite em casa (que para mim estava na categoria leite e não café) ou a água preta cheirando a carvão no balcão do jornal onde eu trabalhava como revisora. Se não me engano, era de graça – o que tornava ainda mais complicado refugar a xicrinha trazida pelos colegas que serviam o tal piche cheios de sono e emoção.

Foi em São Paulo que essa história finalmente se escreveu. Hoje, revisitando os momentos passados, vejo que eu buscava algumas (muitas) coisas para mim e uma delas se corporificou no café. Eu procurava meu gosto como alguém que busca conhecimento, razão e sentido para o ser humano que é – ou que quer se tornar. Aos poucos, a bebida foi fazendo sentido e meu paladar em (eterno) desenvolvimento foi-se preparando.

Um dia aconteceu. Em uma reunião de mulheres, brigadeiros e divagações sobre a harmonia do docinho com a bebida, fui servida com uma caneca simples e branca de onde saíam fumacinhas suaves e perfumadas. Olhei para o seu interior, quando pousou à minha frente, como quem encontra o anel mais querido perdido há anos. Ali dentro ondulava macia uma aguinha límpida e morena que me sorria do mesmo jeito que eu a mirava, encantada, seu reflexo, como o meu, nas águas dos meus olhos. 

Se alguém ainda não associou café à meditação, por certo já o ligou a uma oração. Essa sensação que nos conecta a algo divino, que nos conecta de volta a terra, à sua exuberância e simplicidade, a toda a natureza que nos compõe. Louvei o silêncio daquele instante para que só eu pudesse ouvir a canção que saía de mim nas notas magníficas do sabor que, eu descobri, já me habitava. Faltava esquentar a água. 

Luiza Estima, assessoria de imprensa – Porto Alegre (RS) @luestima

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Renata Silva: “O café me fez olhar mais atentamente para a questão das mulheres no campo”

Sou filha de produtores rurais de Minas Gerais que, em 1985, foram desbravar Rondônia em busca de melhores condições de vida para a família. O mundo Agro sempre fez parte da minha vida. Desde criança gostava de beber café. Minha mãe conta que tinha que esconder a garrafa de café para que eu não bebesse muito. Ela também sempre falava de como minha avó fazia o café da família no sul de Minas Gerais.

Eu saí de Rondônia no ano 2001 para poder estudar. Me formei em comunicação social – jornalismo na Universidade Federal de Viçosa (UFV). Já trabalhei como repórter, apresentadora e editora na TV, assessora de comunicação, gestora de marketing e fui diretora de uma agência de comunicação, permeando sempre trabalhos voltados ao campo. Retornei à Rondônia em 2009 e, ao ingressar na Embrapa, em 2011, abracei o mundo Agro de vez! Nestes dez anos de atuação na empresa tenho buscado ser porta voz das riquezas e oportunidades do Agro no estado, levando para o Brasil e o mundo os potenciais que Rondônia tem no campo e as tecnologias que estão disponíveis aos produtores. 

E nessa caminhada no Agro, meu trabalho com a cafeicultura de Rondônia é o que tem obtido mais expressividade. Como comunicadora, tenho procurado dar voz aos protagonistas deste movimento lindo que a cafeicultura tem realizado no estado. Fiz parte da criação da identidade e notoriedade dos Robustas Amazônicos, denominação dos cafés produzidos em Rondônia. E, desde 2014, faço parte do grupo que realiza ações de promoção e valorização dos Robustas Amazônicos, com a execução de ações e eventos de grande porte, estaduais e nacionais. Também sou editora da revista Cafés de Rondônia, produzida pela Embrapa, que é considerada o portfólio da cafeicultura na Amazônia. 

Em 2014 eu fui apresentada à Aliança Internacional das Mulheres do Café – IWCA Brasil, mas foi em 2017 que os laços foram feitos. Escrevi o capítulo de Rondônia no livro das Mulheres dos Cafés no Brasil e já iniciamos no estado o Movimento Mulheres do Café de Rondônia, em que realizamos ações de capacitação, sensibilização, reconhecimento e visibilidade, dando voz a estas mulheres. Os resultados estão sendo colhidos, são as mulheres estão sendo campeãs em qualidade no estado e no Brasil. São conquistas que inspiram e nos motivam a continuar lutando por equidade e respeito. Outro trabalho que toca minha alma é com os cafeicultores indígenas para a produção de Robustas Amazônicos com qualidade e sustentabilidade. Uma ação que teve início com três famílias indígenas, por meio de uma ação de transferência de tecnologias da Embrapa Rondônia, conquistou resultados, notoriedade e hoje foi abraçada pelo grupo 3corações, agregando mais de 130 famílias e demais parceiros, sendo denominado projeto Tribos. É e sempre foi mais que café. É o reconhecimento de um povo, é dignidade, respeito e também valorização da nossa Amazônia, das nossas florestas. 

O café conecta pessoas, almas e eu sou muito grata por todos os amigos que esta conexão me proporciona. Quantos aprendizados pra vida. Foi com o café que aprendi sobre o amor, o respeito, a inclusão, a pluralidade e a sororidade. O café me fez olhar mais atentamente para a questão das mulheres no campo e no agro como um todo. Para o indígena como um povo trabalhador e de uma riqueza humana e de cultura incríveis. Aos cafeicultores como guerreiros e verdadeiros artesãos. Me vez criar laços de alma e me deu motivos para acreditar e lutar por um mundo mais justo, com mais respeito e mais amor.

Renata Kelly da Silva, jornalista na Embrapa Rondônia – Porto Velho (RO) @renata.k.silva

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Raquel Stapait: “Comecei a conhecer outras etapas da cadeia do café e me encantei pelo processo”

Minha avó trabalhava em uma fazenda. Minas Gerais, pobreza rolando solta, muitos irmãos. Minha bisavó a enviou para uma fazenda com 6 anos de idade para trabalhar para eles. Quando viva, ela descrevia as plantações de milho e café, porém, como toda pessoa preta, atuava em posição de servir os patrões, nunca de tomar um café tranquilamente apreciando cada momento.

Antes de ter uma cafeteria, eu era analista de sistemas e dava suporte ao sistema de Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), que financia safras. Comecei a conhecer outras etapas da cadeia do café e me encantei pelo processo.

Decidi que eu, como mulher preta, me destacaria empreendendo, fazendo com que essa história de que preto só trabalha para os outros caísse por terra. Dessa forma nasceu uma empreendedora preta, gerando representatividade e fazendo a diferença com uma cafeteria temática de cafés especiais no centro de São Paulo (SP), a Café de Marte.

Raquel Stapait, empreendedora na Café de Marte – São Paulo (SP) @cafe_de_marte

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Paulo André Kawasaki: “A satisfação de trabalhar com amor pela comunicação e pelo café”

Neto e filho de produtor, agora também vivendo a realidade do campo em sítios da família em Parapuã, no interior de São Paulo. O café, em verdade, sempre correu em minhas veias. Profissionalmente, a coisa ficou “séria” em 2003, quando me formei em Jornalismo e assumi a redação e a edição do já extinto e premiado portal Coffee Break. Foram anos de aprendizado sobre a cadeia produtiva como um todo e de centenas de contatos e amizades que se formaram. Em 2007, o Conselho Nacional do Café abriu vaga para assessoria de imprensa e minha proximidade com as principais cooperativas e a gestão da entidade me permitiram realizar o sonho do trabalho institucional e também de conhecer nossa capital Brasília, para onde me mudei naquele ano.

Networking crescente, conhecimento expandindo e a satisfação de trabalhar com amor pela comunicação e pelo café me aproximaram da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em 2010, quando iniciei prestação de serviços em assessoria de imprensa.

Seis anos depois foi a vez de me unir ao setor industrial, dando ‘start’ aos serviços de assessoria de imprensa para a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics). Passado mais um ano, em 2017, me alinhei com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) para realizar trabalhos pontuais de comunicação.

Atualmente, sou gestor de comunicação do Cecafé e sigo com as assessorias para BSCA e Abics. Na vida pessoal, junto com a família, seguimos conduzindo nossos cafés na região da Nova Alta Paulista e, como tudo que envolve o café, permanecemos, literal e figuradamente, colhendo frutos cada vez mais prazerosos e saborosos!

Paulo André Colucci Kawasaki, gestor de comunicação no Cecafé e assessor na BSCA e Abics – Brasília (DF) @pauloandreck

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Edy Barros: “Enxergo e sinto o cheirinho do café com outros olhos”

Após 15 anos como bancária, precisava pensar em algo para fazer. Logo, veio a ideia de montar um pequeno café. Foi quando iniciei minha trajetória nesse mundo aromático cheio de delícias, texturas e sabores, em 2003. No primeiro momento me oferecia para o trabalho voluntário nas poucas cafeterias especiais que existiam na época, para entender mais sobre o assunto. Mais adiante começaram a me chamar de barista e me convidaram para alguns trabalhos, então decidi juntar minha paixão pelo café com a organização de eventos.

Trabalhei em algumas empresas e tenho um carinho especial pela última (Café Orfeu) na qual fiquei por 11 anos. Contando os grãos, já faz um tempinho que estou nessa trajetória aprendendo e ensinando a tomar um café como se deve. E mesmo depois de tanto tempo, ainda me emociono todas as vezes que vejo minha estação de café montada para um curso, treinamento, degustação ou evento.

Há muito trabalho por trás de tudo isso e muito prazer e orgulho também! E foi nesta pandemia louca que estamos vivendo que consegui montar o meu tão sonhado cantinho do café que chamo de Oficina da Barista. Hoje, com minha deficiência visual, vivo, agradeço, trabalho, aprendo, enxergo e sinto o cheirinho do café com outros olhos.

Edy Barros, cursos, treinamentos, eventos – São Paulo (SP) @barista_edy_barros

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Luiz Melo: “Tive a certeza de que iria viver do café para o resto da minha vida”

Sou conhecido por alguns amigos gringos como o brasileiro que foi descobrir o café na África. Calma, eu explico. Obviamente, como todo brasileiro, tive contato com a bebida café desde criança e também com as histórias que meu pai contava sobre minha mãe nas lavouras de café ajudando meu avô, que trabalhava em fazendas no noroeste do Paraná. Porém, meu conhecimento do café e sua origem foi esse durante muito tempo. Até que, a faculdade de Direito na UFPR, lá em 2003, me levou a frequentar uma das primeiras cafeterias de café especial de Curitiba, a Exprèx Caffè, da Simone Yamaguchi, localizada em frente ao campus, e, logo depois, a Lucca Cafés Especiais, conhecida de todos. Foi onde de fato virou a primeira chave da minha relação com o café. Passei a apreciar a bebida que era só mais um produto qualquer da minha casa até então. Mas ainda faltava virar a maior chave de todas: a origem.

Tudo mudou quando, em 2014, surgiu um convite pra fazer um estudo de viabilidade de um projeto para instalação de uma torrefação na Tanzânia, leste africano. Depois de 11 anos cuidando dos negócios da minha família, que foram vendidos para uma multinacional no mesmo ano, estava aí a minha oportunidade de recomeçar minha carreira trabalhando em algo que eu realmente amava. A primeira viagem pra valer foi para o Quênia e foi nessa ocasião em que tive a certeza de que iria viver do café para o resto da minha vida. Estava no carro, indo pela primeira vez conhecer uma fazenda de café e não conseguia esconder a minha euforia. No caminho fiquei admirando a savana africana e algo divino falava muito forte ao meu coração que eu tinha encontrado aquilo que estava buscando. Senti paz. No final do dia longo, já no hotel em Nairóbi, entendi o motivo que me fazia querer me jogar de cabeça nesse universo incrível do café: as pessoas. Todos que tivessem (ou que ainda viriam a ter) alguma relação com o café, seriam o foco do meu trabalho dali pra frente.

Como o projeto na Tanzânia não andava, decidi convidar um dos meus melhores amigos e grande publicitário brasileiro para ser meu sócio no negócio, que seria responsável por algumas pequenas revoluções no mercado brasileiro de cafés especiais. Numa conversa em uma pizzaria, fomos rabiscando tudo que a gente idealizava em uma empresa que surgiria para causar impacto na vida de todos envolvidos de alguma forma com o café, desde o produtor até o consumidor final. Assim surgiu a Supernova Coffee Roasters, que tem seu nome inspirado nas estrelas que implodem para dar origem a outras estrelas. Este seria sempre o nosso principal fundamento, a empresa nunca seria maior que as pessoas, ela teria que criar novas estrelas do café, sempre. Essa inspiração, inclusive, se tornou filme, um documentário que mostra as histórias das pessoas que estão por trás de uma xícara de café.

Embora o projeto na Tanzânia tenha iniciado em 2014, um ano antes eu já vinha estudando sobre torra de café, que foi e ainda é a minha principal atividade como profissional e a que mais me fascina. Em 2015 e 2016 fiz minha certificação em Roasting e Sensory da SCA, em 2017 a de instrutor AST e, finalmente, em 2019, a de Q- Grader. Hoje, sigo a frente do Supernova, mantendo os mesmos princípios que norteiam seus ideais, dentre eles a inovação e criatividade constantes, tanto que permanece a busca incessante pela vanguarda nas várias áreas do café.

Luiz Eduardo Melo, torrefação e cafeteria na Supernova Coffee Roasters – Curitiba (PR) @luizsup

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Maria José Bernardes: “A semente meu pai deixou bem plantada dentro de nós”

Nasci numa fazenda de café. Meu pai sempre nos levava a cavalo para acompanhá-lo na administração das lavouras, que eram sua paixão. Ele nos explicava o serviço e nos mostrava a magia que se escondia por trás de cada pé, de cada xícara que bebíamos com gosto e orgulho de produzir algo tão especial. Nossa fazenda está na mesma família desde 1780. Ele se foi e nos deixou ainda adolescentes, mas a semente deixou bem plantada dentro de nós.

Depois de muitos anos de fazenda sob a administração de meu irmão, segui meu caminho, procurando adquirir conhecimento através de cursos, palestras, dias de campo. As inovações não param, a tecnologia voa, e sempre tentando acompanhar. Até que há 13 anos fizemos um curso de “Gestão com Qualidade no Campo” e meu marido também se interessou. Nosso foco passou a ser qualidade.

Em pouco tempo os resultados apareceram. Fomos campeões e finalistas em inúmeros concursos de Qualidade do Café. Isso nos motivou a querer melhorar a cada safra. Partimos então para torrar nosso próprio café, e há cinco anos nossa marca está no mercado. Reservamos os lotes com maiores pontuações para nossos consumidores.

Tudo é feito na própria fazenda, onde temos também uma cafeteria e restaurante. Nosso café Fazenda dos Tachos é feito com todo carinho e dedicação. Contamos com nossos filhos na administração da fazenda, sendo que um deles se dedica totalmente à torra e à comercialização.

Maria José Vilela Rezende Bernardes, produção e torrefação na Fazenda dos Tachos – Varginha (MG) @fazendadostachos

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Karla Cardoso: “O café traduz na xícara o amor de todos os elos da cadeia”

Minha história com café vem desde criança, quando passava minhas férias na casa dos meus avós no interior do município de Domingos Martins, na região das Montanhas Capixabas. Depois da faculdade, iniciei minha carreira no Sebrae ES, onde atuo até hoje!

Dentre as várias funções desempenhadas, a que mais foi ao encontro de minhas raízes: gestora de projetos do agronegócio. Foram criados projetos por segmento e o café foi um dos que tive a honra de ser gestora.

De 2013 a 2018 foi o grande marco para nossa cafeicultura capixaba, onde passamos de estado conhecido como produtores de commodities e de cafés de baixa qualidade para um estado produtor de cafés especiais!

Os trabalhos de organização de produtores e parceiros para as Indicações Geográficas dos Cafés do Espírito Santo também foram fruto deste projeto. A soma dos esforços de todas entidades, parceiros e, sem dúvida, do nosso produtor que faz a diferença! O café conecta pessoas, cria novos laços de amizade, traduz na xícara o amor de todos os elos da cadeia, nos dá abertura para criação de novos laços de amizade por este Brasil e mundo afora!

Karla Fernanda Cardoso, analista de projeto no Sebrae ES – Vila Velha (ES) @karla_fernanda_cardoso