Mercado

Brasil soma 311 mil sacas de café solúvel exportadas no mês de outubro de 2021

Segundo levantamento estatístico realizado pela Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), as exportações brasileiras do produto somaram 310.730 sacas de 60 kg em outubro de 2021, volume que representa aumento de 1,6% na comparação com as 305.787 sacas registradas no mesmo mês do ano passado.

Com o desempenho, a entidade informa que os embarques de solúvel saltaram para 3,273 milhões de sacas no acumulado deste ano, montante 2,5% inferior ao apurado entre janeiro e outubro de 2020 (3,356 milhões de sacas), ano em que foi batido recorde histórico nas remessas.

“Diante de todos os gargalos logísticos no comércio marítimo mundial e da forte elevação dos custos de produção, os cafés solúveis do Brasil demonstram resiliência e mantêm a característica do país de fiel e maior produtor e fornecedor global”, analisa Aguinaldo Lima, diretor de Relações Institucionais da Abics.

Questões logísticas e vendas travadas para 2022 preocupam

Segundo ele, o setor possuía expectativa para a quebra de novos recordes em 2021, mas teve que rever suas projeções devido à elevação nos preços da matéria-prima e aos constantes problemas logísticos de escassez de contêineres e navios, o que gerou dificuldades e aumento nos custos para todo setor exportador brasileiro.

“Os problemas climáticos, como a seca e as altas temperaturas no fim de 2020 e, mais recentemente, as geadas no parque cafeeiro, geram incertezas quanto à safra 2022 e ocasionaram uma disparada dos preços nos mercados físico e internacional, gerando lentidão nas decisões de compras futuras dos clientes internacionais do café solúvel brasileiro”, justifica.

Lima completa que, atualmente, os compradores do produto nacional aguardam uma estabilização das cotações para realizarem suas aquisições. “Isso preocupa o setor, pois afeta as expectativas e o leia mais…

TEXTO Redação • FOTO Felipe Gombossy

Barista

SIC 2021: Modelo híbrido de ensino nos cursos de barista veio para ficar

Belo Horizonte (MG) foi palco do maior encontro de café do Brasil nos últimos dias. A Semana Internacional do Café ocorreu entre 10 e 12 de novembro, no Expominas, e contou com uma grade completa de conteúdos com temas do campo à xícara e com a participação de grandes profissionais do setor.

No última dia de evento, a Cafeteria Modelo, espaço criado dentro da feira para a realização de workshops, recebeu o barista Gabriel Guimarães, da Unique Cafés, e a curadora de experiências Helga Andrade, do Achega, para um bate-papo sobre “Ensino à distância ou presencial: Quem é o público que quer aprender sobre café?”. O painel foi mediado por Carolina Brazil, editora-chefe e apresentadora do Rondônia Rural.

Os convidados contaram um pouco sobre suas experiências e vivências profissionais e como tiveram que adaptar os conteúdos que ensinam nos cursos presenciais para o modelo digital, por conta da pandemia de Covid-19 sentida nos últimos quase dois anos. 

“Temos sempre que nos reinventar e testar novos canais, buscar outras referências”, disse Helga. Segundo ela, o on-line é positivo para o instrutor pois o força a estudar e estar sempre aprendendo. Além disso, o formato, muitas vezes, traz mais praticidade que o presencial. “Eu aprendi que algumas coisas eu consigo resolver à distância com agilidade. Nós não vamos dar um passo para trás e abandonar o on-line”, comentou.

“A pandemia causou uma sede de conhecimento e a tecnologia é uma coisa que o barista atual precisa estar por dentro”, comentou Gabriel, que apresenta um dos principais canais sobre café no YouTube. Ele acredita que, apesar de termos que explorar toda a tecnologia a nosso favor, a retomada ao presencial será rápida. 

Ambos os convidados apostam que o modelo híbrido de ensino será frequentemente usado no meio, com conteúdos mais teóricos, como a história do café, sendo repassados de maneira digital, enquanto que o presencial deverá ser focado na interação e na experimentação. “Acho que os cursos vão evoluir daqui para frente. Os alunos chegarão mais prontos”, pontuou Helga.

A curadora de experiências destacou que cada vez mais o consumidor está mais exigente e que essa aproximação com o cliente causa transparência no mercado. “Para mim, a tendência é a democratização da informação”, disse. Já do balcão para dentro, Gabriel explica que, para causar essa aproximação, é importante que o barista não se acomode a apenas fazer café, mas também saiba vender o produto, explicando sobre os processos do grão e os métodos de preparo para os consumidores. 

Tudo acaba em xícara

Ao final do bate-papo, Helga e Gabriel prepararam um café Robusta Amazônico cultivado pela cafeicultora Ediana Capich, de Novo Horizonte D’Oeste, Matas de Rondônia, vencedora da categoria “fermentação induzida canéfora” do Coffee of The Year 2020. Clique aqui e confira o resultado do Coffee of The Year 2021.

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Gabriela Kaneto

Cafezal

Produtores de Minas Gerais, Espírito Santo e Rondônia vencem o Coffee of The Year 2021

Preparados para os melhores cafés do ano? Nesta sexta-feira (12), foram divulgados os vencedores de um dos principais concursos de café do País, o Coffee of The Year 2021. Este ano, o prêmio recebeu 400 amostras de diferentes regiões produtoras, divididas em quatro categorias: arábica, canéfora, fermentação induzida arábica e fermentação induzida canéfora.

O anúncio foi feito no último dia de Semana Internacional do Café, realizada em Belo Horizonte (MG) entre os dias 10 e 12 de novembro. Além da nota composta por provadores Q-Graders e R-Graders de HUBs localizados nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rondônia, Rio de Janeiro, Curitiba, Bahia e Paraná, o público presente na feira pôde degustar as amostras às cegas e votar em suas favoritas.

Grandes campeões!

Nesta edição, o vencedor da modalidade arábica é de Patos de Minas (MG): o produtor Elmiro Alves do Nascimento, da Fazenda Santiago. Em segundo lugar ficou o campeão de 2020, Thiago Dias Douro, do Sítio Denizar, de Marechal Floriano (ES).

Na categoria canéfora, o ganhador já é conhecido: Luiz Claudio de Souza, do Sítio Grãos de Ouro, de Muqui (ES). Com essa vitória, Luiz Claudio se consagra tricampeão do Coffee of The Year! Em seguida, o segundo lugar foi para Rondônia, com Deigson Mendes Bento, da Café Don Bento, de Cacoal.

Pelo segundo ano, as fermentações induzidas foram premiadas como menções honrosas. Na fermentação induzida arábica, o café campeão é o da produtora Sandra Lelis da Silva, do Sítio Serra, de Araponga (MG). Já na fermentação induzida canéfora, o troféu foi para Poliana Perrut de Lima, da Chácara Paraná, de Novo Horizonte D’Oeste (RO).

Confira abaixo as colocações das quatro categorias:

Arábica

Elmiro Alves do Nascimento – Fazenda Santiago – Patos de Minas (MG)
Thiago Dias Douro – Sítio Denizar – Marechal Floriano (ES)
Ronaldo Pansini – Sítio Mata Fria – Conceição do Castelo (ES)
Enos Cortez Emerick – Sítio Cortez – Alto Caparaó (MG)
José Alexandre – Fazenda Forquilha – Espera Feliz (MG)
Beatriz Aparecida de Souza Guimarães – Quintais de Guimarães – Patrocínio (MG)
Altilina Lacerda – Sítio Forquilha do Rio – Dores do Rio Preto (ES)
Leonardo Gonçalves – Sítio Ao Leu – Dores do Rio Preto (ES)
Eliane Franco – Fazenda Boa Esperança – Bragança Paulista (SP)
10º Paulo Finamore – Sítio Finamore – Poço Fundo (MG)

Canéfora

Luiz Claudio de Souza – Sítio Grãos de Ouro – Muqui (ES)
Deigson Mendes Bento – Café Don Bento – Cacoal (RO)
Dione Mendes Bento – Café Don Bento – Cacoal (RO)
Luciano Dutra Pimenta – Fazenda Bonfim – Afonso Cláudio (ES)
Lucian Cicero Medeiros – Sítio Medeiros – Santa Rita do Itueto (MG)

Fermentação Induzida Arábica

Sandra Lelis da Silva – Sítio Caminho da Serra – Araponga (MG)
Patrícia Borges – Fazenda Fortaleza dos Borges – São Gonçalo do Sapucaí (MG)
André Freitas – Fazenda São Francisco – Patrocínio (MG)

Fermentação Induzida Canéfora

Poliana Perrut de Lima – Chácara Paraná – Novo Horizonte D’Oeste (RO)
Alessandra Inácio Lopez Frez – Sítio Santo Antônio – Novo Horizonte D’Oeste (RO)
Geanderson Gambarte Vieira – Sítio Flor do Café – Novo Horizonte D’Oeste (RO)

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Veronica Manevy

Café & Preparos

Latte art com leite vegetal, dá certo?

Enquanto os leites vegetais, feitos de soja ou castanha, crescem como alternativas saudáveis para receitas e também para as pessoas com intolerância à lactose, ou que não consomem produtos de origem animal, o latte art, técnicas de desenho que usam o café espresso como base, avança nas cafeterias e no gosto do público. Mas é possível unir as duas coisas considerando questões visuais, de textura, sabor e aroma?

Danilo de Assis Pinheiro, barista e mestre de torra, afirma que sim. A convite da 3corações, ele apresentou um workshop sobre leites vegetais, latte art e receitas na Cafeteria Modelo, espaço montado dentro da Semana Internacional do Café, evento que acontece de 10 a 12 de novembro, no Expominas, em Belo Horizonte (MG), e na plataforma digital.

De acordo com o profissional, é possível trabalhar o latte art com leites vegetais de forma muito semelhante ao que é feito com leites de origem animal. Nos dois casos, entretanto, a técnica marca o sucesso dos resultados. Para isso, ele passou dicas importantes para quem pretende ingressar na área.

O primeiro ponto é entender como utilizar os equipamentos de forma adequada. Existe uma jarra de leite com formato específico para latte art chamada Pitcher. O utensílio é uma ferramenta que impede que o líquido saia com os movimentos de rotação. Outra questão é que a temperatura do leite deve ser refrigerada e não congelada. Isso porque quanto mais fria a bebida, melhor pode ser trabalhada.

Cappuccino e Mocha

O workshop também trouxe informações interessantes sobre uma das bebidas mais conhecidas nas cafeterias: o cappuccino. O especialista explicou que a receita original italiana não leva chocolate, só café, leite e a crema (espuma). Outro esclarecimento foi sobre o tamanho da xícara. Não existe cappuccino pequeno, pois é preciso que os ingredientes tenham proporções iguais (um terço para cada), o que não é possível fazer em recipientes menores. Por fim, a bebida precisa sempre atingir a borda da xícara.

“Por um bom tempo as pessoas ficaram em casa e não puderam visitar suas cafeterias preferidas e isso levou a um maior interesse em aprender sobre café e preparar receitas diferentes. A latte art tem crescido bastante e hoje vejo que existe uma preocupação que vai além do lado artístico, mas com a qualidade das bebidas que são utilizadas, o que é muito positivo. A SIC é um excelente espaço para um contato direto com os interessados neste mercado”, explica o barista e mestre de torra.

TEXTO Redação • FOTO Tim Umphreys

Café & Preparos

Especialista explica a importância dos aspectos sensoriais para degustação de cafés

O corpo humano é uma máquina complexa, mas entender os recursos ligados aos sentidos faz muita diferença para apreciação correta de alimentos e bebidas, uma relação que vai além do consumo puro e simples. No universo do café não é diferente e o Gerente Regional da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais, Marcos Reis, explicou o conceito em workshop na Semana Internacional do Café.

A apresentação, que reuniu produtores, baristas, outros profissionais do café e interessados na bebida, começou com o especialista explicando que na fisiologia sensorial o paladar é responsável por 20% da percepção e o olfato por 80%. Para entendimento do impacto da informação, Marcos Reis propôs um teste com os presentes com balas mastigáveis de morango. Na dinâmica, os participantes cobriram as narinas com as mãos durante a prova do doce.

“Todos puderam perceber que enquanto não podiam usar o olfato só sentiam a textura e a acidez da bala. O sabor de morango só ficou perceptível quando voltaram a respirar normalmente. Com o café e outros alimentos não é diferente”, disse.

Reis também explicou os motivos e benefícios da aplicação de análise sensorial. “É importante para a criação de novos produtos e definição de aceitabilidade pelo consumidor, product mapping, que é a identificação da posição de um produto em relação aos seus concorrentes, estudos de tempo de vida útil, detecção de contaminantes e especificações e controle da qualidade”, disse.

O especialista indicou que existem métodos para realização da análise. Alguns dos principais são: discriminativo, que consiste na comparação de produtos; descritivo, perfil de textura e análise descritiva quantitativa; e afetivo, que entre outros parâmetros, considera a ordenação por preferência. Este último, inclusive, é mais próximo do público por conta de testes realizados pelas marcas, onde as pessoas provam produtos na sequência sem identificar os fabricantes.

Para deixar o conceito bem claro, a própria SIC foi utilizada como exemplo. O concurso Coffee of The Year, que escolhe os melhores cafés do ano, é realizado no evento e tem uma dinâmica que considera avaliações técnicas e a opinião do público. O júri faz a análise descritiva, pontuando uma série de critérios. Já os visitantes provam os cafés em sequência e registram eletronicamente o voto no seu preferido. leia mais…

TEXTO Redação • FOTO Esteban Benites

Cafezal

Produtividade na cafeicultura pode aumentar em 17% com polinização assistida

Foto: Damien Tupinier

A técnica de polinização assistida envolvendo abelhas tem trazido resultados positivos para o meio ambiente e também para os produtores de café. Dados apresentados pela pesquisadora e coordenadora técnica da Empresa Eleve P&D/Agrobee, Joyce Dias, mostram que a alternativa sustentável possibilita aumento de 17,1% na produção por hectare, entre outros benefícios. “Temos uma melhora na qualidade do grão e da bebida e redução do abortamento na fase crítica. A planta segura o grão polinizado”. 

O processo desenvolvido pela empresa consiste em levar colmeias de espécies comprovadamente adequadas para as lavouras na época da florada para realizarem a polinização. As abelhas são retiradas assim que as flores murcham. “Tudo isso pode ser feito por aplicativo que conecta quem precisa das abelhas, no caso o produtor, com quem tem as abelhas. Elas não são nossas. Pelo sistema, geramos uma segunda fonte de renda para os criadores, com o aluguel das colmeias”, explicou Joyce.

A coordenadora também revelou a parceria da Aplebee com Nescafé Origins do Brasil neste ano para produção de café a partir da polinização pelas abelhas envolvendo três regiões de Minas: a Chapada Diamantina, Cerrado Mineiro e Sul de Minas.

O assunto fez parte da palestra “Alternativas para a agricultura moderna”, um dos destaques do Fórum da Cafeicultura Sustentável, da Semana Internacional do Café (SIC), na quinta-feira (11), que reuniu diferentes especialistas para debater opções mais sustentáveis.

No contexto de verificar novos rumos para a cafeicultura, o geologista e pesquisador da Embrapa, Eder de Souza Martins, destacou a importância do solo para a agricultura moderna, destacando os processos químicos como a rochagem ou remineralização, que consiste na fertilização a partir dos nutrientes das rochas.

Segundo o especialista o fenômeno aumenta o potencial produtivo e a qualidade da produção e beneficia tanto o terreno, quanto as plantas, que conseguem absorver esses nutrientes do solo. “A remineralização também está relacionada ao rejuvenescimento, uma renovação do local”, acrescentou.

Cafeicultura orgânica

Um dos principais destaques da agricultura moderna, a cafeicultura orgânica, também foi assunto no painel. Com 30 anos de experiência no cultivo de cafés orgânicos, a produtora Miriam Aguiar, da Fazenda Cachoeira, localizada em Santo Antônio do Amparo e uma das pioneiras na área, debateu a importância de pensar o conceito de modernidade na agricultura. “O moderno envolve interdependência e deve conectar quem produz com quem consome, diferente daquela cafeicultura de commodities do passado, que era voltada para o comércio”, explicou. 

Foto: Agência Ophelia

Segundo a produtora não adianta apenas buscar novas soluções para minimizar os problemas existentes, mas mudar conceitos. “Para mim uma cafeicultura moderna tem que produzir mais diversidade, não é monocultura, não é substituir insumos. O modelo que a gente acredita e tem trabalhado é uma cafeicultura orgânica que unirá produção de frutas e outros alimentos, além de envolver o turismo. É pensar o conceito de um sistema vivo, entender como ele funciona”. 

Para o mediador Leonel Satiro de Lima – Coordenador Técnico Regional de Meio Ambiente da Emater MG, que abriu a palestra com algumas questões do conceito de modernidade e os processos de mudança, “as alternativas que são encontradas para a agricultura, para a cafeicultura moderna precisam estar de acordo com a natureza”. 

Semana Internacional do Café

A SIC está sendo realizada em formato híbrido e termina na sexta-feira (12). O credenciamento pode ser feito pelo site. A Semana Internacional do Café (SIC) é uma iniciativa do Sistema FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais), da Café Editora, do Sebrae e do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).

Realizada desde 2013 em Belo Horizonte, capital do maior estado produtor do país, a SIC tem como foco o desenvolvimento do mercado brasileiro e a divulgação da qualidade dos cafés nacionais para o consumidor interno e países compradores, além de potencializar o resultado econômico e social do setor. Em 2020, primeiro ano da pandemia, a SIC 100% Digital foi um grande sucesso. Teve 25 mil acessos, de 58 países e mais de 70 horas de conteúdo e 176 palestrantes com grande relevância no mercado nacional e internacional.

A edição deste ano tem patrocínio master Nestlé e Sistema Ocemg, patrocínio specialty Sicoob e 3Corações Rituais, patrocínio premium Melitta, patrocínio standard Yara, Mosaic Fertilizantes, QIMA/WQS e Banco do Brasil.

Mercado

Consumidores de café ao redor do mundo buscam cada vez mais por produtos inovadores e sustentáveis

Devin Avery

O café é uma das bebidas mais consumidas em todo o globo. Mesmo com a pandemia de Covid-19 que afetou os países principalmente entre 2020 e 2021, o grão continuou sendo apreciado por diversas faixas etárias. A mudança significativa foi vista em como as pessoas passaram a degustá-lo.

Este foi um dos assuntos debatidos no primeiro dia de Semana Internacional do Café, principal evento brasileiro do setor que começou na última quarta-feira (10) e acontece até a sexta (12). O painel “O que impactou a pandemia no consumo de café – Mudanças de comportamento” contou a presença de Rodrigo Mattos, analista de bebidas quentes da Euromonitor International, e James McLaughlin, CEO e presidente da Intelligentsia Coffee, dos Estados Unidos. 

Mediado por Vanusia Nogueira, diretora-executiva da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), o bate-papo começou com James compartilhando suas experiências sobre a mudança de consumo dos norte-americanos. De acordo com ele, com o fechamento dos estabelecimentos durante a pandemia, o público passou a apreciar a bebida em casa, dando preferência aos métodos mais práticos. “Descobrimos que uma boa alternativa de praticidade era o café pronto para beber”, contou

O empresário também relatou que, antes da pandemia, o forte consumo se dava em bairros empresariais. Hoje, mesmo com as pessoas voltando a frequentar cafeterias e restaurantes, o movimento maior continua sendo nos bairros residenciais. “Cada vez mais consumidores nos Estados Unidos pagam por serviços semanais de entrega de café”, apontou.

Em sua cafeteria, a Intelligentsia Coffee, James apostou em canais de comunicação para educar os consumidores a como preparar e consumir bons cafés em casa durante o período de isolamento. Ele acredita que mesmo com as vendas voltando a crescer semana após semana, o ato de tomar café no lar veio para ficar. 

Aqui no Brasil, o cenário não é muito diferente. Rodrigo Mattos destacou que apesar da retomada, ainda estamos longe de recuperar o que perdemos em 2020. Porém, a boa notícia é que o mercado brasileiro é um dos que possuem maior perspectiva de crescimento nos próximos anos.

O analista de bebidas quentes da Euromonitor International mostrou que a preferência atual do público nacional é por produtos que respondem à necessidade de comodidade. Em sua apresentação, Rodrigo explicou que os cafés solúveis, torrado & moído e, principalmente, o café em grãos apresentam uma tendência de alta para 2022. 

Além da praticidade, outro ponto destacado foi a sustentabilidade. Segundo Rodrigo, o consumidor brasileiro está cada vez mais consciente, optando por produtos que tenham impacto socioambiental, desde a produção até as embalagens. Algumas tendências são as cápsulas biodegradáveis e compostáveis, e as latas de alumínio fáceis de reciclar. “A sustentabilidade tem que ser feita em todos os elos da cadeia”, disse. 

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Devin Avery

Mercado

Semana Internacional do Café reúne diferentes marcas em evento presencial e digital

A Semana Internacional do Café começou nesta quarta (10). Nesta primeira edição pós-pandemia, a programação ganhou um tom ainda mais estratégico, inclinado para questões de inovação, sustentabilidade e consumo que devem moldar os próximos passos da indústria.

Com o tema “Retomar, Reencontrar, Reconectar”, a SIC marca, de forma assertiva, o momento de mercado. É hora de unir a cadeia e acelerar negócios, mas, principalmente, de apostar no café como elemento agregador. Tanto que a palestra magna será da atriz Denise Fraga, conhecida por inúmeros papéis memoráveis no teatro, cinema e televisão, garantindo um início de evento emocional, reflexivo, mas de muita positividade.

“O mundo mudou e a forma de consumir também. Isso, claro, trouxe impactos para toda a cadeia, incluindo produção, formas de vender, os modelos das cafeterias no pós-pandemia e até os valores que as pessoas consideram na hora de escolher um produto. É urgente falar de tudo isso”, explica Caio Alonso Fontes, diretor da Café Editora, uma das organizadoras do evento.

Empreendedorismo

Priscilla Lins, gerente da Unidade de Agronegócio do Sebrae Minas, que também faz parte da organização da SIC, reforça como o momento desafiador fez com que o mercado encontrasse novos caminhos. “Os produtores não pararam e empreenderam como nunca. Interpretaram os desejos dos consumidores, cada dia mais exigentes, e responderam à altura com cafés excepcionais carregados de histórias e significados, apesar da Covid, da seca e da geada. Os pequenos torrefadores tiveram que se reinventar nas redes sociais e no comércio eletrônico. Já para as cafeterias, criatividade e coragem não faltaram e quem tinha controle de gestão conseguiu fazer a diferença”, disse.

Na programação, diversos workshops, apresentações e atrações abordam temas sobre empreender neste novo cenário. A Cafeteria Modelo, repleta de conceitos e tendências para os estabelecimentos, o Espaço Village, área dedicada aos micro e pequenos produtores, e o próprio estande do Sebrae Minas, com uma programação intensa que inclui oficinas de habilidades sensoriais de torra, são alguns exemplos.

Origem Controlada e Sustentabilidade

Um dos pontos mais aguardados da programação da SIC é a realização da terceira edição do Minas Coffee Origins. O evento tem como objetivo debater o conceito de origem controlada. “O Sebrae Minas segue reforçando as tendências globais de sustentabilidade real, transparência radical e impacto verificável. As novas gerações, mais informadas, têm demandado modelos de produção que realmente seguem estas linhas”, completou Priscilla. O Minas Coffee Origins faz parte do Fórum da Cafeicultura Sustentável, que ainda discutirá os temas: “como o ESG impacta a minha agricultura” e “alternativas para a cafeicultura moderna”.

Inovação e tendências

A edição 2021 da SIC conta com mais de 60 expositores. Confira o que algumas marcas estão apresentando no evento:

Ball Corporation: líder mundial em embalagens sustentáveis de alumínio, a empresa participou do painel “A tendência do café em lata: praticidade, sabor e sustentabilidade” e destacou o novo formato em cenário onde o Brasil é o segundo maior consumidor de café no mundo e a taxa de reciclagem de alumínio no país é de 97%. Saiba mais aqui.

Café Guanabara: apresenta uma ampla linha de produtos e serviços de torra e moagem. Com torrefação localizada no Sul de Minas, conta com estrutura especializada para atendimento dos mais exigentes mercados consumidores de cafés do mundo. Saiba mais aqui.

ICL América do Sul: a empresa busca soluções sustentáveis e inovadoras que otimizem a produção agrícola por meio da nutrição e fisiologia de plantas. Apresenta na SIC a florada do café, tecnologia que traz incremento de 8,8% em produtividade. Saiba mais aqui.

LA Finca Brasil: apresenta o portfólio de cafés especiais produzidos em fazenda localizada na região da Alta Mogiana, no estado de São Paulo, com altitude entre 980 m e 1080 m. Saiba mais aqui.

Yara: destaca o trabalho dos cafeicultores de todo o Brasil através do concurso “NossoCafé”, marcado para o dia 11 e criado para promover a produção nacional de cafés de qualidade, reforçando a importância da nutrição equilibrada em todo o ciclo produtivo da cultura. Saiba mais aqui.

Formato híbrido

No ano passado, a SIC aconteceu de forma 100% digital por conta das regras de distanciamento da pandemia. Já a edição deste ano é híbrida, com programação presencial e on-line. No pavilhão do Expominas, os visitantes poderão vivenciar a jornada de atualização com diversas atrações e experiências interativas, enquanto quem optar por acompanhar a distância terá acesso a várias sessões transmitidas direto da feira.

“O digital traz muitas possibilidades, mas o formato presencial traz interação, algo mais direto, pois o café aproxima as pessoas. As oportunidades de adquirir conhecimento surgem de todas as partes, além do grande networking”, diz Ana Valentini, Secretária de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA).

“O ano de 2021 foi desafiador para a cafeicultura, mas o mercado reagiu com preços recordes de café no mercado físico e futuro. Outro ponto que merece destaque neste período é a qualidade, que é a grande vertente da SIC”, finaliza José Roberto Simões, Presidente do sistema Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG).

A edição deste ano tem patrocínio master Nestlé e Sistema Ocemg, patrocínio specialty Sicoob e 3Corações Rituais, patrocínio premium Melitta, patrocínio standard Yara, Mosaic Fertilizantes, QIMA/WQS e Banco do Brasil.

Serviço
Semana Internacional do Café 2021
Quando: 10 a 12 de novembro
Onde: Expominas, em Belo Horizonte (MG), ou na plataforma digital
Mais informações e credenciamento: www.semanainternacionaldocafe.com.br

TEXTO Redação • FOTO Veronica Manevy

Cafezal

Conheça os 45 produtores finalistas do Coffee of The Year 2021

A Semana Internacional do Café começou nesta quarta-feira (10) no Expominas, em Belo Horizonte (MG). Ao fim deste primeiro dia, foram anunciados os 45 finalistas do Coffee of The Year 2021, um dos principais concursos do setor. Clique aqui e confira a lista dos classificados nas quatro categorias

A SIC acontece presencialmente e na plataforma digital até sexta-feira (12). Até o final, as garrafas com as amostras finalistas ficarão disponíveis no Expominas para o público da feira degustar às cegas e votar na favorita. O anúncio dos campeões acontecerá no último dia de evento, às 18h30. Acompanhe ao vivo!

TEXTO Redação • FOTO Nitro Histórias Visuais

Mercado

A tendência do café em lata é tema de painel na Semana Internacional do Café 2021

O café em lata em território nacional une dois dados muito relevantes: o fato do Brasil ser o segundo maior consumidor do grão no mundo – além de maior produtor – e a liderança mundial na reciclagem de alumínio, com uma taxa de 97,4%. O novo formato de consumo já é uma realidade e ganha cada vez mais espaço.

Sobre o tema, a Semana Internacional do Café 2021, feira que acontece entre os dias 10 e 12 de novembro, em Belo Horizonte (MG) e na plataforma digital, apresenta o painel “A tendência do café em lata: praticidade, sabor e sustentabilidade” no primeiro dia de evento, a partir das 14h.

Ocupando a liderança mundial em embalagens sustentáveis de alumínio, a Ball Corporation é uma das patrocinadoras da SIC 2021. Durante o evento, a empresa abordará novos hábitos de consumo, com foco na categoria de café em lata. O painel que discute a tendência receberá o Diretor de Marketing, Novos Negócios e Inteligência de Mercado da Ball Corporation na América do Sul, Hugo Magalhães, além de Gabriel Adamo, Cofundador e CMO da Startup de bebidas à base de café Moose, e Rodrigo Mattos, Analista de Pesquisa – Drinks, Tobacco & Cannabis na Euromonitor International.

Para acompanhar da Semana Internacional do Café, tanto presencialmente quanto na plataforma virtual, é necessário realizar o credencimento no site do evento. Confira a grade completa de programação e participe!

Serviço
Painel “A tendência do café em lata: praticidade, sabor e sustentabilidade” na SIC 2021
Quando: 10 de novembro de 2021
Horário: 14h
Local: Expominas, em Belo Horizonte (MG), e na plataforma digital
Mais informações: www.semanainternacionaldocafe.com.br

TEXTO Redação • FOTO Divulgação
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