Cafezal

Inscrições abertas para o Coffee of The Year 2022!

Produtores e produtoras, estão oficialmente abertas as inscrições para o Coffee of The Year 2022! O concurso busca não só reunir os melhores cafés do Brasil, mas também eleger e premiar os grandes destaques do ano, incentivando o desenvolvimento e o aprimoramento da produção nacional e a divulgação de novas origens!

Este ano, os cafeicultores interessados poderão inscrever suas amostras nas categorias arábica e canéfora. Os cafés fermentados podem participar dentro dessas duas classificações! O prazo máximo de recebimento das amostras pelo IFSULDEMINAS é dia 1º de outubro de 2022. Para participar do COY 2022, é necessário realizar a inscrição neste link do Sympla, no valor de R$ 160. 

Avaliação

As amostras inscritas serão submetidas a um processo de avaliação realizado por uma Comissão de Julgadores, composta por juízes certificados pela Specialty Coffee Association (SCA) e Q-Graders e R-Graders licenciados pelo Coffee Quality Institute (CQI). 

Esse time analisará as amostras de café verde e classificará quanto ao aspecto, à seca, à cor, à porcentagem de peneiras, ao tipo, teor de umidade e à qualidade da bebida. Serão avaliados aspectos físicos, que possui caráter eliminatório, e, em seguida, aspectos sensoriais, para fins de classificação.

Vale lembrar que todas as amostras de café verde avaliadas, fisicamente e sensorialmente, e as que forem selecionadas para participarem durante a Semana Internacional do Café, serão torradas pelos organizadores dentro dos padrões do cupping da Specialty Coffee Association (SCA). 

O processo de seleção dos cafés que integrarão o Prêmio Coffee of The Year 2022 se dará pela análise em prova cega pela Comissão de Julgadores, que irá avaliar 10 itens de qualidade seguindo os protocolos da SCA de avaliação sensorial: aroma, sabor, aftertaste (retrogosto), acidez, corpo, uniformidade, balanço, xícara limpa, doçura, nota total.

Seleção e premiação

Do total de amostras inscritas e avaliadas, serão selecionadas as 180 melhores (150 de arábica e 30 de canéfora) para participar da Semana Internacional do Café, que acontece em Belo Horizonte (MG) entre os dias 16 e 18 de novembro. Essas amostras, divulgadas no dia 7 de novembro, no site da SIC, serão disponibilizadas para cupping durante o evento, com o objetivo de criar oportunidades para negociação presencial. 

Ainda durante a SIC, as 10 melhores amostras de arábica e as cinco melhores de canéfora, selecionadas pela Comissão Julgadora e devidamente codificadas, ficarão disponíveis em garrafas térmicas – nos dias 16 e 17 de novembro – para serem degustadas às cegas pelo público visitante da feira. Você estará presente na SIC? Então aproveite para provar os cafés do COY e votar em seu favorito de cada categoria!

No dia 17 de novembro, véspera da premiação, serão divulgados os 50 melhores cafés da categoria arábica e os 15 melhores da categoria canéfora, também no site e na Sala de Cupping e Negócios. Já no dia 18, último dia de evento, será realizada a cerimônia de premiação às 14h, no Grande Auditório Robério Silva. É nessa hora que serão conhecidas as 10 melhores amostras de arábica e as 5 melhores de canéfora, além de premiados os primeiros produtores de cada categoria!

Inscrições e regulamento: https://semanainternacionaldocafe.com.br/coffee-of-the-year 

TEXTO Redação • FOTO NITRO/Semana Internacional do Café

Muito além do aroma gostoso: Conheça os benefícios do café para a saúde

O café é conhecido, geralmente, pelo apreço que temos pelo seu sabor e aroma. Ele faz parte da nossa cultura e está em refeições familiares e momentos empresariais, mas investigações têm sido feitas para demonstrar que ele possui também significativo valor nutricional.

Diversos estudos demonstram que o café é um alimento quimicamente complexo que contém, em sua estrutura, diversos compostos com significativa ação no metabolismo humano. Dentre esses compostos destaca-se a cafeína, que, comprovadamente, possui ação estimulante no sistema psicomotor. Essa ação é um dos principais atrativos dessa bebida, mas sabe-se também que é a cafeína o principal motivo apontado para os efeitos colaterais do consumo em excesso do café.

Os polifenóis presentes na bebida são importantes mediadores anti-inflamatórios, antioxidantes e antibacterianos. Os diterpenos, por sua vez, podem atuar como supressores de moléculas envolvidas na formação de tumores. Já as melanoidinas (resultadas na reação de Maillard), ativadas na torra do grão verde, tem ação antioxidantes, antimicrobianas, anticarcinogênicas, anti-inflamatórias e anti-hipertensivas

O café ainda é fonte de um importante aminoácido, o triptofano, que está envolvido na síntese da vitamina B3 (niacina) e da serotonina, conhecido como hormônio da felicidade. É fonte de minerais como ferro, manganês e cobre, que atuam como importantes antioxidantes. Também tem sido observado que a bebida tem ação positiva na microbiota intestinal, pois demonstrou ser capaz de atuar na redução de colônias E.Coli e aumentar as de Lactobacillus.

Em outros estudos percebeu-se que a bebida em si, não apenas um composto isolado, é capaz de reduzir o risco de desenvolver doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Além de estar relacionado ao aumento da longevidade, pode aliviar cefaleias e enxaquecas, e é apontado também como sendo importante para a saúde cardiovascular.

Destaca-se ainda que a eficiência de todos os benefícios citados depende também do modo de preparo da bebida, a espécie e a qualidade dos grãos, do nível de torra, da frequência de consumo, e do acréscimo ou não de açúcar ou adoçante. Mas, de modo geral, o consenso dos estudos é que no consumo de três a cinco xícaras de café (300-450 de cafeína) pode-se observar benefícios, e foi observado que acima de cinco xícaras a cafeína presente no café pode trazer efeitos indesejados.

Por fim, o café é um alimento que nos conforta com seu aroma familiar e também nos entrega compostos bioativos capazes de auxiliar na garantia de uma vida mais saudável e prazerosa.

TEXTO Flávia Elvira de Campos – Nutricionista – CRM 62971 • FOTO Bean Bros

Café & Preparos

Origami Air S: Método japonês de preparar café!

Desenvolvido no Japão, o dripper ganhou destaque após ser utilizado no Campeonato Mundial de Brewers de 2019 pela barista chinesa Jia Ning Du, campeã da categoria.

Disponível nas versões acrílico e cerâmica, o Origami Air S conta com 20 ranhuras simétricas internas que fazem com que o filtro de papel fique mais rente às paredes do equipamento, possibilitando uma extração mais consistente que serve de 1 a 2 xícaras. Sua versatilidade permite que sejam usados tanto o filtro cônico da hario v60 (tamanho 01), quanto o flat da kalita wave 155.

Em maio, na cidade de São Paulo (SP), a Um Coffee Co. realizou a 1ª Origami Competition, que contou com a participação de 15 baristas. Com uma final totalmente feminina, a campeã da edição foi Jeane Artal, do Paraná. Aos interessados, a cafeteria paulistana vende o método em seu e-commerce e na unidade do Bom Retiro, por R$ 249.

Mais informações: www.umcoffeeco.com.br

TEXTO Redação • FOTO Gerson Cifuentes e Marta Dzedyshko

Cafeteria & Afins

Urban Kitchen – São Paulo (SP)

Localizada no bairro paulistano do Campo Belo, a Urban Kitchen tem como propósito apresentar uma consciência para além do menu, com o aproveitamento integral de produtos e a conscientização de funcionários e fornecedores.  Na cozinha, a chef Jacqueline Iwao busca usar alimentos orgânicos em suas criações para o brunch, almoço e jantar.

O brunch da casa conta com mais de 20 opções, entre elas tostadas com pão de fermentação natural, como a Pink Farms, que traz homus de beterraba, avocado ou abacate e microgreens; ou a Poché, que conta com boursin, avocado, tomates confit, ovo orgânico poché e microgreens. Outra alternativa é o Urbano, um prato vegano que apresenta fatias de batata-doce, avocado grelhado, scramble de tofu orgânico, espinafre, mix de cogumelos e microgreens. 

Outro destaque do menu são as panquecas americanas, com três opções: a Peanut, com creme de amendoim, banana, chips de coco, mel e frutas vermelhas; a Berries, com banana, morango, pasta de avelã e chocolate zero açúcar e coulis de frutas vermelhas; e a que leva doce de leite, banana, morango, ganache de doce de leite e chips de coco. O brunch fica disponível durante os dias de semana das 9h às 11h30 e das 15h30 às 19h, e all day aos finais de semana.

No almoço, o menu tem sugestões veganas, vegetarianas, além do kids. Para as entradas, um dos destaque é a burrata, ideal para dividir, que chega à mesa com pesto de espinafre, tomates confit e pão de fermentação natural. Nos pratos principais, algumas opções são a pescada amarela em posta ao molho de moqueca com banana da terra grelhada e arroz negro, e as tiras de frango grelhado com creme de shimeji e cebolinhas, batata doce e legumes à julienne. Para os vegetarianos, a chef sugere o picadinho com tofu, que é acompanhado com molho à base de tomate, cebolas e vinho tinto, arroz negro, feijão, espinafre banana da terra grelhada, ovo frito, farofa de nuts.

Os bowls aparecem como uma refeição variada e colorida. Com uma base fixa com quinoa, arroz negro, mix de cogumelos, avocado ou abacate grelhado, abobrinha e cenoura à julienne, ovos orgânicos, batata-doce e mix de sementes, o cliente escolhe a opção de proteína, que pode ser salmão com molho missô, camarão com molho de gengibre e mel, frango com molho caesar ou tofu com molho agridoce.

Na parte das sobremesas, a banoffe low carb é preparada com creme de doce de leite, banana, chocolate, canela e chantilly. Outras opções que são servidas no potinho são o merengue, banana peanut cake, o devil’s cake callebaut e o arroz doce. Para comer no prato, há a pavlova com suspiro, creme de vanilla, morango, coulis de frutas vermelhas e chantilly.

Para os fãs de café, a Urban Kitchen apresenta opções de grãos orgânicos cultivados por pequenos produtores dos estados de São Paulo e Minas Gerais. A bebida pode ser preparada em seis métodos diferentes, sendo a french press, chemex, aeropress, hario v60, koar e o espresso.

Informações sobre a Cafeteria

Endereço Rua Gabrielle D'anunnzio, 1.334
Bairro Campo Belo
Cidade São Paulo
Estado São Paulo
País Brasil
Website http://www.instagram.com/urbankitchen.br
Telefone (11) 5096-1861
Horário de Atendimento Todos os dias, das 9h às 23h
TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Mercado

Unidade da illycaffè em São Paulo (SP) reabre com novo conceito

Com mais de 260 unidades espalhadas pelo mundo, a illycaffè inaugurou sua loja no Brasil no início de 2021, no bairro do Jardins, em São Paulo (SP). Com o sucesso crescente, a marca italiana decidiu fechar o local em abril de 2022 para uma obra de ampliação, que foi finalizada neste mês de julho. Agora, além de cafeteria, o espaço abriga o novo restaurante da illycaffè, único da América Latina, que oferece o mesmo cardápio das lojas internacionais.

Agora, a unidade oferece 17 mesas em um ambiente que traz o design característico das demais lojas illy, como o grande balcão vermelho. Posicionado no centro da loja, o chandelier é composto por aproximadamente 100 xícaras e foi criado pela primeira vez no décimo aniversário da illy Art Collection. Outro ponto visual da unidade é a ilustração icônica produzida por Xanti Schawinsky para a illy, em 1934, que retrata uma face forte e pós-cubista de uma mulher bebendo café. 

O menu da loja – localizada na Rua Haddock Lobo, número 1.497, esquina com a famosa Rua Oscar Freire – serve não apenas brunch, mas também almoço e jantar. As opções variam entre sanduíches, croissants, focaccias, saladas, massas, risotos e sobremesas. Há também uma extensa carta de vinhos e coquetéis. O café servido é o illy blend 100% arábica, preparado por baristas certificados na Università del Caffè illy.

Ainda na unidade, o cliente pode adquirir as cápsulas de café do sistema illy Iperespresso (recicláveis), máquinas e sachês sustentáveis do sistema ESE, equipamentos exclusivos, as edições mais recentes da illy Art Collection, chás e infusões, louças diversas e chocolates clássicos.

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Mercado

Tecnologia e conexão entre etapas do café ganham destaque em novas embalagens da Nescafé

A Nescafé traz ao mercado as novas embalagens de Nescafé Origens do Brasil, com uma tecnologia que irá revelar o passo a passo do produto, apresentando a produção da lavoura à xícara do consumidor, com dicas de preparo e como degustar a bebida. 

Através de um QR code disponível na embalagem, são apresentadas as famílias cafeicultoras que cultivam os três blends de Origens — cada um de um terroir diferente, em Minas Gerais e Bahia, de fazendas certificadas. 

Saiba mais sobre as regiões: 

Chapada Diamantina – No coração da Bahia, em uma região de altas altitudes e temperatura amena, os grãos de café amadurecem mais lentamente. Essa característica, em conjunto com a colheita manual, que apanha o café em seu ponto ideal, e o cuidadoso trabalho pós-colheita, resultam em um café especial. 

São Sebastião do Paraíso – De formação montanhosa e clima tropical, o Sul de Minas é referência no cultivo de café desde os tempos da Política do Café com Leite, durante a República Velha (1889-1930). Ali, o café está misturado à história da cidade e à das famílias. 

Serras do Alto Paranaíba – No Cerrado Mineiro, em uma área de altitude e chuvas bem distribuídas, produtores recorrem à tecnologia para tirar o melhor da “terra das árvores tortas”. 

Segundo a marca, o propósito da iniciativa é fortalecer a cadeia produtiva sustentável, construindo pontes entre agricultores, consumidores e todos os demais envolvidos, no intuito de fomentar relações de confiança e revelar ao consumidor a origem do café.

Taissara Martins, gerente de ESG de Cafés e Bebidas da Nestlé, explica que foi iniciada essa implementação na linha Nescafé Origens do Brasil, que já carrega no DNA uma união entre sustentabilidade, qualidade e brasilidade. “O projeto será por prazo indefinido. Nosso desejo, a partir desse primeiro passo, é conseguir implementar em todas as demais linhas. É válido reforçar que hoje 100% do café Nescafé consumido nacionalmente é produzido no Brasil, por fazendas certificadas e rastreadas. Ou seja, sabemos exatamente de onde vem cada grão, e com esse projeto de Origens, disponibilizamos essa informação a todos os consumidores”, explica. 

A linha Origens do Brasil foi lançada em 2018 e tornou-se a flagship de sustentabilidade da Nescafé, ao mesmo tempo em que representa uma quebra de paradigma importante, ao apresentar um café especial, torrado e moído, após 80 anos dedicados ao solúvel. 

Desde 2011, o Cultivado com Respeito, programa de sustentabilidade da cafeicultura criado pela Nescafé, que define caminhos e processos para assegurar condições éticas de trabalho e pagamento à mão de obra envolvida e acelerar a transição da agricultura para o modelo regenerativo — que não só preserva, mas também beneficia o meio ambiente.

Entre essas diretrizes, a rastreabilidade total do café, que garante selo de certificação responsável a toda a produção das fazendas fornecedoras da Nescafé, agora evolui: ganha transparência ao partir dos bastidores da indústria para o conhecimento — e o envolvimento — do consumidor.

“Quanto mais visibilidade trazemos para cada etapa por qual passa um produto, mais proximidade criamos entre todos os elos envolvidos e mais rápido conseguimos interligar seus interesses. Encurtar as distâncias entre quem produz e quem consome gera mais confiança, garantindo uma cadeia produtiva exposta e honesta. Além de ser superinteressante, dá protagonismo a quem trabalhou arduamente e fomenta a valorização da história que há por trás dos produtos, de ponta a ponta”, explica Taissara.

A ideia da tecnologia blockchain é aprofundar o consumidor no café especial, amplificando informação e experiência. Através do QR Code, é possível acessar diversos métodos de preparo, como coador de pano, chemex, cafeteira italiana, prensa francesa, máquina de espresso e hario. O verso da lata contém uma receita de preparo para 1 xícara, para evitar o desperdício.

“A cada dia que passa, nós vemos aumentar e tornar mais forte a tendência do paladar consciente. A jornada começou lá atrás, com os consumidores querendo saber de onde vinha o que estavam consumindo, e agora já alcançamos um novo patamar, de querer entender quem trabalhou nesse produto, quem são essas pessoas, como elas vivem e como são tratadas, como se relacionam com o produto que chega à minha casa e que ofereço à minha família. É uma tendência irreversível e também super importante, porque traz mais proximidade e transparência a tudo que está por trás das prateleiras”, destaca Taissara. 

A gerente de ESG de Cafés e Bebidas da Nestlé explica que os vídeos são protagonizados pelos agricultores. Cada uma das 35 fazendas produtoras de Nescafé Origens do Brasil foram apresentadas, contando um pouco sobre quem são e dividindo seus propósitos. Já sobre as dicas de preparo, foram elaboradas fotos e textos bem didáticos, preparados por baristas do time Nescafé. 

Também na nova embalagem, há símbolos marcantes da categoria, como os selos de certificação e qualidade da BSCA (Associação Brasileira de Cafés Especiais), que atesta Origens como um café especial entre 80 e 84 pontos; da ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café), de sustentabilidade; de Denominação de Origem; e garantia de reflorestamento (a cada lata vendida, uma árvore é plantada). Além de especificações sobre acidez, doçura, torra, corpo e intensidade do café.

As latas de Origens com a tecnologia blockchain estão à venda nas principais redes de supermercado do Sul e Sudeste, e, em breve, chegarão a outras regiões. 

Mais informações: nescafe.com/br/nescafe-origens-do-brasil

TEXTO Natália Camoleze • FOTO Divulgação

Receitas

Cold brew com morango

Ingredientes

  • 200 ml de cold brew Brewz sabor baunilha
  • 20 ml de leite vegetal
  • 25 ml de xarope de coco
  • 5 morangos grandes
  • 5 pedras de gelo

Preparo

Macere o morango com o xarope de coco e o leite vegetal. Adicione as pedras de gelo e o cold brew sabor baunilha, e bata na coqueteleira.

FOTO Marcelle Tauchen • RECEITA Brewz

Reposicionando o café canéfora (conilon e robusta) no mercado

Conforme afirmado em artigo anterior – Cresce a Produção e o Consumo de Robusta no Mundo –, a melhoria da qualidade do café Robusta é uma forma segura de reter os mercados conquistados durante a pandemia e abrir outros. O artigo acrescentou que existem muitas maneiras de melhorar a qualidade do café Robusta, mas talvez a mais rápida seja por meio do processamento pós-colheita.

O Instituto de Qualidade do Café/Coffee Quality Institute (CQI) realizou um Workshop em junho passado na Fazenda Kaweri, em Uganda, como parte final do desenvolvimento de seu Curso de Processamento 2 Robusta (Q Processing 2 Robusta). Participaram especialistas em processamento de café, instrutores e provadores de 10 países diferentes e com experiência em café em mais de 40 países. Os principais países produtores de Robusta estavam representados: Vietnã, Brasil, Indonésia e Uganda. Os participantes brasileiros foram o produtor capixaba Lucas Venturim e eu, como membro do conselho do CQI. O grupo se reuniu por uma semana sob a liderança da Gerente do Programa de Processamento Pós-Colheita do CQI para discutir e melhorar os materiais do curso. Slides, vídeos, informações técnicas e orientação para instrutores dos módulos que comporão o novo Curso CQI Q Processing 2 Robusta estão sendo agora finalizados.

O Workshop também incluiu visitas às instalações de processamento de café da fazenda, testes de processamento com amostras e sessões de prova de cafés Robusta processados ​​por diferentes métodos: natural, cereja descascado/honey e lavado, fermentado ou não, com ou sem leveduras ou outros produtos. Cafés dos testes, bem como amostras de micro, pequenos e grandes lotes de origens tão diversas, como Brasil, Vietnã e a fazenda anfitriã em Uganda, foram provados e pontuados entre 80 e 89 pontos, o que mostra que ainda há muito a ser desmistificado sobre a qualidade dos cafés Robusta devidamente processados.

Simultaneamente ao Workshop em Uganda, ocorreu o 1º Encontro Brasileiro de Degustadores de Café na região de Rondônia, onde se produz os Robustas Amazônicos. O evento, provavelmente a primeira iniciativa deste porte no mundo, reuniu 130 degustadores brasileiros e estrangeiros que provaram Robustas não só de Rondônia, mas também do Espírito Santo e da Bahia, além de Arábicas de várias regiões brasileiras. Um dos destaques do evento foi a degustação dos cafés Robustas que, segundo especialistas de renome internacional, como Silvio Leite e Edgard Bressani, são cafés diferenciados, excepcionais, com muita personalidade e que são a grande novidade para o mercado, cuja mentalidade deve mudar quanto aos cafés Robusta. Os provadores da nossa exportadora de cafés especiais Qualicafex degustaram alguns dos melhores cafés do Workshop do CQI, inclusive os brasileiros, e, como disse Thais Staut, endossamos as palavras dos companheiros e especialistas acima e acrescentamos que precisamos estabelecer um novo paradigma de qualidade para os cafés Robusta.

Outra atividade liderada pelo CQI para posicionar os cafés Robusta como um produto de qualidade foi a sessão de provas/desgustação realizada no World of Coffee da Specialty Coffee Association, em Milão, no final de junho passado. Mais de 50 pessoas participaram da sessão que incluiu amostras brasileiras, asiáticas e africanas que novamente surpreenderam e impressionaram pela alta qualidade e pontuação dos cafés. Foi comentado que a prova/degustação foi o ponto de partida para a venda de cafés Robusta de alta qualidade com prêmios substanciais de preço.

O processamento pós-colheita é uma maneira importante de enfatizar as principais características de qualidade dos cafés Robusta. O desafio é identificar os sistemas de processamento que melhor se adaptam ao “terroir” e utilizá-los de forma consistente para permitir que qualidades semelhantes sejam obtidas ano após ano, com a variação de pontuação esperada para um produto cuja produção e qualidade dependem do clima.

Há espaço no mercado para micro e pequenos lotes de cafés Robustas especiais de origem única, alta qualidade e alta pontuação, que estão quebrando paradigmas estabelecidos. Há também muito espaço para volumes maiores de cafés Robusta de qualidade diferenciada que podem ocupar espaço adicional em blends já conhecidos dos consumidores de café, desde cápsulas de dose única e “blends” de café da manhã em cafeterias, até marcas tradicionais de café torrado e moído e solúvel oferecidas no varejo. Há muito espaço disponível no mercado para cafés Robustas produzidos e processados ​​adequadamente, com benefícios para todos na cadeia de fornecimento, dos produtores aos consumidores.

Essa revolução da qualidade do Robusta, que começou discretamente na Índia há muitos anos, está ganhando força e se espalhando para outros países produtores de café Robusta. A ideia original para melhorar a qualidade foi despolpar os cafés Robustas; recentemente foram incluídos processos de inoculação e fermentação que também podem alterar a qualidade dos Robustas naturais. O mercado está longe de estar saturado para esses novos produtos que provavelmente sustentarão a continuidade do crescimento histórico da participação dos Robustas na produção mundial de café.

*Neste artigo, originalmente publicado em inglês e expandido nesta versão em português, a palavra Robusta se refere tanto ao Conilon quanto ao Robusta propriamente dito, conforme usado pela Organização Internacional do café (OIC).

TEXTO Carlos Henrique Jorge Brando

Barista

Curso explora conceitos teóricos e práticos da extração do café. Inscreva-se!

Que tal aprender detalhes sobre a extração de café? No dia 30 de julho, a Q-Grader Verônica Belchior e o especialista em café Eystein Veflingstad ministrarão o curso “Extração com Propósito”, das 9h às 17h, no Galpão da FAF Coffees, na Santa Cecília, em São Paulo (SP).

A aula abordará conceitos básicos na teoria que serão explicados por Verônica, como polaridade e solubilidade, concentração x rendimento, threshold e equilíbrio da extração e importância dos compostos voláteis, além de ferramentas básicas, como a água utilizada (aspectos químicos, limpeza, composição mineral e pH), opções de moinhos e seus desempenhos, detalhes sobre moinhos profissionais, peneiras para cafés moídos e seleção de diferentes tamanhos de partículas.

Já a prática contempla informações como temperatura da água, moagem e dosagem; granulometria correta; uniformidade na extração; regra do tempo para guiar a extração; e aproveitamento do perfil sensorial. Guiados por Eystein, os alunos passarão por exemplos de extração, com tempo determinado de exploração do material em grupos de quatro. O foco será no aproveitamento do material e integração na prática.

As inscrições já estão abertas! Para participar, é necessário se inscrever através do e-mail belchior.veronica@gmail.com. O valor é de R$ 800 por pessoa.

Serviço
Extração com Propósito
Quando: 30 de julho
Horário: 9h às 17h
Onde: Rua Barão de Tatuí, 183/195 – Santa Cecília – São Paulo (SP)
Mais informações e inscrições: belchior.veronica@gmail.com

TEXTO Redação • FOTO Tyler Nix

Barista

3º Campeonato Brasileiro de Latte Art com Deleite Vegetal Naveia está com inscrições abertas

A marca de leite vegetal Naveia está promovendo o 3º Campeonato Brasileiro de Latte Art com Deleite Vegetal. Com inscrições abertas até 31 de julho, a competição conta com etapas classificatórias realizadas de maneira on-line. Já a grande final está marcada para setembro, em Curitiba (PR).

O campeonato busca dar destaque para o produto da marca, o “Especial Barista”, de deleite vegetal específico para a vaporização e criação do famoso latte art. “As competições e eventos de latte art no Brasil e no mundo costumam utilizar o leite de origem animal. O nosso campeonato mostra que nenhuma qualidade é perdida com o uso do leite vegetal. Além disso, os campeonatos no Brasil costumam ser presenciais, o que acaba dificultando o acesso para muitos baristas de outras regiões. A Naveia valoriza a inclusão de baristas de todos os lugares e, por isso, escolheu o formato on-line”, explica Tiago Rocha, barista embaixador da Naveia e atual Campeão Brasileiro de Latte Art.

A primeira fase da disputa é o período de inscrição, que consiste no preenchimento do formulário de inscrição e no envio do vídeo do latte art seguindo alguns requisitos, como: mostrar o uso do deleite Naveia, a xícara (no padrão indicado de 150-200ml), e todo o processo que inclui extração do café, vaporização do leite e o desenho completo. Além disso, é proibido o uso de filtros, edições nos vídeos ou qualquer coisa que possa distorcer ou trazer dúvidas para as imagens. 

O resultado da classificação da primeira fase será divulgado no Instagram no dia 4 de agosto, com a seleção dos 8 melhores latte arts de cada região do Brasil (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul), que seguirão para a fase regional, que começa dia 11 de agosto e acontece no formato de TNT, on-line no Instagram da Naveia. Essa fase será dividida por região, sendo que cada uma compete em 3 rodadas por 3 dias, até chegar em 5 finalistas. Confira as datas: 

Nordeste: 11 a 13 de agosto
Norte: 15 a 17 de agosto
Centro-Oeste: 18 a 20 de agosto
Sudeste: 22 a 24 de agosto
Sul: 25 a 27 de agosto 

A votação será composta por 3 votos, sendo eles: 2 juízes convidados + 1 voto público (através de enquete nos stories). Os competidores devem fazer um desenho por rodada, que pode ser feito de maneira free pour (usando apenas a leiteira) ou usando a técnica de etching (desenhando no café com ajuda de um palito). 

A competição será toda transmitida pelo Instagram da Naveia. O valor para participar é de R$ 20 por inscrito. Os finalistas regionais ganharão uma passagem da Naveia para participar da final presencial em Curitiba, no dia 17 de setembro. O prêmio do campeão nacional ainda será divulgado pela marca.

TEXTO Redação • FOTO Divulgação
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