Café & Preparos

Café para todo dia! Semelhanças e diferenças entre a Hario v60 e a Melitta

Praticidade, delicadeza e bom resultado na xícara. Hario v60 e Melitta entregam todas as características que a gente procura na hora de preparar o nosso filtrado diário

Engana-se quem acha que café filtrado é tudo igual. Apesar de terem funcionamento parecido, o modelo da japonesa Hario e o conhecido porta-filtro da Melitta se diferenciam em alguns aspectos, como no processo de extração da bebida e nas características na xícara. 

Sempre presente nos balcões das cafeterias, a Hario v60 é um equipamento queridinho entre os baristas e coffee lovers, uma vez que é prático, moderno e entrega um café gostoso. Criado em 2011, carrega esse nome por ter o formato de um filtro cônico triangular com vértice de 60 graus.

Já o suporte da Melitta, que marca presença nas casas de norte a sul do País, é mais antigo: foi idealizado em 1908, mas só foi patenteado em 1937. No Brasil, começou a ganhar destaque depois de a empresa alemã se consolidar por aqui, em 1968. Desde então, passou por adaptações em seu design, sem perder a popularidade.

Como funcionam

Se você observar uma v60 internamente, poderá reparar nas linhas verticais levemente espiraladas. São elas que permitem que a água passe pelo pó em um fluxo que acentua o movimento circular, além de afastar o papel do equipamento, o que ajuda no respiro do café. Em sua base, o método em formato de funil apresenta um único e grande orifício, que faz com que a extração não se acumule durante o processo.

O equipamento da Melitta, por outro lado, conta com largas hastes retas nas paredes internas, que, combinadas com o formato em V, facilitam o fluxo da água durante o preparo. Diferente do suporte japonês, o da Melitta apresenta o formato de prisma cônico com base reta. Seu pequeno e único furo faz com que a extração dure um pouco mais de tempo.

Filtros e moagem 

Independente de qual suporte você escolher para preparar o seu café, você vai precisar de filtro de papel. A caixinha com filtros da Melitta pode ser achada facilmente em supermercados e lojas on-line, variando os tamanhos de acordo com o seu equipamento (101, 102, 103…). Já o pacote com filtros de papel da v60 pode ser encontrado em cafeterias e e-commerces nos tamanhos v1 e v2. 

Dica da Espresso: para que o filtro da v60 encaixe melhor no suporte, dobre-o na costura. Quanto ao da Melitta, por ter duas costuras, na lateral e em sua base, a sugestão é dobrar essas costuras uma para cada lado.

Quanto à moagem dos grãos, é indicada uma granulagem média para ambos os métodos. Como o furo da Melitta é menor, vale atentar para uma moagem não muito fina, por aumentar o tempo de extração e resultar em uma bebida com um pouco de amargor. 

Dica da Espresso: se você não tiver moedor em casa, peça à sua cafeteria favorita para moer do jeito adequado ao método que você usa!

Na xícara

Devido ao furo maior em sua base, combinado com as linhas verticais internas, a hario realiza uma extração mais rápida e sem interferências. Seu café costuma ser equilibrado, com uma textura limpa. Já o suporte da Melitta, por concentrar a infusão por mais tempo, resulta em um café também limpo, mas um pouco mais intenso. 

Dica da Espresso: o resultado final da sua bebida está diretamente relacionado ao tipo de café que você está usando. Por isso, dê preferência a grãos especiais, torrados por torrefações de confiança.

Sempre com novidades!

Além dos diferentes tamanhos, as marcas inovam em relação aos materiais e às cores. A v60, por exemplo, pode ser encontrada nas opções de acrílico, vidro ou cerâmica, e pode ser transparente, preta, vermelha ou branca. A Melitta, por sua vez, tem uma vasta variedade de cores e é tradicionalmente conhecida por sua versão de acrílico. Recentemente, a marca lançou o porta-filtro de porcelana, que pode ser branco, preto e vermelho, e o suporte com dois furos.

Sugestão de preparo
20 g de café + 280 ml de água + 30 segundos de pré-infusão

Onde encontrar?
Hario v60: cafestore.com.br
Melitta: melitta.com.br 

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Jéssica Teixeira

O que são os “cafés infusionados”, a nova (e polêmica) tendência do café

Quando falamos de café, falamos de muitas coisas, mas principalmente de sabor: logo nos pacotinhos de cafés especiais encontramos palavras como “chocolate” ou “caramelo”, uma infinidade de frutas, flores e os mais diversos alimentos. Essas são as famosas notas sensoriais. Um tomador de café mais experiente sabe que esses sabores são subjetivos: um café com notas de chocolate não tem nenhum aditivo de chocolate, mas algo em seu sabor nos remete ao chocolate e, assim, falamos sobre o café usando referências que todos conseguem entender. 

Muitas vezes, grãos da mesma região – ou até do mesmo produtor – apresentam notas sensoriais totalmente distintas. Muitos cafés de baixa qualidade possuem poucas notas sensoriais, ou quase nenhuma. Por que, então, alguns cafés conseguem apresentar tantas nuances de sabor e outros não? A resposta exigiria um texto inteiro, mas podemos resumir dizendo que a genética das plantas, os cuidados na lavoura e o processamento pós-colheita são os principais fatores que influenciam a riqueza de sabores e texturas que só um café especial pode oferecer. Tudo isso vindo direto da natureza!  

Nos últimos anos a cafeicultura tem se tornado cada vez mais científica e experimental: os produtores vêm aplicando técnicas de fermentação cada vez mais complexas, capazes de verdadeiramente transformar um café, aumentando atributos, como acidez e complexidade, em escalas surpreendentes. Muitas vezes essas fermentações agregam nítidos sabores de frutas e vinho, por exemplo, mesmo sem nenhuma fruta nem vinho envolvidos no processo. Mais recentemente, uma nova tendência tem atraído a atenção dos profissionais e fãs do café: são os cafés infusionados. Já ouviu falar? 

O que são “cafés infusionados”?

São aqueles que recebem a adição de especiarias, frutas ou outros ingredientes durante a fermentação dos grãos ainda lá na fazenda.

A novidade, entretanto, acabou virando polêmica. Mas qual o problema desse tipo de café? Nenhum, desde que estejam identificados os ingredientes, por uma questão de transparência e de segurança alimentar. A polêmica começou em 2018, quando alguns cafés com gosto muito intenso de canela começaram a aparecer nas competições mundiais de café, gerando suspeitas de aromatização. Os competidores, confiando nas informações passadas pelos produtores, garantiam que o sabor de canela vinha de uma fermentação especial com leveduras específicas. O burburinho na indústria começou e, desde então, diversos cafés assumidamente infusionados têm aparecido, enquanto outros geram apenas suspeitas de infusões com alimentos in natura ou óleos essenciais. Nesse caso, análises laboratoriais são capazes de diagnosticar se os grãos foram infusionados.

É importante destacar que cafés infusionados são diferentes de cafés saborizados. Os cafés saborizados são aqueles que recebem aromatizantes artificiais durante ou após o processo de torra do café. Normalmente esse processo é aplicado a cafés de baixa qualidade – com algumas exceções.

Muitos produtores vêm experimentando a adição de frutas, garapa ou mosto de fermentações diversas no processo de fermentação do café. Na maioria das vezes, as frutas e outros ingredientes agem apenas como doadores de enzimas e açúcares, e seu sabor não é diretamente transmitido ao grão. No caso das especiarias – como a canela, por exemplo –, a questão fica mais complexa, pois os grãos podem, sim, adquirir aquele sabor específico.

É importante destacar que nem sempre adicionar ingredientes ao produto pós-colheita caracteriza infusão: as famosas fermentações muitas vezes têm adição de leveduras, fungos ou outros microrganismos apenas para potencializar a ação enzimática.

Talvez esta seja a inauguração de um novo tipo de processamento de café, o Café Infusionado, que estará disponível nas gôndolas ao lado dos tradicionais naturais, despolpados, lavados e de fermentações diversas. O grande ponto do debate é a transparência: os compradores não pareciam tão incomodados quando produtores alegavam ter fermentado seus cafés com frutas e garapa. O problema começou quando os ingredientes adicionados passaram a ser utilizados em segredo, junto de narrativas não verdadeiras sobre a origem desses sabores.  

Assim como outros processos que vieram antes, os cafés infusionados vão encontrar defensores e detratores. Mas, antes disso, ainda precisamos responder a algumas perguntas: os critérios de avaliação de cafés que temos hoje se aplicam aos cafés infusionados? Esses cafés terão espaço em concursos e competições? Quais parâmetros constituem uma infusão? A tendência ainda é nova, está viva e aberta a discussão.

TEXTO Gabriel Agrelli Moreira - Gerente de desenvolvimento de mercado da Daterra - e Juliana Sorati - Assessora de marketing na Daterra Coffee

Cafezal

Conheça a produção de cafés especiais do Circuito das Águas Paulista

Foto: Agência Ophelia

Um dos cultivos históricos do Circuito das Águas Paulista é a produção de café. O produto desenvolveu a região nos seus primórdios, apesar de perder a força com a queda de 1929, mas, mesmo assim, permaneceu na região e vive hoje uma nova fase, a dos cafés especiais, que ganhou terreno e notoriedade nos últimos 10 anos. Com a descoberta de particularidades sensoriais, novos usos e qualidades reconhecidas nacional e internacionalmente, a trajetória dos cafés especiais do Circuito das Águas Paulista tem sido extremamente positiva.

De uns tempos para cá, principalmente depois da atuação capitaneada pelo Sebrae junto aos produtores, desde 2012, com implantação de diversos programas, cursos, orientações e até concursos de qualidade, introduzidos pelo Sindicato Rural de Amparo e Região, o Circuito das Águas Paulista se tornou conhecido pelos cafés especiais. Entre os diversos resultados das ações do Sebrae, nasceu a Associação dos Produtores de Cafés Especiais do Circuito das Águas Paulista (Acecap), em 2018, envolvendo os nove municípios do circuito: Águas de Lindóia, Amparo, Holambra, Jaguariúna, Monte Alegre do Sul, Lindóia, Pedreira, Serra Negra e Socorro, com o objetivo de unir esforços dos produtores em busca de qualidade do café, autonomia e desenvolver novos produtos.

De lá para cá, o Circuito das Águas Paulista tem tido destaque no Concurso Estadual de Qualidade do Café de São Paulo e, nesta última edição, 21º Concurso, realizado no dia 20 de dezembro de 2022, contou com 10 finalistas da região e conquistou três prêmios para o Circuito das Águas Paulista, entre 37 finalistas de todo o estado de São Paulo. 

De acordo com dados da Acecap, a região reúne hoje 1.800 produtores, com 7 mil hectares de plantação de café, colheita média de 192 mil sacas de 60 kg, cuja produtividade chega a 28 sacas por hectare. O resultado vem em sua maioria de pequenas e médias propriedades, muitas vezes lideradas por mulheres cafeeiras, com até 50 hectares de produção, o que resulta em um café de produção familiar, cuidado em todas as etapas e muita tradição, passada de geração em geração, alguns chegando à quinta ou sexta geração, especialmente de imigrantes italianos que se instalaram nas fazendas de café da região no século XIX. Há também uma nova onda de cafeicultores que vieram à região atraídos pela qualidade de vida, vocação cafeeira e características produtivas.

“Somos orgulhosos de fazer parte dessa transformação, que incentivou à mudança no modo de produção. Hoje, fico feliz em ver como a região tornou-se conhecida pela produção de cafés especiais, cada vez mais premiados fora daqui”, reforça Roseli Vasco de Toledo, coordenadora do Sindicato Rural de Amparo e Região. O prêmio local, o Concurso Qualidade do Café Circuito das Águas Paulista, já está na 15º edição e é apontado como um dos incentivadores que, junto com outros fatores, levou a essa mudança na qualidade do grão e a uma transição que antes era predominantemente commodity.

“Nesta trajetória, muitos nos deram as mãos e nos conduziram em passos firmes, nos ajudando a construir uma ótima base para os negócios. O Sebrae é a única entidade que olha para o pequeno e médio empresário e os vê sempre como grandes, sempre acreditando nos resultados de seus empenhos”, relembrou Silvia Fonte, presidente da Acecap.

Na última década, o Circuito das Águas Paulista migrou do café de commodity para o café especial, impulsionado também pelo movimento mundial da segunda e terceira ondas do café. A decisão vem dando bons frutos e já desdobra em um fruto de altíssima qualidade para o consumidor, melhor rentabilidade para os produtores, sustentabilidade para um café de montanha, com características de topografia e relevo e no desenvolvimento de produtos associados, um deles é o turismo de experiência e conhecimento, que incrementa a produção agrícola e valoriza ainda mais o produto.

De visitas guiadas às fazendas até lugares charmosos para degustar o “queridinho” dos brasileiros, a região é um bom destino para experiências com café. Cada vez mais propriedades do Circuito das Águas Paulista se abrem para visitações, com atividades orientadas e sensoriais que apresentam o processo de cultivo do café até chegar à xícara. “O turismo de café, de uma maneira geral, está se estruturando na região e representa um potencial de crescimento muito grande, principalmente como oportunidade de negócio para pequenos e médios produtores de café do Circuito das Águas Paulista”, afirma Luiz Eduardo de Bovi, cafeicultor da Fazenda 7 Senhoras Specialty Coffee, um dos premiados no 21º Concurso de Café de São Paulo e que recebe turistas para experiências no cafezal.

Nesta onda, o protagonismo voltou-se às pessoas, os produtores, os profissionais, baristas e microtorrefadores que ampliam seu conhecimento no universo do café, estendendo-o ao seu público e formando os novos consumidores. Foi o que percebeu a produtora de café Márcia Bichara, que também abriu sua propriedade para vivências com uma pousada ecológica no meio da produção de café, o projeto chamado Cafezal em Flor. No roteiro, os turistas têm a oportunidade de conhecer os cafeeiros, as diferentes variedades produzidas na propriedade, os processos de pós-colheita, a torra, o preparo, e deliciar-se em uma cafeteria com os diferentes métodos de extração. “Verticalizamos nossa produção. Nossa proposta vai ao encontro da terceira e quarta onda, onde o consumidor quer conhecimento sobre o quê está consumindo e como foi produzido”, afirma Márcia.

Márcia Bichara e seu filho, Mateus Bichara – Foto: Agência Ophelia

Não basta mais citar o país para falar de origem, mas sim a região produtora, chegando por vezes a um café com assinatura, que aborda a região, o produtor, sua história familiar e da fazenda, como é no mundo dos vinhos. A exigência da qualidade dos grãos aumentou e para extrair e perceber estes níveis surgiram as torras mais claras e controladas, praticamente um processo artesanal que traz a figura do mestre de torra, deixando o café extra forte como coisa do passado. As notas sensoriais ganharam força, com descrição detalhada das nuances obtidas em cada café e um maior interesse dos consumidores pela origem, safra, processo e variedades.

Com o potencial brasileiro, segundo maior mercado global para café, cujo consumo per capita do gira em torno de 6kg/habitante/ano, a região evolui para uma cultura cafeeira com uma nova geração de consumidores, que introduziu o público mais jovem e deixa o café cada vez “mais descolado” e ligado a um estilo de vida. 

Não é por acaso que o Café do Circuito das Águas Paulista tem alcançado prêmios e reconhecimento como região produtora de cafés especiais, com características intrínsecas ligadas principalmente a sua geografia e clima. A região é apontada como ideal para o cultivo do produto, por conta do solo e altitude, melhoramento de variedades advindo das pesquisas do Instituto Agronômico (IAC), além de amplitude térmica com diferentes temperaturas (calor de dia e frio à noite) dentro de uma estabilidade equilibrada, que valoriza a maturação da fruta e resulta na principal característica do Café do Circuito da Águas Paulista, a doçura acentuada e marcante. “Diferente de qualquer região do Brasil, nosso café tem uma doçura aguçada, que se brinca por aqui que o açúcar é colocado no pé de café”, explica a presidente da Acecap, que também é proprietária do Sítio São Roque e se dedica a expansão do café orgânico entre os cafés especiais, tendência também em alta na região.  

De acordo com o barista e mestre de torras Fernando Gomes Moreira, que atua com os cafés da região há 8 anos e acompanha toda essa evolução, o Circuito das Águas Paulista tem clima e altitude favoráveis à produção de um café privilegiado, que chega ao auge de suas características com o desenvolvimento do cultivo de cafés especiais na região, com esse movimento de transição por um café de maior qualidade. De acordo com estudiosos, a soma do terroir da região e a elevação do nível do mar são fatores diferenciais na qualidade do café do Circuito das Águas Paulista, o que provoca nuances únicas à xícara. Isso mesmo: terroir, a palavra francesa utilizada para territórios vinícolas, foi emprestada para o mundo dos cafés especiais, tendo em vista que algumas regiões brasileiras produzem grãos com características muito próprias. 

Dentre outras características, o preenchimento de corpo do café da região também se destaca, que resulta em um café extremamente aveludado, com acidez de frutas amarelas, notas de frutas secas, nozes, caramelo e chocolate, às vezes, floral, sabores e características mais encontradas no café do Circuito das Águas Paulista.

Foto: Divulgação

É por isso que o Circuito das Águas Paulista deu início ao processo de Indicação Geográfica (IG) para reconhecer o café produzido na região. IG é uma identificação de produto ou serviço característico do seu local de origem, que possui uma ligação tão forte com os produtores locais e o território onde são produzidos que podem obter esse reconhecimento. No Brasil, por exemplo, 100 territórios já têm o selo de Indicação Geográfica (IG), programa conduzido pelo Ministério da Agricultura.

Essa classificação é concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) e mostra, sobretudo, que um local ou região tem reputação por produzir um determinado produto, cuja tipicidade e notoriedade ganharam fama. A tradição, o modo de fazer e as características naturais do ambiente influenciam na qualidade final. “Há um vínculo notório do território com o produto, que é percebido pelos viajantes na paisagem, na memória, no modo de fazer e no conhecimento de seus detentores, características que vemos na produção do café relacionado ao Circuito das Águas Paulista”, conceituou o auditor fiscal federal da Superintendência Federal de Agricultura em São Paulo, Francisco José Mitidieri, responsável técnico pelo programa no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Estado de São Paulo.

O processo para obtenção da Indicação Geográfica é mais uma ação liderada pelo Sebrae voltada para o setor, adotado pelo Movimento Líder do Circuito das Águas Paulista, que reúne as principais lideranças da região, com apoio do Instituto Federal de São Paulo, das prefeituras das nove cidades envolvidas, encabeçado pela estruturação da Associação dos Produtores de Cafés Especiais do Circuito das Águas Paulista (Acecap), explica o gerente regional do Sebrae-SP, Nilcio Freitas.

Alguns cafés da região já são exportados para diversos países, especialmente mercados da Europa Ocidental, Leste Europeu e EUA, e já chegaram à Austrália, China, Paraguai, Qatar, Rússia, Eslováquia, Emirados Árabes Unidos e Uruguai. Entre eles, estão os cafés da Fazenda Fronteiras e da Fazenda 7 Senhoras, entre outros.

Mais dados

Números da Casa da Agricultura mostram que a maior concentração do Circuito das Águas Paulista está em Socorro, com 1.033 produtores que cultivam 2365 hectares. Depois vem Serra Negra, com 207 produtores em 2.523 hectares, seguido de Amparo (147 e 900 hectares), Monte Alegre do Sul (120 e 486 hectares) e Águas de Lindóia (94 e 342 hectares). As demais cidades completam 1.800 produtores. O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, sendo que o café especial teve um crescimento de 5,2 milhões de sacas, em 2015, para 8,5 milhões em 2017, de acordo com a Associação Brasileira dos Cafés Especiais (BSCA), além do que a exportação de cafés especiais é um mercado em crescimento de 20% ao ano.

História

O café chegou ao Circuito das Águas Paulista em busca de terras novas, ocupando o espaço de outras culturas e das matas nativas. Começaram então as correntes migratórias. De início, alguns fazendeiros introduziram as experiências com colônias de parceria, deslocando legiões de europeus para a lavoura do café. Campinas introduzira as novidades e seu progresso contaminava as cidades vizinhas.

Há registros em documentos que mostram cidades da região do Circuito das Águas Paulista, como Socorro, com participação do prelúdio da cafeicultura paulista (1840-1895). Por volta de 1840, o município já registrava atividade cafeicultora realizada em pequenas propriedades.

Amparo atingiu seu ápice econômico em 1870, tornando-se um próspero município produtor de café. Com a ferrovia acelerou-se o fluxo migratório e a região multiplicou sua população atraindo investimentos novos, diversificando a economia e gerando um princípio de industrialização. A crise de 1929 represou esse progresso, mas os pés de café nunca saíram da paisagem do Circuito das Águas Paulista, mantendo tradição e histórias que já chegam a 6ª geração de produtores.

Sobre a Acecap

A Associação dos produtores de Cafés Especiais do Circuito das Águas Paulista (Acecap) foi fundada em 26 de janeiro de 2018 e conta, hoje, com 45 associados. Percebe-se que as mulheres estão tomando à frente da administração do agronegócio e, só na associação, já são 21 cafeicultoras. Com o objetivo de promover estudos, pesquisa e o desenvolvimento da produção de cafés especiais, com desenvolvimento sustentável das áreas envolvidas na cafeicultura, a associação acompanha as exigências internacionais da produção desse tipo de produto. Entre os pilares, está o incentivo a práticas de desenvolvimento sustentável.

Foto: Divulgação

Roteiro com algumas propriedades de Cafés Especiais do Circuito das Águas Paulista que recebem visitantes:

– Cafezal em Flor – Estrada Monte Alegre do Sul, Km 6 – Falcão, Monte Alegre do Sul
– Café Santa Serra – Estrada Municipal José Renato Pulini Marchi Sítio Santa Rosa Barrocão, Serra Negra
– Fazenda 7 Senhoras Specialty Coffee – Estrada do Serrote, Bairro do Serrote, Socorro
– Família Olivotto – Sítio São João da Serra Bairro da Serra, Serra Negra
– Sítio São Roque – Estrada Municipal Maria Catini Canhassi, S/N – Bairro das Leais, Serra Negra
– Sítio São Fernando Turismo Rural – R. Joaquim Antonio Padula, s/n – Bairro das Leais, Serra Negra
– Sítio São Geraldo – Café Nonno Marchi – Estrada Municipal José Amatis Franchi Bairro da Serra, Serra Negra
– Sitio Nonno Rouxinoli – R. Hermelindo Rodrigues Bueno, 4617 – Mostardas, Monte Alegre do Sul
– Vale do Ouro Verde – Museu do Café – Estrada Municipal Bairro da Serra – km 05, Serra Negra

TEXTO Redação

Café & Preparos

Querida por todos: Conheça a história da Hario v60

Hoje em dia existe uma infinidade de métodos e utensílios para preparar café – e é uma delícia provar o resultado de cada um deles! Mas às vezes tudo o que a gente precisa é de praticidade. A v60, da japonesa Hario, entrega tudo isso e mais um pouco: bom preço, facilidade de uso e café bom na xícara! 

Como tudo começou…

Fundada em 1921, na cidade de Tóquio, no Japão, a Hario iniciou seus trabalhos com a produção e a venda de vidrarias de laboratório. Na década de 1960, entre béqueres e frascos, surgiu o interesse em expandir as fronteiras e planejar gotejadores que apresentassem um café parecido com o que é feito no coador de pano. Depois de algumas ideias, a empresa lançou, em 1980, seu primeiro método que utilizava filtro de papel, mas não obteve sucesso no mercado. Mais de vinte anos depois, em 2004, a empresa começou a trabalhar em um novo projeto com o mesmo propósito. Nos novos experimentos, os fabricantes perceberam que as ranhuras internas, retas e verticais, faziam com que o papel aderisse à parede do equipamento, dificultando a passagem de ar e diminuindo a eficiência da extração. Como teste, as linhas foram espiraladas e adicionou-se um único furo grande na base. Daí nasceu a v60 como conhecemos hoje! 

Outras informações:

  • Como diz o nome, o método tem um filtro cônico triangular com vértice de 60 graus.
  • Nas paredes internas, há linhas verticais levemente espiraladas.
  • Durante a extração, a água passa pelo pó em um fluxo que acentua o movimento circular.
  • O filtro de papel fica afastado das paredes do porta-filtro, permitindo que o café respire.
  • Em sua base, há um único e grande orifício, que faz com que a infusão não se acumule durante a filtragem.
  • A extração da bebida é mais rápida e não há interferências.
  • Na xícara, o resultado costuma ser um café equilibrado e com textura limpa.
  • Está disponível em diferentes cores e materiais, como acrílico, vidro, metal e cerâmica.
  • É produzida em dois tamanhos: v1 (2 xícaras) e v2 (4 xícaras).

Dica de preparo: 20 g de café (moagem média) + 180 ml de água + 30 segundos de pré-infusão
Onde comprar: cafestore.com.br

TEXTO Redação • FOTO Pradeep Javedar

Mercado

Dicas de panetones para se deliciar neste Natal!

Foto: Thandy Yung

Já chegamos em dezembro! Tantas coisas aconteceram ao longo deste ano, mas a época dos panetones que amamos segue sendo tradicional do Natal. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), as vendas devem crescer 10% em relação ao ano passado. Hoje, as delícias até se tornaram uma opção de presentes ou para compartilhar com toda família. Listamos as novidades de algumas marcas para vocês conhecerem! 

Bauducco

A marca que completa 70 anos apresenta, além dos tradicionais Panettone e Chocottone, produtos que prometem agradar todos os gostos em versões mini e presenteáveis. Pensando na Copa do Mundo, a linha Maxi de Chocottone vem em uma nova versão com uma embalagem estampada com ícones de torcida, unindo a já conhecida massa de fermentação natural fofinha e macia ao recheio de gotas de chocolate, com cobertura de chocolate branco e confeitos verde e amarelo. 

O Panettone e o Chocottone de 908 g mantêm as seleções tradicionais e queridinhas de muitos consumidores. Sua caixa torna o produto ainda mais especial, com detalhe de fita de presente para complementar a cena de decoração natalina. Já as latas colecionáveis de Panettone e Chocottone chegam com nova embalagem e um design moderno.

Mais informações: www.lojabauducco.com.br

Brownie do Luiz

A marca traz seu panetone na versão de 500 g (R$ 80), recheado com pedaços de brownie e coberto com crocante de doce de leite, pensado para agradar os apaixonados pelo bolinho. À venda nas lojas da marca nas capitais do Rio de Janeiro e de São Paulo, o item ganhou uma lata especial de edição limitada, desenvolvida para incrementar a decoração natalina ou ser um belo presente. 

Mais informações: www.browniedoluiz.com.br

DAMA 

Criada pelas sócias e cunhadas Daniela e Mariana Gorski, a confeitaria traz doces e sobremesas para abastecer restaurantes, empórios e buffets, e conta com um panetone tradicional, de frutas secas, com uma cobertura especial de chocolate e lascas de amêndoas (600 g – R$ 95); panetone de brigadeiro, recheado e coberto de brigadeiro e pastilhas belgas (800 g – R$ 145); Chocottone Bites, pedaços de panettone com gotas de chocolate, cobertos com chocolate ao leite (lata decorada 300 g – R$ 95); colomba natalina, bolo de Natal tradicional com massa leve, recheado com amêndoas, cranberry e uva passa, coberto com açúcar e amêndoas (500 g -R$ 95). 

Mais informações: www.confeitariadama.com.br. Delivery próprio: das 9h às 19h, pelo WhatsApp (11) 97095-3888

Gallette Chocolates

A marca bean to bar aposta em dois novos sabores de panetone, caixas de bombons presenteáveis e chocolates divertidos para as crianças, como a árvore de Natal para montar.

Um dos lançamentos deste ano é o Panetone Cereja Amarena, que leva recheio cremoso de cereja silvestre italiana e cobertura de chocolate bean to bar 40% cacau (900 g – R$ 135). Outra novidade é o Panetone Limão Siciliano, feito com panetone com gotas de chocolate, recheio cremoso de limão siciliano e coberto com chocolate branco (900 g – R$ 135). Panetone Figo Turco, recheio de chocolate cremoso, pedaços de figo turco e castanha-de-caju e cobertura de chocolate intenso bean to bar com castanhas salpicadas (900 g – R$ 135). Panetone Chocolatudo é a opção ideal, pois inclui porções generosas de chocolate no recheio cremoso, nas gotas da massa e na cobertura (900 g – R$ 135).

São duas lojas em São Paulo: Santana – Rua Augusto Tolle, 245; e Pinheiros – Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 57. Instagram @gallettechocolates

Le Blé Casa de Pães 

A marca conta com panetones artesanais e a grande novidade deste ano é o Mocha, receita que traz massa de café entremeada com gotas de chocolate belga (500g -R$ 89). Assim como os outros, é um produto artesanal, sem conservantes e naturalmente aromatizados com baunilha de verdade e raspas de limão-siciliano e laranja Bahia. 

As outras opções são panetone de chocolate belga com laranja siciliana cristalizada e avelãs (500 g – R$ 89); panetone de banana cristalizada na casa, caramelo de doce de leite artesanal e canela (500 g – R$ 89); e panetone tradicional de frutas cristalizadas italianas (500 g – R$ 89).

A Le Blé Casa de Pães fica na Rua Pará 252 – Higienópolis. Tel: 3663-4626. Delivery próprio e iFood.

Mariana Junqueira

A novidade é o Big Chocotone, um panetone gigante com 4,750 kg, feito com massa tradicional de fermentação natural com gotas de chocolate belga e cobertura de chocolate ao leite belga (R$ 1.280). Essa é uma edição limitada com somente 100 produtos à venda.

A marca conta ainda com panetone de frutas, receita especial italiana massa tradicional de fermentação natural com damascos, ameixas e amêndoas açucaradas (R$ 368,80); chocotone de fermentação natural, com gotas de chocolate belga e cobertura de chocolate belga (1 kg – R$ 328,80);  chocotone de fermentação natural, com gotas de chocolate belga, recheio de Nutella e cobertura de chocolate belga (R$ 398,80); chocotone de fermentação natural, com gotas de chocolate belga, recheio de Nutella com massa folhada crocante e cobertura de chocolate belga (R$ 398,80); chocotone de fermentação natural, com gotas de chocolate belga, recheio de brigadeiro de pistache turco e cobertura de chocolate belga  e pistache (R$ 438,80); chocotone de fermentação natural, com gotas de chocolate belga, recheio de brigadeiro cremoso e cobertura de chocolate belga (R$ 398,80).

Mais informações: www.marianajunqueira.com.br

Stelle Cookierie 

A confeitaria tocada por mãe e filha – Stella e Fernanda Afonso – traz mais uma vez várias opções de sabores, seja para consumo próprio ou para presentear. Além da versão clássica de frutas cristalizadas (550 g – R$95) e do Panechoco, com gotas de chocolate (550g – R$ 95;), a casa traz criações como Romeu e Julieta (900 g – R$ 140), que vem recheado de um leve creme de cream cheese e goiabada caseira; Apple Pie (900 g – R$ 140) o recheio é de torta de maçã com toque de canela e, na cobertura, crumble. E, no Panechoco Pão de Mel (900 g – R$ 140), entram doce de leite caseiro e brigadeiro sabor pão de mel. Na linha ultra recheados, aparecem o Panechoco Biscoff (1,05 kg – R$ 160), que tem recheio cremoso à base de biscoito Belga Lotus, e o de Dragê com Brigadeiro (1 kg – R$ 160), preenchido com brigadeiro tradicional ou meio amargo e coberto com dragê.

Os pedidos, tanto da Stelle Cookierie quanto da Stelle Zero, podem ser feitos até o dia 20 de dezembro pelo WhatsApp (11) 99254-0149. Instagram @stellecookierie. Retirada no Campo Belo, em São Paulo (SP).

Utam 

Lançado para o Natal de 2021, o Panettone Gourmet Utam Creme de Café está de volta ao e-commerce e aos canais de telemarketing da empresa. Para essa versão, o Grupo desenvolveu uma massa macia – que também leva café -, à base de produtos próprios para panetone, sem uso de pré-misturas prontas, e que combina com o creme de café.

Mais informações: www.grupoutam.com.br

Zulcare 

Produzidos a partir de fermentação 100% natural e sem essências artificiais, possuem massa leve que leva farinha italiana, manteiga francesa, ovos orgânicos e são aromatizados com ingredientes como laranja, limão siciliano, fava de baunilha, mel e vinho Marsala. 

Entre as opções da marca estão o Panetone Tradicional (500 g – R$ 105), que leva frutas cristalizadas (cidra e laranja) e uvas passas; e o Panetone de Pera e Figo (600 g – R$ 130), feito com frutas cristalizadas (pera, figo e laranja) e finalizado com cobertura crocante de amêndoas.

Para quem prefere o lado mais doce da vida, o Panetone de Chocolate Tradicional (500 g – R$ 115) leva gotas generosas de chocolate ao leite belga. Outra opção maravilhosa é o Panetone de Chocolate com Nutella Crocante (1kg – R$ 185), feito também com gotas de chocolate ao leite belga, recheado com Nutella crocante e finalizado com uma camada do mesmo chocolate.

As encomendas podem ser feitas pelo site, pelo telefone (11) 97096-3464 (WhatsApp) ou pelo Instagram @zulcaredoces.

TEXTO Natália Camoleze

Café & Preparos

8 benefícios do café para a saúde

O sabor de sua bebida favorita pode ser motivo suficiente para convencê-lo a continuar consumindo. Porém, no caso do café, além de gostoso, também te propicia benefícios para a saúde! Dá uma olhada:

1) Longevidade

Estudos mostram que beber café pode prolongar a vida útil. Ao longo de 10 anos, pesquisadores analisaram a conexão entre o consumo da bebida e o risco de morte, considerando variáveis como estilo de vida, bem-estar e consumo de café dos participantes.

A pesquisa revelou que as pessoas que bebiam mais de quatro xícaras de café diariamente tiveram uma redução de risco de morte de 64% em comparação com os participantes que não bebiam café e aqueles que bebiam pouco. No período de acompanhamento, os consumidores com 45 anos ou mais se beneficiaram de uma redução de 30% no risco de morte.

2) Função cerebral

O café contém uma substância psicoativa que bloqueia o neurotransmissor adenosina no cérebro. Consequentemente, outros neurotransmissores como norepinefrina e dopamina aumentam junto com o disparo neural. O funcionamento cognitivo melhora quando você bebe café, juntamente com vigilância, memória, velocidade de reação, produtividade e motivação.

3) Funcionamento físico

A cafeína prepara seu corpo para esforços intensos, liberando células de gordura para atividade e aumentando a adrenalina, podendo melhorar o desempenho físico em 12%.

4) Acelera o metabolismo

A cafeína também ajuda na queima de gordura. Estudos mostram que ela pode aumentar a perda de gordura em 29% e facilitar o metabolismo em 11%, em pessoas magras, e 10% em indivíduos obesos.

5) Nutrientes

O café contém nutrientes vitais, incluindo riboflavina, niacina, magnésio, potássio, manganês e ácido pantotênico. As quantidades são pequenas, mas sua ingestão aumenta a cada xícara de café.

6) Proteção cerebral

Beber café pode ajudar a evitar o declínio cognitivo relacionado à idade. Não existe cura para envelhecer, mas você pode considerar o hábito do café útil para a manutenção do cérebro. Os pesquisadores concluíram que os consumidores têm 65% menos probabilidade de sofrer de demência senil e doença de Alzheimer do que os que não bebem café.

7) Saúde do fígado

Quatro canecas de café podem potencialmente reduzir o risco de cirrose hepática em 80%. A cirrose causa a formação de tecido cicatricial, substituindo parte do fígado, e está associada à hepatite e à doença hepática gordurosa.

8) Menor risco de câncer, doença de Parkinson e diabetes

A pesquisa mostra que os consumidores de café tem menos probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2. Cada copo reduz o risco em 7%. O consumo frequente de café com cafeína pode diminuir o risco de câncer de fígado e colorretal. Também reduz o risco de doença de Parkinson em até 60%.

TEXTO As informações são do SciTechDaily • FOTO Jéssica Teixeira

Barista

Dos poucos cafés no restaurante ao pódio do Campeonato Mundial de Barista

A Espresso bateu um papo por e-mail com Anthony Douglas, o australiano que levou o último World Barista Championship

Anthony Douglas, 31, trabalhava em um restaurante espanhol quando descobriu o quanto era legal tirar um espresso da máquina que tinha por lá. “Sempre que eu trabalhava na delicatessen do restaurante, tirava alguns cafés e foi assim que me apaixonei por todos os processos que levam o café para a xícara”, conta.

Hoje ele trabalha na cafeteria Axil Coffee Roasters em Melbourne, Austrália, e conta um pouco do seu passado, presente e futuro no café, agora marcado com o primeiro lugar no World Barista Championship (WBC), que ocorreu exatamente em Melbourne, entre 27 e 30 de novembro de 2022. Na competição, os 50 baristas precisam preparar 4 espressos, 4 bebidas com leite e 4 bebidas de assinatura em 15 minutos.

Você pode acompanhar o trabalho do Anthony pelo seu perfil no Instagram @anthony_jdouglas

Confira o bate-papo:

Você contou que se apaixonou por café enquanto trabalhava em um restaurante. O que exatamente despertou sua paixão?

Foram os processos de fazer café que me encantaram, todos os detalhes. Conforme eu ia progredindo, ficava mais interessado nos sabores e nas variáveis todas que envolvem a extração do espresso e de outros métodos de preparar café.  

Parabéns pelo campeonato! Essa foi a primeira vez que você competiu? 

Não, a minha primeira competição foi em 2015, então lá se vão sete anos de campeonatos. Eu decidi fazer isso para aprimorar minhas habilidades.

Conte como você se preparou para essa competição e como se sentiu ao ouvir seu nome anunciado?

Foi definitivamente o ano em que eu mais treinei até hoje. Não deixei pedra sobre pedra, nada sem testar, eram quase 60 horas por semana de treinamento e preparação. E você pode imaginar que me senti muito recompensado quando ouvi meu nome ser anunciado como campeão, afinal, são sete anos de trabalho reconhecido e que valeram a pena. 

Quais foram suas escolhas para a apresentação, qual café usou, como era seu drinque de assinatura e o que você acha que fez a diferença para você ganhar?

Um grande foco da minha apresentação foi ser capaz de entregar o que eu descrevia na xícara. Por isso escolhi o café El Diviso que tinha sabores muito claros e definidos. Este café é um sidra natural anaeróbico da fazenda El Diviso, na região de Huila, na Colômbia, produzido por Nestor Lasso. Minha bebida de assinatura era uma combinação de xarope de maracujá fermentado, xarope de tâmara, chá de hibisco feito a frio e mel colombiano. Usei um agitador magnético e uma pistola de espuma para preparar a bebida. Acho que o que me tornou um vencedor foi o fato de não deixar passar nenhum detalhe em nossa preparação. Isso me deu total confiança ao subir no palco e, além disso, trabalhei muito para desenvolver um estado mental forte.

Quais são suas impressões sobre este evento? Você tem planos de continuar participando de competições? 

Sempre pensei que as competições de café fornecem uma infinidade de benefícios para os concorrentes. Eles são uma plataforma para melhorar suas habilidades de preparar o café, aprendi habilidades importantes para a vida e conheci alguns profissionais realmente incríveis de todo o mundo. Neste momento, não tenho mais planos de competir, gostaria de dar um passo diferente e treinar outras pessoas para competições.

E, por último, mas não menos importante: você pode falar sobre seus sonhos no universo do café?

Ao longo da minha carreira tive altos e baixos, e sei como pode ser difícil algumas vezes, especialmente quando estamos em competições. Também recebi apoio de muitas pessoas, inclusive da empresa em que trabalho. Gostaria de ajudar, apoiar outros baristas e concorrentes a alcançar seus objetivos no futuro.

TEXTO Cintia Marcucci • FOTO Divulgação

Cafezal

Da lavoura à xícara: IHARA lança websérie sobre processos do café

Na nova websérie “Raízes do café. Cada grão, uma história”, a IHARA busca retratar o cultivo do grão desde as suas origens até a chegada na mesa de milhões de pessoas.

Nos episódios, é possível conhecer produtores que se dedicam ao cultivo e à produção de grãos especiais, de alta qualidade, unindo esforços e conhecimentos de toda a família, além da passagem de bastão na sucessão familiar e os processos do cultivo.

No vídeo de estreia, a IHARA visitou fazendas centenárias, onde famílias se dedicam com grande paixão à cafeicultura há várias gerações, como é o caso de Gizela Junqueira e Luti Dezena, em Águas da Prata (SP), na Região Vulcânica, e, no Sul de Minas, de Osvaldo Bachião, em Nova Resende, e de Aguinaldo Reghin, em Varginha.

A série é uma parceria da IHARA com o SBT, com a apresentação de Paula Varejão. Todos os episódios estarão disponíveis no YouTube da IHARA

TEXTO Redação

Cafeteria & Afins

Studios Coffee – São Paulo (SP)

Muitas coisas unem os irmãos André, Anderson e Adilson Ng, e uma delas é o café. Sempre que fazia viagens ao exterior, o trio buscava conhecer diferentes cantinhos que serviam a bebida e que fossem fora das áreas turísticas. Com uma bagagem cheia de referências, eles resolveram levar uma nova experiência à loja de tênis que já tinham na Praça Benedito Calixto. Assim, misturando moda, discos e café, nasceu o Studios Coffee, em 2018. 

A inauguração do novo espaço contou até com o lançamento do tênis 574 BARISTA, fruto de parceria entre a cafeteria e a marca New Balance. Com ambiente descolado e descontraído, a casa é uma boa opção de parada para quem está passando e deseja fazer uma pausa para um café. Há cadeiras, bancos e banquetas dispostos para todos os tipos de cliente, inclusive na calçada, para aqueles mais apressados.

“Geralmente trabalhamos com três grãos diferentes: um exclusivo para o espresso, um para o coado da batch brew e um mais singular, para os métodos”, contam os irmãos. As regiões produtoras dos grãos disponíveis na casa são Chapada de Minas, Matas de Minas e Chapada Diamantina. A torra dos cafés fica por conta da paulistana Sabino Torrefação. Além do batch brew e do espresso, tirado de uma La Marzocco FB80, os baristas preparam a bebida na hario v60 e na aeropress. “Mas, conversando com os baristas, conseguimos fazer outros métodos, como kalita e chemex”, completam. Para os fãs de cold brew, a opção da casa é de produção própria.

Os sanduíches são feitos na cozinha do Studios. As empanadas, famosas entre os clientes, trazem recheios de queijo com cebola, pernil e frango, e são preparadas pelos parceiros da Casa Quena. Já as salteñas, também requisitadas, são produzidas pelas mãos de Erick Fernandes, da La Cholita. Bolos, cookies, brownie, pain au chocolat e o cinnamon roll são algumas das opções doces. “Para acompanhar o espresso, sempre indicamos algo com sabor mais potente, como um cookie de chocolate ou um pão de queijo.”

Informações sobre a Cafeteria

Endereço Praça Benedito Calixto, 100
Bairro Pinheiros
Cidade São Paulo
Estado São Paulo
País Brasil
Website http://instagram.com/studioscoffee
Horário de Atendimento Segunda a sábado, das 9h30 às 18h
TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO João Marcelo Stark

Cafezal

Fazenda localizada em Pardinho (SP) recebe seminário sobre cafés especiais

No dia 9 de dezembro, das 8h30 às 17h30, o Sítio Daniella, localizado em Pardinho, no interior de São Paulo, recebe o Seminário Cafés Especiais: Do solo à xícara. O evento busca oferecer aos cafeicultores um bate-papo sobre ciência do solo, pós-colheita de cafés especiais, mercado e outros temas importantes. Para isso, contará com a presença de palestrantes que são referência nos assuntos abordados.

Durante o seminário, organizado com apoio da FAESP, SENAR-SP, Sindicato Rural de Pardinho (SP) e Sebrae, o engenheiro agrônomo Dr. Aldir Alves Teixeira abordará os 10 mandamentos da qualidade no café e o surgimento do café especial, marcado pela implantação de técnicas agronômicas e a valorização da qualidade do café com as iniciativas da renomada empresa italiana illycaffè.

Segundo o especialista, a partir da década de 1990, a illycaffè chegou ao país em busca de um produto diferenciado, com cafés de qualidade superior. Um marco para a trajetória do café brasileiro, que começou a ser valorizado deixando de ser tratado apenas como commodity. Era o início de uma nova era, com o surgimento de marcas nacionais investindo em cafés especiais. Hoje, 50% do diferenciado e exclusivo blend da illycaffè é composto pelos cafés de origem brasileira.

Palestras, exposição, venda de produtos e sorteios também farão parte do evento, além de uma confraternização que será marcada pela entrega das premiações do 4° Concurso de Cafés Especiais da Cuesta Paulista. Confira abaixo a programação:

Cronograma
8h – Café da manhã
9h – Palestra com Dr. Aldir Alves Teixeira
9h45 – Palestra com Celso Luis R. Vegro
10h30 – Palestra com Raquel Nakazato Pinotti
11h15 – Palestra com Diego Siqueira
12h às 14h – Almoço, transmissão do jogo do Brasil e apresentação dos patrocinadores
14h às 15h – Rodada de perguntas e respostas
15h às 17h30 – Cerimônia de premiação do 4º Concurso de Cafés Especiais da Cuesta Paulista

Para participar, é necessário se inscrever neste link: https://bit.ly/3W6QVGZ

TEXTO Redação • FOTO Felipe Gombossy
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