Receitas

Pastel de nata

pastel-nata

Ingredientes
• 1 litro de creme de leite
• 350 g de açúcar
• 16 gemas
• 4 colheres (chá) de amido de milho
• 3 tampinhas de essência de baunilha
• Massa folhada

Preparo
Separe as gemas e, em uma vasilha, bata-as com um garfo. À parte, dissolva o amido de milho em um pouco de água e acrescente a essência de baunilha. Em uma panela, coloque o creme de leite com o açúcar para ferver. Quando levantar fervura, acrescente as gemas já batidas e o amido de milho dissolvido com a essência de baunilha. Mexa bastante. Depois, coloque para esfriar numa vasilha com água e gelo. Reserve. Abra a massa folhada e coloque em forminhas de empada. Em seguida, ponha o creme nas forminhas e leve ao forno.

Rende de 20 a 25 porções

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

TEXTO Ernestino Gomes Pontes • FOTO Daniel Ozana / Studio Oz

Café & Preparos

Marcelo Jeneci

“Curto tomar café quando realmente tenho vontade: para mim, não é simplesmente um hábito, é um querer mesmo.”

jeneci
Aos 31 anos, o cantor e compositor nascido em Guaianazes, zona leste de São Paulo, cresceu embalado pelas rádios populares. Seu pai, o pernambucano Manoel, ganhava a vida consertando eletrodomésticos e instrumentos musicais e era fã de Erasmo e Roberto Carlos. Sobre essas influências Jeneci conversou com a Espresso e preparou um café coado regado a muitas histórias. “Gosto de ficar andando pela casa com um copo de café.”

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

TEXTO Eliane Barros • FOTO Guilherme Gomes

Mercado

Xícaras e joias são feitas com borras e grãos de café

Conheça produtos que utilizam o café como matéria-prima

Xícaras feitas com café

fb-4
O designer alemão Julian Lechner criou xícaras e pires através de um combinado de borra de café e colas naturais. A marca Kaffeform recicla recursos que seriam descartados. Uma xícara dele, por exemplo, pode ser feita a partir da borra de seis xícaras de espresso. Para tornar o produto durável e próprio para lavar, ele encontrou equilíbrio entre fibras vegetais, borra de café, pedaços de madeira e biopolímeros. Quarenta por cento do composto material é feito a partir da borra de café seca. O designer afirma que pretende lançar o produto para outros países, incluindo o Brasil. 
As xícaras estão disponíveis para 
compra no site www.kaffeeform.com

Joias de café

colar_macadamia_01

Liliane e Simone Santiago, de Londrina (PR), criaram a Biojoias Irmãs Santiago, com produtos artesanais, como colares e brincos. A inspiração veio da visita à cidade de Ibiporã (PR) durante a Rota do Café. Lançada em 2015, a coleção busca traçar um paralelo entre a moda das décadas de 20 e 30 e a atual. Mais informações: www.irmassantiago.com.br

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

TEXTO da Redação • FOTO Divulgação

Mercado

Está chegando a hora de aproveitar o Festival Santos Café 2016. Programe-se!

festivalsantoscafe

Degustação de café será novamente na Frontaria Azulejada, na Rua do Comércio, 96

Prepare a sua xícara! A Prefeitura de Santos, por meio da Secretaria de Turismo, realizará a segunda edição do Festival Santos Café. De 8 a 10 de julho, a cidade de Santos, que abriga o maior porto do país, por onde escoa grande parte da produção nacional, receberá diversas atrações gratuitas no Centro Histórico.

Esta região guarda dezenas de prédios por onde funcionaram armazéns, torrefações e que mantêm escritórios de classificação e comercialização de café. A antiga Bolsa do Café, hoje Museu do Café, é atração obrigatória para quem visita a cidade, além do bonde turístico que percorre as ruas do Centro nos trilhos originais.

O evento pretende repetir o sucesso do ano passado, quando reuniu um público de 37 mil pessoas pelas ruas do centro.

festivalsantoscafemantissa

Degustação de café
Em 2015, todo esse cenário histórico serviu de palco para o sucesso do Festival Santos Café. A Revista Espresso foi responsável pela realização do Espresso Degusta, área de degustação de café localizada em frente à Frontaria Azulejada, prédio histórico de 150 anos que abrigou armazém de café e residência, desde 1865. Foram servidos mais de 27 mil cafés!

Neste ano, na segunda edição, a Espresso ampliou o número de marcas e terá dez empresas participantes do evento, no mesmo local, na Frontaria Azulejada, na Rua do Comércio.

Entre barracas, bikes e karts as marcas que estarão presentes servindo café para o público serão Café Mantissa, Café Mitsuo Nakao, Clube do Café de Santos, Café Santa Monica, Grão Gourmet, Da Hora Bike e Rei do Café. Também estarão presentes a Café Store, Bunn e Swiss Coffee, com equipamentos. A Gold é o apoio no adoçante servido durante a degustação.

Música e arte
Durante os três dias do evento, apresentações musicais vão agitar no público em dois palcos, um na esquina da Rua XV de Novembro com a Rua do Comércio, e outro na Praça Mauá. Também na praça, nos dias 9 e 10, será realizada a feira de arte, artesanato e antiguidades. Diversos restaurantes do Centro Histórico estarão abertos para servir o público e os hotéis da cidade estão preparando pacotes especiais de hospedagem, com transporte ligando os locais de hospedagem ao evento.

Walking tours sobre a influência do café na cidade, intervenções de estátuas vivas e apresentações de dança também fazem parte da programação.

festival santos café

Conheça a programação completa e programe-se: 8 de julho (sexta-feira)
Centro Histórico
18h – Happy Centro (vários locais, parceria com restaurantes e bares do Centro Histórico)

Museu do Café
18h – Abertura Oficial do Festival Santos Café
Entrega da restauração da Sala do Pregão (vitral de Benedicto Calixto, no teto, e mobília)
18h às 21h – Visitação noturna
18h30 – Homenagem a Eduardo Carvalhaes
18h30 às 20h – Café com Música
Marcos Paulo & Patrícia Nóbrega (MPB, Bossa Nova e Jazz)

Palco da Rua XV com a Rua do Comércio
20h – Paula Lima & Banda (show)

9 de julho (sábado)
Bulevar da Rua XV
11h – Quarteto de Cordas Martins Fontes

Bulevar da Rua XV, Estação do Valongo, Praça Mauá e Rua do Comércio
12h às14h – Estátuas Vivas

festivalsantoscafegraogourmet

Casa da Frontaria Azulejada
11h às 17h – Degustação de cafés especiais, Exposição ‘Do café ao cafezinho’, Projeto ‘Alameda do Café’ e Espaço Leia Santos
12h – Teatro Infantil – ‘Amor por Amexins’
14h – Grupo de Violões da Secult
15h – Dança de Cadeira de Rodas
16h – Balé da Cidade de Santos Centro

Histórico
12h – Feijão com Arte, em parceria com restaurantes

Construtora Phoenix (Rua XV)
11 às 18h – Exposição ‘Coffee Break – Diálogos sobre o Café’, com vários artistas e coordenação do Eikones Escritório de Arte

Estação do Valongo
11h – Ensaio Orquestra de Rua
14h às 16h – Estátuas Vivas
17h – Apresentação Orquestra de Rua

Museu do Café
10h30, 12h, 15h e 17h – Visitas ao Centro de Preparação de Café com degustação de três tipos de café gourmet (20 pessoas por turma; visitas com cerca de 45 minutos de duração) Valor: R$ 6,00 – ingressos na bilheteria
11h às 17h – Espaço Café com Leite Espaço infantil lúdico com jogos educativos e tradicionais, cantinho da leitura, pula-pula, piscina de bolinhas entre outros
15h – Programação Infantil – Cantadores de Histórias Cantorita e Tonho contam histórias do café e da cidade de Santos, com muita música, rima e brincadeiras antigas.
16h – Oficina de Artesanato com Cápsulas de Café, com a artesã Silma Valverde Distribuição de senhas, na bilheteria do museu, 1 hora antes do início da programação.
18h às 21h – Visitação Noturna

Museu Pelé
11h – Oficina Gastronômica ‘Risoto à Base de Café’ (UniSantos), com o chef Bruno Justo, do Estação Bristô Restaurante-escola (Retirar senha 1 hora antes, máximo 2 por pessoa)
15h às 17h – Palestra ‘Uso do café em sobremesas’ (Senac) – brigadeiro de café com banana caramelada, com Margot Lambert Bate-papo sobre o uso de ingredientes regionais em preparações gastronômicas, demonstração da produção do brigadeiro de café e degustação (Retirar senha 1 hora antes, máximo 2 por pessoa)

Palco da Rua XV com a Rua do Comércio
13h – Roda de Samba com Grupo Ouro Verde 15h – Didi Gomes canta Cartola, com Grupo Aqui tem Choro
17h – Divas do Rock & Blues – Carla Mariani & Banda
19h – Tony & Izzy Gordon (blues e jazz), com participação especial de Will Gordon, vocalista da Banda Jamz

Praça Mauá
11h – 1º Pedal Retrô de Santos & Região – passeio ciclístico a caráter e exposição de bicicletas antigas
11h, 14h e 16h – Walking Tour, com monitoria de guia de turismo
11 às 17h – Feira Centro com Arte e Exposição de Carros Antigos
12h – Murilo Lima (MPB/Pop Rock)
14h – Escola Guitarra Leão (SP)

10 de julho(domingo)
Bulevar da Rua XV
12h – Escola de Choro e Cidadania Luizinho 7 Cordas

Bulevar da Rua XV, Estação do Valongo, Praça Mauá e Rua do Comércio
12h às14h – Estátuas Vivas

Casa da Frontaria Azulejada
11h às 17h – Degustação de cafés especiais, Exposição ‘Do café ao cafezinho’, Projeto ‘Alameda do Café’ e Espaço Leia Santos
12h – Trupe Olho da Rua (teatro infantil)
13h – Dança de Rua Infantil (vários grupos)
15h – Grupos de violino da Secult 16h – Balé da Cidade

Construtora Phoenix
11 às 18h – Exposição ‘Coffee Break – Diálogos sobre o Café’, com vários artistas e coordenação do Eikones Escritório de Arte

Museu do Café
11h às 17h – Espaço Café com Leite Espaço lúdico para crianças, com jogos educativos e tradicionais, cantinho da leitura, pula-pula, piscina de bolinhas entre outros.
12h – Métodos de Preparo do Café Baristas apresentam diferentes formas de extração da bebida mais famosa do mundo Local: Cafeteria
15h – Minibarista (programação infantil) Crianças aprendem o latte art, técnica de desenho na superfície do café com leite
16h – Dica do Barista Baristas explicam como preparar um bom café e degustação diferentes tipos da bebida

Museu Pelé
11h – Oficina de Coquetelaria (Unimonte) – Preparação do drink ‘Terráqueo’, criado por alunos do curso de Gastronomia da universidade, com os baristas Douglas Dante e Fabiana dos Santos Nascimento, da Unimonte. (Retirar senha 1 hora antes, máximo 2 por pessoa)

Praça Mauá
11h, 14h, 16h – Walking Tour, com monitoria de guia de turismo
11h às 17h – Feira Centro com Arte e Exposição de Carros Antigos
12h – Kleber Serrado & Choro de Bolso
14h – Diego Alencikas Trio (MPB)
16h – Banda Querô – Arte no Dique (percussão)

Palco da Rua XV com Rua do Comércio
14h – Julinho Bitencourt Trio (MPB)
18h – Show de encerramento com a Big Time Orchestra

e48_festival café santos_santos_roberto seba

TEXTO Mariana Proença • FOTO Roberta Seba e Divulgação Café Editora

Café & Preparos

Clever: filtro prático

e37_clever

A Clever parece um filtro de café normal, mas é feito de acrílico e tem uma vantagem que o torna bem prático: dispõe de um controle da saída do café. Esse controle se dá por meio de uma trava automática na parte inferior do filtro. Assim, conseguimos preparar o nosso coado com mais tranquilidade, podendo servi-lo diretamente do filtro na xícara. Como a infusão pode ser controlada por alguns minutos, esse preparo é um misto de french press com coador de papel. O método, que já existe desde 2010, foi um dos mais utilizados pelos baristas finalistas no Campeonato Mundial de Barista (WBC) em 2012. O equipamento está sendo comercializado pela Café Store.

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

TEXTO Da Redação • ILUSTRAÇÃO Stefan Pastorek

Café & Preparos

Enfim, David Lynch

davislinch

“Meu preferido é o espresso com leite quente, o latte.”

Dono de um estilo único, muitas vezes surreal, o cineasta norte-americano já afirmou que um dos seus maiores desejos como artista é conseguir filmar, com precisão, a ondulação formada na superfície do café ao se movimentar a bebida. Bizarrices à parte, o diretor, conhecido por sua obsessão por café (toma desde os 3 anos), gosta mesmo é de se deliciar com a simplicidade de um bom espresso com leite.

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

TEXTO Texto Karina Almeida • FOTO Divulgação

O sonho de um imigrante

e51_colunacafe

Minha visão da evolução da terceira onda tem agricultores, baristas e torrefações trabalhando juntos, fazendo parte do “outro lado” para entender mais sobre o nosso café. A maioria dos cafés de qualidade é exportada. Isso significa que a troca de informações entre torrefadores e produtores sofre, muitas vezes, devido à barreira da língua. Mas não tem desespero! Podemos nos comunicar aqui entre agricultores, baristas e torrefadores que buscam se tornar profissionais, que querem evoluir, que querem ser melhores.

Como fazer isso? Primeiro, precisamos realmente virar profissionais. Existem livros, cursos, empregos, a internet, revistas e campeonatos de café que podem ajudar na nossa pesquisa. Sem deixar de tomar café! Um bom barista pode ajudar o agricultor a conhecer seu próprio café. Uma coisa que atrapalha na venda do grão é que quem o produz não sabe o que o mercado quer. A cultura de tomar café pode ser bem diferente entre países. Melhor, então, fazer um produto específico para vender do que tentar vender o que se tem. Os baristas também têm uma experiência grande com diferentes grãos e podem falar sobre qualidade, aspectos da colheita e pós-colheita, apenas avaliando o sabor e o aroma do café. Isso pode ser um pouco avançado para a maioria dos baristas. Torrefadores têm mais experiência com isso, mas você não deve dizer que não pode. Sim, você pode.

O agricultor (ou os filhos dele) pode se educar a respeito do trabalho dos baristas para saber mais sobre os limites de qualidade do café. Como identificar problemas provenientes da colheita ou da pós-colheita. Nem todo mundo pode viajar para Oslo, Londres ou Nova York para fazer pesquisa. Precisamos cuidar da lavoura. O que é fácil fazer é comprar café de fora, café torrado aqui, talvez de vizinhos, e logo você vai saber mais.

Não é verdade que o melhor café vai para fora. Os melhores lotes de café são pequenos, duas sacas, dez sacas de café bem cuidado, representando tudo o que nós podemos realizar. As torrefações pequenas do País estão fazendo um trabalho muito legal, encontrando caminhos novos, pesquisando sobre torra e pós-colheita. O agricultor, em conjunto com o torrefador, tem facilidade de fazer experimentos pequenos, que podem dar resultados incríveis. Eu já provei muitos cafés dessas experiências que se mostraram impressionantes. Cafés que subiram 3 ou 4 pontos só por causa de uma fermentação benéfica. Grãos que, normalmente, são considerados normais, mas que ganham personalidade e qualidade após apenas uma separação entre maduros e verdes.

Não posso realizar o meu sonho sozinho. Eu acho que podemos melhorar o nosso futuro, o futuro do café, o futuro do País, trabalhando para melhorar a qualidade dos grãos. Isso vem junto com a mudança que estamos vendo. Quem não segue em frente fica atrás, sofrendo com preço baixo, colheita menor, variedades que não toleram a seca, mesmo tendo um produto que pode ser melhorado com pouco investimento.

É isso que eu estou tentando fazer aqui no Brasil. Pouco a pouco, com cursos, aulas, projetos pequenos, divulgando o que eu posso, fazendo a minha parte. Sei que eu não estou sozinho, mas precisamos que todos tomem uma parte da responsabilidade para si. Fazer o melhor com o que você tem, pensar sobre o que é possível. Nesse sentido, vão faltar limites…

*Eystein Veflingstad é norueguês, residente no Brasil, barista, mestre de torra e proprietário da 3ª Onda Consultoria em Café, empresa que tem como foco trabalhar com agricultores e cooperativas na missão de ajudar o cafeicultor a saber mais sobre o próprio café. Fale com o colunista pelo e-mail colunacafe@cafeeditora.com.br

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

ILUSTRAÇÃO Eduardo Nunes

Cafeteria & Afins

Senhor Espresso – São José do Rio Pardo (SP)

senhor-espresso_01

Próxima à praça da igreja matriz, a cafeteria trabalha com grãos selecionados e comprados diretamente da fazenda por Rodrigo Pereira, dono da casa, provador, mestre de torra e barista. As variedades são diversas (mundo novo, catuaí amarelo e vermelho, catucaí vermelho, obatã, entre outros), assim como os métodos, Hario V60, Chemex, prensa francesa, sifão, Aeropress, etc., além do espresso. Para acompanhar essas opções, o cardápio de comes também não fica atrás, com bolos, tortas, sanduíches, croissants, empadas e muito mais.

senhor-espresso_02

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

Informações sobre a Cafeteria

Endereço Rua Silva Jardim, 216,
Bairro Centro
Cidade São José do Rio Pardo
Estado São Paulo
País Brasil
Website http://www.senhorespresso.com.br
Telefone (19) 3608-2728
Horário de Atendimento De segunda a sábado, das 8h às 19h
TEXTO Janice Kiss • FOTO Divulgação

Receitas

Eclipse

drinque Eduardo Scorsin

Ingredientes
• Cerca de 100 ml de café filtrado em método tradicional (sugestão de café: use uma bebida doce, de pouco corpo e com acidez e notas florais)
• Ginger Ale quanto baste

Preparo
Primeiro, prepare esferas de gelo. Coloque o café filtrado em formas próprias, esféricas, e deixe no congelador até o gelo de café ficar pronto. Na falta de formas esféricas, use formas de gelo comuns, quadradas. Quando o gelo estiver pronto, coloque as esferas ou cubos, cerca de quatro unidades, em copos do tipo tumbler ou long drink. Complete com Ginger Ale e decore com purpurina alimentar, de preferência prateada ou dourada, para criar reflexos na bebida.

Rende 1 porção

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

FOTO Daniel Ozana/Studio Oz/Café Editora • RECEITA Eduardo Scorsin, barista do Lucca Cafés Especiais

Cafezal

É mineiro empreendedor

e41_fazendas-mineiro-empreendedor

A linda época da florada na região, os cuppings, as histórias dos produtores e os passeios pelas fazendas são algumas das atrações da viagem à origem: a Harvest Celebration.

A região do Cerrado investe em projeto ousado de mostrar a atitude dos cafeicultores na busca da qualidade do grão no dia a dia

Quantidade. Volume. Tecnologia. Por esse tripé a região do Cerrado Mineiro é muito conhecida. Qualidade. Microrregiões. Diferentes sabores. Essa é a recente meta que vem movimentando cafeicultores, agrônomos e empresários locais. O novo Cerrado Mineiro é formado por jovens empreendedores que encontraram no café com valor agregado um grande aliado para a fase de mudança por que a região vem passando.

Pioneiros na Denominação Geográfica de Café, conquistada em 2005, o selo deu ao produto o status de padrão e sabor únicos. Porém, hoje o investimento está sendo feito em diferentes perfis de café, com bebidas de características distintas e grãos que contam a história de cada produtor e fazenda.

O Cerrado Mineiro começou a produzir café somente nos anos 1970 quando produtores de outras regiões, devido a dificuldades climáticas, passaram a buscar outras áreas para o plantio. O investimento em novas técnicas agrícolas de irrigação e colheita passou a ser o sucesso local, que avançou rapidamente como uma referência no setor cafeeiro.

Esse passo à frente em tecnologia e produtividade deu à região status de potência, mas não necessariamente, à época, de qualidade. Em busca de um reposicionamento, o Cerrado Mineiro passou então a conectar os jovens que trabalhavam no setor e recriou sua identidade: Café Produzido com Atitude. Encabeçado pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado o novo projeto tem como base mostrar que os cafés têm práticas sustentáveis, têm a Indicação Geográfica e, por fim, a qualidade, com a cara do produtor que os cultiva.

Com o intuito de colocar um holofote sobre o trabalho que vem sendo realizado, recentemente a Federação criou uma viagem à origem para que torrefadores e formadores de opinião pudessem conhecer mais sobre a região composta de 55 municípios e 4.500 produtores de café. A revista Espresso acompanhou a primeira experiência e pôde conhecer de perto o que vem sendo feito por produtores e técnicos locais para celebrar a colheita dessa safra.

e41_fazendas-mineiro-empreendedor_02

A etapa final da viagem é marcada por um café nas montanhas da microrregião de Serra Negra.

e41_fazendas-mineiro-empreendedor_03

À direita, o barista Igor Salles e o produtor Ruvaldo Delarisse.

e41_fazendas-mineiro-empreendedor_04

Pesquisa e certificação
A primeira parada foi na Fazenda Epamig – Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – onde fica uma lavoura de 60 hectares de café com variedades diversas para testes e um banco de germoplasma. Estávamos na época da florada, quando os cafezais ficam repletos de flores brancas e, claro, muitas abelhas. O foco da fazenda hoje é a alta tecnologia e a qualidade. Segundo Juliano Tarabal, diretor de Marketing da Federação, “o local é o maior em pesquisa do Estado, com área típica de Cerrado e com técnicas de irrigação e adubação muito desenvolvidas, além de testes de variedades novas, como a catiguá, que está despontando em produtividade e qualidade”. Ali próximo à área de plantio há o Centro de Excelência do Café da Região do Cerrado Mineiro, onde os cafés são provados de forma profissional em laboratórios.

Hoje, ao contrário de anos passados, o Cerrado Mineiro encontrou potencial ao trabalhar as principais microrregiões, que são dezenas, e que podem ser subdivididas ainda em terroirs mais específicos. Na prova dos cafés é possível perceber as diferentes características sensoriais que são determinadas, entre outras coisas, por microclima, solo, altitude e processamento do café.

Quem está se beneficiando dessa nova fase do Cerrado Mineiro é a família de Mario Lucio Donizete dos Reis, que há dez anos trabalha com café, e que, junto a outros setenta produtores, faz parte do Assentamento de São Pedro, de quinze hectares por família, na microrregião de Esmeril. Os produtores são certificados, na sua maioria, por programas como o Rainforest Alliance, Fairtrade, Certifica Minas, e participam de capacitações do Sebrae, promovidas pelo projeto Educampo.

O produtor Mario Lucio revela ser “apaixonado por café”. Trabalham na lavoura ele, o pai, a mãe e um irmão. A colheita é 100% mecanizada, com a produção de até 45 sacas por ano. Nesta safra, é a primeira vez que ele participa de um prêmio, o da própria Região do Cerrado Mineiro (ver o boxe nesta página). Os cafeicultores se organizaram na Associação dos Pequenos Produtores do Cerrado (APPCER), em 2010, devido à demanda por cafés certificados de compradores e para melhorar a qualidade e conseguir valores melhores para o grupo. Em 2012 foram 10 mil sacas de café vendidas por este sistema, com 55 produtores associados.

e41_fazendas-mineiro-empreendedor_05

Uma paisagem típica do Cerrado.

Duas décadas
Mas nem só de pequenos produtores vive o Cerrado Mineiro. Cafezais extensos a perder de vista são o que mais se vê nesta região. Para eles é preciso montar uma estrutura enorme de atendimento à exportação. Por isso, hoje, um braço importante local é a Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocaccer), com capacidade para armazenar 800 mil sacas. O armazém é um mundo de grãos de café, com muitas divisões e logística integrada da fazenda aos locais de transporte – parte primordial para garantir a entrega do produto na ponta final. Com vinte anos de atuação, a cooperativa possui uma linha de produção ininterrupta localizada em Patrocínio (MG) – o maior produtor de café do Brasil, com uma área de 35 mil hectares.

e41_fazendas-mineiro-empreendedor_07

Mario Lucio e Zilá dos Reis são produtores de café há dez anos, na Fazenda Engenho Velho, na microrregião de Esmeril.

Do chapadão para o mundo
Um grande ícone desta região quando se fala em café de qualidade é o premiado produtor Ruvaldo Delarisse. Ao sair do Paraná há trinta anos com a família, o cafeicultor encontrou na próspera microrregião do Chapadão de Ferro solo vulcânico e 1.300 metros de altitude. Lá plantou 125 hectares de café e produz natural e cereja descascado, em 4.500 sacas beneficiadas. Já finalista do Cup of Excellence – o principal concurso internacional de café – Ruvaldo é tímido e guarda segredo dos seus testes pela lavoura. Tem mais de trinta certificados que pendura com carinho na casa da fazenda, atestando a qualidade: “Fazer café uma vez é uma coisa, por dez anos é outra”, ele diz. As variedades mundo novo, catuaí e topázio produzem a maior parte de café de qualidade, que ele identifica e personaliza para cada cliente. “A gente está sempre aprendendo”. Um dos seus sonhos foi alcançado neste ano: que seu café atingisse a pontuação acima de 85. No concurso chegou a 91 pontos e ele ganhou o primeiro lugar na categoria natural.

Uma das características da microrregião é a maturação mais lenta do café no pé, em comparação com outros locais. Na época da colheita, Ruvaldo conta com dez pessoas que trabalham na fazenda na colheita mecanizada. Mesmo assim, seu custo médio por saca é alto, de R$ 300, mas com esse investimento em qualidade ele consegue vender seu produto 50% acima do preço de mercado. Uma das cafeterias brasileiras que têm parceria com ele é a Lucca Cafés Especiais, que há anos vende seu blend nas lojas do Paraná. Do Chapadão de Ferro para o mundo. Objetivo mais do que alcançado.

e41_fazendas-mineiro-empreendedor_08

Parte dos produtores da Associação dos Pequenos Produtores do Cerrado (Appcer), formada em 2010

e41_fazendas-mineiro-empreendedor_09

Provadores internacionais realizam cupping no Centro de Excelência.

Inédito: Prêmio para a qualidade
O Primeiro Prêmio da Região do Cerrado Mineiro teve como tema a Celebração da Colheita Safra 2013/2014 e escolheu a sede de Uberlândia por ser uma das 55 cidades que compõem a Indicação Geográfica da Região do Cerrado Mineiro. Organizada pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado, em parceria com o Sebrae, a classificação dos melhores lotes de café levou em conta os aspectos elegância, singularidade e intensidade nas categorias natural e cereja descascado, e seguiu os critérios Ética e Rastreabilidade, que avaliam e pontuam por meio de auditoria a estrutura da fazenda produtora. Das 220 amostras recebidas, de vinte cidades, foram premiados seis produtores, três de cada categoria. No Natural, o campeão foi Ruvaldo Delarisse (foto à esquerda), do município de Patrocínio (MG). Em segundo lugar ficou Hélio Tutida e em terceiro a Coopcaf. Já na categoria Cereja Descascado, venceu em primeiro lugar Lúcio Gondim Velloso (foto à direita). Em segundo lugar Tomás Eliodoro e, em terceiro, Eduardo Pinheiro Campos. Os cafés terão uma comunicação diferenciada na saca, com um selo da região produzido especialmente para integrar essas embalagens, sacas e os materiais de apoio e divulgação do cafeicultor.

e41_fazendas-mineiro-empreendedor_10

Ficha técnica*

Região Cerrado Mineiro, Minas Gerais
Produtores: 4.500
Produção anual: 5 milhões de sacas
Área total de cultivo: 170 mil hectares
Municípios produtores: 55
Algumas das Microrregiões: Patrocínio (Chapadão de Ferro, Boa Vista, Macaúba e Esmeril); Araguari; Monte Carmelo; Serra do Salitre; Carmo de Paranaíba; Coromandel; Campos Altos; Araxá.
Mais informações www.cerradomineiro.org

TEXTO Mariana Proença • FOTO Cupping: Luciana Santos / outras: Marcelo Andrê
Popup Plugin