Mercado

Nota de Pesar

Foi com bastante pesar que recebemos a triste notícia da morte da jornalista Marília Moreira, no último dia 29. A jornalista era responsável pelo Jornal do Café e cuidou da comunicação e assessoria de imprensa da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) por quase 30 anos.

“Marília foi uma excelente profissional e desde o início da Café Editora nos apoiou com informações precisas sobre o mercado de café. Uma grande perda de uma pessoa comprometida com o bom jornalismo e incentivadora de novas iniciativas na área”, diz Mariana Proença, diretora de conteúdo da Café Editora.

Já Ricardo de Sousa Silveira, presidente da ABIC, disse em nota: “Marília, sempre estimada e querida por todos que a conheceram, foi uma colaboradora comprometida com a boa imagem da indústria de café e da ABIC, ajudando nos contatos dos profissionais de imprensa, na construção do conceito da importância da qualidade do café. Foi fundamental na realização de eventos e na organização do Encontro Nacional das Indústrias de Café (Encafé)”.

O velório foi realizado no dia 30 de março, no cemitério do Araçá, e a cremação na Vila Alpina.

Respeitosamente, prestamos as nossas condolências e deixamos os nossos mais sinceros pêsames.

Equipe Café Editora

Mercado

Em Recife, Malakoff Café oferece rodízio de café

Pague R$ 15,90 e beba café à vontade! De terça à sexta, das 14h às 17h, a recém-inaugurada unidade Jaqueira do Malakoff Café, na rua Xavier Marques, 237, vai oferecer cafés especiais preparados em diferentes métodos.

Os baristas vão orientar os clientes quanto às características dos grãos e do tipo de método utilizado. São cerca de 20 opções de bebidas nos métodos espresso, aeropress, hario v60, prensa francesa, kalita e presca, extraídas de grãos do Espírito Santo, Pernambuco e Minas Gerais. Entre as variedades dos grãos, estão catuaí amarelo, bourbon amarelo, catuaí vermelho e mundo novo.

“A proposta da ação é educativa. Queremos proporcionar a oportunidade de experiências sensoriais com a bebida, entendendo o que mais agrada o paladar e o que interfere no sabor final. Faremos uma degustação guiada para análises sensoriais de nuances e torras”, explica o sócio e barista-chefe do Malakoff, Alan Cavalcanti.

A unidade Jaqueira servirá como teste da iniciativa para depois o rodízio ser ampliado para as outras duas lojas, no Prado e no Paço do Frevo, no Recife Antigo.

O Malakoff Café completou três anos em março com o funcionamento da unidade do Prado. A primeira filial foi a unidade do hall do museu Paço do Frevo, na Praça do Arsenal da Marinha, no Recife Antigo. Há apenas dois meses, a marca chegou à zona norte com a loja Jaqueira.

TEXTO Redação • FOTO Giselli Carvalho

Cafezal

Piatã: com os pés no céu

A cidade baiana mais alta do estado abriga pequenos produtores que cultivam cafés premiadíssimos em meio a paisagens exuberantes e colheita selecionada.

Quando adentrei a pista do aeroporto e o avião apresentou o registro do nome da pioneira aviadora brasileira Ada Rogato, tive o sinal de que precisava: seria uma ótima viagem. Há anos a Espresso quer trazer uma nova reportagem sobre a famosa região de Piatã, na Chapada Diamantina, a terra baiana de prêmios nacionais conquistados em sequência desde 2009. Exatamente neste ano fizemos nossa primeira matéria, antes dos impressionantes resultados.

O sonho pessoal da repórter que escreve estas linhas começou nas conversas com o classificador Silvio Leite, anos antes, que tem uma relação muito próxima com os produtores da região. Ele foi um dos primeiros a acreditar no potencial dos cafés ali cultivados. Pioneirismo e muito trabalho levaram a região a ser especialista em produzir ótimos cerejas descascados – os cafés que passam por maquinários próprios para a separação dos frutos entre verdes, maduros, etc, e que vão para o terreiro de secagem sem a casca. Um esmero que resultou em muitas vitórias. A descoberta de que esse seria o melhor caminho para os cafés locais fez com que produtores investissem em qualidade.

Quem nos recebeu e nos guiou pelas andanças de quatro dias na região foi o produtor e empresário Cândido Rosa, que hoje reside com parte da família em Vitória da Conquista.

Orgulhoso do trabalho que é realizado na região, Cândido nos explica — durante a viagem de mais de quatro horas pelas estradas baianas — que a Chapada Diamantina recebe milhares de turistas o ano todo em busca das belezas naturais do Parque Nacional. E aos poucos essas paisagens vão se revelando no percurso de montanhas rochosas, cachoeiras e serras. São 24 municípios que integram o entorno de um dos maiores parques do País.

A cidade de Piatã, reduto de cafés especiais, é a localidade mais alta da Bahia, e também a mais fria. Microclima perfeito para o café: durante o dia as temperaturas são amenas e à noite chegam a impressionantes 9 graus.

A colheita ocorre principalmente nos meses de junho e julho. Neste ano a safra foi menor na região e muitos produtores já estavam finalizando a panha. A colheita seletiva precisou ser bem rigorosa para não desperdiçar os muitos verdes que ainda insistiam em não maturar.

A demora fez com que produtores como Salvador Souza, com 2 hectares, ainda tivessem muitos frutos chumbinho (verdes) nos pés plantados entre muitas árvores, as grevíleas, que servem de quebra-vento e protegem os cafezais. Salvador, da Fazenda Tanque, demonstrou paciência ao aguardar o melhor momento para a retirada dos cafés. Ali eles precisam manter o foco na qualidade para compensar a baixa produção. Em 2014, o produtor conquistou o 19º lugar no concurso Cup of Excellence.

Grandes campeões
O primeiro lugar da visita: Chácara São Judas Tadeu e Fazenda Ouro Verde. A família detém o tricampeonato do Cup of Excellence nos anos 2009, 2014 e 2015. Intento muito difícil de alcançar. A maior pontuação foi 94,05, com o impressionante valor de comercialização no leilão da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) de US$ 106.223 por dezesseis sacas de café, em 2014. Os cafés vencedores do concurso, criado em 1999 no Brasil, passam por rigorosas provas de qualidade e por isso Antonio Rigno, da São Judas, é tão orgulhoso: “São 35 anos produzindo café e precisamos ter cuidado para não estragar o que a natureza nos dá”. Com a sua voz rouca característica, Rigno é grande referência na região: “Pequenos e miniprodutores é o que mais temos aqui”, ele explica. Quando conquistou os prêmios, ele presenteou cada um dos dez funcionários que trabalham diariamente na sua fazenda com motocicletas.

O produtor Antonio Rigno, pioneiro na qualidade, é tricampeão no concurso Cup of Excellence com cafés cereja descascado

Sua esposa, Teresinha de Oliveira, é quem recebe as visitas quase que diárias de todas as partes do mundo e do Brasil dentro do seu Recanto do Café, na própria fazenda: “Japonês, dinamarquês, coreano…”. Enquanto mostra a coleção de bules, Teresinha serve uma mesa farta de bolos e outros quitutes típicos baianos que ela aquece no fogão a lenha, usando folhas de planta típica da região, o candombá. E é ela quem explica as características da bebida: “O sabor do café de Piatã é único no mundo. Quando ele se junta a um blend, torna-se perfeito”.

Neste ano, a família testou pela primeira vez a seca em terreiros suspensos. Durante a colheita, são 200 pessoas para ajudar em todas as etapas do processo. As estufas e os secadores a lenha mostram uma estrutura bem organizada. Lá, 100% do café é cereja descascado, benefício que deu ótimos resultados para a fazenda. Alguns lotes chegam a ficar doze horas em tanques. Mas, segundo Rigno, são “as mãos que fazem o café”. E sempre com o auxílio das bênçãos de São Judas Tadeu, que há três anos ganhou uma capelinha em sua homenagem na propriedade.

Aprendizes de sucesso
Rigno fez escola em Piatã. Ao circular pelas propriedades da região, encontramos produtores que sempre citam a importância de investir na qualidade e fazer lotes especiais. Conterrâneo de Rigno nessa busca pelas altas pontuações, Michael Alcântara, da Fazenda Divino Espírito Santo, conta que, nos seus 10 hectares plantados, produziu 420 sacas em 2016. Investiu no primeiro despolpador da região, em 2000, quando começou a enviar cafés para concursos: “Sonhava que um dia Piatã ia ser campeã, pelos atributos do café que são muito diferentes”.

Ele e a esposa, Patrícia, tocam a microtorrefação da família na própria fazenda e comercializam o Café Gourmet Piatã na capital, Salvador. Uma produção bem familiar, que é vista de perto pelas filhas, que estão estudando para dar continuidade ao negócio.

Michael, a filha Cecília e a esposa, Patrícia Ancântara. A família, que foca em café de qualidade, mora na região há mais de vinte anos

A plantação familiar e em poucos hectares é regra por ali. Seguindo um pouco mais pelas estradas de terra, encontra-se a área do Cafundó. Na Fazenda Santa Bárbara fomos recebidos por toda a família de José Joaquim Oliveira, campeão do Cup of Excellence 2016 na categoria cereja descascado e sexto lugar com o lote do Sítio Cafundó. Em seu 1,5 hectare trabalham oito pessoas na época da colheita, sendo a maioria da própria família: a esposa, Marlene, filhos e noras. A colheita seletiva passa retirando os frutos pelos cafezais até quatro vezes. Com os R$ 19 mil que eles conseguiram em cada saca fizeram melhorias na propriedade: construíram mais uma estufa e também compraram outro terreno para ampliar a área. O sorriso no rosto de todos corre solto ao comentarem sobre a conquista. Somente dois filhos viajaram até Jacarezinho, no Norte Pioneiro do Paraná, para acompanhar o resultado. Giliardi Torres de Oliveira conta que a emoção foi muito grande. Assim como o orgulho dos vizinhos, entre eles Pedrinho Santana, que, depois de viver vinte anos em São Paulo, voltou para a roça e também produz café. Nessa localidade eles dividem o despolpador e todos têm hortas para consumo próprio. O excedente de frutas e legumes é vendido na tradicional feira de Piatã.

O campeão do Cup of Excellence, José Joaquim Oliveira, faz a colheita seletiva no seu 1,5 hectare

Cooperativismo e microlotes
O potencial dos cafés da região fez com que, no ano passado, dos 24 finalistas do Cup of Excellence – Cereja Descascado, impressionantes dezenove fossem de Piatã. Tal feito incentivou ainda mais os produtores a se organizar em uma nova cooperativa: a Coopiatã, que hoje conta com 41 membros. Rodolfo Moreno, presidente da organização e proprietário da Fazenda Ponte, explica que ele e Renato Rodrigues (Chácara Vista Alegri) estiveram, em 2015, na Semana Internacional do Café e perceberam haver no mercado uma oportunidade para a produção de microlotes. Em reunião realizada durante a nossa visita, os produtores debatiam sobre a importância de participar de novos concursos e também de capacitações que serão oferecidas na cooperativa.

Integrantes da nova Coopiatã reúnem-se para focar a capacitação e a governança

Nosso roteiro foi finalizado na localidade das Gerais, onde produtores ainda menores cultivam café há mais de cem anos. São famílias que vivem em casas de pau a pique e chegam a colher trinta sacas. É o caso de Vilson Araújo Oliveira, que nasceu ali e que, aos 52 anos, não tem dúvida quando diz: “Eu gosto da roça”. Ele e a família do irmão, Wilson, produzem café natural por falta de condição de investir em um despolpador. A agricultura de subsistência encontra dificuldade no acesso à água – outro desafio local. Mas as alternativas existem e os produtores aproveitam o espaço que têm para fazer plantações consorciadas com a produção de maracujá e outras frutas.

Novos projetos por vir
Com o intuito de contar essas histórias, a Coopiatã está unindo forças com outros profissionais da região. Segundo Glayco Barbosa, o Gau, Secretário de Agricultura de Piatã e engenheiro agrônomo, “são cinquenta produtores que vivem do café de qualidade. Estamos colhendo os resultados nesses últimos cinco anos”. Como a produção da maioria é em pequena quantidade, a saída é o especial, para que consigam bons preços, apesar da pouca quantidade de café: “Essa também é a realidade do meu pai”, exemplifica.

Uma grata surpresa foi encontrar no mercado municipal da cidade o barista Lucas Campos, que, junto ao boxe da família de Euvaldo José Costa Jones (Café Taperinha), prepara quinzenalmente drinques de café em diversos métodos para a população local. O trabalho ganhou também um braço; um passeio que começará a ser feito com turistas que visitam a região, o CaféTur.

Entre as atrações do roteiro, um pôr do sol para finalizar, na localidade das Gerais, com uma vista incrível das montanhas da Chapada Diamantina, acompanhado de preparos de café sem o uso de eletricidade.

O sol começa a desaparecer entre as formas diversas que ganham contornos dourados na paisagem inesquecível. Um término e tanto para uma viagem que começou lembrando a pioneira da aviação que voou longe para conquistar seus objetivos. Então, finalizamos o roteiro com os pés no chão entre campos de sempre-vivas e cafés incríveis de uma das regiões mais premiadas do Brasil. Há sempre espaço para mais, para a pluralidade e para a qualidade.

TEXTO Mariana Proença • FOTO Ravena Maia

Mercado

Orfeu é o novo café do Fasano

O grupo de cinco hotéis e vinte restaurantes da marca Fasano agora tem o Orfeu Cafés Especiais em seus cardápios. O café, que no fim de 2016 relançou a marca, também tem parcerias com o Grand Mercure, Copacabana Palace, Amor aos Pedaços e Benjamin a Padaria, entre outros.

“Todas essas novas parcerias contribuem com a nossa missão de manter os melhores grãos de café que produzimos em nossas fazendas aqui no Brasil e aumentar a visibilidade da categoria de cafés especiais”, comenta a diretora geral da marca, Amanda Capucho.

O café é cultivado no Sul de Minas e na Mogiana, nas cidades de Botelhos (MG), Poços de Caldas (MG) e São Sebastião da Grama (SP). Tem como símbolo o Jequitibá Rosa de 1.500 anos localizado na Fazenda Sertãozinho. Certificada na categoria de cafés especiais, a marca conquistou diversos prêmios e os primeiros lugares do Cup of Excellence, do Coffee of the Year e do Aroma BSCA.

Orfeu é plantado, colhido, torrado, embalado e entregue pelas Fazendas Sertãozinho. A área plantada é de 1 mil hectares com 3 milhões de pés de café arábica. A marca apresenta cinco blends na linha permanente e está disponível nas versões grãos, torrado e moído, cápsulas e sachês.

As cápsulas de Orfeu, compatíveis com máquinas Nespresso, são biodegradáveis, podem se tornar adubo e recebem o Rótulo Ecológico ABNT.

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Café & Preparos

No café tem louco pra tudo…

Dizem que a altura elevada de plantio e as baixas temperaturas podem influenciar positivamente nos grãos, ressaltando características na bebida final. Mas não é apenas na etapa das lavouras que estes fatores vêm sendo testados.

No preparo da bebida, por exemplo, já tem gente utilizando destes métodos. O proprietário de uma cafeteria nos Estados Unidos decidiu levar os grãos – literalmente – as alturas. Ockhyeon Byeon colocou frutos colombianos em um balão meteorológico e o lançou ao espaço. Segundo ele, a carga subiu cerca de 48 km, alcançando a mesosfera.

Divulgação

Com a ajuda de um GPS, Byeon conseguiu recuperar o pacote, que passou cinco horas “voando”. Dentro, os grãos estavam ligeiramente congelados e cobertos de água por conta da pressão do ar. Quem bebeu diz que o café ficou levemente mais suave do que o feito com grãos “terrestres”. Em campeonatos, a altura e a temperatura também já foram um diferencial. O barista norte-americano Kyle Ramage realizou uma mistura de experimentação e ciência com o auxílio do químico Christopher Hendon, do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Ele congelou o café a seco a temperatura de -79ºC e colocou depois diretamente no moedor.

Créd: Jeff Hann

Segundo Kyle, o café torna-se mais frágil quando resfriado, especialmente abaixo de 50ºC negativos. Desta forma ao entrar em contato com o moedor, ele reage melhor no resultado da consistência das partículas, que ficam mais uniformes e geram um café mais complexo em sabores, segundo ele. “Eu uso e amplifico esta fragilidade para o lado positivo”, explica o barista. Quem vai tentar?

TEXTO Redação

Receitas

Cookie escuro de chocolate

Ingredientes
200 g de manteiga sem sal em temperatura ambiente
225 g de farinha de trigo
4 colheres (sopa) ou 80 g de açúcar refinado
25 g de cacau em pó
1 colher (sopa) ou 25 g de amido de milho
1 colher (sopa) ou 25 g de açúcar impalpável
1 pitada de sal
200 g de castanha-do-pará ou pistache picados

Utensílios recomendados
Batedeira
Filme plástico
Rolo
Cortadores
Papel-manteiga
Assadeira
Boleador de sorvete
Grade

Preparo
Em uma tigela, misture muito bem todos os ingredientes secos. Junte a manteiga e misture delicadamente, até obter uma massa homogênea. Junte as castanhas ou os pistaches picados, incorpore bem à massa e leve para gelar por cerca de 45 minutos.

Boleie em porções de cerca de 3 cm e distribua em assadeira forrada com papel-manteiga. Preaqueça o forno a 180ºC e leve para assar por cerca de 15 minutos ou até dourarem as bordas levemente. A massa deve ficar bem clarinha. Cuidado para não assar demais, pois o interior perderá a umidade e ficará seco como um biscoito.

Rende 15 unidades

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

FOTO Daniel Ozana / Studio Oz • RECEITA Ale Tedesco

Receitas

Minibomba de chocolate

Ingredientes
Massa
de xícara de farinha de trigo
4 colheres (sopa) de margarina
4 colheres (sopa) de água
2 ovos

Creme baunilha de chocolate
de xícara de leite integral
4 colheres (sopa) de açúcar refinado
1 gema
1 colher (sopa) de amido de milho
1 colher (sopa) de chocolate em pó

Cobertura de chocolate
1 xícara de açúcar
4 colheres (sopa) de água
3 colheres (sopa) de creme de leite
½ xícara de chocolate meio amargo picado

Utensílios necessários
Batedeira
Saco de confeiteiro

Preparo
Massa
Leve ao fogo a água com a margarina. Quando a margarina derreter, acrescente a farinha de trigo. Misture rapidamente sem parar até obter uma massa homogênea. Ainda quente, leve essa mistura a uma batedeira e bata na velocidade 1. Acrescente os ovos aos poucos. Coloque essa massa em um saco de confeiteiro e disponha na assadeira no formato de bastão. Leve para assar em forno preaquecido a 180 ºC por aproximadamente 30 minutos. Reserve.

Creme baunilha de chocolate
Leve ao fogo baixo o leite e o açúcar. Em um bowl, misture a gema e o amido de milho. Sem parar de mexer, junte o leite fervido aos poucos, no bowl, para a gema não talhar. Depois, retorne todos os ingredientes à panela e cozinhe em fogo baixo, mexendo sempre, até obter um creme homogêneo. Reserve. Acrescente o chocolate em pó, misture e reserve.

Cobertura de chocolate
Leve ao fogo baixo o açúcar e a água, e misture até obter o ponto de caramelo. Retire do fogo e acrescente o creme de leite e o chocolate meio amargo. Misture até que fique uma cobertura brilhante e reserve.

Montagem
Abra a massa da bomba ao meio para que possa ser recheada. Recheie com o creme baunilha de chocolate e decore com a cobertura de chocolate.

Rende 10 unidades de 40 g cada uma

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

FOTO Daniel Ozana / Studio Oz • RECEITA Vera Helena Mirandez, da padaria Dona Deôla

O universo do chocolate

Renata Arassiro é apaixonada por chocolates desde menina. “Eu queria dar presente para os amigos, mas não tinha dinheiro. Então, aos 14 anos, resolvi fazer chocolate”, diz ela. Assim, depois de cursar Engenharia Têxtil, Renata decidiu enveredar pelo doce mundo dos produtos feitos à base de cacau. No início, nos anos 1990, eram apenas trufas — segundo ela, “enormes” e recheadas com cereja, amêndoa, menta e avelã. Depois, vieram as encomendas de cafeterias, como o Fran’s Café, e a diversidade de produtos aumentou.

Depois de cursar confeitaria e panificação no Senai, deu aulas em diversas faculdades de Gastronomia, trabalhou em empresas de chocolate e deu consultorias. “Num certo momento, eu me cansei de ensinar os outros e decidi abrir um espaço próprio para fazer meus chocolates”, conta. Da sociedade com uma amiga, em que faziam bolos, docinhos e chocolates para casamentos, surgiu, três anos depois, sua primeira e única loja. Desde 2008, conduz sozinha a Renata Arassiro Chocolates, no bairro do Campo Belo, zona sul de São Paulo.

Quem entra em seus domínios se sente como se estivesse numa joalheria: milimetricamente distribuídos sobre superfícies de espelho, seus chocolates têm formatos e cores discretos e elegantes, como se fossem pedras preciosas. “Não gosto de misturar muitas cores na vitrine”, explica ela, que é, desde 2005, embaixadora no Brasil da marca belga Callebaut, a maior empresa de chocolates do mundo. Os sabores, que mesclam ingredientes brasileiros e exóticos, confirmam sua posição entre as melhores chocolateiras do País. “Queria trabalhar com chocolates de qualidade, e trazer para esse universo os ingredientes brasileiros”, explica a chocolatière. Os recheios de seus bombons levam cachaça e ingredientes nacionais, como cupuaçu, cajá, priprioca e jambu, a partir de técnicas modernas de design de chocolate — muitas delas aprendidas em cursos no exterior. “Utilizo nos bombons várias técnicas de trabalho: eles sempre têm uma cor ou um detalhe diferente, como pétalas, cristais, além de texturas. Não uso, por exemplo, transfers coloridos sobre os chocolates”, ensina Renata. Não é à toa que recebeu diversos prêmios, entre eles o de Veja São Paulo Comer & Beber, em 2012 e 2013, pelo melhor chocolate servido na cidade.

Uma das explicações de seu sucesso é a mudança de paladar do brasileiro.Antes, o brasileiro queria chocolates muito doces. Hoje, ele prefere o chocolate mais amargo”, analisa ela. “Quando as pessoas conhecem um produto de qualidade, começam a ter novas referências de paladar. Hoje, elas aceitam chocolates com menos açúcar, com mais teor de cacau, mais brilho”, explica. A oferta de matérias-primas importadas também elevou o nível de qualidade do chocolate feito no Brasil: hoje em dia, a indústria oferece chocolates com alto teor de cacau, cenário muito diferente de quinze anos atrás, quando o açúcar — o ingrediente mais barato de um chocolate — imperava no mercado. “Agora todos se preocupam com a qualidade do chocolate”. Segundo Renata, porém, ainda há um longo caminho a percorrer: é aquele que conduz à qualidade dos grãos de cacau brasileiros. “Hoje há várias fazendas na região de Ilhéus, no sul da Bahia, que melhoraram a qualidade do cacau, além de produtores de cacau que se preocupam com a qualidade de sua matéria-prima e com a sustentabilidade da cultura do cacau”, alegra-se.

Neste cenário favorável, Renata encontra tempo para dedicar-se a outra arte: esculturas feitas de chocolate. Ela já participou e foi jurada da Coupe du Monde de la Pâtisserie, importante campeonato do gênero.

*Cristiana Couto é jornalista especializada em gastronomia e autora de Alimentação no Brasil Imperial, Educ, São Paulo, 2015, livro finalista do 58º Jabuti 2016. Fale com a colunista pelo e-mail nacozinha@cafeeditora.com.br.

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso referente aos meses setembro, outubro e novembro de 2017 – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

TEXTO Cristiana Couto • ILUSTRAÇÃO Eduardo Nunes

Mercado

Vai uma cerveja stout com café?

Tomar cerveja já é bom, agora imagine juntar com outra paixão e tomar uma cerveja stout feita com café especial? Pensando em produzir uma cerveja com café de origem e variedade únicas, as paulistanas Trilha Cervejaria e a cafeteria Um Coffee Co. criaram a cerveja Mundo Novo – Fazenda Um.

A cerveja forte e escura tem nuance, acidez, doçura e não esconde as características do grão Mundo Novo, da Fazenda Um, do sul de Minas Gerais. “As notas do café casam bem com a torra do malte”, explica Eduardo Sato, da Trilha Cervejaria. Com 225 ml e 10,7% de álcool, o copo da cerveja custa R$ 20. Há também a opção em lata de um litro que custa R$ 85.

A Trilha já oferecia a Paulicéia Macchiato, uma parceria com a Cervejaria Dogma. A milk stout é produzida com grãos da variedade mundo novo do Wolff Café, cacau e possui 6% de teor alcoólico. O copo com 225 ml custa R$ 16.

Além da Paulicéia Macchiato, a Cervejaria Dogma oferece a Modern Dogma, uma cerveja encorpada com aromas de torrefação, caramelo, frutas secas, adição de cacau, café da variedade catuaí vermelho do Wolff Café e possui 9% de teor alcoólico. A garrafa de 300 ml custa R$ 27.

Serviço
Trilha Cervejaria
Onde: Rua Apinajés, 137 – São Paulo (SP)
Horário de funcionamento: De terça a sexta, das 17h às 23h; sábados, domingos e feriados, das 12h às 23h.

Cervejaria Dogma
Onde: Rua Fortunato, 236 – São Paulo (SP)
Horário de funcionamento: De quarta a sexta, das 17h às 23h; sábado, das 12h às 23h; domingo, das 14h às 21h e feriados, das 17h às 23h.

TEXTO Daniela Quitanilha • FOTO Divulgação

Receitas

Picolé de café com Nutella

Por Eduardo de Toledo Barroso

Ingredientes
– 1,64 litro de água
– 370 g de leite em pó
– 400 g açúcar cristal
– 4 colheres (sopa) de Nutella
– 3 colheres (café) de essência de baunilha
– 350 ml de café coado forte ou espresso

Preparo
Em um liquidificador, coloque a água e o açúcar cristal. Em seguida, adicione o leite em pó, a Nutella, o café e a essência de baunilha. Deixe bater por 5 minutos e coloque em formas de picolé. Leve ao freezer para congelamento e aguarde por 30 minutos ou até obter um picolé firme. Ao servir, passe a Nutella nas duas faces do sorvete.

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

FOTO Daniel Ozana/Studio Oz • RECEITA Eduardo de Toledo Barroso
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