CafezalMercado

Em 2025, SIC amplia possibilidade de negócios para os cafés brasileiros

Com ambiente profissional de networking e rodadas exclusivas de cupping, evento se consolida como uma plataforma global de negócios entre produtores e compradores 

Conhecida como espaço de conexão da cadeia cafeeira, a Semana Internacional do Café, que acontece entre 5 e 7 de novembro em Belo Horizonte, amplia a estratégia este ano com a criação de uma sala dedicada às Rodadas de Negócios, estruturada exclusivamente para gerar parcerias, contratos e novas oportunidades comerciais.

A iniciativa é voltada especialmente para produtores de cafés brasileiros que queiram apresentar seus lotes, dialogar diretamente com compradores nacionais e internacionais e ampliar sua inserção em diferentes mercados. Para participar, é necessário agendamento prévio.

A novidade está conectada aos projetos de convites a compradores internacionais para a SIC, ampliando o alcance dos produtores junto a players do mercado global. Ao mesmo tempo, fortalece o espaço para empreendedores nacionais ampliarem sua atuação, encontrarem novos canais e acessarem informações valiosas sobre tendências e exigências do mercado.

Paralelamente à Rodada de Negócios, a SIC 2025 consolida-se como vitrine dos grãos brasileiros com as tradicionais Salas de Cupping, onde produtores apresentam a safra atual, destacando  a diversidade e a qualidade do café no país.

Neste espaço, classificadores, compradores e torrefadores provam amostras selecionadas, estabelecendo padrões de qualidade e abrindo espaço para negócios que vão do mercado interno às exportações.

Nas Salas de Cupping também são apresentadas as 180 melhores amostras (arábica e canéfora) do Prêmio Coffee of the Year deste ano, oriundas de diferentes regiões brasileiras, o que permite que compradores nacionais e internacionais conheçam a diversidade de origens e perfis sensoriais dos cafés do país. 

Semana Internacional do Café
Quando: 5 a 7 de novembro
Onde: Expominas – Belo Horizonte (MG)
Credenciamento e mais informações: semanainternacionaldocafe.com.br 

TEXTO Redação • FOTO NITRO/Semana Internacional do Café

Mercado

Parlamentares dos EUA querem apresentar projeto para excluir café do tarifaço

Proposta bipartidária tenta barrar sobretaxa de 50% sobre café brasileiro, que encareceu o produto para consumidores nos Estados Unidos, informa o jornal Washington Post

Parlamentares dos Estados Unidos apresentaram nesta sexta-feira (19) um projeto de lei para excluir o café das tarifas de 50% impostas pelo governo Donald Trump a produtos brasileiros. A medida, de caráter bipartidário, é liderada pelo republicano Don Bacon (Nebraska) e pelo democrata Ro Khanna (Califórnia), informou o Washington Post.

O texto propõe retirar da lista de sobretaxas o café torrado, o descafeinado, as cascas e peles do grão, além de outros substitutos que contenham o grão. O objetivo, segundo os autores, é aliviar a pressão inflacionária sobre consumidores americanos, que já enfrentam alta nos preços de alimentos.

As tarifas sobre o Brasil foram anunciadas em julho e atingiram praticamente todas as exportações do país para os EUA, exceto uma lista reduzida de produtos. No caso do café, os preços internacionais dispararam desde então, com alta estimada em cerca de 50% nas cotações de arábica negociadas em Nova York.

Embora a proposta reflita insatisfação dentro do Congresso, sua aprovação não é considerada certa. A maioria republicana na Câmara tende a apoiar o endurecimento comercial de Trump, e o texto ainda precisará ser votado no Senado.

O governo brasileiro, por sua vez, já levou o caso à Organização Mundial do Comércio e contratou um escritório de advocacia nos EUA para contestar as tarifas, segundo a Reuters.

TEXTO Redação

Café & PreparosMercado

Amazônia é destaque da edição #89 da revista Espresso

Às vésperas da COP30, que colocará Belém no centro das discussões globais sobre clima e sustentabilidade, esta edição da Espresso traz para a capa a história de Celesty Suruí, jovem barista e cafeicultora indígena de Rondônia. Em entrevista exclusiva, ela mostra como o café se tornou ferramenta de memória e afirmação cultural do povo Paiter Suruí, conectando produção indígena à preservação da floresta e à construção de novos futuros.

Da mesma região amazônica vem outra transformação notável: a revolução dos robustas de Rondônia. A reportagem, assinada por Cristiana Couto, coordenadora de conteúdo da revista, acompanha como grãos antes vistos como comuns alcançaram padrões internacionais de qualidade, com produtividade recorde e reconhecimento sensorial. Uma virada sustentada por ciência e tecnologia, comprovada pelo balanço positivo de carbono e pelo desmatamento zero nas áreas cultivadas. Para mostrar essas mudanças na xícara, organizamos uma degustação inédita com diferentes clones e processamentos.

No mesmo compasso da sustentabilidade, exploramos o cacau agroflorestal do Pará, modelo de recuperação de áreas degradadas que garante renda a milhares de agricultores familiares e reforça o protagonismo da Amazônia em sistemas produtivos resilientes.

A edição também abre espaço para histórias de sucessão familiar, revelando os desafios e estratégias de produtores que planejam o futuro das propriedades. Mostramos ainda a tendência que aproxima moda e café, em iniciativas que unem luxo, experiência e pertencimento. E, em parceria com a revista inglesa 5th Wave, publicamos reportagem de Tobias Pearce sobre a nova revolução cafeeira em Paris.

Que esta edição inspire e provoque reflexões sobre como o café pode ser motor de transformação — na floresta, no campo, nas cidades e nas próximas gerações.

Boa leitura!

TEXTO Redação

Mercado

Brasileira The Coffee estreia em Sydney e amplia expansão internacional

Rede fundada em Curitiba abre primeira unidade australiana no bairro litorâneo de Manly, de olho em novas lojas na cidade

A rede brasileira de cafeterias The Coffee inaugurou sua primeira loja na Austrália, no subúrbio de Manly, em Sydney, informou o portal especializado Beanscene Magazine. Fundada em 2017 pelos irmãos Alexandre, Carlos e Luis Fertonani, a marca se apresenta como uma cafeteria brasileira inspirada na estética japonesa.

Em oito anos, o negócio saltou para mais de 250 unidades em 13 países, entre eles Áustria, Espanha, França, México, Colômbia, Peru e Emirados Árabes Unidos. Em Sydney, a expansão já está confirmada: segundo o site da rede, uma nova loja deve abrir em Surry Hills.

A chegada da The Coffee acontece no mesmo momento em que a japonesa % Arabica prepara uma loja emblemática em Bondi, outro bairro costeiro da cidade. A entrada de marcas internacionais acirra a concorrência no mercado australiano, considerado um dos mais maduros do mundo no consumo de café.

O movimento faz parte da estratégia de internacionalização da rede curitibana, que pretende alcançar 2 mil unidades até 2028, e prevê novas inaugurações na Bélgica ainda este ano.

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Mercado

Exportações de solúvel para os EUA caem 50% em agosto

Apesar da queda, indústria pode bater recorde e superar 1 bilhão em 2025

As exportações brasileiras de café solúvel aos Estados Unidos despencaram em agosto, primeiro mês de vigência da tarifa de 50% imposta pelo governo Donald Trump. Os embarques somaram 26.460 sacas, queda de 59,9% ante agosto de 2024 e de 50,1% em relação a julho, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics).

“Essa queda brusca frustra a expectativa de um novo recorde [de volume] em 2025”, disse o diretor executivo da entidade, Aguinaldo Lima. No ano passado, o Brasil exportou 4,093 milhões de sacas.

De janeiro a agosto, o país embarcou 2,508 milhões de sacas de café solúvel para 88 países, recuo de 3,9% sobre igual período de 2024. Apesar disso, a receita cambial atingiu US$ 760,8 milhões, avanço de 33% na mesma comparação. A Abics projeta superar US$ 1 bilhão em 2025, o que seria um novo recorde (em 2024, foram US$ 950 milhões).

Os EUA seguem como principal destino do produto no acumulado do ano, com 443,1 mil sacas (-3,7%), à frente da Argentina (236,4 mil, +88,3%) e da Rússia (188 mil, +16,8%). Países produtores como Colômbia (82,7 mil sacas), Vietnã (72,4 mil sacas) e Malásia (68,8 mil sacas) entraram no top 15 dos maiores importadores de solúvel.

No mercado interno, o consumo de café solúvel chegou a 763,6 mil sacas de janeiro a agosto – alta de 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado. O avanço foi puxado pelo freeze dried ou liofilizado (+11,3%), enquanto o spray dried (em pó) cresceu 3,9%.

“O mercado doméstico responde bem aos investimentos em qualidade e novos produtos. O café solúvel tem praticidade e preço mais acessível em um cenário de cotações elevadas”, afirmou Lima.

TEXTO Redação • FOTO Felipe Gombossy

Mercado

Exportações de café especial para os EUA caem quase 80% após tarifaço

Embarques despencam em agosto com taxação de 50%, e Brasil cobra negociação para incluir produto em lista de isenção

As exportações brasileiras de cafés especiais para os Estados Unidos despencaram em agosto, após a imposição da tarifa de 50% pelo governo de Donald Trump. O país embarcou 21.679 sacas no mês, queda de 79,5% em relação a agosto de 2024 e de 69,6% frente a julho, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). A queda, dizem analistas, se deve ao cancelamento e adiamento dos contratos devido à taxação.

Os EUA, líderes nas importações do produto ao longo do ano, caíram para o sexto lugar no ranking mensal, atrás de Holanda (62.004 sacas), Alemanha (50.463 sacas), Bélgica (46.931 sacas), Itália (39.905) e Suécia (29.313).

Carmem Lucia Chaves de Brito, presidente da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), afirma que o impacto “é brutal” e que, caso o tarifaço seja mantido, os americanos podem perder a liderança também no acumulado de 2025. Segundo ela, parte dos embarques registrados ainda reflete contratos firmados antes da nova alíquota, com a tarifa anterior de 10%, válida até 5 de outubro.

A dirigente alerta que o efeito não se restringe ao Brasil. “Já observamos elevação no preço do café à população americana, gerando inflação à economia do país”, disse.

A BSCA defende que o governo brasileiro abra diálogo com Washington. Para Carmem Lucia, a solução seria incluir o café na lista de isenção tarifária prevista em ordem executiva assinada por Trump em 5 de setembro.

TEXTO Redação

Mercado

Starbucks abre flagship no estádio Santiago Bernabéu, em Madri

Primeira loja principal da rede na Espanha tem 930 m², espaço de mixologia e vista para a casa do Real Madrid

A Starbucks inaugurou em agosto sua primeira flagship store na Espanha, instalada dentro do estádio Santiago Bernabéu, em Madri. Com 930 metros quadrados distribuídos em dois andares, a unidade foi projetada para oferecer experiências exclusivas, como degustações, mixologia de café e eventos culturais.

Logo na entrada, um arco digital imersivo apresenta a jornada do grão à xícara, com referências à capital espanhola. A ambientação inclui ainda uma escultura da Sereia da marca assinada pela artista madrilenha Cristina Mejías.

O espaço reúne 65 baristas, alguns deles com experiência internacional, que conduzem sessões personalizadas de preparo e degustação. Uma das atrações é a área dedicada à criação de drinques à base de café.

Com vista privilegiada para o gramado do Real Madrid, o andar superior concentra áreas de convivência, uma sala de provas e um mural inspirado na vegetação de Madri. A operação é conduzida pela Alsea, que administra as 222 lojas da rede na península ibérica.

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Mercado

Brasil tem queda de 17,5% nas exportações de agosto

O recuo, em comparação a 2024, reflete o impacto da menor oferta de grãos e do tarifaço dos EUA; Alemanha supera americanos como principal destino

 

O Brasil exportou 3,14 milhões de sacas de café em agosto – um recuo de 17,5% em relação ao mesmo mês de 2024, segundo relatório do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) emitido nesta terça (9). 

Apesar da retração no volume, a receita avançou 12,7%, para US$ 1,1 bilhão, impulsionada pela alta das cotações internacionais. A redução já era esperada, afirma o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, após o recorde do ano passado e diante de uma safra menor. O tarifaço de 50% imposto pelo governo Donald Trump sobre o café brasileiro ampliou a queda.

Com isso, os Estados Unidos deixam a liderança do ranking mensal de compradores. Foram 301 mil sacas — negócios fechados antes da taxação —, queda de 46% ante agosto de 2024 e de 26% frente a julho deste ano. A Alemanha assumiu a ponta, com 414 mil sacas.

Ferreira avalia que o tarifaço desorganizou o mercado, acentuando a volatilidade e abrindo espaço para especulação. Entre 7 e 31 de agosto, o arábica disparou 29,7% na Bolsa de Nova York, de US$ 2,978 para US$ 3,861 por libra-peso.

“Se a tarifa se mantiver, as exportações brasileiras aos EUA seguirão inviáveis. O consumidor americano também pagará mais caro, já que não há outros países capazes de suprir a ausência do Brasil”, diz Ferreira.

Acumulado do ano

De janeiro a agosto, o Brasil exportou 25,3 milhões de sacas – queda de 20,9% em relação ao mesmo período de 2024. A receita, no entanto, é recorde: US$ 9,7 bilhões.

Os EUA seguem como principais compradores no acumulado, com 4,03 milhões de sacas (15,9% do total), mesmo com recuo de 20,8% frente a 2024. Na sequência aparecem Alemanha (3,07 milhões, -32,9%), Itália (1,98 milhão, -23,6%), Japão (1,67 milhão, +15,6%) e Bélgica (1,52 milhão, -48,3%).

Tipos e cafés diferenciados

O arábica respondeu por 79,8% das exportações no período, com 20,2 milhões de sacas (-13%). O canéfora somou 2,57 milhões (10,1%), seguido pelo solúvel (2,51 milhões, 9,9%).

Os cafés diferenciados — com certificações ou qualidade superior — atingiram 5,1 milhões de sacas (20,1% do total), queda de 9,3% no volume, mas com receita de US$ 2,18 bilhões (+54,2%). O preço médio foi de US$ 427 por saca. Os EUA lideraram as compras, seguidos por Alemanha, Bélgica, Holanda e Itália.

Portos

O Porto de Santos concentrou 80,2% das exportações nos oito primeiros meses de 2025, com 20,3 milhões de sacas. O Rio de Janeiro respondeu por 15,8% e Paranaguá, por 1%.

TEXTO Redação

Mercado

“Já está faltando a origem Brasil nas cafeterias dos Estados Unidos”, diz Marcos Matos, do Cecafé

Declaração foi feita após audiência em Washington; executivo cita disparada nas bolsas, queda de 47% nas vendas aos EUA e avanço da Alemanha como principal destino do café brasileiro

Após a audiência pública na investigação comercial 301 aberta pelo USTR em Washington na quinta-feira (4), o diretor geral do Cecafé, Marcos Matos, advertiu que a tarifa de 50% imposta pelos EUA ao café brasileiro ameaça agravar a escalada dos preços internacionais. Ele lembrou que o contrato C da bolsa de Nova York saltou de 284,20 para 380 centavos de dólar por libra-peso entre julho e agosto – uma alta de 35%. “O cenário internacional já mostrava preços recordes em Nova York e Londres, e a imposição dessa tarifa de 50% só tende a agravar a situação”, disse, em entrevista a veículos brasileiros.

O executivo defendeu que o café seja reconhecido como recurso indisponível nos EUA, condição que permitiria manter a tarifa zero. “O Brasil é responsável por mais de 30% do café consumido nos EUA, e qualquer restrição impacta diretamente o consumidor americano”, afirmou. Matos também comentou que o café foi “o produto que melhor se estruturou para defender o Brasil da lei 301”.

Matos destacou que as exportações para os EUA caíram 47% em agosto, enquanto, no mesmo período, os embarques para a Alemanha aumentaram 55%, colocando o país europeu na liderança das compras. “A Alemanha tem ampliado suas compras e assumido o posto de principal destino do café brasileiro. Isso mostra a importância da diversificação: não podemos depender de um único mercado, por maior que ele seja”, disse.

E fez um alerta sobre a presença do Brasil no varejo americano: “Já está faltando a origem Brasil nas cafeterias dos Estados Unidos.”

Mercado

Nestlé vai investir R$ 1 bilhão em fábrica de cafés solúveis em Araras (SP)

A modernização inclui uma nova linha de extração de café equipada com tecnologias de inteligência artificial para monitorar etapas como torra 

A Nestlé comunicou oficialmente que vai investir cerca de R$ 1 bilhão até 2028 na modernização e ampliação de sua fábrica de cafés solúveis em Araras, no interior paulista. O aporte faz parte do plano de R$ 7 bilhões anunciado neste ano para o Brasil e prevê aumento de 10% na capacidade de produção da unidade, que exporta para 65 países.

Segundo a companhia, a modernização inclui uma nova linha de extração de café equipada com tecnologias de inteligência artificial para monitorar etapas como torra, além de recursos da chamada Indústria 4.0. Segundo a empresa, já houve redução de 30% em paradas não planejadas e aumento de 16% na produtividade desde a adoção desses sistemas.

O investimento se soma aos R$ 500 milhões anunciados no primeiro semestre para ampliar o portfólio e a produção de cafés no país.

TEXTO Redação • FOTO Divulgação