Nesta quinta-feira (28), a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) divulgou uma nota do World Coffee Events (WCE) sobre a mudança dos resultados do Campeonato Brasileiro de Barista, realizado na última semana durante a Semana Internacional do Café (SIC).
Agora, quem representará o Brasil nos Mundiais de 2020 será o barista Boram Um, da Um Coffee Co., de São Paulo (SP). O pódio fica seguido por Leo Moço, do Moço Bento Holding, de Curitiba (PR) e Vitor Haubert, do The Coffee, também de Curitiba (PR).
Boram Um, atual campeão brasileiro de Barista. – Foto: Tony Chen
“A principio foi uma baita experiência, já que este foi o meu primeiro Campeonato de Barista. Treinei bastante. Foram quatro meses de preparo para o campeonato e acho que o resultado tinha refletido bem com relação ao treino, e estava bem feliz com a minha apresentação e com o meu café. Já tinha aceitado minha colocação e estava pensando no campeonato do ano que vem. Então veio a notícia nesta semana e será uma honra enorme poder representar o Brasil no Mundial”, afirma Boram.
Durante a SIC, ele usou um café experimental de fermentação da própria fazenda. “Toda a minha apresentação se baseou em como fermentar o café de forma controlada e responsável. Para o Mundial provavelmente não será o mesmo café, por uma questão de timing. Seria desvantagem ir com um café que já está ficando ‘velho’. Por isso, vamos buscar um café agora, mas manter o tópico fermentação para a apresentação, pois acredito ser um caminho de inovação para o País”, disse.
Boram Um em sua apresentação na final do Campeonato Brasileiro de Barista. – Foto: Tony Chen
Mudança no pódio
A nova decisão foi tomada após um grande número de competidores relatarem ao WCE, organizador da competição, que Leo Moço, até então campeão da competição, havia infringido a regra de proibição de substâncias alcoólicas no drinque de assinatura.
De acordo com comunicado divulgado pela entidade, o Comitê Estratégico de Competições (CSC) e o Judge Operations Leads (JOL), instâncias de análise e decisão do WCE, foram consultados para analisar o caso de maneira abrangente.
“Nesse ponto, CSC, JOL e WCE determinaram que ocorreu um erro de pontuação importante com relação à regra 3.3.G do Campeonato de Barismo, a qual prevê que quaisquer ingredientes podem ser usados na preparação das bebidas exclusivas, exceto álcool, extratos ou subprodutos do álcool ou substâncias controladas ou ilegais”, relata o comunicado.
Leo Moço após anúncio dos resultados do Campeonato Brasileiro de Barista, em 22 de novembro. – Foto: NITRO Historias Visuais
Segundo Leo Moço, as regras não foram infringidas em sua apresentação. “Não usei álcool, usei um gelo seco para extrair a fumaça, que é puro CO2, com os aromas, com os voláteis do whisky. Não tinha nada de álcool, não tinha etanol presente. Inclusive mandei para eles [WCE] um vídeo de 2004 do Tim Wendelboe, em que ele usou sua criatividade para usar um vinho marsala […]. Ele pegou esse vinho e fez uma redução, tirou o álcool e usou como ingrediente no campeonato, e foi campeão mundial”, disse em vídeo postado no Instagram.
Com a nova decisão do WCE, que relata que o álcool não é permitido em nenhuma etapa da preparação, Leo Moço zera todas as categorias disponíveis nas fichas sensoriais na categoria de bebidas de assinatura, ficando em 2º lugar na competição. Na ocasião, o head judge presente na competição foi o mexicano José Cleofas.
TEXTO Redação