Tendência

Café na China e orgânicos na Índia são as apostas da indústria alimentar asiática em 2024

Um artigo publicado hoje no site Food Navigator-Asia – que fornece notícias, insights e análises da indústria de alimentos e bebidas no continente asiático –, aponta três tendências emergentes no mercado gastronômico em 2024. São elas o crescimento do consumo de café na China, de alimentos orgânicos na Índia e de vendas de uísque japonês no mercado ocidental.  

A aposta no café foi da Nestlé, que aponta um potencial significativo de crescimento na Ásia, especialmente na China, onde o consumo per capita do grão ainda é baixo fora dos grandes centros urbanos. A empresa está investindo em formatos de café prontos para beber (RTD), difundidos através das lojas de conveniência, para atender a esse mercado em expansão que, além da China, inclui a Indonésia, o Vietnã e a Tailândia. 

Quanto ao uísque, a marca Fuji, da Kirin, anunciou em 2023 uma parceria com a Pernod Ricard para expandir as vendas na Europa – em poucos anos, o destilado, fabricado pela empresa há um século, aumentou 20 vezes seu volume de vendas no exterior. i 

Já na Índia, o setor de alimentos orgânicos está sendo impulsionado pela demanda por comidas mais saudáveis, sem aditivos químicos e mais nutritivos. Além disso, o apoio do governo, com certificações orgânicas locais e testes de autenticidade, está ajudando a consolidar a confiança e o crescimento no setor. 

Fonte: Food Navigator-Asia

TEXTO Redação

sustentabilidade

Instituições internacionais formalizam estratégias para conservar a diversidade genética do café

Acabam de ser publicadas na Acta Horticulturae as estratégias de instituições internacionais dedicadas ao café e à agricultura para a conservação global de recursos genéticos do café. A informação é do site comunicaffe.com

O artigo (Um workshop global para avançar na implementação da estratégia global de conservação dos recursos genéticos do café) – publicado na revista da Sociedade Internacional de Ciências da Horticultura – apresenta em detalhes os procedimentos resultantes de um workshop internacional de 2021, liderado pela Crop Trust (ong dedicada a conservar e compartilhar a diversidade das culturas agrícolas) e pela  World Coffee Research (WCR) e que reuniu especialistas de 16 países. O evento deu continuidade aos esforços que resultaram na publicação, em 2017, da Estratégia Global de Conservação dos Recursos Genéticos do Café, documento que retrata o cenário mundial dos bancos de genes do grão quanto à preservação da sua diversidade genética. 

O longo estudo – que contou com o recebimento de questionários de bancos genéticos de café e visitas presenciais – revelou que não dispomos de um verdadeiro sistema que proteja os recursos genéticos de café. O que existe são coleções isoladas, focadas em materiais genéticos nacionais (muitos deles não duplicados e sem conservação adequada) e cujos dados não são internacionalmente compartilhados.

Por isso, o documento Estratégia Global de Conservação previu ações prioritárias para a criação de (e transição a) um sistema global de conservação que garanta a sustentabilidade da produção cafeeira.

Entre as ações – cujas estratégias e procedimentos estão definidos no artigo recém-publicado – estão garantir financiamento, por meio de um fundo de doação, para a conservação a longo prazo dessas “coleções de origem”, facilitar a troca e o uso desses materiais genéticos a partir do estabelecimento de uma plataforma global e aumentar a segurança das coleções. 

Para saber mais: 

World Coffee Research

Crop Trust

TEXTO Por Cristiana Couto

Cafeteria & AfinsMercado

Rede de cafeterias chinesa Cotti Coffee avança no Leste Asiático

A cadeia de cafeterias chinesa Cotti Coffee está em expansão no Leste Asiático. Segundo a 5TH WAVE, a cadeia de cafeterias de conveniência, – que abriu sua primeira loja no país em outubro de 2022 e já conta com 6 mil unidades – inaugurou recentemente outras filiais na Tailândia e na Malásia.

Em Bangcoc, a Cotti Coffee abriu duas lojas e, na Malásia, inaugurou em meados de dezembro uma filial em Johor Bahru. Atualmente, a rede de cafeterias está presente em oito grandes mercados do Leste Asiático, com estabelecimentos na Coreia do Sul, na Indonésia, no Japão, em Hong Kong e no Vietnã.

Lançada pelos fundadores da Luckin Coffee, a maior cadeia de cafeterias da China, a Cotti, com preços acessíveis e que tem como estratégia oferecer descontos agressivos e um aplicativo próprio para facilitar pagamentos, entregas, pedidos e promoções.

Sediada em Pequim, a empresa planeja abrir sua primeira loja nas Filipinas e Singapura. Ela também opera três lojas no Canadá, seu único mercado fora do Leste Asiático.

Pesquisas do World Coffee Portal mostram que o mercado de cafeterias de marca no Leste Asiático cresceu 24% em número de lojas nos últimos 12 meses, ultrapassando 119.200 estabelecimentos. A China é o maior mercado de cafeterias de marca na região, com cerca de 49.700 lojas, seguida pela Coreia do Sul, com mais de 31.100.

Fonte: 5TH WAVE

TEXTO Redação • FOTO @Cotti Coffees

BaristaCafé & Preparos

Nova roda sensorial busca identidade para grãos produzidos na Austrália

Recentemente, especialistas em café na Austrália propuseram mais uma roda sensorial para a avaliação de cafés especiais. A novidade foi divulgada por meio do paper “Coffee is more than flavor, the creation of a coffee character wheel”, publicado no periódico Journal of Sensory studies. Nele, os pesquisadores australianos buscam explorar a complexidade do café para além do sabor, introduzindo uma nova ferramenta denominada Roda de características do café (Coffee character wheel), para auxiliar a categorizar e descrever diferentes aspectos dos grãos de maneira mais precisa. A roda foi desenvolvida como parte do projeto Defining terroir of Australian coffee to increase demand and investment (Definindo o terroir do café australiano para aumentar demanda e investimento) desenvolvido pela organização AgriFuture Australia, uma colaboração entre a Southern Cross University, a empresa Processing Methods Bootcamp e a indústria de cafés do país.

O argumento dos investigadores é de que as outras características sensoriais do produto – textura, acidez e sabor residual – precisam também de uma ferramenta, assim como a Coffee taster’s flavor wheel, roda desenvolvida em 1995 pela antiga SCAA para padronizar a comunicação internacional do aroma e do sabor dos cafés especiais.

A nova roda de características do café tem 95 termos, selecionados a partir de 679 palavras utilizadas por provadores durante o desenvolvimento da pesquisa, dispostos em roda e em três níveis, que vão do geral ao específico. 

Projetada para ser uma ferramenta útil para profissionais e entusiastas na compreensão da complexidade dos grãos, a nova roda pode auxiliar a padronização das avaliações sensoriais do café para além dos sabores e aromas, incrementando a consistência para a indústria dos cafés de qualidade. 


De acordo com a AgriFuture Australia, os australianos consomem mais de seis milhões de xícaras por ano, e 99% dos grãos são importados pelo país. Mas a Austrália tem uma indústria cafeeira (embora pequena) estabelecida há muito tempo, que reúne cerca de 50 produtores de qualidade entre o norte e o sudeste de Queensland e o norte de New South Wales.

Diferentemente do vinho australiano, que já faz sucesso no mundo inteiro há décadas, seu café é pouco conhecido. A partir da nova roda e dos estudos em torno do território, a corporação australiana tem como objetivo ajudar os cafeicultores locais a definirem e comunicarem as características e sabores únicos dos seus grãos.

TEXTO Por Cristiana Couto • FOTO Agrifuture Australia

Café & Preparos

Nunca sai de moda: cafeteira italiana completa 90 anos

Modelo comemorativo 90 anos da Moka Express, com ilustração feita pelo artista Sam Cox – Foto: Izabela Dolabela – @izabeladolabela

Popular em diversas partes do mundo, a cafeteira italiana – ou Moka Express – é um clássico método de preparo que sempre está em alta. Com variedade de tamanhos, cores e modelos, ela ganha o coração de todo apaixonado por café, além de resultar em uma bebida encorpada e repleta de notas intensas, que remete ao espresso. Neste ano, o método completou 90 anos, e a empresa Bialetti (que o inventou) lançou uma edição especial de aniversário, ilustrada pelo artista britânico Sam Cox (veja mais detalhes ao fim da reportagem). 

“Uma cafeteira italiana é, provavelmente, a alternativa melhor e mais barata para você beber café espresso em casa sem investir em uma máquina superautomática e em um moedor profissional. As cafeterias italianas não fazem café espresso, mas uma xícara de café forte”, escreveu o barista norueguês Tim Wendelboe, em seu livro Coffee com Tim Wendelboe. 

Foto: Sten Ritterfeld/Unsplash

Apesar de estar presente no cotidiano de muitas pessoas até hoje, a história do equipamento começou em 1933, quando o italiano Alfonso Bialetti, ao ver sua esposa lavando roupas, teve uma ideia revolucionária.

Para lavar as roupas, a esposa de Bialetti fazia uso de uma “lessiveuse”, uma espécie de máquina de lavar da época, que consistia em uma grande panela de ferro com um tubo oco em seu interior, no centro. A água colocada juntamente com a roupa no recipiente entrava pelo tubo, na parte de baixo, e saía pela parte de cima, fazendo um bom uso dos produtos que eram colocados no processo para ajudar na limpeza das vestimentas. 

E porque não utilizar um sistema parecido no preparo de café? 

Assim nasceu a cafeteira italiana, um método com formato octogonal que utiliza o sistema de percolação para fazer a bebida. Basta adicionar a quantidade desejada de água na parte de baixo e o pó de café na peça com microfuros (filtro) localizada no meio do equipamento. Depois de rosqueada, é só levá-la direto ao fogo baixo. Por meio do aquecimento e da pressão do vapor, a água passa pelo pó e resulta no café na parte superior, pronto para ser servido.

Desenho do projeto da Moka Express – Foto: Acervo Bialetti

Por anos, a cafeteira italiana foi um item artesanal, até que, em 1946, Renato Bialetti, filho de Alfonso, assumiu os negócios do pai e, com uma visão industrial, resolveu mudar os rumos da empresa. Decidiu expor o item em uma feira em Milão, o que ajudou a alavancar as vendas da e a popularizar a Moka. 

De lá para cá, o projeto manteve-se praticamente inalterado…

“Os italianos têm o hábito de tomar café em cafeterias, mas, durante a pandemia de covid-19 e com as pessoas trabalhando em casa, houve um grande salto nas vendas de Moka no país”, escreve o especialista em café Edgard Bressani, na 6ª edição do livro Guia do Barista – Da origem ao café perfeito

Na obra, ele conta que o café utilizado no método costumava ter torra média-escura, podendo até ser um blend entre as espécies arábica e canéfora, o que contribuiu para a reputação do café feito na Moka originar uma bebida mais amarga. Mas, com o seu ressurgimento, as empresas passaram a oferecer cafés com torra média-clara, de origem única e 100% arábica. O resultado é que, hoje em dia, o método origina uma xícara mais doce e aromática, e com uma acidez suave. “Isso reacendeu as discussões entre os italianos sobre as melhores receitas para se preparar um bom café na Moka”, conclui Bressani.

Foto: Rabin Mukerjea/Unsplash

Em termos visuais, a cafeteira italiana é feita, tradicionalmente, de alumínio cunhado de alta resistência. Mas, hoje em dia, com a variedade de versões no mercado, é possível encontrar modelos produzidos com aço inox, por exemplo, em diferentes cores, formatos e tamanhos, que rendem de duas a 12 xícaras. Quanto ao funcionamento, uma das principais diferenças entre a original e as réplicas é a válvula de segurança patenteada pela Bialetti, que mantém o sistema interno de pressão estável na hora do preparo.

Por sua importância na história do design industrial, o método conta com exemplares expostos no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMa). O modelo de aniversário da Bialetti, disponível na versão para três xícaras, foi inspirado na Doodle Art, uma vertente da Pop Art, baseada em desenhos de traços simples que se confundem com rabiscos ao estilo fun design. Sam Cox, citado no início deste texto, é um dos principais nomes deste movimento artístico, cujo conceito também estampa a bag que acompanha a nova Moka. A edição comemorativa de 90 anos pode ser encontrada no site da Café Store.

E de receita quem entende é o barista!

“Sabemos que, para fazer café, é necessário apenas água e café. Mas existem vários jeitos de extraí-lo. A Moka é por pressão. A água fervida gera pressão e passa pelo café moído, do qual são extraídos compostos diferentes do que em um método como a Melitta, por exemplo, em que você joga a água e, por gravidade, o café é extraído”, conta Renan Dantas, da Oficina do Barista.

Além da forma de extração, o barista paulistano também destaca que outro diferencial da cafeteira italiana é a concentração da receita final: “Em geral, usamos a mesma quantidade de café para uma quantidade menor de água. Geralmente, por extrair mais sabores (voláteis) do café, a bebida feita na Moka acaba dando uma sensação tátil mais cremosa e mais intensa, por conta da sua receita”. 

Na hora do preparo, Renan dá dicas que podem melhorar o resultado final. “Além de ter um café de qualidade, coloque um pouco de água em temperatura ambiente onde a bebida será extraída, ou seja, na parte de cima do equipamento. Essa técnica evita que o café sofra um ‘choque térmico’ na extração quando em contato com o material das paredes do método, o que pode levar a um leve amargor”, pontua.

TEXTO Gabriela Kaneto

Mercado

SIC 2023: Cafés buscam singularidade e rastreabilidade

Origens produtoras, seus desafios e possibilidades, marcam a 11ª Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte

Acesso a mercados, sustentabilidade, governança, rastreabilidade, união da cadeia cafeeira, quebra de paradigmas. A Semana Internacional do Café 2023 promete ficar para a história. Isso porque o tema desta 11ª edição – Origens produtoras: uma visão de futuro para uma nova cadeia do café – está atrelado a todas essas questões.

O momento da cafeicultura mundial é de grandes desafios. Mas a cafeicultura brasileira, embora os enfrente, tem, também, oportunidades. Cientistas, agricultores, torrefadores, traders, educadores, empreendedores e representantes de organizações que apoiam a cafeicultura compartilharam esses assuntos entre 8 e 10 de novembro, em Belo Horizonte, com mais de 20 mil visitantes, de mais de 30 países.

Nos painéis do Simpósio DNA Café – que traz as principais tendências do mercado – ficou claro que, atualmente, qualidade e certificação, embora sejam parâmetros importantes, não são mais suficientes para fomentar a cadeia de cafés especiais em nível global. A estratégia é singularizar os grãos a partir de sua origem, sua rastreabilidade e sua sustentabilidade. “A origem do café é única”, lembrou Priscilla Lins, gerente de agronegócios do Sebrae Minas, no painel Origens produtoras e o novo cenário mundial. A frase, contundente, reforça a importância de um território e de seu saber-fazer para a identidade e a valorização comercial dos cafés especiais. Comércio este que deve mirar, também, novos mercados.

“A China é o futuro do café”, apostou Marcos Jank. Em sua palestra Futuros e tendências do agronegócio: as oportunidades para o café, o professor-sênior de agronegócio do Insper, em São Paulo, chamou a atenção para o aumento da população e da renda per capita em países do leste e sudeste da Ásia (como Japão e Coreia do Sul), o que poderá torná-los os principais mercados do produto brasileiro.

Para consumidores cada vez mais exigentes, que buscam saber a origem, a rastreabilidade e o impacto no planeta dos produtos que compram, produtores e entidades brasileiras vêm buscando ferramentas para alavancar as origens dos cafés. O assunto surgiu em vários momentos do evento. Na palestra Tendências de consumo e mudanças geracionais, Eco Moliterno, chief creative officer da Accenture, uma das principais empresas de consultoria do mundo, lembrou que estamos vivendo uma era que não está mais centrada no consumidor, mas no ser humano. 

A questão também foi discutida na apresentação Origem Controlada Café: digitalização das Indicações Geográficas. Resumo da ópera: a Indicação Geográfica, concedida pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), não assegura a qualidade do café, que deve ser monitorada pelos gestores da IG. Para isso, é preciso um sistema dedicado à gestão da cadeia, ao controle e à rastreabilidade do grão.

Foi com esse argumento que o Instituto CNA, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Sebrae divulgaram na SIC o projeto Digitalização das IGs de Café. A iniciativa conjunta busca desenvolver um sistema de controle e rastreabilidade das regiões produtoras, potencializando a origem e a qualidade dos grãos nacionais para os mercados nacional e internacional. “Em breve, teremos mais eficiência na gestão, mais acesso a mercados e maior valor agregado aos nossos cafés”, prometeu André Trikienicz, CEO e fundador da AgTrace, que está desenvolvendo a tecnologia.

Sustentabilidade e desafios

Como maior produtor de cafés do mundo há quase 170 anos, o Brasil, além de ter diversidade de territórios, é o país mais preparado para levar cafés de qualidade e com práticas sustentáveis ao consumidor ao redor do planeta. Nesta SIC, as falas em torno dessa afirmação reforçaram-se umas às outras, especialmente nos encontros do Fórum de Agricultura Sustentável, que desde 2014 tornou-se um espaço privilegiado para a discussão de práticas, inovações e desafios quanto à sustentabilidade na cafeicultura. 

“O Brasil é o único país preparado para responder às leis europeias”, afirmou a expert em sustentabilidade Gelkha Buitrago, diretora-adjunta da Plataforma Global do Café, entidade com sede na Suíça. “Não tem nenhum país com a tecnologia e a sustentabilidade que o Brasil tem”, reforçou Henrique Cambraia, presidente e cofundador da cooperativa Sancoffee (Campos das Vertentes, MG), que participou com Gelkha do debate Novo cenário de comercialização para os cafés no mundo.

Gelkha refere-se ao Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (European Union Regulation for Deforestation-Free Products ou EUDR), que entra em vigor a partir de janeiro de 2025. Quem discutiu a nova regulamentação foi Vanusia Nogueira, diretora-executiva da Organização Internacional do Café (OIC), na abertura do Fórum. A lei, a ser seguida pelos 27 países integrantes, proíbe a importação de produtos oriundos de áreas de desmatamento e degradação florestal, como carne bovina e couro, soja, cacau, óleo de palma, borracha, madeira e café (verde, torrado e torrado e moído). A Europa consome mais de 50% do grão brasileiro, e a regulamentação impacta todos os países produtores.

“Nesses últimos 30 anos, a área global de produção cafeeira aumentou muito pouco”, explica Vanusia. “E, no Brasil, o crescimento da produção se deu pelo aumento da produtividade, que mais do que duplicou. Então é um equívoco relacionar café e desmatamento”, pondera. 

Os desafios são globais: o desinteresse da nova geração pela agricultura, a falta de acesso a financiamentos, tecnologias digitais e mercado e o acesso limitado à terra são alguns deles. Mas há, também, oportunidades, especialmente para o Brasil. Além da emergência de novos mercados, os modelos de compra de café vão mudar. E, segundo Vanusia, o Brasil pode e deve criar seus próprios modelos de agricultura regenerativa – a grande saída para a sustentabilidade e o enfrentamento das mudanças climáticas.

Quebrando paradigmas

Os estudos científicos sobre cafés de qualidade vêm quebrando barreiras. É o que mostrou o engenheiro agrônomo Flávio Borém, da Universidade Federal de Lavras e especialista em pós-colheita. Na palestra Como o pós-colheita influencia a construção do perfil, durante o Intertorra (veja abaixo), Borém redefiniu conceitos e reorganizou processos, resultado de anos de pesquisa. “Não é possível dizer que métodos de processamento definem perfis de café”, ensinou.

As mudanças não surgem apenas no manejo dos grãos, mas também nas estratégias de promoção dos cafés. A Serra de Mantiqueira já repensa seu modelo, ao buscar desburocratizar o processo de obtenção dos selos. “A estrutura precisa ficar mais ágil”, avalia Alessandro Hervaz, produtor da Honey Coffee e presidente da Aprocam e da Coopervass (Mantiqueira de Minas, MG) na palestra Como as estratégias de origem contribuem para a governança, promoção e acesso ao mercado de café especial?.

A região Matas de Rondônia é um bom exemplo de quebra de paradigmas. Numa apresentação sobre robustas especiais amazônicos, Juan Travain, sócio-proprietário da fazenda Selva Café (RO), mostrou como os desenvolvimentos no pós-colheita, ao lado das características da floresta, ajudam a produzir qualidade. “Essa safra está excepcional em produtividade e em qualidade”, comemora Travain, que diz ter havido um salto na comercialização, com boa remuneração dos produtores. “Nossos robustas são fruto de muita ciência e dedicação”, arremata.

As cafeterias e torrefações também contribuem para esse sucesso. “Mais importante do que a qualidade do produto é a qualidade do conjunto de produtores de uma região”, completa Vinícius Estrela, diretor-executivo da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e que participou do debate.

Técnica e premiações

Para além dos desafios da cadeia cafeeira, a SIC trouxe novidades e premiou produtores. Pela primeira vez, a 5ª edição do Intertorra, encontro de torradores brasileiros, aconteceu no evento. Seu objetivo é compartilhar conhecimento técnico e tecnológico por meio de workshops, palestras e cuppings. “Privilegiamos atividades sensoriais e teóricas, para ampliar o conhecimento sobre a torra”, explica o idealizador, Matheus Tinoco.

Tradicionalmente, a SIC é palco do Campeonato Brasileiro de Barista. O campeão de 2023 é Daniel Vaz, da Five Roasters (RJ), que representará o país, em maio de 2024, no campeonato mundial da categoria em Busan, Coreia do Sul (em outubro, Vaz tornou-se vice-campeão no Campeonato Brasileiro de Brewers Cup). Organizada pela Atilla Torradores, a competição Torrefação do Ano elegeu a Fazenda Jangada, de Cabo Verde, na região vulcânica de Minas Gerais.

O último dia da SIC teve premiações de concursos. Um dos mais aguardados foi o Coffee of the Year (COY). Criado em 2012, o prêmio reconhece o trabalho do cafeicultor e ajuda a promover as origens produtoras dos grãos de qualidade. A competição elege os destaques do ano nas categorias arábica e canéfora. Neste ano, foram 530 amostras inscritas de mais de 30 regiões produtoras,  um recorde. O Espírito Santo arrematou os troféus: o café campeão da categoria arábica foi produzido por Deneval Miranda Vieira Júnior (Sítio Cordilheiras do Caparaó, Iúna), e Wagner Gomes Lopes (Sítio 3 Marias, Alto Rio Novo) levou o prêmio de melhor canéfora. A novidade é que, logo após o anúncio dos vencedores, os cafés imediatamente receberam lances: a Coffee ++ ofereceu R$ 8 mil pela saca do arábica e a Nater Coop, R$ 10 mil pela do canéfora. 

Há muito, a SIC é conhecida por agregar outros concursos, como o tradicional Florada Premiada, da 3corações. Em sua 6a edição, ele premiou 83 cafeicultoras de microlotes de arábicas e canéforas de alta qualidade (acima de 84 pontos, num total de 100). “Agora, queremos exportar esses cafés”, prometeu Pedro Lima, presidente do grupo. Pelo segundo ano consecutivo, as melhores amostras de cafés especiais produzidas no Vale do Jequitinhonha foram agraciadas no Prêmio da Chapada de Minas. Houve, ainda, a 7a edição do cupping ATeG/Café+Forte, para cafeicultores apoiados pelo Sistema Faemg Senar, e a 9a edição do Golden Cup Brasil, que premia os melhores grãos fairtrade do Brasil. 

Além do COY, a Espresso & Co. também comanda o Espresso Design 2023, premio de embalagens. A vencedora foi a torrefadora carioca Madura Coffee Cafés Especiais, com o pacote Cura Ressaca, feito para drip coffees.

A edição da Semana Internacional do Café 2023 tem apoio institucional do Sistema Ocemg, patrocínio oficial Codemge e Governo de Minas Gerais, patrocínio diamante da 3corações Rituais Cafés Especiais, patrocínio prata Sicoob e Melitta, patrocínio bronze Cocatrel, Nescafé e Nucoffee. Apoio Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Aliança Internacional das Mulheres do Café (IWCA Brasil), Sindicafé-MG e Abrasel. Realização Faemg/Senar, Espresso&Co., Sebrae e Governo de Minas Gerais. Mídia oficial CaféPoint.

TEXTO Cristiana Couto • FOTO NITRO/Semana Internacional do Café

Barista

Daniel Vaz é o novo Campeão Brasileiro de Barista!

Entre cuppings, degustações, troca de conhecimento e negócios fechados, a Semana Internacional do Café também foi palco do Campeonato Brasileiro de Barista, realizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

Na competição, 20 profissionais foram julgados por sua habilidade e por seu conhecimento no preparo e na apresentação de cafés espressos, bebidas com leite vaporizado e drinques de assinatura, assim como pelo conhecimento da indústria e dos produtos que utilizam. Depois de dois dias de classificatórias, os nomes dos seis finalistas foram divulgados: Maurício Maciel (MG), Tainá Luna (SP), Daniel Vaz (RJ), Hugo Silva (SP), Juliana Morgado (DF) e Marcondes Trindade (DF).

A final foi realizada no último dia de SIC, 10 de novembro. Depois das seis apresentações, foi divulgado o novo campeão brasileiro: Daniel Vaz, da Five Roasters, do Rio de Janeiro! “Eu acho que este é o título mais desejado do Brasil, a competição mais difícil, e eu estou muito feliz de ter conseguido conquistar na primeira vez. Este ano está sendo muito especial”, destacou o vencedor, que participou de quatro campeonatos recentemente e conseguiu uma boa colocação em todos: primeiro lugar na Copa Barista e no Brasileiro de Barista, e segundo lugar no Desafio Barista e no Brasileiro de Brewers, competição de cafés filtrados.

Agora, os próximos passos é lá fora, onde Daniel representará o Brasil no Mundial de Barista, que ocorrerá entre 1º e 4 de maio de 2024, na World of Coffee Busan, na Coreia do Sul. Os olhos estarão mais do que nunca voltados para o nosso País, uma vez que o atual campeão mundial da categoria é o brasileiro Boram Um. “A expectativa está altíssima porque o Boram colocou a régua lá em cima. Vou dedicar toda a minha energia pra manter esse título em casa”, disse.

Confira a ordem final de classificação:

Daniel Vaz @daniel_vaz
Marcondes Trindade @ondes27
Juliana Morgado @ju._morgado 
Tainá Luna @tainalunaa
Maurício Maciel @baristamaciel 
Hugo Silva @hugosilva.barista   

O campeão Daniel Vaz recebeu R$ 10 mil pelo título. O segundo lugar da competição, que ficou com Marcondes Trindade, da Acorde 27 Cafés Especiais, de Brasília (DF), recebeu R$ 3 mil. Já a terceira colocada, Juliana Morgado, da Studio Grão Coffee Roasters, também de Brasília, teve como prêmio R$ 2 mil.

“Isso significa não só um título, mas sim tudo que a gente sonha. Parece clichê, mas não é. Pra mim não existe sorte, existe dedicação. Transpiração vence talento”, comemorou Daniel.

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO NITRO/Semana Internacional do Café

Cafezal

Espírito Santo domina pódio do Coffee of The Year 2023!

Mais uma vez o Coffee of The Year trouxe muita alegria e emoção ao terceiro dia de Semana Internacional do Café! Neste ano, o concurso recebeu mais de 500 amostras vindas de diferentes regiões brasileiras, que foram divididas entre as categorias arábica e canéfora.

O Espírito Santo praticamente tomou conta dos cinco primeiros lugares do canéfora. O topo do pódio ficou com o produtor Wagner Gomes Lopes, do Sítio 3 Marias, de Alto Rio Novo (ES), Noroeste Espírito Santo.

Wagner Gomes Lopes, do Sítio 3 Marias, de Alto Rio Novo (ES), Noroeste Espírito Santo

Confira o anúncio final:

Wagner Gomes Lopes – Sítio 3 Marias – Alto Rio Novo (ES) – Noroeste do Espírito Santo
Lucilene de Jesus Maia Santos – Sítio N. S. Aparecida – Cacoal (RO) – Matas de Rondônia
Pedro Marcos Demartine Castro – Sítio Vista Alegre – Jerônimo Monteiro (ES) – Conilon Capixaba
Mauro Torres Ribeiro – Sítio Vale das Bençãos – Alegre (ES) – Caparaó
Adair Batista Borges – Fazenda Beija Flor – Alto Rio Novo (ES) – Conilon Capixaba

Já na categoria arábica, o troféu de melhor café foi para o já conhecido Sítio Cordilheiras do Caparaó, de Iúna (ES), com Deneval Miranda Vieira Júnior. O segundo lugar ficou com José Alexandre Lacerda, do Sítio Forquilha do Rio, Espera Feliz (MG), Caparaó. Na sequência, a produtora Ana Paula Sperandio Lima, do Sítio Condado da Montanha, de Marechal Floriano (ES), Montanhas do Espírito Santo, foi a terceira colocada.

Deneval Miranda Vieira Júnior, do Sítio Cordilheiras do Caparaó, Iúna (ES)

1º Deneval Miranda Vieira Jr – Sítio Cordilheiras do Caparaó – Iúna (ES) – Caparaó
2º José Alexandre Lacerda – Sítio Forquilha do Rio – Espera Feliz (MG) – Caparaó
3º Ana Paula Sperandio Lima – Sítio Condado da Montanha – Marechal Floriano (ES) – Montanhas do Espírito Santo
4º Eduardo Pinheiro Campos Filho – Fazenda São João Grande – Patos de Minas (MG) – Cerrado Mineiro
5º Cedro Fornari – Sítio Refúgio do Cedro – Iúna (ES) – Caparaó
6º Lucas Antonio Gonçalves Franco – Fazenda Laranjal – Botelhos (MG) – Região Vulcânica
7º Waldemar Ferreira de Paula Neto – Vista do Brigadeiro – Pedra Bonita (MG) – Matas de Minas
8º Maria Aparecida Barroso dos Santos – Sítio Vargem Grande – Alto Jequitibá (MG) – Caparaó
9º Valzilene Dutra Vieira – Sítio Cordilheiras do Caparaó – Iúna (ES) – Caparaó
10º Carlos Alberto Monteiro – Fazenda Harmonia – Alto Jequitibá (MG) – Caparaó

A Semana Internacional do Café aconteceu de 8 a 10 de novembro, no Expominas, em Belo Horizonte (MG).

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO NITRO/Semana Internacional do Café

Mercado

A nova geração dos cafés de qualidade

Segundo dia da SIC explora transformações, quebra de paradigmas e o novo momento dos cafés especiais brasileiros

Quebrar paradigmas. Ter governança. Construir a união. Valorizar a diversidade. Entoar várias vozes. Criar estratégias. Conectar a cadeia. E costurar tudo com dados produzidos pela ciência. O mundo dos cafés de qualidade está mudando. E rapidamente. 

A Semana Internacional do Café (SIC), em seu segundo (e penúltimo) dia de atividades, está sendo a vitrine dessas transformações. Transformações impulsionadas, de um lado, por uma lei da comunidade europeia ⎯- que consome mais de 50% do café brasileiro -⎯, que entra em vigor em 2024 e impacta, de modo importante, os países produtores de café em todo o planeta. De outro lado (que não é oposto, mas contíguo), o apoio da ciência brasileira. “Relacionar café e desmatamento é um equívoco”, alerta Vanusia Nogueira, diretora-executiva da Organização Internacional do Café (OIC), em palestra de abertura do Fórum da Cafeicultura Sustentável.

Vanusia Nogueira faz a abertura do Fórum Sustentável

Vanusia refere-se à lei elaborada pela União Europeia, que entra em vigor em 2 de janeiro de 2024. A lei, a ser seguida pelos 27 países integrantes, proíbe a importação de produtos provenientes de áreas de desmatamento e degradação florestal. Isso vale para a carne, a soja, o cacau e, entre outros, o café: verde, torrado e torrado e moído (você poderá conferir a reportagem completa na edição de dezembro da Espresso).

E qual é o equívoco de se conectar desmatamento e café? Felipe Nunes, no debate “Novo cenário de comercialização para os cafés no mundo”, indica a resposta: “Há dados confiáveis que mostram a queda no nível de desmatamento nas áreas cafeeiras”, explica o professor da Universidade Federal de Minas Gerais. Chamados nos momentos de crise como destaca o pesquisador (lembram da Covid-19?), os cientistas estão fornecendo dados robustos e conhecimento detalhado sobre os cafés especiais brasileiros. “Não tem nenhum país com a tecnologia e a sustentabilidade do Brasil”, garante Henrique Cambraia, presidente e cofundador da cooperativa Sancoffee (Campos das Vertentes, MG). 

 “O Brasil é o único país preparado para responder às leis europeias”, reforça a Gelkha Buitrago, diretora-adjunta da Plataforma Global do Café GTP, expert em sustentabilidade e, que, ao lado de Cambraia, participou da mesma rodada de conversa.

Marcos Mattos, Gelkha, Cambraia e Nunes discutem sustentabilidade

Paradigmas

Os estudos científicos sobre cafés de qualidade também vêm quebrando paradigmas. É o que mostrou o engenheiro agrônomo Flávio Borém, professor titular da Universidade Federal de Lavras e especialista em pós-colheita do café. Na palestra “Como o pós-colheita influencia a construção do perfil“, que proferiu no evento Intertorra, Borém redefiniu conceitos e reorganizou processos, fruto de anos de pesquisa científica. “Não é possível dizer que métodos de processamento definem perfis de café”, ensina. “É preciso padronizar variáveis para estudar outras.  Se quisermos falar do impacto dos métodos de processamento nos grãos, é preciso usar a mesma matéria-prima, que passou pelas mesmas operações”, explica ele, que acaba de lançar o livro Tecnologia pós-colheita e qualidade de cafés especiais, que trata extensamente do assunto.

As mudanças não surgem apenas no manejo dos grãos de qualidade. Segundo Vanusia, por conta da nova legislação da UE, voltada à sustentabilidade, os modelos de compra de café também vão mudar. “E a Europa é a ponta de lança dessa mudança”, prevê ela. E o Brasil? Para Vanusia, o país pode e deve criar seus próprios modelos de agricultura regenerativa -⎯ a grande saída para a sustentabilidade e o enfrentamento das mudanças climáticas.

A Serra de Mantiqueira já está repensando seu modelo de ação.  A estratégia é promover internamente os cafés, envolvendo os produtores de modo que eles entendam o potencial das Denominações de Origem, e tentar desburocratizar o processo de obtenção dos selos. “A estrutura precisa ficar mais ágil e produtiva”, avalia Alessandro Hervaz, produtor da Honey Coffee e presidente da Aprocam e Coopervass (Mantiqueira de Minas, MG) na palestra “Como as estratégias de origem contribuem para a governança, promoção e cesso ao mercado de café especial?”.

E as cafeterias e torrefações têm um papel importante e estratégico nessa união da cadeia, ao ajudar a promover as origens brasileiras. “Temos que ir além da qualidade sensorial da bebida”, avança Vinícius Estrela, diretor-executivo da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), no mesmo debate. “Temos que pensar em termos de região. Mais importante do que a qualidade do produto é a qualidade do conjunto de produtores daquela região”, afirma.

Outra região em alta em termos de qualidade é Matas de Rondônia, onde a cafeicultura encontra a Amazônia. “Uma das nossas estratégias é levar compradores para conhecer diretamente nossos produtores. Já recebemos visitantes de onze países”, comemora Poliana Perrut, cafeicultora e engenheira agrônoma. A outra estratégia, segundo ela, é a parceria dos cafeicultores com as instituições científicas, como a Embrapa Rondônia. 

Matas de Rondônia é outro exemplo de quebra de paradigmas na cafeicultura de qualidade brasileira. Numa apresentação dedicada aos cafés especiais da região Amazônica ⎯ leia-se, canéforas, variedade robusta ⎯  Juan Travain, sócio-proprietário da fazenda Selva Café (RO), apresentou os desenvolvimentos do pós-colheita, que, ao lado das características únicas da floresta, tem ajudado os produtores a produzirem qualidade.  “Essa safra é excepcional, tanto em produtividade quanto em qualidade”, comemora Travain. Houve um salto em comercialização, e os produtores foram bem remunerados por seus cafés. “Os cafés que apresentamos são fruto de muita ciência e dedicação”, arremata. 

TEXTO Cristiana Couto • FOTO NITRO/Semana Internacional do Café

Cafezal

Divulgadas as 65 amostras finalistas do Coffee of the Year 2023!

Entre cafés, conexões e muito conhecimento neste segundo dia de Semana Internacional do Café, foram divulgadas as 65 amostras finalistas do Coffee of the Year 2023! Este ano, o concurso recebeu mais de 500 amostras vindas de diferentes partes do Brasil, que foram analisadas por Q-Graders e R-Graders em sua primeira fase, e agora estão disponíveis para cupping durante os três dias de evento, em Belo Horizonte (MG).

Clique aqui e confira os nomes dos produtores, as fazendas e as regiões de cultivo dos cafés finalistas do COY.

Dessas 65 amostras, 50 são da categoria arábica e 15 correspondem à categoria canéfora. Além dos cafés nas salas de cupping, as 10 mais bem pontuadas de arábica e as 5 de canéfora estão nas garrafas térmicas para voto às cegas do público. Basta provar cada garrafa e escolher o seu café favorito em cada categoria! 

O anúncio dos nomes e da ordem final de classificação, além da premiação dos melhores cafés arábica e canéfora, acontece no último dia de Semana Internacional do Café, às 15h, no Grande Auditório.

Serviço
Semana Internacional do Café 2023
Quando: 8 a 10 de novembro
Onde: Expominas – Belo Horizonte (MG)
Mais informações e credenciamento: www.semanainternacionaldocafe.com.br 

TEXTO Redação • FOTO NITRO/Semana Internacional do Café