Barista

Brasil faz história em campeonatos mundiais

A comemoração foi grande entre todos os brasileiros, mas principalmente de muitos gritos e choros com aqueles que estavam diretamente da Grécia, na World of Coffee Expo. Boram Um, tricampeão nacional na categoria Barista, conquistou o título inédito de primeiro lugar no Campeonato Mundial. Já Garam Um ficou em terceiro lugar no Mundial de Brewers Cup, título também inédito para o Brasil. 

No Mundial de Barista, os competidores precisam preparar quatro espressos, quatro bebidas com leite e quatro bebidas originais exclusivas, em 15 minutos. Boram utilizou a variedade geisha panamenha no espresso. Nas bebidas com leite, um blend do geisha com bourbon rosa, variedade nova, produzida por sua família. Já nos cafés de assinatura, a escolha foi o bourbon rosa 100% brasileiro.

As bebidas foram avaliadas por juízes de todo o mundo, certificados pela World Coffee Events (WCE), entidade realizadora dos campeonatos mundiais. A análise é feita com base no sabor, limpeza, criatividade, habilidade técnica e apresentação geral, critérios em que Boram se sobressaiu sobre os outros mais de 40 competidores de diferentes partes do globo.

O diretor executivo da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), Vinicius Estrela, destaca que a bebida exclusiva permite que os baristas expandam sua imaginação e os paladares dos juízes para incorporar uma riqueza de conhecimento sobre café, em uma expressão de seus gostos e experiências individuais. “E foi fantástico que o Boram teve o destaque nas bebidas de assinatura usando café totalmente brasileiro, o que abre um leque de oportunidades e volta os olhos de todo o mundo para os cafés especiais do Brasil”, comenta.

O brasileiro Edgard Bressani foi um dos apresentadores do campeonato e quem anunciou o grande resultado. “Fui abençoado por ter sido escalado nessa hora da apresentação. Meu coração disparou e eu tremia. Boram estava tranquilo e dominou as emoções. E o mais legal é que era uma rodada de mulheres como juízas. Pude provar os cafés e foi a melhor bebida com leite que já provei, além de uma apresentação impecável”, destaca. 

“O impacto que isso terá no Brasil será grandioso. O mundo está de olho no país agora também para os cafés especiais. O Brasil é, este ano, o símbolo do café especial no planeta. Esse é o reconhecimento do constante trabalho de aprimoramento do setor, que é realizado pela BSCA desde sua fundação, e também de capacitação dos baristas, principalmente com a realização dos Campeonatos Brasileiros de Barismo, em parceria com a ApexBrasil. Sem as competições nacionais, que nos estimulam no longo prazo, seria impossível termos essa consistência de preparo e treinos, o que nos permite atingir melhores resultados a cada ano”, pontua Boram.

Vinicius Estrela recorda que o destaque alcançado pelo Brasil é fruto de uma semente plantada em 2016, quando a BSCA se tornou National Body da World Coffee Events e obteve o direito de realizar os Campeonatos Brasileiros de Barismo. “A história da Associação é visionária e de vanguarda. Todos que por aqui passaram deixaram seu legado e, hoje, colhemos esses resultados fantásticos, que demonstram que a entidade se norteou, norteia-se e seguirá se norteando pelo caminho do aprimoramento e da capacitação dos cafés especiais nacionais. Temos que comemorar as conquistas alcançadas e, principalmente, manter a ampliação constante de nosso trabalho, sempre em busca de elevarmos os padrões dos cafés especiais do Brasil”, conclui.

A família de Boram e Garam começou a produzir cafés em 2009 e os irmãos ingressaram no universo do barismo e das competições em 2016, mesmo ano em que a BSCA deu início às disputas no país. “Em termos de representatividade, acho que, com esses prêmios, conseguimos colocar o Brasil no mapa de um mercado que é elitizado, principalmente para países que são consumidores. São sempre os grandes países europeus, os grandes asiáticos ou a América do Norte que dominam esse mercado de consumo de especiais, e agora creio que ajudamos a inserir o Brasil como destaque. Ainda estou processando! Faz tanto tempo que estamos buscando isso. Parece ainda um sonho”, avalia Boram.

No Brewers Cup, Garam apresentou 14 g do geisha natural do Janson Coffee, em Volcán, Panamá, e 6 g do Laurina Natural da Café Granja La Esperanza, em Valle de Cauca, Colômbia. O preparo foi feito na hario v60 de metal, com o Mesh do W60, um filtro de tela.

“Eu acabei usando o mesmo tema do nacional que achei que seria forte para o Mundial, que era a sinergia de toda a cadeia do café junto da técnica de extração. Foi um preparo muito intensivo, de 10 a 12 horas por dia de treino para conseguir chegar na melhor apresentação. Treinei focado na apresentação full time cerca de 1 mês e meio. Estou muito alegre e com um senso de alívio por ter conseguido chegar no top 3 do mundo. No Brewers os detalhes contam muito e eu sabia que qualquer erro seria fatal para não estar entre os semifinalistas e finalistas do mundial, porque os outros competidores também não erraram”, conta Garam.

Danilo Lodi, coach dos irmãos e barista, provador, torrador, instrutor e consultor no mercado de cafés especiais desde 2004, juiz do WBC desde 2010 e representante do WCE, revela que ficou sem voz e chorou muito (assim como a maioria de nós!) com os anúncios. “As pessoas nem imaginam como é esse esforço coletivo. Vai desde lavar a louça até provar café, a apresentação é deles, mas a equipe ajuda com palpites. Boram e Garam são especiais demais, dedicados e estudiosos, não poderia estar mais feliz por ter dois grandes embaixadores. Eles representam a minha profissão, minha indústria e meu país. Não tem como não se emocionar em ter duas pessoas que são exemplos de excelência e carisma”, aponta Danilo. 

Segundo o profissional, os irmãos devem viajar o mundo, participar de eventos, dar aulas e mostrar a qualidade do café brasileiro lá fora, “vão ser meses intensos para os dois”. A marca Brewista até criou uma chaleira personalizada para o Garam e uma pitcher para Boram! 

Durante o evento na Grécia, ocorreu também o  World Cup Tasters Championship, que avalia a habilidade de distinguir cafés por degustação às cegas, levando o menor tempo possível. José Augusto Oliveira Naves, de Varginha (MG), figurou entre os 30 melhores da categoria. 

TEXTO Redação • FOTO BSCA e divulgação

Mercado

Orfeu Cafés Especiais lança microlote em comemoração aos 75 anos do MAM Rio

Em comemoração aos 75 anos do MAM Rio – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a Orfeu Cafés Especiais lança um café de edição limitada. Em versões torrado & moído e de cápsulas compatíveis Nespresso, o Microlote Orfeu MAM 75 anos já está disponível para venda no e-commerce da marca e no próprio MAM Rio.

Orfeu e MAM Rio carregam similaridades: 1948 foi o ano do primeiro talhão da fazenda Sertãozinho e da inauguração do Museu. Para a criação do Microlote, a marca refletiu sobre a trajetória da instituição e em tantos artistas modernos e contemporâneos que fizeram parte do Museu, como Candido Portinari, Lygia Clark, Adriana Varejão, Cildo Meireles, Andy Warhol, entre outros.

O Microlote Orfeu MAM 75 anos é um café arábica da variedade catucaí, cultivado a mais de 1.000 metros de altitude, no sul de Minas Gerais. Após seleção, os grãos receberam uma torra média, resultando em uma bebida doce e ácida, aveludada e pungente, com notas de caramelo e chocolate.

Onde comprar?
No Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (Av. Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo, Rio de Janeiro) ou no www.cafeorfeu.com.br

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Barista

Saiba quem são os 20 competidores da 7ª edição da Copa Barista

 

As inscrições para a Copa Barista ocorreram no final de maio e foram muitos profissionais querendo participar.

Confira os 20 competidores e faça sua torcida:

  • Alfredo Souza Prokisch
  • Bruno Taiki Sadano Chiga
  • Daniel Souza Vaz
  • Danilo Maciel Favero
  • Dijalma de Souza Marques Junior
  • Elis de Andrade Bambil
  • Emerson Nascimento
  • Guilherme de Olivera
  • Hugo Silva
  • Kelvin Alves
  • Lucas Salomão
  • Marcel Brito Ribeiro
  • Matheus Castro Magalhães
  • Renan Dantas de Brito
  • Rodrigo Amador Evaristo
  • Samuel Souza Lopes
  • Taina Luna Portella da Cruz
  • Tiago Gonçalves da Rocha
  • Túlio Fernando de Souza
  • Walter Salgueiro

Em breve divulgaremos a ordem das chaves da competição!

Como funciona a disputa?

A Copa Barista coloca dois baristas frente a frente, nas estações A e B. Em um tempo de 12 minutos, os profissionais devem entregar duas unidades de cada uma das três bebidas, seguindo a ordem: dois cafés filtrados no método Melitta (será enviado aos competidores), dois espressos e dois cappuccinos. Os juízes técnicos avaliam a performance durante a preparação. Já os juízes sensoriais comparam, às cegas, as xícaras de ambos os competidores e levantam as plaquinhas referente ao melhor da chave, que passará para a próxima etapa. Acesse aqui o regulamento de 2023.

A sétima edição da Copa Barista conta com patrocínio da Melitta e apoio Nude, Storm, Café Store e Bunn.

Serviço
São Paulo Coffee Festival 2023
Quando: 23 a 25 de junho
Onde: Bienal do Ibirapuera – São Paulo (SP)
Mais informações e ingressos: sãopaulocoffeefestival.com.br

TEXTO Redação

Café & Preparos

Anota na agenda: 2ª edição do São Paulo Coffee Festival acontece entre 23 e 25 de junho

De 23 a 25 de junho você é o nosso convidado para participar da 2ª edição do São Paulo Coffee Festival, na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo. O evento internacional que nasceu há mais de 10 anos e atrai grande público em cidades como Amsterdã, Cidade do Cabo, Londres, Los Angeles, Milão e Nova York, traz para São Paulo a celebração da comunidade e cultura do café para o público amante da bebida, com atividades que vão de degustações, passando por oficinas interativas e sensoriais, à workshops com grandes especialistas desse universo. 

O evento desse ano terá cerca de 100 marcas e patrocínios de 3corações, Café Orfeu, Melitta e Nescafé, apresentando um crescimento de 60% em relação à primeira edição e mostrando que o projeto chegou para reafirmar o sucesso que tem feito em outros países.

A experiência com café especial continua sendo a protagonista do evento, que além da presença de cafeterias e micro torrefações, traz para o público apresentações como o Latte Art ao vivo, e receitas de drinques clássicos e contemporâneos feitos a partir do grão, técnicas de vaporização e muito mais. 

Outro destaque vai para a ‘Sensory Experience’, área patrocinada pela Nescafé recheada de atrações sensoriais. A grande novidade deste ano é que serão duas salas para até 15 pessoas com programação simultânea, com duas opções de horário durante o dia. Confira a programação no site. 

O festival apresenta ainda o retorno da Copa Barista, campeonato que este ano tem patrocínio da Melitta, e premiará em dinheiro os melhores competidores na preparação de espressos, cappuccinos e filtrados. 

A edição 2023 ocupará todo o piso térreo e o primeiro andar da Bienal e conta com uma variedade ainda maior de experiências gastronômicas e culturais. Na famosa área ‘A Cozinha’, patrocinada pela 3corações e A Tal da Castanha, chefs convidados apresentarão dicas de harmonização com café e receitas especiais. O evento conta, ainda, com um espaço dedicado a Torrefação para quem quer conhecer mais sobre o processo, este patrocinado pela Café Orfeu.

Outro ponto alto será a área musical e de alimentação. Este ano, o ‘Café & Música’ é inspirado no formato do projeto em Londres e estará localizado em um espaço central do festival, dando ainda mais destaque às atrações musicais. Na área externa do pavilhão, ficará a área de alimentação – 50% maior que na edição anterior. 

E, ainda, o São Paulo Coffee Festival e a Cervejaria Tarantino criaram uma cerveja especial para o evento. Os visitantes poderão conhecer a bebida exclusiva durante os três dias da iniciativa, no Beer Bar. A Coffee Lager (5,1%) do festival é uma cerveja do estilo Vienna Lager com infusão de café Catuaí Amarelo da Serra da Canastra. Tem característica maltada moderada, notas de pão levemente tostado, suave dulçor e cremosidade, equilibrados pelo amargor assertivo do lúpulo, com final seco. O café adiciona uma camada de complexidade torrada no sabor e complementa o conjunto com elegante aroma de frutas amarelas. Além da novidade exclusiva, o evento também contará com os demais rótulos tradicionais da Tarantino.

“O segundo ano desse evento tão importante para a categoria de Café Especial vem para reafirmar a história que está sendo construída. Assim como acontece nas outras capitais do globo, esse projeto é pensado a longo prazo, com cuidado a cada edição. E para esse ano, levamos em consideração os feedbacks dos participantes e visitantes do ano passado para, assim, oferecer a melhor experiência para o consumidor.”, finaliza Caio Alonso, diretor da Café Editora e organizador do São Paulo Coffee Festival.

A programação já está disponível no site.

Os ingressos, que se encontram no segundo lote, saem por R$80 (diária). Esse valor se estende até um dia antes do evento. Já na bilheteria, durante os dias de Festival, o preço vai para R$100. O passaporte para os três dias custa R$160; e a categoria VIP (ingressos limitados) sai a partir de R$170, que além da participação no evento com todas as atrações, inclui entrada exclusiva, direito ao kit com ecobag, um drink especial + brindes e acesso à área VIP, localizada no mezanino.

O São Paulo Coffee Festival tem patrocínio master de 3 Corações, Café Orfeu, Melitta e Nescafé; apoio de Nespresso, Café Store, A Tal da Castanha e Prefeitura de São Paulo por meio da Secretaria de Turismo, com realização da Allegra Events e Revista Espresso/Café Editora.

SERVIÇO 

Quando: 23, 24 e 25 de junho

Horário: Sexta-feira (23/06) das 14h às 21h, sábado e domingo (24 e 25/06), das 10h às 18h.  

Onde: Fundação Bienal de São Paulo. Av. Pedro Álvares Cabral, s/n – Vila Mariana, São Paulo. 

Ingressos: R$80 (diária); R$160 (passaporte para os 3 dias de evento); a partir de R$170 (VIP). A venda acontece pela plataforma Ticket 360.

TEXTO Redação • FOTO Agência Ophelia

CafezalMercado

9º Coffee Dinner & Summit debate melhorias para cafeicultura

Na última sexta-feira (26), foi realizado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), em São Paulo (SP), o 9º Coffee Dinner & Summit. Com tema “Crescimento da produção: seus desafios e oportunidades em tempos de ESG”, o evento reuniu líderes e interessados no segmento da cafeicultura em um dia recheado de palestras e conversas em busca de melhorias no setor.

O deputado Evair de Melo destacou as atenções necessárias para o sistema tributário e melhorias na comunicação. “Temos que somar esforços para o desenvolvimento do país, remunerar melhor os trabalhadores para que o Brasil possa liderar as plataformas internacionais’’, apontou. 

Na sequência, Marco Aurelio, diretor-presidente do Sicoob, realizou uma apresentação em que destacou os pontos da política monetária do Brasil e a expectativa da nova safra do café, que volta a se recuperar e um aumento no consumo. 

A palestra sobre Mercado Global de Café iniciou com a apresentação de Albert Scalla, da StoneX. Ele afirmou que precisamos promover agressivamente o consumo do café nos países consumidores, mas igualmente nos países produtores. “É importante que ele tenha o poder da escolha, acesso a várias possibilidades e que tenha uma experiência prazerosa em casa’’, explicou Albert. Já Cyrille Janet, vice-presidente da SCTA, detalhou pontos trabalhados da empresa com o café e das opções oferecidas ao consumidor. 

Bill Murray, presidente e CEO da NCA, explicou sobre pesquisas realizadas duas vezes ao ano para entenderem o comportamento do consumidor. Em 1950, 80% dos americanos bebiam café uma vez por dia. A bebida era deixada em uma cafeteira e poderia ser reaquecida na parte da tarde. Já em 2004, as pessoas bebiam o café com mais frequência, um aumento de 23% em relação a 1950. 

“O café é a primeira bebida para os americanos, eles entram no mercado de trabalho e bebem mais café, o que aumenta o consumo em nível per capita e as pessoas mais velhas buscam por inovação nessa área. É pouco provável que tenhamos mais pessoas bebendo café, não vamos conseguir converter isso. Às vezes ela não gosta, mas as que bebem aumentam o consumo, essa é a oportunidade’’, completou. 

Bill apontou que os americanos preparam predominantemente café em casa, com pouco menos de um terço consumindo a bebida fora de casa e 62% já associam o grão ao Brasil, país que fica em terceiro lugar no ranking de qualidade pela visão dos americanos, atrás da Colômbia e da Costa Rica. 

Pavel Cardoso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), que completa 50 anos, destacou os programas de qualidade desenvolvidos ao longo dos anos, respeitando toda a cadeia. “Apenas 4,7 milhões de sacas separam o consumo do Brasil dos Estados Unidos, consumimos cerca de 1.350 xícaras per capita, com crescimento sazonal em maio e junho. A relação do brasileiro com café é emocional, união, reunião entre amigos e família”, pontuou. 

Para fechar, Rodrigo Mattos, analista sênior de bebidas alcoólicas, café e cannabis da Euromonitor, apresentou sobre o mercado asiático, que tem descoberto os cafés especiais em um mercado baseado no uso do solúvel. “As três tendências que podemos avaliar é a tecnologia, com aplicativos de entrega, avanços em máquinas de venda automática; portabilidade, com aumento dos drinques prontos para beber e os métodos de preparo individual como sachês de café gelado e café instantâneo especializado; e a atenção pós-pandemia, com horários de trabalho flexíveis, aumento do uso de aplicativos, preferência por experiências digitais rápidas. Além disso, é importante olhar o café como ingrediente e não só bebida final’’, explicou Rodrigo. 

A sequência do evento foi com o “Painel Associações Globais de Café” e contou com a participação de Eileen Gordon, Secretária Executiva ECF; Michael von Luehrte, Secretário geral SCTA; Bill Murray, Presidente e CEO NCA; Cyrille Janet, Vice-presidente SCTA; Marcos Matos, CEO do Cecafé; Hannelore Beerlandt, Conselheira do Café EC DG INTPA  sistemas alimentares resilientes e sustentáveis; e Vanúsia Nogueira, Diretora Executiva da OIC. O debate foi em torno da legislação europeia, que, segundo Hannelore, busca manter as florestas e os negócios sustentáveis. “O texto original diz que a legislação não é para impedir o desflorestamento, mas, sim, contribuir para sua diminuição’’.  

Vanusia Nogueira destacou que a OIC tem buscado trabalhar cada vez mais com a casa da diplomacia do setor de café especial. “Buscamos o equilíbrio entre os dois processos, trabalhando como uma força-tarefa trazendo processos com principais problemas, soluções e desafios, com o intuito de levar os países que estão longe do campo a conhecer mais a realidade e o que pode ser feito’’, explicou. 

A diretora executiva da OIC apontou que o consumidor está cada vez mais engajado e que busca conhecer sobre rastreabilidade e sustentabilidade, mas isso não é a realidade de muitos consumidores que compram o café por preço. “E aí que precisamos nos unir para explicar para essa cadeia sobre o que é o café especial’’, completou. 

Eileen Gordon pontuou a importância de acompanhar como será feita a implantação desse acordo da União Europeia e Michael Von completou dizendo que são muitos aspectos e direções até 2030. “É uma pauta muito complexa no legislativo europeu. Temos que ter regras claras de importação, os produtores precisam estar em conformidade com tudo que deverá ser entregue. Nosso papel como associação é levar para empresas e membros ferramentas para estar em conformidade com tudo isso’’, completou Michael. 

O Coffee Dinner & Summit contou, ainda, com um painel logístico de exportação de café e de sustentabilidade. Representantes do Vale da Grama apresentaram produtos da região aos participantes no estande do Sebrae, onde foram realizadas degustação e promoção dos cafés especiais da região. Segundo o gestor de Agronegócio da entidade, Junior Correia, há vários anos essa origem produtora se destaca pela produção e pela comercialização de cafés especiais, em uma área muito próspera para a cafeicultura.

TEXTO Natália Camoleze • FOTO Gabriela Kaneto

Mercado

Baobá Cafés aposta na verticalização para expandir negócios no mercado de cafés especiais

Com o objetivo de proporcionar uma experiência de fazenda através de seus produtos, o Grupo Baobá aposta na integração total da operação, do campo ao consumo. A ideia é contemplar o acompanhamento e a rastreabilidade em todo o processo para a garantia da qualidade, englobando todos os aspectos humanos, recursos e tecnologias desde os pés de café, passando pela torrefação, chegando às quatro cafeterias da marca e à mesa dos consumidores.

Hoje, os cafés especiais da Baobá são validados por Q-Graders, especialistas nos protocolos da Specialty Coffee Association (SCA), órgão que define padrões internacionais de avaliação. Além disso, a marca leva o selo “Rainforest Alliance”, que indica a responsabilidade ambiental, igualdade social e viabilidade econômica das comunidades agrícolas, e o selo “Eu Reciclo”, que garante compromisso com a compensação ambiental por meio de contribuição financeira.

Além da verticalização das operações, a Baobá também iniciou em 2021 um movimento de negócio internacional com a inauguração de uma loja em Portugal. Com o investimento, a marca reforça o objetivo de levar para outros países a excelência dos cafés brasileiros. “Globalmente já somos reconhecidos como o país que mais produz e exporta café verde. Em Portugal, chegamos com a proposta de levar ao consumidor a experiência completa, com torra e cafeteria em um mesmo local”, explica a CEO, Monna Brandão.

No último mês de abril, a Baobá deu sequência ao seu plano de expansão com a inauguração da terceira cafeteria no estado de São Paulo, a unidade localizada no Shopping Iguatemi, em Campinas. As outras unidades estão situadas no Shopping Higienópolis, inaugurada em 2022, e na Avenida Paulista, também na capital.

Mais informações: www.fazendabaoba.com.br 

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Cafezal

Cooxupé lança protocolo de sustentabilidade para comunidade cafeeira global

A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (MG) apresentou para o mercado e consumidores de café o seu protocolo próprio de sustentabilidade chamado “Gerações”. O lançamento foi realizado pelo presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, na noite de 25 de maio, durante o fórum global Coffee Dinner & Summit, que aconteceu em São Paulo (SP)

Além de lançar o Protocolo Gerações, a Cooxupé foi homenageada pelo evento organizado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), em reconhecimento à liderança nas exportações de café pelo desempenho de 2022, quando a cooperativa exportou 5,6 milhões de sacas de café verde tipo arábica para 50 países.

Presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, recebe homenagem à cooperativa pelo desempenho nas exportações em 2022

Protocolo Gerações: Café para os consumidores mais exigente

De acordo com a Cooxupé, a adoção de práticas sustentáveis e a agenda ESG já fazem parte da realidade da cooperativa para garantir um futuro melhor aos mais de 18 mil cooperados e ter a qualidade e procedência do café produzido cada vez mais reconhecido diante das exigências do mercado e do consumidor.

O trabalho resultou na implantação do Protocolo Gerações, que define diretrizes e níveis para que a cooperativa e seus cooperados estejam integrados à nova realidade: de que a longevidade e a qualidade do grão estão profundamente ligadas a um sistema de produção economicamente sustentável, em harmonia com o meio ambiente e com os produtores, suas famílias e seus funcionários

Por meio do protocolo, a Cooxupé e seus cooperados vêm adotando as melhores práticas para garantir resiliência, além de aprimorar as condições de trabalho nas propriedades e, assim, produzir um café sustentável do ponto de vista social, ético e ambiental. “A maioria dos nossos cooperados representa a agricultura familiar, então nosso maior desafio é que todos integrem este programa inclusivo para serem beneficiados com maior competitividade no mercado e produzir um café que atenda o consumidor do futuro”, explica o presidente, Carlos Augusto

O protocolo inclui as diferentes realidades e variações de cada produtor, como tamanho de produção, recursos, entre outros fatores. Para garantir transparência nos processos, o Gerações traz quatro níveis diferentes de sustentabilidade. “Todos esses níveis congregam um conjunto de requisitos. Dessa forma, os cooperados são estimulados a cumprir com os compromissos mínimos de sustentabilidade (Nível 1), aumentando os comprometimentos para, assim, progredir aos demais níveis”, explica o presidente

O Protocolo Gerações foi desenvolvido em parceria com a SCS Global Service, órgão com 40 anos de experiência em certificação ambiental, de sustentabilidade e de qualidade de alimentos. “Os produtores estão conscientes e aceitando muito bem o modelo do nosso protocolo. Até porque é um programa inclusivo, transparente e muito representativo, pois tem o cooperativismo na sua essência. Porém, para fechar os demais pilares da sustentabilidade, será necessário envolvimento de todos os elos da cadeia. E, nesse sentido, estamos muito otimistas”, garante o superintendente comercial da Cooxupé, Luiz Fernando dos Reis

Outro objetivo da Cooxupé ao adotar e lançar o protocolo de sustentabilidade é a busca por preços justos e agregação de valor aos seus produtos. “Não há responsabilidade social e nem compromisso ambiental se não houver desenvolvimento econômico”, ressalta o superintendente

Para ele, a sustentabilidade e a agenda ESG são os desafios do momento e que a cooperativa deve comprovar ao mercado a qualidade do café comercializado. “A prática do cooperativismo fielmente desenvolvida na Cooxupé nos permite disponibilizar ao cooperado o suporte adequado para se adequar às diversas necessidades do mercado. Seja qual for a exigência, seremos resilientes e estaremos preparados para o futuro”, conclui Luiz Fernando.

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Café & Preparos

É de fazer café? Saiba como funciona o sifão (ou globinho)

Não parece, mas o sifão (ou globinho) é um método de preparar café, sim! Segundo a história, o registro mais antigo do uso foi em meados de 1830, na Alemanha. Mas é uma francesa chamada Marie Fanny Amelne Massot – também conhecida como Mme. Vassieux – a pessoa considerada responsável por projetar e patentear o primeiro equipamento que deu certo comercialmente, em 1840.

  • Funciona através de pressão e vácuo: o aquecimento do compartimento inferior faz com que a água evapore e passe para o espaço superior. A partir disso, cria-se um vácuo e, com a pressão, a água desce novamente, extraindo o café;
  • O ideal é que o café utilizado seja de moagem média/grossa;
  • Não é um método rápido! Seu tempo de preparo varia entre 5 e 15 minutos;
  • Há modelos de diferentes tamanhos: 240 ml, 360 ml e 600 ml;
  • Uma das vantagens é o seu visual! Extrair o café no sifão é sempre um show à parte, uma vez que seu design e o funcionamento lembram um equipamento de laboratório;
  • Não é uma opção viável para o dia a dia, já que a sua montagem e a limpeza não são tão fáceis quanto em outros métodos;
  • Por não utilizar filtro de papel, preserva os óleos naturais do grão na xícara;
  • É um método que entrega uma bebida saborosa e limpa.

Como preparar

Depois de montado, coloque a água no compartimento de baixo e acenda o fogareiro (com álcool). O aquecimento fará com que a água evapore e suba para o espaço superior. Acrescente o pó de café na água (já na parte de cima), mexa bem e tampe. Espere cerca de trinta segundos pela infusão e retire o café, deixando-o pronto para beber no compartimento redondo de baixo. Outra opção de preparo é colocar, ainda no início, o pó no vidro de cima antes de acender o fogareiro e a água ser transferida.

Dica da Espresso

Por ser um método complexo de manusear em casa, indicamos experimentá-lo em lugares especializados. Apesar de pareder de outro mundo, é bastante comum encontrar o sifão nas cafeterias brasileiras e também no exterior. Não deixe de pedir!

Dica de preparo: 20 g de café + 200 ml de água
Onde comprar: www.cafestore.com.br

TEXTO Redação • FOTO Agência Ophelia

Mercado

Linha Nescafé Origens do Brasil é certificada como carbono neutro

A linha de cafés especiais e sustentáveis da Nescafé, a Nescafé Origens do Brasil, conquistou a certificação de produto Carbono Neutro, de acordo com o The CarbonNeutral Protocol. 

A empresa considera que o resultado está diretamente ligado a quatro pilares de atuação da marca: implantação de práticas agrícolas regenerativas (com foco na melhoria do solo e na proteção dos recursos hídricos e biodiversidade); plantio de árvores em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica (uma das maiores ações de recuperação do bioma na história da ONG); redução da pegada de carbono em toda a cadeia de fornecimento (desde as fazendas de café até a embalagem que chega ao consumidor final); e compensação das emissões remanescentes de gases de efeito estufa, por meio de créditos de carbono verificados e de alta qualidade.

Atualmente, 35 famílias brasileiras fornecem grãos de café 100% arábica para a produção de café solúvel e torrado e moído da linha Nescafé Origens do Brasil. Certificadas pelos principais programas de sustentabilidade, como o AtSource e o Código Comum da Comunidade Cafeeira (4C), essas fazendas cultivam o grão usando práticas agrícolas regenerativas e emitem menos carbono equivalente por quilo de café do que as referências existentes na cafeicultura brasileira, sendo modelos para o cultivo de baixo carbono. 

A última safra de café arábica dessas fazendas apresentou redução de 70% da pegada de carbono em comparação com 2021, segundo a Agrobiota, empresa especializada na implantação de práticas regenerativas na agricultura. “Muito mais que o título de Carbono Neutro, essa conquista nos ajuda a amplificar nossa verdade para bem além da porteira das fazendas: o cuidado e o empenho que dedicamos todos os dias à cadeia do café, sempre em parceria com nossos produtores. Assim, conseguimos escalar nossas ações e, de fato, transformar a cafeicultura do país”, pontua a gerente de ESG para cafés e bebidas da Nestlé, Taissara Martins. 

Um quarto dessas fazendas já é capaz de retirar da atmosfera mais gases de efeito estufa do que emite, ou seja, é negativa em carbono. E o restante está em vias de compensar integralmente a quantidade desses gases emitidos durante o ano, tornando-se neutras.

Para obter a certificação CarbonNeutral®, a Nestlé Brasil trabalhou com a Climate Impact Partners, especialista em soluções no mercado de carbono para ações climáticas. Até 2026, pretende cumprir com mais um compromisso: plantar e cultivar 1,5 milhão de árvores na Mata Atlântica, região fornecedora de Nescafé Origens do Brasil. O projeto faz parte do Programa Global de Reflorestamento da Nestlé, que visa plantar e cultivar 200 milhões de árvores em todo o mundo até 2030. Em um bioma essencial para a cafeicultura brasileira, o projeto da Fundação SOS Mata Atlântica ajudará a restaurar ecossistemas florestais nativos e sequestrar aproximadamente 250 mil toneladas de CO2 ao longo de 25 anos.

“Entendemos que a conquista dessa certificação não é um resultado final, mas sim uma etapa da jornada que a Nestlé vem percorrendo em todas as suas categorias de alimentos”, enfatiza Rachel Muller, vice-presidente de Cafés e Bebidas da Nestlé. “Juntamente com a Nescafé Origens do Brasil, damos agora um passo muito importante para o futuro que queremos construir”, completa Taissara. 

Lançada em 2019, Nescafé Origens do Brasil é o carro-chefe do café sustentável da Nestlé. Tem ainda como base o programa Cultivado com Respeito, o maior do mundo de sustentabilidade na cafeicultura, criado por NESCAFÉ em 2010 com base em três categorias de atuação: Natureza, Pessoas e Conhecimento.

Essa é a tríade que norteia as ações de Nescafé Origens desde o início; seja desenvolvendo práticas que ajudam na recuperação do meio ambiente, na aplicação de preços diferenciados e na bonificação de qualidade para os produtores, seja investindo em inovação constante para aprimorar o conhecimento no campo. A cadeia sustentável da marca inclui, ainda, desenvolvimento de embalagens e uso de tecnologia: as latas (para o café torrado e moído) e os vidros (para a versão solúvel) foram elaborados a fim de serem reciclados. Eles também possuem um QR-code vinculado ao blockchain usado pela marca para rastrear toda a sua cadeia de fornecimento, desde os cafezais até a distribuição do café aos consumidores.

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Cafeteria & Afins

Primeira cafeteria Bialetti é inaugurada em Campinas (SP)

Campinas (SP) recebe a primeira cafeteria com a chancela da italiana Bialetti, idealizada pelo italiano Umberto Milo. Radicado no Brasil, ele foi o responsável por trazer ao país, de forma regular, as famosas Mokas, cafeteiras italianas que inovaram no modo de preparo do café e cuja extração também é classificada como espresso. 

“O crescente consumo do café fora de casa nos motivou a desenvolver esse projeto. É uma honra ter o aval da Bialetti na implementação da primeira cafeteria da marca no mundo”, comenta Umberto Milo, que representa a marca no Brasil. Ele conta com a parceria da empresária Márcia Monteiro no negócio. 

Localizada no piso 2 do Shopping Iguatemi Campinas, a Bialetti Cafeteria traz um cardápio composto por cafés da Alta Mogiana (região do interior de São Paulo, na divisa com Minas Gerais), com características de caramelo, chocolate e finalização frutada. Para atender uma variedade maior de paladares, são servidos vários tipos de extração, que vão do tradicional espresso aos métodos de prensa francesa e cafés coados no pour over

O cardápio reúne desde um básico Espresso Solo (R$ 7,90) até bebidas como o Irish Coffee – espresso, whiskey e creme de leite fresco batido (R$ 29,90) e o Dry Irish Coffee – espresso e whiskey irlandês (R$ 29,90). Destaque também para a variedade de frappés que vão de framboesa à Oreo.

Os clientes podem, ainda, levar os grãos para o preparo do seu café preferido em casa. Também há a opção de moê-los na hora. A casa disponibiliza dois microlotes, ampliando, assim, a variedade de blends. Direto das montanhas do Caparaó (MG), podem ser degustados o “Calda de Pudim”, que traz um corpo delicado e caramelizado, ideal para quem gosta de doçura e baixa acidez, e o “Caparaó”, café com notas de frutas amarelas, acidez média e aroma floral.

Acessórios para os coffee lovers

A cafeteria também dispõe de uma lista de acessórios para os apaixonados pela bebida. Além da Moka Express, disponível desde a versão tradicional até os modelos repaginados e mais moderninhos, a loja oferece a  prensa francesa, o pour over, chás, comidinhas, doces e sucos.

Sobre a Bialetti e sua Moka Express

Fundada em 1919, na pequena aldeia de Omegna (Verbania), a italiana Bialetti ganhou projeção com a invenção da Cafeteira Moka Express, que completa 90 anos em 2023. Batizada de cafeteira italiana, a Moka inovou o modo de preparo do café doméstico e se consolidou como um ícone do café e do design industrial.

A criação do italiano Alfonso Bialetti foi até incluída no acervo de importantes museus, como o MoMa – Museu de Arte Moderna de Nova York. A figura do simpático homenzinho com um farto bigode, estampada no corpo da Moka, é uma caricatura de Renato Bialetti, filho de Alfonso. Ele foi o responsável pela difusão da Moka Express pelo mundo ao assumir os negócios do pai, no final da 2ª Guerra Mundial, em 1946.

Serviço
Bialetti Cafeteria
Onde: Shopping Iguatemi Campinas – Piso 2 (ala nova) – Av. Iguatemi, 777 – Vila Brandina – Campinas (SP)
Funcionamento: de segunda a sábado, das 10h às 22 h; domingos e feriados, das 12h às 20h
Mais informações: www.instagram.com/bialetticafeteria

TEXTO Redação • FOTO Bialetti Cafeteria - Jonatha Christian e Divulgação Bialetti