Café & Preparos

Exclusivo no site: +Degustação de cerveja com café

_RS_5639 Da mesa do café da manhã ao balcão do bar, o café está em todas. O uso cada vez mais frequente em receitas põe o grão em evidência e desperta também o interesse dos cervejeiros, que, atentos e criativos, estão adicionando café e, combinações das mais diferentes, com os mais distintos métodos de preparo. A mistura não é por acaso. As duas bebidas são as favoritas do brasileiro e a união, se bem realizada, rende infinitas possibilidades de sabor que surpreendem tanto os profissionais do meio cervejeiro quanto os do cafeeiro. Na nova edição da Espresso você encontra 10 rótulos imperdíveis que levam café, degustados pelos especialistas Paulo Almeida, sommelier de cerveja e proprietário do Empório Alto dos Pinheiros, Carolina Oda, também sommelier de cerveja e consultora na área, e Rogério Rabbit, bartender e barista. Compre a sua revista e deguste sem moderação. E, para você leitor do site, confira mais quatro birras exclusivas com o grão. leia mais…

TEXTO Hanny Guimarães • FOTO Roberto Seba

CafezalMercado

Cerrado Mineiro premia os melhores cafeicultores da região

Foto por Mariana Proença

O produtor Eduardo Pinheiro Campos, das Fazendas Dona Nenem e São João Grande, de Presidente Olegário, levou o 1º lugar da categoria Natural, com café de 91,25 pontos

A região do Cerrado Mineiro é a primeira, e por enquanto, a única no Brasil a possuir o status de Denominação de Origem para café.

Desde o ano passado, a Federação dos Cafeicultores do Cerrado, em parceria com o Sebrae, criou o Prêmio Região do Cerrado Mineiro, para prestigiar os cafeicultores locais. Hoje são 55 municípios e 4.500 produtores.

Mas a história começou na década de 1970, quando cafeicultores migraram do Paraná após uma geada que dizimou os cafezais. Frente a esta dificuldade, surgiram empreendedores que começaram a desbravar as cidades e plantar café onde nunca se havia imaginado existir terreno fértil.

Em 2013, após longo processo junto ao INPI, a região conquistou o título de Denominação de Origem, que atribui características especiais a uma região e produto. Em meio a 600 pessoas, a Espresso acompanhou dentre autoridades, cafeicultores, torrefadores, cafeterias, cooperativas e baristas, o Prêmio anunciado no Center Convention, em Uberlândia (MG). Vinte finalistas nas categorias natural e cereja descascado foram anunciados, além de homenagens aos técnicos de campo e compradores dos lotes campeões. leia mais…

TEXTO Mariana Proença • FOTO Café Editora

Cafezal

Fazendas Portal da Serra e Guanabara – Ibiraci (MG)

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Engana-se quem pensa que agricultura é uma ciência exata. Sim, há os momentos em que as dosagens dos adubos e as distâncias entre os pés têm de ser precisas, dias em que é necessário fazer gestão de custos, controlar milimetricamente a umidade dos grãos no terreiro, além da incerta previsão de produtividade de cada planta. Um balaio de cálculos aqui e ali. Nas fazendas Portal da Serra e Guanabara, localizadas em Ibiraci (no Sul de Minas Gerais), os números, no entanto, perderam importância. A intuição, a sensibilidade e um ânimo singular para produzir cafés de qualidade movimentam o dia a dia das propriedades da família Wolff.

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O início dessa história é recente. Elisa Wolff, 55 anos, mãe de quatro rapazes, esposa de um coronel da Aeronáutica, já morou em mais de dez cidades, já venceu um câncer, já passou por muito nessa vida e queria apenas um pouco de paz. “Queria um pedacinho de terra agora que o Umberto [marido] ia se aposentar”, explica. Sorte dos apreciadores de café. Há cerca de quatro anos, ela e seu marido esbarraram na cidadezinha de Ibiraci, povoada por 12 mil habitantes, muitos deles vivendo do café. Os pais de Elisa já moravam por ali e seria bom estar por perto. Primeiro veio a Fazenda Portal da Serra, cujo cafezal andava sofrido. Para quem não tinha pretensões, parecia mais do que suficiente.

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Nem tanto. Entre os quatro filhos, há um rapaz obstinado, saído havia pouco da Marinha, após 10 anos navegando por lá. Hugo Wolff, 30 anos, é jovem, mas maduro, sério, focado, gentil. E visionário. Percebeu que havia um potencial, um algo a mais que poderia ser explorado, que poderia ser interessante para a família, para o negócio, para a natureza. O pai, Umberto, coronel recém-aposentado na Aeronáutica, administrador experiente, embarcou na proposta de Elisa e de Hugo, e os três mergulharam na fazenda.

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E assim a família vai caminhando. Além das sacas vendidas para o Coffee Lab, os grãos das fazendas podem ser encontrados também em casas de Belo Horizonte, Londrina, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. E eles seguem buscando outras cafeterias, restaurantes e empresas que tenham interesse em ter um “café com alma”. “Queremos fazer café com artesanalidade, como joia. É trabalhoso, mas é uma forma de respeitar a natureza, preservando a fauna, a flora, as nascentes”, explica Umberto. “Nossa ideia é deixar um legado. O que levamos dessa terra? Nada. Mas podemos deixar algo.”

(Trecho da matéria “Lavoura em foco”, publicada na seção Fazendas, da Espresso#41. Leia a matéria completa na revista)

FICHA TÉCNICA
Fazendas Portal da Serra e Guanabara
Localização Ibiraci (MG)
Região limítrofe entre Cerrado Mineiro, Sul de Minas e Mogiana Paulista
Altitude média 1.235 m a 1.267 m
Extensão do cafezal 28 hectares / Portal da Serra (12 ha) / Guanabara (16 ha)
Número de cafeeiros 87 mil plantas (37 mil, Portal da Serra, e 50 mil, Guanabara)
Colheita manual (derriça) e mecanizada
Processamento natural
Secagem pátio e terreiros suspensos
Porcentual dos tipos 100% arábica
Variedades catuaí vermelho e mundo novo
Mais informações www.wolffcafe.com.br

TEXTO Giuliana Bastos • FOTO Érico Hiller

Café & Preparos

Exclusivo no site: + entrevista com Silvio Leite

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Especialista em classificação, degustação e controle de qualidade de café, Silvio Leite tem mais de trinta anos de experiência no mercado cafeeiro. Exímio provador de cafés, é “cupper” certificado pela Specialty Coffee Association of America (SCAA) e participa como juiz em diversas competições de qualidade do grão. Silvio é o Personagem deste mês na revista e aqui você confere, com exclusividade, a continuação da entrevista publicada na Espresso #45.

Como é o trabalho de um classificador de cafés?
O classificador de café deve ser completo e pode atuar em áreas distintas, como produção nas fazendas, na comercialização com as empresas exportadoras e também importadoras e na indústria no controle da produção. Deve conhecer as classificações físicas, aplicando na análise física e sensorial. Todo o conhecimento é usado em todas as fases desde a produção até o café ser servido ao consumidor final. O classificador pode se especializar na parte das provas às cegas, perceber nuances de atributos de bebida como, tipos de acidez, se é doce, caramelo, sem defeito, e dar dicas para que as correções sejam feitas caso encontre problemas de processamento. Outra área é aquela que trabalha no comércio e ajuda as empresas a comprar, fazer a separação física, de bebida e preparar os blends de café, que atenda a demanda do mercado nacional e internacional, podendo trabalhar no Brasil ou no exterior. Pode atuar também nas torrefações na indústria, conhecimento físico e sensorial, um trabalho direcionado ao trabalho final de fábrica, por exemplo, compra o produto confere se esta de acordo e continua para ver se o esse alcança a expectativa que ele quer. É importante entender da parte econômica, de bolsa de mercadorias, como funciona a comercialização e como se definem os preços, conhecimento sobre mercado e, também, visando atender os clientes e feiras internacionais, é essencial saber se comunicar em inglês.

O que é importante na escolha para um bom café?
Profissionalmente falando, na hora de escolher um bom café, tenho que olhar seus atributos, o conjunto de suas qualidades. Para o consumidor que ainda não sabe detalhadamente todo este processo, tem uma ferramenta mais importante o “gosto ou não gosto deste produto”, ou seja, vou comprar ou não. Acho legal e sugiro fazer testes com diferentes produtos e conhecer um pouco mais cada um, comprar cafés diferentes e ver qual mais gosta. Primeiro, avaliar a torra, se gosta de uma elevada (escura) ou média, comprar, testar e memorizar os produtos que atingiram a expectativa de aroma e sabor. Pode-se diversificar, gostar de um mais encorpado, um mais ou menos ácido. Às vezes, pode-se encontrar esta diversidade em uma mesma loja. Importante na hora de escolher o café é testar. Tomara muito que seja aquele que te remeta a magia dos sabores memorizados da vida toda como o melhor já provado e que quando sinta vontade de tomar um café lembre-se daquele sabor, que toque a alma.

Para você, por que o café conquista tantas pessoas?
O café é prazer e compartilhamento. Por exemplo, em uma reunião de trabalho sempre tem um café, é o que traz energia, une os amigos. É como um elo para todos os momentos. Além de charme e prazer.

Qual método de preparo você mais gosta?
Eu amo café de filtro pela manhã, com uma torra clara, às vezes faço na french press, mas o de filtro é minha paixão. Na parte da tarde opto pelo espresso, curto e bem intenso.

Tem algum café que você destaca, algum que esteja chamado a sua atenção em suas degustações pessoais?
Gosto bastante do café da região da serra da Mantiqueira, em especial dos cafés de Carmo de Minas. Aqui da Bahia, o café da região da Barra do Choça, que ganhou o prêmio ABIC 2013, produzido pelo sr. Eufrásio Lima, tem me surpreendido muito. Também, os cafés da região de Mucugê e Piatã, que estou tomando o blend de dois lotes, da Fazenda São Judas Tadeu, tenho gostado bastante. Os cafés internacionais que mais tenho apreciado são o Yirgacheffe, da Etiópia, o Geischa, do Panamá, Narinõ, da Colômbia, e Huehuetenango, da Guatemala.

 

TEXTO Natália Camoleze • FOTO Guilherme Gomes

Café & Preparos

Italiana ou moka (desde 1933)

moka

Moagem: média grossa
Método: vácuo+pressão
Temperatura: quente
Rendimento: turma + dupla + individual
Tempo de preparo: médio

Feito na panelinha italiana de metal que se tornou um ícone do design mundial, produz um café bem intenso, lembrando o espresso.

Dicas: Além da água que deve ser colocada no compartimento inferior, coloque um pouco (algumas gotas) de água fria no compartimento superior. Assim, a água não passa tão quente pelo café, queimando-o. Sempre deixe a moka em fogo baixo.
Vantagens: custo, variedade de cores, formatos e tamanhos, e o resultado da bebida tem a potência e o corpo do espresso
Desvantagens: dificuldade de limpeza e bebida com amargor
Sugestão de Preparo da Espresso: encha o compartimento para o café (cerca de 2 colheres de sopa de café ou 20 g) + 150 ml de água.

FOTO Daniel Ozana/Estúdio Oz

Café & Preparos

French press (desde 1929)

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Moagem: média grossa
Método: infusão+filtrado
Temperatura: quente
Rendimento: turma + dupla + individual
Tempo de preparo: médio

Apesar do nome, foi criada por um designer italiano. Tem funcionamento simples. O café é colocado em um recipiente de vidro e fica em infusão na água. Um êmbolo ou pistão com um filtro de metal é pressionado para baixo e filtra o café, deixando-o pronto para servir.

Dica: sempre escalde o equipamento antes de utilizá-lo e faça testes com diferentes moagens
Vantagens: charme e facilidade no preparo
Desvantagens: a bebida fica com muitos resíduos sólidos, o que incomoda alguns paladares. A limpeza do equipamento não é muito prática
Sugestão de Preparo da Espresso: 15 g de café + 160 ml de água + pré-infusão de 30 segundos + infusão de 3,5 minutos.

FOTO Érico Hiller

Café & Preparos

Região do Cerrado Mineiro (MG)

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Quantidade. Volume. Tecnologia. Por esse tripé a região do Cerrado Mineiro é muito conhecida. Qualidade. Microrregiões. Diferentes sabores. Essa é a recente meta que vem movimentando cafeicultores, agrônomos e empresários locais.

O novo Cerrado Mineiro é formado por jovens empreendedores que encontraram no café com valor agregado um grande aliado para a fase de mudança que a região vem passando. Pioneiros na Denominação Geográfica de Café, conquistada em 2005, o selo deu ao produto o status de padrão e sabor únicos. Porém hoje o investimento está sendo em diferentes perfis de café, com bebidas de características distintas e grãos que contam a história de cada produtor e fazenda.

O Cerrado Mineiro começou a produzir café somente nos anos 1970 quando produtores de outras regiões, devido a dificuldades climáticas, passaram a buscar outras áreas para o plantio. O investimento em novas técnicas agrícolas de irrigação e colheita passou a ser o sucesso local, que avançou rapidamente como uma referência no setor cafeeiro. Porém este passo a frente em tecnologia e produtividade deu à região um status de potência, mas não, necessariamente, à época, de qualidade.

Em busca de um reposicionamento o Cerrado Mineiro passou então a conectar os jovens que trabalhavam no setor e recriou sua identidade: Café Produzido com Atitude. Encabeçado pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado o novo projeto tem como base mostrar que os cafés têm práticas sustentáveis, tem a Indicação Geográfica e, por fim, a qualidade, com a cara do produtor que o cultiva.

(Trecho da matéria “É mineiro empreendedor”, publicada na seção Fazendas, da Espresso#42. Leia mais na revista)

FICHA TÉCNICA
Região Cerrado Mineiro, Minas Gerais
Produtores 4.500
Produção anual 5 milhões de sacas
Área total de cultivo 170.000 hectares
Municípios produtores 55
Microrregiões Patrocínio (Chapadão de Ferro, Boa Vista, Macaúba e Esmeril); Araguari; Monte Carmelo; Serra do Salitre; Carmo de Paranaíba; Coromandel; Campos Altos; Araxá.
Mais informações www.cerradomineiro.org

TEXTO Mariana Proença • FOTO Marcelo André

Café & Preparos

Coador tradicional de pano (desde o século XVIII)

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Moagem: média fina
Método: filtrado
Temperatura: quente
Rendimento: turma + dupla + individual
Tempo de preparo: rápido

Um dos jeitos mais antigos e mais rústicos de preparar café. É bastante praticado no interior do Brasil e em outros países da África e da América Latina. Por seu tecido apresentar tramas mais espaçadas, não costuma resultar em uma bebida totalmente livre de resíduos.

Dica: sempre escalde o coador antes e depois do uso
Vantagens: tradição e charme
Desvantagens: quando o filtro não é tratado adequadamente, o preparo confere amargor intenso à bebida; é difícil manter a limpeza do pano, melhor renová-lo constantemente
Sugestão de Preparo da Espresso: 18 g de café + 220 ml de água+ pré-infusão de 30 segundos

FOTO Daniel Ozana/Estúdio Oz

Café & Preparos

Coador tradicional de papel (desde 1908)

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Moagem: média fina
Método: filtrado
Temperatura: quente
Rendimento: turma + dupla + individual
Tempo de preparo: rápido

Um dos métodos mais utilizados no Brasil, foi criado por uma dona de casa alemã que não apreciava o amargor típico dos cafés preparados no pano. Com o marido e os dois filhos, deu início à marca Melitta.

Dica: escalde o filtro antes de colocar o café para evitar sabores residuais de papel, faça uma pré-infusão de 20 a 30 segundos e despeje a água com delicados movimentos espirais, once a day cialis price do centro do filtro para fora
Vantagens: tradição, baixo custo, disponibilidade no mercado e praticidade
Desvantagens: custo ambiental, por utilizar um filtro descartável, e o resultado da bebida não facilita a percepção de tantos sabores
Sugestão de Preparo da Espresso: 20 g de café + 220 ml de água+ pré-infusão de 30 segundos

 

FOTO Daniel Ozana/Estúdio Oz