Cafeteria & Afins

Kyso Café – Munique (Alemanha)

Pessoas com roupa esportiva, prontas para pedalar, e outras vestidas casualmente se reúnem diante da fachada do Kyso Café, em Munique, no sul da Alemanha. Ao lado das bicicletas estacionadas, tomam um café, acompanhado ou não de um lanche. Para quem passa por ali, a cena pode sugerir que se trata de uma cafeteria voltada exclusivamente a ciclistas. Mas basta um olhar mais atento para perceber que o Kyso é, na verdade, um café de bairro acolhedor, aberto a todos que cruzam seu caminho.

Aberta em 2023 pelo barista Maksim Dubilej, que já passou por estabelecimentos especializados como a Man versus Machine, o Kyso está bem localizado no multicultural distrito de Giesing, a uma quadra da estação de metrô Silberhornstraße e em frente a uma movimentada ciclovia. Além de reabastecer a cafeína e o estômago, clientes podem também encher os pneus da bike com uma bombinha que fica logo na entrada do café. Tudo isto se encaixa bem numa cidade com mais de 1.200 km de ciclovias e que tem as duas rodas como elemento central de sua cultura e dia a dia.

O Kyso Café marca presença numa região que já hospeda diferentes opções de cafeterias de especialidade. Com uma fachada discreta entre gravuras de arte urbana e grafites, é um estabelecimento contemporâneo com referências familiares num ambiente aconchegante – numa boa representação da forte identidade cultural do estado da Baviera, que tipicamente mistura modernidade e tradição. E esta é uma cafeteria orgulhosa de sua origem, como a bandeira do tradicional time 1860 München pendurada no teto não deixa mentir.

A cafeteria tem um salão amplo, com três espaços que acomodam mais de 20 clientes em cadeiras ou banquetas que permitem apreciar o movimento da vida lá fora ou ler calmamente uma das revistas ou livros disponíveis no espaço. A trilha sonora ambiente no dia da visita era levemente animada e, num bom volume, não sequestrava a atenção.

A área interna da Kyso recebe bastante luz natural pelos largos painéis de vidro virados para a rua ou pela pequena claraboia bem acima do balcão. Há também um banco de madeira na parede externa; sentar para tomar um café e ver a vida passar parece ser um lema por aqui. Ao lado de um bom set-up de serviço – com uma La Marzocco Classic S e o compactador automático PuqPress, por exemplo – o ambiente possui várias plantas, decoração com ar retrô, móveis de madeira maçica e um balcão de azulejos brancos que parecem ter saído de uma cozinha da família.

A casa trabalha com cafés torrados pela Johannes Bayer, em Sulzemoos, perto de Munique. Dá pra levar pacotinhos não só dos grãos utilizados no balcão, como também de outras origens, além de acessórios para preparo de café em casa. Na operação, o Kyso Café trabalha com um espresso titular que é sempre do Brasil (presença constante nas cafeterias de especialidade alemãs) e há um segundo grão cuja origem muda periodicamente – no dia da visita era da Tanzânia.

O espresso do dia foi um bourbon amarelo de processamento cereja descascado da Fazenda Samambaia, em Minas Gerais, disponível também para levar no pacotinho em grãos ou moído na hora num Mahlkönig Guatemala. A bebida veio numa clássica xícara de porcelana branca, bem tirada, doce e fácil de beber, com corpo equilibrado e crema consistente. O sensorial entregava notas de chocolate, castanhas e passas, com acidez suculenta e elegante lembrando nibs de cacau.

O cardápio inclui bebidas com leite ou bebida de aveia, mas não há oferta de coados feitos na hora, apenas batch brew. No dia, o grão vinha do Quênia e trouxe um contraste interessante em relação ao espresso. A bebida estava saborosa, porém bem mais delicada e de corpo leve. Servido em xícara de vidro, o café veio um pouco mais frio que o esperado e estava doce, com acidez presente e brilhante, suculento, aroma floral e com notas de umami perceptíveis. O conjunto, apesar de muito agradável, sumia diante das comidas de sabor mais forte – aqui quem se saiu melhor com os lanches foi o espresso Brasil.

Queijo quente à esquerda e franzbrötchen e croissant, acompanhados de espresso e coado, à direita

O cardápio, escrito à mão e fixado na parede, é conciso e as opções de comidinhas são dispostas na vitrine ou em cartazes no balcão. Dentre os itens estão salgados e doces como pastéis de nata, croissant, gugelhupf (bolo austríaco) vegano de banana com chocolate e alguns sanduíches, além de quitutes tradicionais da região como o franzbrötchen, um rolinho de canela alemão. As comidinhas são entregues em louças de porcelana pintada em cores leves, lembrando aqueles pratos que avós usam para servir o lanche da tarde.

O croissant não estava tão alveolado e veio pouco crocante, mas tinha massa leve, sabor amanteigado e dulçor desejado de caramelização. Outro folheado, o franzbrötchen, veio com ótimo recheio de canela e açúcar e doce na medida. O queijo quente, grande sucesso da casa, demorou um pouco para sair da chapa, mas a espera valeu a pena: ele chegou fumegante e amanteigado à mesa, com recheio generoso e saboroso, e tomou conta do paladar. A receita do Kyso leva queijos muçarela e cheddar com orégano num delicado pão de forma e vem acompanhada de maionese vegana apimentada. Há também a opção de pedir adicional de kimchi orgânico no queijo quente, a versão mais vendida da casa. Mas prepare o paladar: se a maionese apimentada é intensa, segundo a equipe, o kimchi é ainda mais.

Com cardápio enxuto, serviço ágil e amigável e um ambiente aconchegante, o Kyso Café entrega cafés especiais de qualidade e boas comidinhas na região de Munique. Vale a pena estacionar a bike por lá.

Nossa conta: € 20,82 (R$ 137,37*) + taxa de serviço
Espresso – € 2,20 (R$ 14,51)
Batch brew – € 2,80 (R$ 18,47)
Croissant – € 2,20 (R$ 14,51)
Franzbrötchen – € 2,90 (R$ 19,13)
Queijo quente – € 8 (R$ 52,78)

*O valor foi convertido levando em consideração a data da visita (€ = 6,59)

A equipe da Espresso visitou a casa anonimamente e pagou a conta.

Informações sobre a Cafeteria

Endereço Tegernseer Landstraße, 90
Bairro 81539
Cidade Munique
País Alemanha
Website http://www.instagram.com/kyso.cafe
TEXTO Redação

CafezalMercado

Cafés do Brasil lança reposicionamento da marca na SIC 2025, com novo foco em tecnologia

Reposicionamento da marca coletiva reforça imagem do país como produtor sustentável e inovador e incorpora tecnologia como motor da cafeicultura brasileira

Entidades do setor cafeeiro lançam na próxima quinta-feira (5) o novo posicionamento da marca Cafés do Brasil, durante a Semana Internacional do Café (SIC), em Belo Horizonte (MG). A apresentação acontece às 12h20, no painel “Rebranding e ressignificação da marca Cafés do Brasil”, no primeiro dia do evento, que segue até o dia 7 de novembro, no Expominas.

O projeto de rebranding, desenvolvido ao longo de 2025 em parceria com a agência Design Bridge and Partners, envolveu diagnóstico, pesquisa e entrevistas com representantes de toda a cadeia. O objetivo é atualizar a identidade da marca e reposicionar o café brasileiro como referência global em sustentabilidade, qualidade e inovação.

O novo conceito ESG+T — que acrescenta o “T” de tecnologia à tradicional sigla ESG (ambiental, social e governança) — busca traduzir a força motriz da cafeicultura nacional. “A tecnologia é nossa força para cultivar a inovação e colher o desenvolvimento”, afirma Fabrício Andrade, presidente da Comissão Nacional do Café da CNA e porta-voz das entidades (confira a lista abaixo). Segundo ele, a proposta evidencia que “a tradição da cafeicultura brasileira se renova por meio da tecnologia, impulsionando inclusão social, trabalho justo e proteção ambiental”.

“A escolha da SIC como plataforma de lançamento da marca reforça o quanto o evento se tornou estratégico para o setor. Por outro lado, a SIC também cumpre o papel de levar diretamente aos profissionais da cadeia essa nova mensagem, de valorização e fortalecimento da imagem do café brasileiro no mundo”, diz Caio Alonso Fontes, CEO da Espresso&CO e correalizador do evento.

O trabalho também resultou em um novo logotipo, descrito por Andrade como “mais moderno e representativo”, que celebra “a pluralidade de culturas, pessoas e sabores” do país. 

Participam da iniciativa:

ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café)
Abics (Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel)
BSCA (Associação Brasileira de Cafés Especiais)
CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil)
Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil)
CNC (Conselho Nacional do Café)
MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária)

Semana Internacional do Café 2025
Quando: de 5 a 7 de novembro de 2025
Onde: Expominas – Belo Horizonte (MG)
Quanto: R$ 75 (para o dia 7) e R$ 150 (com direito aos 3 dias)
Mais informações: www.semanainternacionaldocafe.com.br

TEXTO Redação

Café: uma oportunidade na rota da COP30

Por Caio Alonso Fontes

A realização da COP30 no Brasil, em pleno coração da Amazônia, é mais do que um marco geopolítico. É uma oportunidade para o país demonstrar, na prática, que é possível aliar desenvolvimento econômico à preservação ambiental. E, entre tantas cadeias produtivas nacionais, o café desponta como uma das mais preparadas para representar essa virada de chave. 

Presente em todos os biomas, com geração de renda para mais de 300 mil famílias, o café reúne argumentos sólidos para ocupar o centro do palco climático. E alguns exemplos emblemáticos reforçam essa posição — especialmente os oriundos de regiões historicamente menos valorizadas na cafeicultura. 

Um dos casos mais representativos dessa nova agenda é o robusta amazônico. Produzido majoritariamente em Rondônia, esse café evoluiu de uma base convencional para uma identidade única, construída com base em qualidade sensorial, governança cooperativa e compromisso ambiental. A conquista do selo de indicação geográfica (IG) em 2021 e o lançamento, este ano, da nova roda de sabores do canéfora — com notas de cacau e frutas, entre 103 descritores  — mostraram ao mundo que o café especial também nasce na floresta. 

Mas não é só uma questão de sabor: é sustentabilidade comprovada. Uma pesquisa feita pela Embrapa revela que os cafezais das Matas de Rondônia sequestram 2,3 vezes mais carbono do que emitem, com um saldo médio de 3.883 kg de CO2 eq/ha ao ano. Esses números refletem a importância do investimento em sistemas agroflorestais, do menor uso de insumos químicos, do sombreamento natural e de técnicas que regeneram o solo para o cultivo do café. Para apoiar ainda mais os produtores, desenvolveu-se ainda uma planilha que permite calcular o balanço de carbono da lavoura, promovendo decisões mais conscientes. 

No Espírito Santo, estado-líder na produção de conilon, o avanço sustentável também é nítido. Um trabalho coordenado pelo Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) vem promovendo práticas de baixo impacto ambiental, como irrigação eficiente, uso de energia solar e logística otimizada. A rastreabilidade — essencial para atender mercados exigentes — tem impulsionado melhorias do campo à xícara. O conilon capixaba, anteriormente associado apenas à boa produtividade, agora também entrega responsabilidade ambiental e consistência sensorial. Ao mesmo tempo, os arábicas capixabas se destacam, com microlotes de alta qualidade cultivados por famílias que investem em manejo consciente em regiões de montanha, práticas regenerativas e inovação no pós-colheita.

Fora do eixo amazônico e capixaba, outros estados também têm ampliado sua responsabilidade climática. Em 2024, em Minas Gerais, principal produtor de arábica do país, 20 propriedades do Cerrado Mineiro ligadas à cooperativa Expocacer tornaram-se as primeiras do mundo a receber o selo internacional Carbon on Track, concedido pelo Imaflora, com emissões de apenas 0,85 t de CO₂ eq/ha ao ano — um marco para a cafeicultura de baixo carbono. Já em São Paulo, produtores vêm adotando sistemas agroflorestais, compostos orgânicos e estratégias de conservação da biodiversidade, ampliando o compromisso ambiental das regiões tradicionais. 

Em 2024, o Brasil exportou mais de 50 milhões de sacas de café, um recorde histórico, alcançando cerca de 120 países — e, cada vez mais, os compradores buscam não só qualidade, mas compromisso com critérios ESG. Isso amplia o protagonismo do setor nas pautas climáticas e posiciona o país não apenas como fornecedor, mas como formulador de soluções sustentáveis para a agricultura tropical.

Seja com o robusta da floresta em Rondônia, o conilon do Espírito Santo, ou os arábicas de Minas Gerais, São Paulo e outras regiões que vêm incorporando práticas regenerativas, o Brasil tem a chance de apresentar ao mundo uma nova narrativa: a de que é possível, ao mesmo tempo, produzir com excelência, gerar renda e regenerar o planeta. A COP30 será o palco. O café pode — e deve — ser a mensagem.

TEXTO Caio Alonso Fontes • ILUSTRAÇÃO Eduardo Nunes

Mercado

Lula diz estar “convencido” de que tarifas ao Brasil terão solução nos próximos dias

Em coletiva na Malásia após encontro com o presidente dos EUA, Lula demonstrou otimismo quanto à redução das tarifas; entidades do setor, como BSCA e Cecafé, comemoram retomada do diálogo e veem chance de avanço para o café brasileiro

Em coletiva nesta segunda (27), no horário da Malásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou estar “convencido de que haverá uma solução para as tarifas impostas ao Brasil por Trump nos próximos dias”. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.

As declarações foram feitas um dia após o encontro entre Lula e o presidente dos EUA, Donald Trump, em Kuala Lumpur, na Malásia, à margem da Cúpula da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), evento para o qual ambos foram convidados, para tratar das tarifas impostas pelos EUA aos produtos brasileiros.

O encontro realizado no domingo (26), que durou 45 minutos, foi o primeiro passo para a retomada formal das negociações sobre o elevado nível de tarifas aplicadas pelos Estados Unidos aos produtos do Brasil. Até o momento, não houve anúncio público de que as tarifas serão efetivamente reduzidas ou anuladas.

Mesmo assim, entidades brasileiras do setor, como a BSCA (Associação Brasileira de Cafés Especiais) e o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), mostraram-se otimistas com a reunião entre os dois líderes.

Para a BSCA, o encontro “representa uma perspectiva concreta de solução para as tarifas aplicadas ao setor cafeeiro”. Já o Cecafé celebrou a retomada do diálogo entre Brasil e Estados Unidos em Kuala Lumpur. Enquanto aguarda “resultados concretos” a partir do encontro, a entidade destacou que uma solução para as isenções atualmente aplicadas ao setor do café “contribuirá para o recuo da atual pressão inflacionária ao produto no mercado dos EUA e para o fortalecimento da sustentabilidade de toda a cadeia produtiva brasileira”.

A aproximação entre os dois países ocorre em um momento de forte volatilidade nos preços internacionais de café e incertezas no comércio global do produto.

TEXTO Redação

Cafezal

Coffee of the Year divulga lista das 180 amostras classificadas de 2025

Belo Horizonte_MG, 09 de novembro de 2018 CAFE EDITORA_SEMANA INTERNACIONAL DO CAFE Fotos dos visitantes e expositores durante a semana internacional do cafe, que acontece no expominas. A feira e um encontro de cafeicultores, torrefadores, compradores, fornecedores, empresarios, baristas e apreciadores da bebida. Foto: Marcus Desimoni / NITRO

Foi divulgada nesta sexta (24) a lista dos classificados do Coffee of the Year 2025. O concurso, que este ano bateu recorde e avaliou 601 amostras, selecionou os 180 cafés mais bem pontuados (150 arábicas e 30 canéforas) na fase de avaliação dos Q-Graders e R-Graders. Clique aqui e confira os nomes.

Essas amostras ficarão disponíveis nas Salas de Cupping durante a Semana Internacional do Café, de 5 a 7 de novembro, em Belo Horizonte (MG), para serem provadas por compradores nacionais e internacionais. A ordem das rodadas será divulgada na próxima quarta (29), no site oficial da SIC.

Ainda durante o evento, os 15 cafés mais bem pontuados (dez arábicas e cinco canéforas) entre os 180 selecionados estarão disponíveis nas tradicionais garrafas térmicas (pelo método filtrado) para voto do público – que definirá a classificação final e os grandes campeões.

A cerimônia de premiação acontece no último dia de SIC, às 15h, no Grande Auditório. 

Semana Internacional do Café 2025
Quando: de 5 a 7 de novembro de 2025
Onde: Expominas – Belo Horizonte (MG)
Quanto: R$ 75 (para o dia 7) e R$ 150 (com direito aos 3 dias)
Mais informações: www.semanainternacionaldocafe.com.br 

TEXTO Redação • FOTO NITRO/Semana Internacional do Café

A China como fiadora do mercado do café

Por Gustavo Paiva

Nas últimas semanas, vivenciamos a escalada das tensões tarifárias impostas pelo presidente Donald Trump a aliados e adversários dos Estados Unidos ao redor do mundo. Entre os quinze maiores produtores de café robusta e arábica, mais da metade sofreu algum tipo de aumento tarifário. Entre os quinze maiores consumidores, em sua maioria países europeus e aliados dos EUA, absolutamente todos sofreram aumento.

Em um momento de níveis historicamente baixos de estoque e de consumo relativamente resiliente ao aumento de preços, pode-se perguntar quem seriam os grandes vencedores e perdedores de tais tarifas. O produtor brasileiro, no momento, tem a preocupação legítima em relação ao final da sua própria safra, e como comercializar o produto que acabou de ser colhido.

Primeiro, os grandes perdedores deste novo sistema tarifário tendem a ser as empresas e consumidores de países não produtores de café. Importante lembrar que as empresas nestes países consumidores estão trabalhando com estoques baixos devido ao aumento na taxa de juros nos países importadores, e ao aumento do preço devido à baixa produção das últimas safras.

Este cenário implicou em um corte na margem de lucro ou no repasse do aumento do preço ao consumidor final. Sem muita margem de manobra, empresas terão de arcar com um novo corte de lucro ou, então, um novo repasse ao consumidor. Importante lembrar que uma parte relevante das exportações de café é feita entre as próprias multinacionais, em que a empresa exportadora faz parte do mesmo conglomerado que a empresa importadora.

Do lado ganhador, até o momento, encontra-se antes de mais ninguém a China. Devido a esta conjunção de fatores, o país tem uma chance histórica: a possibilidade de deixar de ser um promissor mercado emergente, para ser um ator central no presente e detentor de consideráveis níveis de estoques de cafés.

É válido ressaltar que, mesmo que não se consuma uma quantidade importante de café, qualquer país pode ser um agente relevante do mercado, comprando e vendendo contratos e pressionando o preço para cima ou para baixo conforme seus próprios interesses. 

Só neste ano, o governo de Pequim reservou pouco mais de US$ 24 bilhões apenas para estocar cereais, óleos alimentícios e outros itens. A ideia por trás desta medida é implementar uma reserva de produtos alimentares que não são produzidos na China e reduzir a dependência chinesa de outros países como Estados Unidos, Brasil e membros da União Europeia. Ainda não está claro se tal estratégia seria praticada no café, visto que o consumo per capita anda baixo.

Recentemente, a China habilitou diversos exportadores brasileiros a comercializarem com o país. Mesmo que a iniciativa não signifique a certeza de comércio, ela acaba facilitando o fluxo de transação do grão brasileiro e simplifica a burocracia para exportar. As importações de café pela China bateram recordes até 2023, recuando um pouco no ano seguinte.

Ainda no cenário do sudeste asiático, temos grandes países produtores com uma considerável população consumidora, que ainda consome um volume relativamente baixo por questões culturais e financeiras. Com a queda do preço no mercado interno, consumidores locais podem ter um incentivo à mudança cultural e substituir o café pelo chá. 

Ou, ainda, um incentivo ao comércio regional dentro dos países membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático, que conta com dois grandes produtores de café – Indonésia e Vietnã –, um grande consumidor – Filipinas –, e uma população total de 670 milhões de pessoas, três vezes maior do que a população brasileira.

Portanto, se a estratégia do governo de Donald Trump buscava distanciar o Brasil da China e causar prejuízos às empresas daqui, a medida pode estar chegando em um péssimo momento e acabar gerando um efeito reverso. Os estoques de café e outros produtos alimentares estão historicamente baixos nos Estados Unidos, o que pode implicar um aumento de preços e inflação no curto prazo. Além disso, pode acabar aumentando a importância da China em mercados onde os Estados Unidos possuíam hegemonia, fazendo, ainda, o país perder o poder de barganha e de acesso aos estoques de matérias-primas.

Barista

Australiano vence o Campeonato Mundial de Barista em Milão

Em um palco que celebra a precisão e a paixão pelo café, o australiano Jack Simpson, da Axil Coffee Roasters, conquistou o título de Campeão Mundial de Barista 2025, durante a HostMilano, em Milão. A competição, realizada entre 17 e 21 de outubro, reuniu profissionais de mais de 50 países e colocou à prova inovação, técnica e criatividade, elementos que definem o futuro do café de especialidade.

O pódio foi seguido por Simon SunLei, da Marus Coffee (China), em segundo lugar, e Ben Put, da Monogram Coffee (Canadá), em terceiro. Representando o Brasil, Emerson Nascimento, do Coffee Five (RJ), encerrou sua participação em 19º lugar, após uma apresentação elogiada por sua consistência e performance.

Apresentação do brasileiro Emerson Nascimento no Campeonato Mundial de Barista 2025

Classificação final – Campeonato Mundial de Barista 2025

1º lugar Jack Simpson (Austrália)
2º lugar Simon SunLei (China)
3º lugar Ben Put (Canadá)
4º lugar Jason Loo (Malásia)
5º lugar Hiroki Ito (Japão)
6º lugar Christopher Sahyoun Hoff (Dinamarca)

A vitória de Simpson não surpreende quem acompanha a cena australiana. Melbourne, sua cidade natal, é reconhecida como uma das capitais mundiais do café e abriga a Axil Coffee Roasters, cafeteria e torrefação que detém o título nacional de barista há três anos consecutivos. Parte desse sucesso se deve justamente à Simpson, que acumula dois desses títulos e já havia sido vice-campeão mundial em 2024.

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Café & Preparos

Encontros e workshops movimentam a programação da SIC 2025

Painéis, seminários e atividades práticas refletem a diversidade da cadeia cafeeira em debates sobre inovação, sustentabilidade e novos mercados


Palestras, reuniões técnicas e atividades práticas movimentam os espaços da Semana Internacional do Café (SIC) 2025 dentro da atração Encontros & Workshops – um dos eixos que mais refletem a diversidade da cadeia cafeeira no evento, que acontece de 5 a 7 de novembro em Belo Horizonte. A programação conecta produtores, torrefadores, baristas, cooperativas e especialistas em painéis voltados à inovação, sustentabilidade e negócios.

O ano dos canéforas
Este ano, os cafés canéfora se destacam entre as atividades em espaços como a sala Inteligência de Mercado, que promove encontros e debates sobre tendências globais, estratégias de mercado e sustentabilidade, e a Cafeteria Modelo, voltada ao conhecimento prático do cotidiano de uma coffee shop.  

No dia 6, às 17h, haverá o lançamento de clones de conilon de altitude. Apresentado pelo pesquisador Fábio Partelli, da Universidade Federal do Espírito Santo, os novos clones revelam a adaptabilidade, o vigor e a produtividade desta variedade de canéforas em altitudes elevadas. No dia anterior, Leandro Paiva, do Instituto Federal do Sul de Minas, faz uma abordagem profunda sobre a torra dos canéforas (dia 5, às 13h). “Falaremos sobre as diferenças de torra entre arábica e canéfora, mas o mais importante é frisar a diferença entre os clones de robusta e conilon”, explica Paiva. “As diferentes densidades e formatos dos grãos dos clones é que trazem uma diferença significativa para os processos de torra.” 

A diversidade de sabores desta espécie serão, ainda, descortinados na palestra “Apresentando a roda de sabores do canéfora”, fruto de um estudo, divulgado este ano por cientistas brasileiros, que identifica 103 descritores sensoriais para a espécie com o intuito de promover seu valor no mercado de cafés especiais. 

No dia 6, às 17h30, os robustas amazônicos são tema do “COP na SIC: Robusta, a força sustentável do café na Amazônia”, um encontro de mais duas horas que revela o protagonismo desses cafés na região norte do país. A programação reúne especialistas, pesquisadores e produtores que vêm transformando (e espalhando) o cultivo de canéforas na região em termos de qualidade, inovação e sustentabilidade.

Entre os destaques do encontro estão os painéis “Mercado e oportunidades para os cafés amazônicos” – conduzido por especialistas como o especialista em cafés especiais Silvio Leite, Aguinaldo Lima (Abics), Pedro Lima (Grupo 3corações) e Juan Travain, presidente da Associação de Produtores Associados da Região das Matas de Rondônia (Caferon) – e “Ciência e evolução dos robustas brasileiros”, que trata dos avanços em pesquisa, manejo e genética que têm redefinido o cultivo de canéforas no país. Deste último participam os cientistas Lucas Louzada (Mió Coffee Limited), Lívia Lacerda (UnB), Carlos Ronquim (Embrapa Territorial) e Enrique Alves (Embrapa Rondônia). O encontro ainda conta com o lançamento de um minidocumentário sobre os robustas amazônicos e encerra com degustação técnica e coquetel com produtos da Amazônia. 

Por uma cafeicultura mais sustentável
Durante os três dias da SIC (das 8h às 11h), o consórcio Ecoffee – iniciativa internacional de pesquisa pré-competitiva que reúne grandes empresas do setor, como illycaffè, Melitta e JDE Peet’s – promove três workshops para discutir sustentabilidade da cafeicultura, numa aproximação entre ciência e indústria. Os encontros serão restritos a convidados. “O objetivo deste workshop é atrair pessoas da área de sustentabilidade e promover a cooperação entre esses atores em torno da redução da presença de resíduos na cafeicultura”, diz Robert Weingart Barreto, fitopatologista da Universidade Federal de Viçosa, que lidera no Brasil as pesquisas do consórcio, criado em 2020 por iniciativa do Cirad, instituição pública francesa dedicada à pesquisa e à cooperação internacional em agricultura tropical. “Precisamos agir rápido para reduzir a dependência de insumos e tornar a produção de café realmente sustentável, em linha com as exigências cada vez mais rigorosas do mercado”, analisa Barreto. O pesquisador apresentará um diagnóstico sobre o uso de pesticidas na cafeicultura do Brasil, Vietnã, Nicarágua e México, além dos principais entraves e caminhos para reduzir sua aplicação.

Espírito colaborativo
Durante os três dias de SIC também marcam presença encontros que refletem o espírito colaborativo que move o setor, reunindo lideranças, produtores, jovens e mulheres em debates estratégicos sobre o futuro da cafeicultura. Na quinta-feira às 8h, o tradicional Encontro Internacional das Mulheres do Café — promovido pela IWCA Brasil — vai reunir profissionais de toda a cadeia para discutir desafios e conquistas que fortalecem o protagonismo feminino, enquanto às 15h, o Encontro dos Jovens do Café, em sua quarta edição, promoverá o diálogo entre novas gerações e o campo, estimulando a sucessão e a inovação na atividade. 

Já na sexta (7), às 8h, o Encontro Técnico ATeG abre a programação com foco em capacitação e troca de experiências entre técnicos e produtores atendidos pelo Sistema Faemg Senar (o evento é restrito a convidados). Das 13h às 14h30, a reunião do Departamento do Café da Sociedade Rural Brasileira trará, a convite da SIC e pelo segundo ano consecutivo, representantes dos principais elos da cadeia para discutir o rebranding dos cafés do Brasil sob diferentes perspectivas — da produção ao consumo. O encontro será mediado por Carlos Henrique Jorge Brando (P&A Marketing), e contará com Silas Brasileiro (CNC), Raquel Miranda (CNA), Vinicius Estrela (BSCA), Marcos Matos (Cecafé), Celírio Inácio da Silva (Abic) e Aguinaldo José de Lima (Abics). 

Workshops: de drinques com café a mercado emergente
Na Cafeteria Modelo & Barista Jam, patrocinada pelo Grupo 3corações, o público acompanha workshops práticos com baristas — como “Café em competição: sabores para um drinque campeão” (5/11, 10h30), “Matcha & café: sinergia no menu para aumentar vendas” (5/11, 15h30) e “Belo Horizonte na xícara: um papo sobre a cena local de cafés especiais” (7/11, 12h). 

No último dia da SIC, às 12h, três especialistas brasileiros, representantes internacionais da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), comandam o encontro “Oportunidades em novos mercados: China, Dubai e Singapura”, voltado a orientar produtores sobre caminhos para a exportação. A proposta é apresentar tendências, perspectivas e estratégias para ampliar a presença do café brasileiro em mercados emergentes. Antes disso, na quarta-feira (5), das 14h às 16h, cada um dos profissionais ministrará workshops específicos sobre exportação para os respectivos destinos. “A Semana Internacional do Café faz esse investimento com o objetivo de gerar mais oportunidades e ampliar o acesso a novos mercados, potencializando o comércio. São países com alto potencial de crescimento no consumo de cafés”, afirma Caio Alonso Fontes, diretor da Espresso&CO, uma das organizadoras do evento.

Outros grandes encontros
No dia 6, das 8h30 às 12h, o Sicoob e o Sebrae realizam o seminário “Sustentabilidade na Cafeicultura”, constituído por três painéis. O primeiro, às 9h30, aborda o “Impacto do reconhecimento de Indicações Geográficas (IGs) para os territórios”, com casos do Cerrado Mineiro, Matas de Rondônia e Canastra. Às 10h20, o segundo painel discute a “Contribuição da cafeicultura para o desenvolvimento econômico dos municípios”, com a participação de consultores e lideranças regionais, como prefeitos e representantes de conselhos municipais. Encerrando a programação, às 11h20, o terceiro painel destaca as “Contribuições do Sicoob e do Sebrae para a cafeicultura”, com especialistas das duas instituições apresentando iniciativas de apoio ao setor.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) realiza no dia 7, às 11h, o painel “Diálogo global para promover os direitos fundamentais da cadeia produtiva do café”. O encontro apresenta experiências e aprendizados do evento de Cooperação Sul-Sul (SSC), programado para acontecer na semana anterior com representantes do Brasil, Colômbia e Uganda, e busca promover o diálogo entre governos, empregadores e trabalhadores sobre o fortalecimento dos Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho (PDFT) no setor cafeeiro. Além da exibição de um curta-documentário, o painel traz um debate quanto a desafios, boas práticas e papel da cooperação internacional na promoção de trabalho decente nas cadeias globais de café.

Semana Internacional do Café 2025
Quando: De 5 a 7 de novembro de 2025
Onde: Expominas – Belo Horizonte (MG)
Quanto: R$ 75 (para o dia 7) e R$ 150 (com direito aos 3 dias)
Mais informações: www.semanainternacionaldocafe.com.br

TEXTO Redação

Cafeteria & Afins

Casa Castanho – Salvador (BA)

A Casa Castanho Barra, como ficou conhecida, abriu as portas em 2024 como um espaço aconchegante, com varanda e quintal. A decoração privilegia plantas, paredes de tijolos e chão de brita. As cores terrosas, por todo o lugar, criam harmonia com os tons verdes. No interior da casa há, também, uma lojinha, que vende pacotes de café e garrafas de espumante.

Apesar de dispor de três ambientes com mesas, as filas de espera são frequentes nos horários de pico. Nossa equipe chegou por volta das 9h da manhã e esperou cerca de 20 minutos para poder sentar e fazer o pedido. O atendimento é um dos pontos altos do lugar. O cardápio é extenso e variado, com diversidade de cafés, bebidas geladas e opções alcoólicas para acompanhar o brunch.

Escolhemos um coado (150 ml) feito com grãos catuaí cultivados pela família Viana de Andrade nas fazendas São Bernardo e Santa Rita, na região baiana do Planalto da Conquista. No cardápio não estava especificado qual seria o método de extração e, ao ser questionado, o atendente explicou que seria feito em uma máquina automática, sem mais detalhes. A xícara apresentou acidez equilibrada, corpo aveludado e aroma leve de chocolate. Um café fácil de beber.

Para acompanhar, um tostado de parma e um sanduíche de lombo defumado. O tostado, de pão macio de fermentação natural, burrata e molho pesto, foi bem executado e apresentado, e combinou muito bem com o coado. Em contrapartida, o sanduíche de lombo deixou a desejar na apresentação. No sabor, a mostarda de Dijon acabou por ofuscar os demais ingredientes.

Como sobremesa, nossa pedida foi um espresso longo harmonizado com a rabanada com sorvete e caramelo. O espresso veio sem crema e subextraído, enquanto o pão da rabanada estava seco e sem textura, com uma quantidade exagerada de canela e açúcar por cima.

Entre altos e baixos, saímos da Casa Castanho com a sensação de que há pontos a serem ajustados. A disponibilidade de cafés especiais, por exemplo, é um ponto alto. Se eles forem mais bem extraídos, podem elevar a experiência.

Nossa conta: R$ 146,30 + taxa de serviço
Coado – R$ 9
Tostado de parma – R$ 39
Sanduíche de lombo suíno defumado – R$ 38
Café espresso longo – R$ 9
Rabanada com sorvete e caramelo – R$ 39

A equipe da Espresso visitou a casa anonimamente e pagou a conta.

Informações sobre a Cafeteria

Endereço Avenida Princesa Isabel, 48
Bairro Barra
Cidade Salvador
Estado Bahia
Website http://https://www.instagram.com/casa.castanho
TEXTO Equipe Espresso • FOTO Equipe Espresso

Cafezal

Três em um: estudo redefine o café libérica e revela novas espécies

Por Cristiana Couto

Pesquisa liderada pelo botânico Aaron Davis, do Royal Botanic Gardens, em Kew, no Reino Unido, revela que o café libérica, anteriormente considerado uma única espécie, deve agora ser separado em três espécies diferentes.

Publicado em julho na Nature Plants, o estudo analisou dados genômicos combinados à morfologia e à distribuição geográfica das plantas de libérica, e acrescentou ao gênero Coffea duas novas espécies além do C. liberica: Coffea dewevrei (anteriormente conhecida como excelsa) e Coffea klainei. O gênero, agora, contabiliza 133 espécies.

Para Davis, chefe de pesquisa em café no Kew Gardens e referência mundial em pesquisa sobre origem, diversidade e futuro das espécies de café, salvaguardar o futuro da cadeia global de fornecimento do grão é desafiador, especialmente porque a maioria dos cafeicultores são pequenos e dependem de seu cultivo como principal fonte de renda. 

Embora a produção mundial de libérica e excelsa ainda seja pequena — menos de 0,01% do mercado global —, essas espécies vêm ganhando espaço em países da África e Ásia, sobretudo por sua resistência a altas temperaturas e períodos prolongados de seca, em um cenário de mudanças climáticas que ameaça especialmente o arábica.

“Libérica e excelsa têm potencial importante para o desenvolvimento da cafeicultura em áreas inadequadas para arábicas ou canéforas, particularmente as de baixas altitudes em climas mais quentes e úmidos”, afirmam os pesquisadores.

De acordo com o artigo, o sudeste asiático consome cafés libérica desde o final do século XIX e agora está “testemunhando seu renascimento, particularmente na Malásia, na Indonésia e em Fiji”. Já os cafés excelsa têm sido cultivados em Uganda, no Sudão do Sul e na Guiné, por sua tolerância a temperaturas mais elevadas e a períodos sem chuva se comparada ao canéfora. Na Índia e na Indonésia, sua produção também vem crescendo.

As análises do grupo de Davis mostraram que cada uma das três espécies tem distribuição geográfica particular e características agronômicas únicas. A espécie libérica (C. liberica) ocorre na África Ocidental (Serra Leoa, Libéria, Costa do Marfim, Gana e Nigéria) e se adapta a estações secas mais longas, suportando variações de precipitação.

A excelsa (C. dewevrei) cresce em regiões de clima mais variado na África Central (República Democrática do Congo, Camarões, Uganda e Sudão do Sul). É mais produtiva, com frutos menores e sementes semelhantes às do arábica, o que facilita o processamento e a torna uma alternativa aos canéforas em áreas quentes. Já C. klainei, a menos estudada das três, restringe-se a florestas da África Centro-Ocidental (Camarões, Gabão, Congo e Cabinda/Angola) e é geneticamente mais próxima da da espécie libérica.

Segundo Davis, esse “redesenho taxonômico” permite separar com clareza as características agronômicas, genéticas e climáticas das três espécies, abrindo caminho para avanços em programas de melhoramento do café e novas estratégias de cultivo. “O uso de qualquer uma dessas espécies em programas de melhoramento interespecífico com outras espécies pode ser promissor”, complementam os autores.

Ao mesmo tempo, o estudo expõe a urgência da conservação do gênero Coffea, já que aponta para a vulnerabilidade do café libérica devido à perda de habitat em grande parte de sua área de ocorrência natural.

TEXTO Cristiana Couto
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