Café & Preparos

Pesquisadores avaliam como o café pode reduzir riscos de problemas cardíacos

Uma pesquisa aponta que uma maior ingestão de café foi associada à redução do risco de insuficiência cardíaca em três grandes e conhecidos estudos sobre o tema: o FHS (Framingham Heart Study), o CHS (Cardiovascular Heart Study) e o ARIC (Atherosclerosis Risk in Communities).

A pesquisadora da Escola de Medicina Feinberg da Northwestern University, Linda Van Horn, aponta que os riscos e benefícios de beber café tem sido tópico de interesse científico contínuo devido à popularidade e frequência do consumo em todo o mundo.

“Os estudos que relatam associações com os resultados permanecem relativamente limitados devido a inconsistências na avaliação da dieta e metodologias analíticas, bem como problemas inerentes com a ingestão alimentar auto-relatada”, disse.

Os pesquisadores usaram o estudo original da FHS e os compararam com os dados dos estudos CHS e ARIC para ajudar a confirmar suas descobertas. Cada estudo incluiu pelo menos 10 anos de acompanhamento e, coletivamente, forneceram informações sobre mais de 21 mil participantes adultos nos Estados Unidos.

Para analisar os resultados de beber café com cafeína, os cientistas categorizaram o consumo em zero xícaras por dia, uma xícara por dia, duas xícaras por dia e três xícaras ou mais por dia. Os autores descobriram que, em todos os três estudos, as pessoas que relataram beber uma ou mais xícaras de café tiveram um risco associado de insuficiência cardíaca em longo prazo. Nos estudos FHS e CHS, o risco de insuficiência cardíaca ao longo das décadas diminuiu de 5 a 12% por xícara de café por dia, em comparação com a ausência de consumo de café.

No estudo ARIC, o risco de insuficiência cardíaca não mudou entre 0 e 1 xícara de café por dia. No entanto, era cerca de 30% menor em pessoas que bebiam pelo menos 2 xícaras por dia.

Beber café descafeinado parecia ter um efeito oposto no risco de insuficiência cardíaca, aumentando significativamente o risco de insuficiência cardíaca no estudo FHS. No entanto, no estudo CHS, não houve aumento ou diminuição no risco associado ao consumo de café descafeinado.

Quando os pesquisadores examinaram mais detalhadamente, eles descobriram que o consumo de cafeína de qualquer fonte parecia estar associado à diminuição do risco de insuficiência cardíaca, e a cafeína era pelo menos parte da razão para o benefício aparente de beber mais café.

“A associação entre cafeína e redução do risco de insuficiência cardíaca foi surpreendente. Café e cafeína são frequentemente consideradas pela população em geral como ‘ruins’ para o coração porque as pessoas os associam a palpitações, pressão alta, etc. A relação consistente entre o aumento do consumo de cafeína e a redução do risco de insuficiência cardíaca vira essa suposição do avesso”, explicou o Dr. David Kao, pesquisador da Escola de Medicina da Universidade do Colorado.

No entanto, os pesquisadores explicam que ainda não há evidências claras o suficiente para recomendar o aumento do consumo de café para a diminuição do risco de doenças cardíacas da mesma certeza que é recomendado parar de fumar, perder peso ou praticar exercícios. Os resultados foram publicados na revista Circulation: Heart Failure.

TEXTO As informações são do Sci-News.com. Tradução Juliana Santin • FOTO Jamie Long

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