Mercado

Museu do Café recebe tenor Jean William para concerto gratuito

Dando continuidade às programações musicais no edifício da antiga Bolsa Oficial, em Santos (SP), o Museu do Café promoverá um novo espetáculo gratuito no Salão do Pregão, em parceria com o Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos. No dia 9 de abril, às 16h, o público terá a oportunidade de acompanhar o concerto do tenor Jean William, com um repertório especial para o patrimônio santista.

A apresentação de William, que também circulará pelas cidades de Jundiaí e Ribeirão Preto, oferece um mix de sons, reunindo bolero, tango, rumba e salsa, além de canções originárias da cultura negra latino-americana, derivadas de cantos tradicionais.

Após estudar na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), o cantor, originário de Barrinha, participou de grandes festivais de música internacionais e protagonizou a estreia da ópera “A rainha da neve”, na cidade de Vicenza, na Itália. Já passou, inclusive, pelos principais palcos do mundo, como o Avery Fisher Hall, no Lincoln Center, em Nova York.

Não é necessário realizar inscrição prévia para assistir ao evento, bastando comparecer ao Museu do Café na ocasião, com a carteirinha de vacinação da Covid-19 (física ou digital). A documentação é obrigatória para a entrada no prédio.

Mais informações: museudocafe.org.br

TEXTO Redação • FOTO Ian Lopes

Dentes brancos e café combinam SIM! E é a Ciência quem diz isso!

E a velha frase “café escurece o dente!” foi por água abaixo! E junto com ela, a ideia de que seria incompatível clarear os dentes e tomar café. Mas em que momento isso mudou e NINGUÉM ME CONTOU NADA? “Sofri à toa clareando e me abstendo de um belo cafezão especial?”. A dolorosa resposta é: SIM!

Realmente, há muito anos, os pacientes que faziam clareamento dental eram orientados a assumir a chamada “dieta branca”. Nada de alimentos ou bebidas que continham corantes, e nosso amado café entrava nesse time de restrições.

Primeiro, vamos entender de onde vem a cor do café, que tanto assusta quem deseja dentes brancos. Durante a torrefação, dentre uma variedade de reações, temos a desejada (se bem feita!) Reação de Maillard, unindo carboidratos, aminoácidos, calor e gerando diversas outras substâncias e compostos. Uma das substâncias formadas é a melanoidina, que possui cor castanha. Solúvel em água, representa uma fração considerável do café em pó, variando conforme a espécie de café e detalhes como a intensidade da torra.

Assumiu-se, então, que esta cor marrom poderia ser “transferida” para os dentes, tornando-os amarelados. E isso foi tido como verdade absoluta por muito tempo, pois era algo um tanto óbvio, já que o café tende a manchar outras superfícies claras no nosso dia a dia. E assim permaneceu, sendo esta informação repassada sem que fosse questionada.

As mudanças de comportamento, tanto dos dentistas quanto dos pacientes, realmente ocorre de modo bem gradativo e, especialmente na área de Saúde, isso é compreensível. Mas em algum momento a mudança começa: algum pesquisador resolve observar fenômenos, questionar o status quo e testar possibilidades seguindo um método. E um belo dia alguém resolveu testar o clareamento em um grupo de pacientes que consumiam café diariamente e com outro grupo que não consumia. E para surpresa de muitos, resultado igual, ou seja, os dentes clarearam na mesma intensidade. Seguindo o curso normal deste tipo de pesquisa, outros pesquisadores, em locais variados do mundo, pesquisaram sobre o mesmo assunto e confirmaram: também não houve influência negativa. E tudo isso não é tão recente assim, pois desde início dos anos 2000 já surgiam publicações sinalizando que café não seria tão vilão assim. Mas o que explicava estes achados?

O grande detalhe é que uma boa parte dos corantes presentes nos alimentos, como as melanoidinas, são considerados como sendo cadeias macromoleculares. Traduzindo para nosso dia a dia, são moléculas tão grandes que não conseguem “entrar” nos espaços microscópicos do esmalte dentário. Em casos extremos de consumo ou quando há defeitos no esmalte ou presença
de “placa bacteriana”, este pigmento fica, no máximo, acumulado na superfície do dente, sendo removido pela escovação ou limpeza profissional.

Dando um exemplo extremamente simples mas objetivo, imagine uma casa com piso cinza. Se uma camada de poeira se depositar sobre este piso, ele não deixa de ter sua cor original, somente está oculta. Feita uma limpeza, a cor original aparece novamente.

Sabendo que a Reação de Maillard não é exclusiva do café, se ele realmente fosse vilão, todos os pacientes deveriam também ser orientados a se abster de “outros vilões”, como: carne assada, pães, bolachas, bacon, chocolate, doce de leite, caramelo, cerveja escura, azeite balsâmico e mais uma infinidade de alimentos que também terão as melanoidinas no produto finalizado.

E como dentista, professor universitário e apaixonado por café especial, não voltaria para casa tranquilo obrigando meus pacientes a não tomarem café enquanto fazem clareamento dental. Seria alegria de um lado e tristeza de outro. Então a dica é: se for clarear seus dentes, procure um profissional que mantenha seu cafezão em dia. Sorria, beba um baita café e seja bem feliz assim!

TEXTO Johnson Fonseca, dentista e professor no Unilavras. Proprietário da SOUL Café & Prosa. @johnsonfonseca • FOTO Parker Johnson

Mercado

Novo método made in Japan: Conheça o dripper Mugen

Conhecida por seus equipamentos de preparo de café, a Hario lançou, no ano passado, o Mugen, um dripper que possibilita extrair a bebida com apenas um ataque de água contínuo. Suas paredes planas fazem com que o filtro de papel seja facilmente aderido, o que, combinado com as ranhuras internas que formam uma estrela quando visto de cima, permite uma extração lenta e contínua, diferentemente do tradicional v60.

Sua base consegue ser desprendida, fazendo com que o equipamento possa ser encaixado em outros suportes. Segundo a marca, este é um método bom para iniciantes, pois é fácil de seguir receitas. O Mugen produz de uma a duas xícaras de café e está disponível nas opções acrílico (preto) e cerâmica (branco).

Até o momento, é vendido por aproximadamente U$ 12.50 (acrílico) e U$ 27.50 (cerâmica) nas lojas físicas e on-line da Hario na Ásia, Europa e América do Norte.

Mais informações: global.hario.com

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Mercado

Tecnologia e café: Ferramentas que conectam o consumidor às informações do mercado

Foto: Kelli McClintock

Cada vez mais a tecnologia tem impactado o nosso dia a dia e no universo do café não seria diferente. Segundo um relatório da  consultoria AppAnnie, divulgado em janeiro de 2022 no portal de notícias G1, usuários no Brasil passaram, em média, 5,4 horas por dia no smartphone em 2021. Entre os aplicativos sociais, WhatsApp e TikTok lideraram esse ranking pelo segundo ano, agora empatados com usuários na Indonésia. O relatório considera apenas celulares Android.

De acordo com o levantamento, a quantidade de horas diárias que os brasileiros, em média, têm gastado no celular têm crescido nos últimos anos: o país passou das 4,1 horas diárias, em 2019, para 5,2 horas diárias, em 2020, até chegar às 5,4 horas diárias em 2021.

Entre os 17 países em que usuários passam mais tempo por dia no celular, apenas Argentina e China reduziram a quantidade de horas entre 2020 e 2021. O relatório aponta que, somados, os usuários no Brasil passaram 193,3 bilhões de horas no celular em 2021. Por conta de diferenças nas quantidades de usuários, o país ficou na 4ª posição em termos absolutos. Na China, que lidera neste critério, os usuários passaram 1,1 trilhão de horas no celular.

Pensando nisso, empresas têm apostado em tecnologias e em como facilitar o amante do café a se informar ainda mais, como é o caso do Buenavista Café, que lançou um aplicativo. O diretor Ronaldo Muinhos destaca que a pandemia mudou os hábitos e com o café não foi diferente. “Com as restrições de circulação e distanciamento social, muitas pessoas resolveram comprar seus cafés para fazer em casa. E não foi só isso, muitos investiram em moedores, métodos variados e acessórios para reproduzir a mesma qualidade das bebidas servidas pelos baristas nas cafeterias. Foi neste novo cenário que lançamos o app, com dicas para que o consumidor consiga reproduzir as melhores experiências em casa”, disse. 

Pelo aplicativo é possível comprar acessórios e cafés diretamente da torrefação Buenavista sob demanda e com descontos e ofertas exclusivas. Também é possível comprar produtos de fornecedores internacionais, criteriosamente selecionados em nossa curadoria.

Foto: Bean Bros

Ronaldo explica que com o aplicativo é possível preparar receitas com técnicas profissionais para os métodos disponíveis no mercado, como filtrado, v60, aeropress, chemex, moka, entre outros. Através de uma interface simples, é possível calcular a proporção ideal entre café e água, de acordo com o método escolhido, e seguir o passo a passo, sempre com o auxílio de um cronômetro. O App, inicialmente, está disponível para celulares Android, gratuito e pode ser instalado por este link.

O jornalista e sommelier de cerveja, Mario Alaska, criou um guia interativo de Belo Horizonte através do projeto Tomei Gosto – uma iniciativa para aproximar pessoas e alimentos e bebidas de qualidade, com uma lista de cafeterias com classificação dos estabelecimentos e navegação por localidades, que permite ao usuário descobrir quais são as cafeterias que fazem a própria torra, contam com serviço especializado de baristas, variedade de grãos de café, dentre outros. 

“A ideia do projeto surgiu após uma viagem para o sudeste da Ásia na qual comecei a postar os cafés que encontrei por lá nas minhas redes e notei um interesse dos meus seguidores com curiosidades sobre os grãos, métodos e onde encontrar em Belo Horizonte”, conta. 

Ao navegar pelas cafeterias e ao visitar a página, o usuário terá acesso a textos e fotos, redes sociais, sites, mapas e outras características responsivas como acesso direto a plataformas de comercialização. É possível traçar uma rota para a cafeteria escolhida, entrar em contato com eles ou, até mesmo, fazer um pedido. Segundo Mario, as atualizações do guia, como é on-line, são realizadas semanalmente. Para acessar, clique aqui

TEXTO Natália Camoleze

Cafezal

Cafeicultura do futuro: Conheça mais sobre a agricultura regenerativa

O café é a terceira cultura mais dependente de clima do mundo e o momento presente nos mostra que é preciso realizarmos novas atitudes para construirmos o que queremos hoje

Estrada da Catiara, Região do Pântano, Cerrado Mineiro. Distante 700 quilômetros de São Paulo, depois de meses e meses sem ir a uma região produtora mineira, aterrissamos em Uberlândia. Na estrada, cenas tristes de quilômetros de cafés queimados pela geada próximo à cidade de Patrocínio. Depois de receber muitas fotos e depoimentos de cafeicultores em grupos pelo Brasil, nada substitui a visita in loco e ver de perto tantas plantações atingidas pelas baixíssimas temperaturas nunca antes relatadas ali. A mudança é urgente e necessária. E é sobre isso que queremos falar.

Distante 200 quilômetros de Uberlândia, chegamos ao Pântano. Na estrada de terra, muita poeira e a falta de chuva deixam tudo mais seco e a visão por meio do para-brisa do carro um tanto quanto turva. Inevitável não imaginar os desbravadores produtores de café que há quarenta anos escolheram fincar raízes naquela região que não tinha, até então, história na produção do fruto.

Visitar o Cerrado Mineiro é ter a certeza de que o ser humano é capaz de se reinventar e criar novas formas de realizar o que tem paixão. Foi assim que o casal Gerson e Hercília Naimeg fez ao chegar à região, em 1981, vindos do Paraná, após as geadas terem atingido a plantação de café. Foram pioneiros e hoje a família tem 210 mil pés de café nas fazendas do Grupo Naimeg.

Gerson, José Aparecido, Mauro e Jorge Fernando, os Naimeg, estão sempre buscando todas as inovações no campo para melhorar as práticas regenerativas que ajudam também na qualidade do café

Fomos recebidos pela segunda geração, os filhos, José Aparecido, Jorge Fernando e a esposa, Natália, Gerson e Mauro, que atualmente são responsáveis pela produção. Após muitos quilômetros em estrada de terra, chegamos à Fazenda Pântano. Os Naimeg, como são conhecidos, têm uma enorme reputação pela conquista de dezenas de prêmios ao longo desses quarenta anos. O primeiro deles, conta José Aparecido, o filho mais velho, foi recebido em 1992, quando a torrefação illycaffè iniciava os concursos no Brasil: “Foi uma chancela muito grande, pois iniciou o reconhecimento do trabalho com qualidade aqui na região”. A conquista do primeiro lugar com o café natural foi o começo de uma história mais dedicada ao café especial e, com ele, vieram os investimentos nas propriedades. Em 2001, colocaram os primeiros terreiros suspensos e, alguns anos antes, já haviam começado a investir no café cereja descascado. Para Jorge Fernando, a parceria com microtorrefações, a visita às feiras de café desde 2011 e a avaliação do café por profissionais mudaram a forma deles de se relacionarem com o mercado. Os projetos são muitos e a família fala entusiasmada de todas as novidades: “O uso mais racional dos nutrientes gera uma planta mais saudável e que vai produzir um café de melhor qualidade”, reforça Jorge Fernando.

Protagonismo no campo

Para o cafeicultor, é preciso se reconhecer também como essa potência na produção de cafés especiais. Na maioria das vezes, esse alerta vem por meio de concursos e de profissionais de outras pontas do setor, como cooperativas, torrefadores, classificadores, baristas. Cada vez mais os cafeicultores se tornam protagonistas de suas histórias.

Conhecer produtores que se dedicam ao café especial e se preocupam com a qualidade do produto final é apaixonante. Famílias e colaboradores se integram com o objetivo de ter um resultado melhor, ano a ano. A cafeicultura, por ser uma empresa a céu aberto, exige centenas de manejos e mudanças constantes. Há alguns anos, a importância de olhar para o pilar da sustentabilidade com foco no tripé “social, ambiental e econômico” já é realidade para as propriedades que são referência no Brasil na exportação do fruto e fornecem a grandes marcas.

“Desenvolvemos diagnósticos para verificar a emissão de CO2 em cada propriedade. É um mercado forte que vai ganhar uma dimensão gigantesca” – Eduardo Estanti, Agrobiota

O aumento do consumo do café de qualidade em todo o mundo impactou direta e positivamente as lavouras pelo Brasil. O foco em oferecer bons produtos, com rastreabilidade desde o talhão em que foi colhido, o uso mais racional de nutrientes na planta, a condição essencial de cumprir com as leis trabalhistas, o cuidado no pós-colheita, a separação de lotes e outras centenas de cuidados tornou a atividade de produzir café um negócio custoso e que hoje busca encontrar o equilíbrio entre os gastos e o retorno no preço e na comercialização do café.

A preocupação com a conservação da atividade cafeeira em muitos países fez com que as grandes marcas começassem a olhar a importância do relacionamento direto com os produtores e do entendimento de que é necessário estar próximo para garantir um produto final de excelência em todos os quesitos, não somente o sensorial: “O relacionamento com os produtores é a base de tudo. O Cultivado com Respeito – que é o programa da Nestlé – tem dez anos e é o maior programa de sustentabilidade do mundo. Ele é baseado no relacionamento: você ir à fazenda, escutar o produtor, ajudar com questões mais complexas”, explica Taissara Martins, gerente de marketing e sustentabilidade de Nestlé. A empresa tem dentro do programa um total de 1.200 fazendas que a equipe visita anualmente.

Resolvemos então estar juntos em três dessas visitas para entender melhor os bastidores de um novo projeto que a Nestlé vem desenvolvendo com esses produtores. Para isso é preciso entender que, em 2019, a Nescafé – a marca mais valiosa da Nestlé – lançou o projeto Origens do Brasil. De um produto exclusivamente solúvel a marca aumentou o portfólio para o segmento de torrado e moído no Brasil.

“Queremos modelar a cafeicultura do futuro. O Brasil está liderando essa agenda. Como Nestlé, exportamos cafés para quarenta países: paladar consciente, sensorial exigente e sustentabilidade desde o nascimento” – Taissara Martins, Nescafé Origens do Brasil

De forma exclusiva, a Espresso teve acesso a um trabalho recente, mas que já vem dando frutos: o Projeto Regenerar. Hoje ele conta com as 35 fazendas fornecedoras que integram o Origens do Brasil, das regiões de Chapada Diamantina, Sul de Minas e Cerrado Mineiro.

A meta do projeto é, em 2022, essas propriedades serem 100% carbono neutro e se tornarem ‘fazendas-modelos’: “Temos que falar da produção, pois 80% da emissão de carbono na cadeia do café está nessa etapa. Não dá mais pra produzir do jeito que a gente produz até então”, analisa Taissara. Ela lembra que o Brasil está numa boa situação, se compararmos com outras realidades, “mas podemos ser bem melhores e devemos liderar isso”.

Cafeicultura do futuro no presente

Para pôr imediatamente em prática o projeto, a Nestlé buscou iniciar um diagnóstico das fazendas integrantes do Origens do Brasil. Thaisa Herzog, supervisora agrícola da Nestlé, explica durante as visitas que o trabalho começou neste ano com o levantamento minucioso das atividades e realidades de cada uma das propriedades. “Aqui no Cerrado Mineiro e no Sul de Minas, temos um perfil de fazendas maiores. Já na Chapada Diamantina, são produtores menores, então atendemos cada produtor por meio desse diagnóstico, seguido das recomendações para melhoria para alcançar a neutralidade de emissão de carbono.”

Para auxiliar nessa missão, a Nestlé tem a consultoria da empresa Agrobiota. Com visitas a cada uma das 35 fazendas, a equipe de engenheiros agrônomos deu início aos diagnósticos do ano agrícola de 2021. Segundo Eduardo Hilário Estanti, consultor da região que visitamos, a medição dessa forma detalhada é pioneira no café: “Usando uma ferramenta de inserção de dados fazemos o raio-X da propriedade. É muito interessante para os produtores compreenderem que é para otimizar todo o sistema e, com isso, evoluir todo o seu custo e benefício, diminuir gastos e viabilizar algumas técnicas para melhorar a emissão. É uma evolução que o mercado traz e é benéfica para todos”, reforça.

Um exemplo muito direto percebemos na Fazenda Pântano, de Wagner Ferrero. Lá tudo é mensurado, mas, ao receber o diagnóstico, o produtor pode ter acesso mais preciso aos gastos de combustível dos tratores, por exemplo. Na propriedade, 95% da colheita é mecanizada e a produção chega a 1.100 hectares de café. Wagner conta que é muito aberto a novidades e que é importante testar outras maneiras de fazer a cafeicultura. No local, uma grande área de compostagem prepara os adubos orgânicos e, próximo ao terreiro e ao benefício do café, é possível ver a área destinada à captação de água que, depois de tratada, volta para a irrigação, além do filtro para poluentes. A propriedade é certificada UTZ e Rainforest Alliance há mais de dez anos e comercializa cafés para países europeus, Estados Unidos e Austrália, entre outros.

Ferrero é daqueles filhos de italiano bem enfáticos quando o assunto é preservação: “Estamos aqui de passagem e temos de deixar a terra melhor para os nossos descendentes”. De um lado para o outro da fazenda, Ferrero se mostra entusiasmado com a redução da emissão de carbono: “Mas a agricultura regenerativa não é só sequestro de carbono, é outro meio de pensar”.

“Estamos produzindo 5 mil toneladas de composto orgânico para colocar nas lavouras e ao longo dos anos já plantamos 15 mil árvores de reflorestamento”, explica Ferrero

Pensar de outra forma já faz parte do DNA da família Velloso Heitor. Ao entrar na fazenda, já é possível perceber que há muito cuidado com a preservação do meio onde vivemos. “Meu pai era um conservacionista” explica Sheyla Velloso Heitor. O lugar onde não havia água no passado hoje abriga uma reserva com trilhas de árvores catalogadas e plantadas, uma a uma, por ela e Wilson Francisco de Brito. As 12 mil árvores tomaram lugar do que antes era um pasto: “Eu ando aqui hoje e não acredito que fui eu que comecei isso aqui”, revela Sheyla.

O nome Reserva Heitor veio depois, em 2017, com a consultoria do Sebrae Minas. “Há doze anos fazemos parte do Educampo, e é muito importante para desenvolver a gestão. O que mais gosto é a troca entre os produtores. Teve um encontro aqui na fazenda em que o produtor chegou, olhou e me falou: ‘Tive várias ideias para solucionar lá na minha fazenda’. Fiquei feliz de poder contribuir”, explica Marcus Heitor de Queiroz.

A família chegou à propriedade nos anos 1990. Quem conta a história é Mariana Heitor, filha dos produtores que, formada em Psicologia, morava em Brasília, onde nasceu. Em 2010, voltou para a fazenda, que fica próximo à cidade de Patos de Minas. O avô, Manoel, veio para a região do Cerrado Mineiro na década de 1970. Na Fazenda Chácara Colônia Agrícola moravam italianos e o português Manoel comprou deles, já preocupado em “cuidar dos animais”, segundo a neta. Mariana anda pela fazenda com orgulho, explicando cada etapa dessa nova fase de composto orgânico e de “reconstruir a vida no solo com as braquiárias nas entrelinhas do café”. Hoje são 131 hectares de café, com 11 variedades diferentes de café arábica e 86% da plantação irrigada com um sistema muito organizado que estão implantando para usar menos quantidade de água.

Wilson, orgulhoso de onde trabalha há 24 anos, fala que o “sonho dele era plantar”. Não só plantou como contribuiu para a criação de uma grande reserva, aonde, anualmente, há 13 anos, as escolas rurais da região levam as crianças para plantar mais de 100 mudas de novas árvores para celebrar o Dia da Árvore, em 21 de setembro. Embaixo dessas árvores ressurgiu a mina d’água da região, e é possível caminhar entre trepadeiras, bambuzais, árvores frutíferas e até paus-brasil. “Cresci com essa visão do meio ambiente”, diz Sheyla. Esperamos que mais crianças possam dar continuidade a esse legado e que o Regenerar seja possível hoje e sempre. A Reserva Heitor nos mostrou que o futuro é hoje.

Marcus, Sheyla, Mariana e Marina trabalham com respeito à natureza e fizeram “brotar” água com novas práticas agrícolas na Reserva Heitor

Agricultura Regenerativa

O que é?

O conceito foi elaborado pelo norte-americano Robert Rodale, nos anos 1990. De acordo com o site do Instituto Rodale, a prioridade número 1 na agricultura regenerativa é a saúde do solo, que está intrinsecamente ligada à saúde total de nosso sistema alimentar. Isso afeta da saúde das plantas ao bem-estar humano e ao futuro do nosso planeta.

Entre os pontos importantes, está o sequestro de carbono. E nesse ponto o Instituto Rodale também alerta que a solução para o aquecimento global está bem debaixo de nossos pés. Gases de efeito estufa – principalmente dióxido de carbono, mas também metano, ozônio e óxido nitroso – foram liberados do solo e da água para a atmosfera por processos naturais por milhões de anos. Precisamos de alguma quantidade desses gases, pois eles capturam a radiação solar e tornam nosso planeta habitável. As plantas e o carbono vivem em constante diálogo. Durante a fotossíntese, as plantas usam energia solar para extrair moléculas de carboidratos, ou açúcar, do dióxido de carbono.

Esses açúcares à base de carbono são expelidos das raízes da planta, alimentando bactérias e fungos no solo próximo. Por sua vez, esses microrganismos transformam simbioticamente os minerais do solo em nutrientes que alimentam as plantas e as ajudam a combater doenças e a pressão das pragas.

Durante essa troca, os açúcares que são consumidos pelas bactérias e fungos do solo são convertidos em materiais mais estáveis, ​​que retêm carbono no solo por décadas, até séculos. Solo mais saudável significa realmente um planeta mais saudável.

TEXTO Mariana Proença • FOTO Murilo Gharrber

Café & Preparos

Beber de uma a seis xícaras de café por dia: Quais são os benefícios para o corpo?

Foto: Ben Kolde

Uma xícara de café forte pode ser um começo essencial para o seu dia, mas os benefícios podem ir além desse efeito estimulante. Pesquisas sugerem que os apreciadores de café correm menos risco de uma série de doenças graves, como diabetes tipo 2, doença hepática gordurosa e alguns tipos de câncer. E os resultados de um estudo de dez anos recentemente publicado mostram que o consumo moderado de café está associado a um menor risco de doenças cardiovasculares e morte precoce por qualquer causa.

Embora os benefícios estejam associados principalmente ao café moído, também existem alguns para o instantâneo. Além da cafeína, o café – incluindo o instantâneo – contém minerais, principalmente magnésio (para ossos e função muscular saudáveis), potássio (que desempenha um papel na pressão arterial) e vitamina B3 (necessária para liberar energia dos alimentos e um sistema nervoso saudável).

E os riscos? Alguns estudos associaram o café ao aumento do colesterol. Mas isso pode ter sido devido à forma como a bebida foi preparada. “Grande parte da pesquisa se concentrou em um tipo de café fervido e não filtrado popular na Escandinávia e na Turquia”, explica a nutricionista Helen Bond.

O café fervido contém óleos naturais chamados cafestol e kahweol, que podem estimular levemente a produção de colesterol, enquanto tendemos a beber filtrado e instantâneo. E a ideia de que a cafeína é ruim para o coração por causa de seu efeito “estimulante”? De fato, um estudo recente descobriu que cada xícara diária adicional de café estava associada a um risco 3% menor de ocorrência de qualquer problema de ritmo cardíaco, informou a revista JAMA Internal Medicine.

Mas você ainda pode ter muito disso. A Agência Europeia de Segurança Alimentar diz que uma ingestão diária de 400 mg de cafeína, igual a quatro xícaras de café, é boa para a maioria dos adultos. Porém a sensibilidade individual à cafeína varia. Algumas pessoas podem tolerar muito bem seis ou mais xícaras por dia, e outras ficam nervosas depois de uma ou duas.

Aqui, de uma xícara a seis, estão os benefícios para a saúde que justificam seu hábito diário de café:

Uma xícara

Efeito para a saúde: Aumenta o estado de alerta e ajuda o movimento intestinal,

Os 100 mg ou mais de cafeína em uma xícara de café aumenta o estado de alerta, bloqueando temporariamente a ação da adenosina, uma substância química que sinaliza ao corpo para ficar sonolento. “Os dois produtos químicos têm estruturas moleculares semelhantes e a cafeína pode bloquear o receptor de adenosina”, diz Helen Bond. E o efeito disso é animar você!

Em um estudo de 2012, publicado na revista Psychopharmacology, uma única xícara de café no meio de uma sessão de quatro horas de condução simulada na estrada ajudou os motoristas a se sentirem menos cansados, reduziram a quantidade de deslocamentos na estrada e os ajudaram a manter um ritmo e velocidade mais consistentes.

Foto: Sean Benesh

Uma xícara de café também pode estimular o intestino. Em um estudo importante de 1990 na revista Gut, 29% dos bebedores de café disseram que seu café da manhã lhes dava vontade de ir ao banheiro – e, de fato, sua atividade intestinal refletia isso, com café regular e descafeinado causando contrações na parte inferior do intestino dentro de quatro minutos. Uma teoria é que a cafeína e outros produtos químicos no café estimulam a liberação de hormônios digestivos que estimulam as contrações intestinais.

Curiosamente, beber um café todos os dias tem sido associado a um microbioma intestinal mais saudável, com mais espécies bacterianas anti-inflamatórias. “O café filtrado é uma boa fonte de um composto vegetal benéfico chamado ácido clorogênico”, explica Helen Bond. “Isso age como um prebiótico [alimento] para nossos micróbios intestinais, ajudando-os a prosperar e produzir substâncias benéficas para nossa saúde, como ácidos graxos de cadeia curta [ligados ao humor]”, destaca a nutricionista.

Duas xícaras

Efeito na saúde: Melhora a resistência ao exercício e protege o coração.

Algumas xícaras de café podem aumentar o desempenho do exercício, de acordo com a Sociedade Internacional de Nutrição Esportiva nos EUA. Os pesquisadores descobriram que a quantidade necessária para ajudar a melhorar a resistência e a velocidade, bem como o desempenho em esportes como o futebol, é de 3 mg a 6 mg de cafeína por kg de peso corporal – isso é um mínimo de 195 mg (cerca de dois cafés) para alguém pesando 65 kg. Seu efeito estimulante sobre o sistema nervoso reduz a fadiga e a percepção de esforço.

Foto: Conor Brown

Beber duas xícaras de café (padrão, não descafeinado) por dia também pode diminuir o risco de insuficiência cardíaca, onde o coração não consegue bombear sangue de forma eficiente pelo corpo.

Uma xícara não fez diferença, mas as pessoas que bebiam duas ou mais xícaras por dia tiveram uma redução de 30% no risco de insuficiência cardíaca, de acordo com um estudo do ano passado da Universidade do Colorado – possivelmente devido ao efeito da cafeína na sensibilidade à insulina (ou seja, como bem, nossos corpos removem o açúcar do sangue) e o equilíbrio hídrico do corpo.

Três xícaras

Efeito na saúde: Pode diminuir a chance de acidente vascular cerebral e Parkinson.

Uma pesquisa publicada em janeiro no European Journal of Preventive Cardiology, envolvendo quase meio milhão de britânicos, descobriu que beber cerca de três xícaras de café moído diariamente reduz o risco de derrame em 21%, em comparação com os abstêmios de café.

Os consumidores de três xícaras por dia também eram 17% menos propensos a morrer de doenças cardiovasculares em geral e 12% menos propensos a morrer prematuramente por qualquer causa. Acredita-se que os antioxidantes e outros compostos nos grãos sejam fundamentais, protegendo contra danos nas artérias, o que pode levar a problemas cardíacos e derrames.

Foto: Devin Avery

A cafeína no café também pode ajudar a prevenir e controlar a doença de Parkinson, ajudando a manter os níveis de dopamina – a substância química do cérebro envolvida no controle do movimento que está esgotada na doença.

Um estudo de 2014 da Universidade de Shandong e da Universidade de Qingdao, ambas na China, descobriu que o efeito protetor do café contra o Parkinson atingiu o pico (com risco 28% menor) em cerca de três xícaras por dia.

Quatro xícaras

Efeito na saúde: Protege contra a doença hepática gordurosa e fornece nutrientes.

Um estudo no ano passado descobriu que pessoas que bebem de três a quatro xícaras de café por dia tinham um risco 19% menor de desenvolver doença hepática gordurosa não alcoólica, onde a gordura se acumula no fígado e pode causar sérios danos: um em cada três britânicos acredita-se que seja afetado por esta dieta e doença relacionada ao estilo de vida.

A pesquisa, das universidades de Southampton e Edimburgo, descobriu que três a quatro xícaras diárias também estavam ligadas a um risco 21% menor de desenvolver câncer de fígado.

Foto: Alphacolor

Todo o café era benéfico, mas o moído era um pouco mais. Isso pode ser devido aos efeitos anti-inflamatórios do café. E em pessoas com doença hepática, uma substância química chamada paraxantina (produzida quando a cafeína é metabolizada no fígado) retarda a formação de tecido cicatricial no órgão.

Helen Bond diz que quatro xícaras de café por dia têm benefícios nutricionais surpreendentes. “Esta quantidade de café de intesidade média pode fornecer até 1.150 mg de potássio – mais da metade da quantidade diária recomendada e mais potássio do que quatro bananas pequenas. Também forneceria 100 mg de magnésio – cerca de um quarto da ingestão diária recomendada – e 9 mg de niacina, mais da metade da ingestão diária recomendada”, comenta.

O café instantâneo também fornece esses nutrientes, mas em quantidades menores (possivelmente porque alguns nutrientes são removidos durante o processamento).

Cinco xícaras

Efeito na saúde: Pode prevenir diabetes tipo 2.

Um estudo com mais de um milhão de pessoas pelo Instituto Karolinska, na Suécia, descobriu que aqueles que bebiam cinco xícaras por dia tinham um risco 29% menor de diabetes tipo 2, em comparação com quem não consome.

O ácido cafeico e os ácidos clorogênicos são dois compostos do grão de café que podem ajudar a prevenir os depósitos de uma proteína, o polipeptídeo amilóide, que pode se acumular no pâncreas e destruir as células que produzem insulina. O café descafeinado pode ter o mesmo efeito protetor, sugeriu o estudo.

Foto: Andrew Neel

Seis xícaras ou mais

Efeito na saúde: Reduz o risco de gota.

A maior ingestão de café está ligada à menor chance de desenvolver gota – causada pelo acúmulo de um resíduo chamado ácido úrico nas articulações – de acordo com dados do estudo Health Physicians Follow-Up, publicado pela Universidade de Boston.

Nos homens, a chance de desenvolver gota ao longo de 12 anos foi 59% menor para aqueles que bebiam seis ou mais xícaras por dia em comparação com os homens que não bebiam. O risco foi 40% menor para os homens que bebiam de quatro a cinco xícaras por dia.

O café com cafeína teve o efeito mais forte, mas o descafeinado ainda era benéfico, levando os pesquisadores a sugerir que componentes como o ácido clorogênico podem funcionar para diminuir os níveis sanguíneos de ácido úrico.

Resultados semelhantes foram encontrados em mulheres pelos mesmos pesquisadores: quatro xícaras de café regular por dia foram associadas a um risco reduzido de gota em 57%.

TEXTO As informações são do Daily Mail / Tradução Juliana Santin

Barista

SCA anuncia mudança da World of Coffee 2022 para a cidade de Milão

Por conta do conflito entre Rússia e Ucrânia, a Specialty Coffee Association (SCA) anunciou nesta quinta-feira (24) uma alteração na realização da World of Coffee 2022, que passa de Varsóvia, na Polônia, para Milão, na Itália, nos dias 23 e 25 de junho.

“A invasão da Rússia na Ucrânia está forçando milhares de ucranianos a se refugiarem na Polônia, incluindo no PTAK Convention Center, onde a World of Coffee estava marcada para acontecer”, escreveu a organização em comunicado.

Os Campeonatos Mundiais de Latte Art, Coffee in Good Spirits, Cup Tasters, Ibrik e Torra também acompanham a mudança de local. “Embora as circunstâncias sejam lamentáveis, esperamos trazer a World of Coffee de volta à Itália, berço do café espresso. Essa será a primeira vez que o evento viaja a Milão, e estamos entusiasmados com a parceria com o Milano Convention Center, local moderno no coração da cidade”, destacou.

Vai, Brasil!

Nosso país conta com representantes em quatro desses cinco Mundiais citados acima: Tiago Rocha, no Latte Art; Emerson Nascimento, no Coffee in Good Spirits; e Phelippe Nascimento, no Cup Tasters. O campeão brasileiro de Torra será conhecido ainda este ano. Em breve a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) anunciará as datas da competição. O Ibrik não é realizado no Brasil. 

Mais informações: www.worldofcoffee.org 

TEXTO Redação • FOTO Tyler Nix

Cafezal

7º Fórum de Qualidade do Café acontece na Alta Mogiana

No dia 31 de março, às 9h, terá início o 7º Fórum de Qualidade do Café da Região da Alta Mogiana, no Hotel Dann Inn. O evento é gratuito e as inscrições podem ser feitas no site da associação.

Edgard Bressani, presidente da Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana (AMSC), declarou: “Este é um primeiro evento de uma série de ações que acontecerão este ano, culminando com o 20º Concurso de Qualidade de Café da Alta Mogiana, que tem várias fases e  encerra com a cerimônia de premiação em novembro deste ano. Será um evento marcante”.

O fórum contará com a presença de grandes nomes da cafeicultura nacional em palestra e painéis, trazendo temas bastante atuais e endereçados principalmente a produtores, agrônomos, técnicos agrícolas, torrefações, cafeterias, mestres de torra, baristas, classificadores de café, profissionais do setor, estudantes, apaixonados por café e outros.

Temas:

– Guerra, Covid e Geada – o futuro do café – Celso Vegro
– Mecanismos de proteção em preços e estratégias – Márcio José Marin, Ana Flavia Miranda e Laís Faleiros
– Transformação, produção de cafés especiais – Tuca Dias, Catarina Kim e Boram Um
– Variedade, condução, manejo e processos para cafés especiais – Gerson Giomo, Alessandro Guieiro, André Cunha e Jean Faleiros

“A região da Alta Mogiana tem mais de 200 anos de tradição na produção de excepcionais lotes de cafés especiais, que são comercializados e valorizados no Brasil e no exterior. Anualmente a associação participa de feiras aqui e em outros países, quando organiza sessões de prova de café, faz apresentações e divulga as marcas associadas e promove a IG – Indicação de Procedência da Alta Mogiana, que tem enorme importância e é um ‘asset’ da região. É preciso envolver cada vez mais pessoas para que o café especial seja cada vez mais inclusivo. Nossa missão é levar isso para um número maior de produtores e pessoas ligadas aos cafés especiais”, comenta  o presidente.

A evolução dos cafés especiais no mercado nacional e internacional, nos últimos anos, foi incrível e muitos novos negócios estão surgindo com a pandemia mostrando sinais de que já é possível retomar a vida, com os devidos cuidados. “Nossas cafeterias associadas já estão cheias de novo e as torrefações estão vendendo bem, mas ainda se reestruturando para absorver a alta de preço do café. Por sua vez, o produtor é quem está ainda está em um momento de incertezas devido à alta do custo de produção, com preços mais altos de insumos, como fertilizantes, combustível, e também pela volatilidade da bolsa e queda do dólar”, lembra o cafeólogo.

“O 7º Fórum de Qualidade do Café da Região da Alta Mogiana contará com a presença de nossas parceiras – as Cerejas do Café e de pessoas ligadas às empresas patrocinaram e apoiaram na divulgação do evento”, conclui Bressani.

Sobre a AMSC

Fundada em 2005, a AMSC é uma entidade sem fins lucrativos que busca representar com legitimidade os produtores de cafés especiais da Região da Alta Mogiana que buscam melhores possibilidades de venderem seus cafés de alta qualidade fora do sistema de commodities. Ao longo dos anos, tem orientado e conduzido os produtores associados a obter a excelência na produção e na qualidade. Anualmente realiza e participa de eventos, feiras e congressos no Brasil e no mundo, fortalecendo a exposição dos produtores e estreitando os laços entre compradores e consumidores finais. O calendário anual também é sempre recheado de ações visando a qualificação profissional por meio de cursos, treinamentos, palestras e muito mais. Além disso, parcerias com empresas de equipamentos, sistemas, torrefação, embalagem, tornam a cadeia produtiva dos associados dinâmica e forte.

Diretores Biênio 22/23

Diretor Presidente: Edgard Bressani
Diretor Vice-Presidente: André Luis da Cunha
Diretor Tesoureiro: Guilherme Dias de Sousa Alves
Diretor Secretário: Julio Aparecido da Silva Ferreira
1º Conselheiro Fiscal: Jean Vilhena Faleiros
2º Conselheiro Fiscal: José Domingos Cardoso Guasti
 Conselheiro Fiscal: Gustavo Leonel
1º Suplente: Bruna Moreira de Souza
2º Suplente: Augusto Jose Taveira Rodrigues Alves

TEXTO Redação • FOTO Lucas Albin/Agência Ophelia

Crise de fertilizantes afeta competitividade de cafeicultores e cria oportunidades para a agricultura regenerativa

O grande aumento nos preços dos fertilizantes provocado pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia causará altas no custo de produção do café, mas este impacto provavelmente será muito diferente dependendo do país e do tamanho da fazenda. Isto pode ser uma vantagem competitiva para pequenos produtores que usam menos fertilizantes por hectare? Isto pode ser uma oportunidade para produtores de todos os tamanhos aumentarem as práticas de agricultura regenerativa?

O uso de fertilizantes é muito mais intenso em países de alta produtividade, como Vietnã e Brasil, onde a produtividade média do café é de cerca de 2 toneladas por hectare, do que em países de baixa produtividade, cuja produtividade média pode ser
tão baixa como 500 kg por hectare. Mas mesmo no Brasil e não tanto no Vietnã, os pequenos produtores tendem a usar menos fertilizantes do que os de médio e grande porte. Pequenas fazendas usam muito menos ou nenhum fertilizante em muitos países produtores. Com isso, seu custo de produção será menos impactado pela atual crise de fertilizantes e poderão ganhar competitividade em relação aos produtores maiores.

Isto pode não ser o caminho ideal para pequenos produtores e alguns países se tornarem relativamente mais competitivos, mas é um fato que resulta de preços mais altos de fertilizantes. Por outro lado, isto será um incentivo para os produtores de todos os tamanhos aumentarem o uso da agricultura regenerativa para garantir que a produtividade econômica máxima seja alcançada.

A busca da alta produtividade sem a devida consideração de seus custos deve ser questionada e a produtividade que proporciona o maior lucro, ou seja, a produtividade econômica máxima, deve ser buscada em todos os momentos. A agricultura
regenerativa pode ser um caminho a ser seguido por produtores de todos os tamanhos sempre e especialmente em tempos de preços altos de fertilizantes.

A agricultura regenerativa, uma abordagem de conservação e reabilitação baseada na regeneração do solo superficial, melhora do ciclo da água, aumento da biodiversidade, melhora do ecossistema e apoio ao bio-sequestro, baseia-se em muitas práticas que são mais fáceis de implementar em pequenas propriedades, por exemplo: reciclagem de resíduos agrícolas, agrossilvicultura, restauração ecológica, etc. Isto pode favorecer a competitividade e aumentar a resiliência às mudanças climáticas dos pequenos cafeicultores, desde que tenham acesso a essas tecnologias.

A crise dos fertilizantes deve fornecer incentivos para que as fazendas de café de todos os tamanhos aumentem seu uso da agricultura regenerativa e criem um círculo virtuoso. Por exemplo, à medida que a saúde do solo melhora os requisitos de insumos podem diminuir, incluindo fertilizantes, a resiliência às mudanças climáticas pode aumentar e a produtividade também.

Não vamos, no entanto, tratar os atuais altos preços dos fertilizantes e as oportunidades que eles criam como uma panaceia para a redução de seu uso. Os fertilizantes continuam sendo um insumo fundamental para fazendas de todos os tamanhos alcançarem a máxima produtividade econômica do café em muitos ambientes e países produtores, ainda mais quando seu preço é mais baixo.

TEXTO Carlos Brando • FOTO Café Editora

Café & Preparos

Cafeteria Dulcerrado realiza curso de torra com foco em cafés especiais

Você sabia que a torra do café é um dos principais processos para se extrair uma bebida de qualidade, tendo fatores decisivos para o aroma e sabor do produto final?

Sobre o assunto, a Cafeteria Dulcerrado, por meio da Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocaccer), realizará um curso exclusivo de 16h de duração sobre torra de cafés especiais nos dias 26 e 27 de março, das 8h às 18h.

Serão 12 vagas disponibilizadas. Os participantes aprenderão sobre as principais práticas, tempo, métodos e perfis para se alcançar a torra ideal para cafés especiais, além de apresentar e instruir as máquinas de torra utilizadas.

O curso será ministrado pelos mestres de torra da Expocaccer, Mattheus Narcizo dos Santos, e da Cafeteria Dulcerrado, Aldair Maciel, que juntos possuem mais de 10 anos de experiência no mundo do café, com diversas especializações e títulos em campeonatos de torra.

“Por meio de aulas teóricas e práticas, vamos apresentar muito além das técnicas e segredos. A intenção do curso é oferecer experiências e ensinar sobre a influência de todos os fatores e processos da torra na xícara também, ou seja, para a qualidade da bebida”, revela Matheus Narcizo.

O evento faz parte do calendário de ações da Jornada da Qualidade 2022 da Expocaccer, que visa instruir, capacitar e atualizar pessoas que atuam no segmento café.

Para participar, os interessados deverão se inscrever pelo telefone: (34) 3839-9300.

TEXTO Redação • FOTO Dulcerrado
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