Cafezal

Daterra Coffee é a nova integrante da plataforma colaborativa do Consórcio Cerrado das Águas

No mês de abril deste ano, a plataforma colaborativa do Consórcio Cerrado das Águas ganhou reforço. A Daterra Coffee, empresa referência em produção sustentável e exportação de cafés, se une às demais empresas Nespresso, Nescafé, Lavazza, Expocaccer, Cofco, Volcafe, Stockler, Cooxupé, para trabalhar, conjuntamente, com produtores rurais na implementação de estratégias para uma agricultura climaticamente inteligente e, assim, construírem paisagens produtivas sustentáveis.

Antes de integrar a plataforma como membro associado, a Daterra já era uma parceira. No ano de 2021, a empresa destinou 30 mil mudas de árvores nativas para o Consórcio Cerrado das Águas, por meio de seu projeto Tree-llion Project, o qual tem como meta plantar, até 2030, 20 milhões de árvores. Com a parceria firmada, os objetivos sustentáveis foram alinhados. Hoje, a empresa, que é uma das pioneiras em cafeicultura sustentável, fortalece a plataforma colaborativa.

“Para a Daterra participar de uma plataforma como essa significa muito e nos enche de orgulho. Mais do que orgulho, nos sentimos responsáveis por somar a um projeto tão bacana, por poder compartilhar e trocar conhecimento com quem está no Cerrado, com quem tem uma especialidade que é esse entendimento que o Consórcio tem, que é tanto da vegetação, passando pela parte hídrica, quanto da parte de produção. Essa visão holística que o Consórcio traz, de integração da vegetação, da água e da produção, é muito importante e relevante. Ter essa visão do todo, do sistema holístico, faz muita diferença”, afirma Isabela Pascoal Becker, diretora de sustentabilidade da Daterra Coffee.

A Daterra foi a primeira fazenda de café certificada pela Rainforest Alliance do Brasil e é considerada a mais sustentável do Brasil. O fato de estar com outras empresas do mesmo segmento para promoção do bem coletivo é algo que fortalece o propósito do Consórcio e os objetivos da Daterra Coffee, como considera Isabela: “O fato de ter outras empresas do café na plataforma, no meu ponto de vista, tem que haver mais, um monte delas, pois, o tipo de desafio que a gente enfrenta com as mudanças climáticas é maior do que pensar em concorrência, pois se não cuidarmos do planeta, não haverá concorrência, muito menos sobrevivência. A plataforma deve ser um espaço apartidário, em que o foco proposto é melhorar o planeta e melhorar o meio ambiente onde produzimos café”, avalia.

Junção de esforços para o bem coletivo

O que uniu a Daterra Coffee e o Consórcio Cerrado das Águas, em 2021, converge esforços para tornar a cafeicultura mais forte e preparada para o futuro, contribuindo com sua melhoria por meio de práticas agrícolas sustentáveis e inteligentes, algo que a diretora de sustentabilidade enxerga com bons olhos e reitera a relevância do trabalho que vem sendo realizado.

“Percebo que o Consórcio Cerrado das Águas será cada vez mais relevante, cada vez mais essencial. A demanda pela prestação de serviço que é realizada hoje precisa e deve aumentar, porque a gente pensa sempre que o produtor, ou que o dinheiro, resolve muita coisa, mas, na verdade, o dinheiro sem conhecimento, sem técnica, sem exemplo, sem pegar na mão e explicar o que proporciona o resultado de todas essas iniciativas, não consegue fazer toda a diferença. Os depoimentos dos produtores trazem toda a verdade e podemos mensurar os resultados quando eles relatam que nasceu floresta onde antes não existia. A natureza fica brava quando nos descuidamos dela, mas quando cuidamos, ela nos presenteia. Assim, precisamos de mais iniciativas como o Consórcio Cerrado das Águas, seja no Cerrado ou em outras áreas”, finaliza Isabela. 

Sobre o Consórcio Cerrado das Águas

Criado em 2015, em Patrocínio (MG), o Consórcio Cerrado das Águas tem como objetivo conscientizar produtores da região sobre a importância de seus ativos ambientais por meio do diagnóstico e investimento nos mesmos, garantindo sua preservação a longo prazo.

A iniciativa possui como membros associados as seguintes empresas: Nescafé, Expocaccer, Nespresso, Lavazza, Cooxupé, CofCo, Volcafe, Stockler, Daterra Coffee, além das instituições apoiadoras como Federação dos Cafeicultores do Cerrado, CerVivo, Imaflora e Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB).

Em 2019, o projeto piloto recebeu do Fundo de Parcerias para Ecossistemas Críticos (CEPF) o valor de US$ 400 mil para implementar o programa que irá promover, inicialmente, o investimento e a proteção dos ecossistemas naturais encontrados em mais de 100 propriedades ao longo da bacia do Córrego Feio. A quantia é o maior subsídio já concedido pelo CEPF, que conta com exigentes doadores como a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), União Europeia, Fundo Mundial para o Ambiente (GEF), Governo do Japão e Banco Mundial.

Barista

Saiba quem são os competidores do Campeonato Brasileiro de Barista 2022

Nesta terça-feira (17), a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) divulgou a lista dos competidores do Campeonato Brasileiro de Barista 2022. A competição está marcada para os dias 24 e 26 de junho, durante a programação do São Paulo Coffee Festival, na Bienal do Ibirapuera, na capital paulista.

Ao todo serão 20 baristas disputando o título de Campeão Brasileiro. O grande vencedor representará o Brasil no Campeonato Mundial, que acontecerá em Melbourne, na Austrália, entre 27 e 30 de setembro deste ano. 

Já sabe para quem vai a sua torcida? Confira a lista:

  • Amanda Gabrielli Mocellin
  • Boram Julio Um
  • Danilo Bananeira
  • Fábio Eduardo Favaretto
  • Felipe Brazza
  • Felipe Bruzzi
  • George Charles Albert Gepp
  • Hugo Santos Silva
  • João Augusto Michalski
  • João Victor Pinto Foster
  • Júlia Henriques da Silva
  • Lorena Franciele Barbosa
  • Marcelo Henrique Moreno de Carvalho
  • Marcondes Oliveira da Trindade
  • Maurício Henrique Maciel
  • Renan Dantas de Brito
  • Rodrigo Amador Evaristo
  • Thiago Ribas Araujo
  • Vinicius da Silva Abrantes
  • Vitor Haubert Ferreira Coelho

Sobre a disputa

Em uma apresentação de no máximo 15 minutos, os competidores devem apresentar aos juízes quatro espressos, quatro bebidas com leite vaporizado e quatro bebidas de assinatura, não necessariamente nesta ordem. 

Na última edição nacional, realizada em 2019 durante a Semana Internacional do Café (SIC), em Belo Horizonte (MG), a disputa teve como vencedor Boram Um, da cafeteria paulistana Um Coffee Co. O barista representou o Brasil no Campeonato Mundial da categoria, que aconteceu em outubro de 2021, e ficou entre os semifinalistas.

TEXTO Redação • FOTO Gustavo Baxter / NITRO

Mercado

Vinicius Estrela é o novo diretor executivo da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA)

Após deliberação dos conselheiros da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), Vinicius Estrela assumiu a gestão da entidade a partir da última segunda-feira (16). Ele sucede Vanusia Nogueira, que se despediu neste mês para assumir a Diretoria Executiva da Organização Internacional do Café (OIC), em Londres, na Inglaterra.

Formado em Relações Internacionais, com pós-graduação em Gestão de Negócios e longa experiência em promoção comercial em diversos segmentos da economia brasileira, Estrela informa que pretende dar sequência e incrementar o trabalho promocional que a BSCA realiza ao longo de sua história.

“Reforçaremos o compromisso da BSCA com o setor no Brasil e no exterior, do produtor ao consumidor, ao realizarmos a intensificação de nossos trabalhos diante da retomada econômica global. O viés das iniciativas, como não poderia ser diferente, será a qualidade com sustentabilidade e a rentabilização adequada a todos os atores da cadeia dos cafés especiais”, revela.

O presidente da BSCA, Henrique Cambraia, entende que a nova gestão contribuirá de forma relevante para a continuidade dos trabalhos de consolidação da imagem dos cafés especiais do Brasil em todo o mundo. “Com sua formação e a experiência profissional, Vinicius certamente nos ajudará a posicionar o Brasil, cada vez mais, como um dos principais players na cadeia mundial de cafés especiais, provendo cafés de qualidade, sustentáveis e com certificação de rastreabilidade”, comenta.

Ele completa que, nos últimos 30 anos, o trabalho de educação e promoção da BSCA contribuiu para que o Brasil conquistasse um grande espaço nesse nicho de mercado. “A Vanusia foi fundamental em todo esse trabalho e, não à toa, destacou-se a ponto de ser eleita como nova executiva da OIC. Agora, na BSCA, é hora de olharmos adiante e elevarmos a régua das nossas qualidades e aromas, consolidando o Brasil como uma das principais referências no setor e, certamente, Vinicius possui total condições para nos auxiliar nesse trabalho”, elogia.

Sobre Vinicius Estrela

Graduado em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB) e pós-graduado em Gestão de Negócios pelo Instituto Brasileiro de Mercados e Capitais (IBMEC), atuou na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) por 15 anos, tendo gerenciado ações de promoção comercial de diversos setores da economia brasileira, em especial com a carteira de alimentos e bebidas, assim como as plataformas de negócios da entidade em grandes eventos, como Olimpíadas, Copa do Mundo e exposições universais. Atuava, em São Paulo, no Escritório da Apex-Brasil para o Sudeste de 2019 até hoje, quando assumiu a gestão da BSCA.

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

CafezalMercado

Seminário Internacional de Café de Santos discute sustentabilidade e diversidade na cafeicultura

Nesta quarta-feira (11) ocorreu a abertura do XXIII Seminário Internacional de Café de Santos: exportação do café do Brasil preparada para a economia mundial. Após dois anos parados por conta da pandemia de Covid-19, o evento, que acontece há 50 anos, retorna com o tema O quanto o Brasil está preparado?”. O Seminário busca discutir assuntos estratégicos para o setor como governança socioambiental, agricultura regenerativa, impacto do clima e desafios de logística.

A edição conta com a  participação de 21 países e autoridades na abertura. Representando o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, o secretário de Agricultura e Abastecimento, Francisco Matturro, participou da abertura do 23º Seminário Internacional do Café de Santos, no Guarujá.

O secretário argumentou que há décadas o Brasil trabalha para se posicionar como principal ofertante de cafés de alta qualidade. “O estado tem intensificado a expansão de cafeterias e de outros tipos de estabelecimentos voltados aos cafés de alta qualidade”, disse.

Francisco apontou que São Paulo tem a cafeicultura como seu berço. “Muitos de nossos institutos, como é o caso do Instituto Agronômico e o Instituto Biológico, foram fundados justamente para estudar e proteger essa cultura tão importante para a economia de São Paulo”, lembrou.

Para o secretário, essas ações realizadas pela Secretaria à cafeicultura não são apenas históricas. “Nossos institutos de pesquisas e assistência técnica estão também conectados com aquilo que é sinalizado como tendência no mercado consumidor”, complementou.

Outra pesquisa que o secretário citou como importante é a que está ligada ao desenvolvimento pelo IAC, de cultivares de café com características voltadas ao mercado de cafés especiais: “Também temos realizado estudos no IAC com o uso de biotecnologia para levar o maior e mais completo banco de germoplasma de cafés do mundo, que fica em Campinas, para uma outra unidade da secretaria”.

Francisco Matturro justificou essas e outras ações com o objetivo de apoiar os cafeicultores, indústrias e exportadores. Atualmente, apenas o estado de São Paulo produz cerca de 6,5 milhões de sacas ao ano. “Esse conjunto de ações faz de São Paulo o território privilegiado do agronegócio Cafés do Brasil”, concluiu.

O presidente da Associação Comercial de Santos, Mauro Sammarco, destaca que o Brasil é líder em produção e exportação, e o Porto de Santos é fundamental na logística da exportação dos grãos brasileiros. 

A primeira palestra contou com o tema “Cenário macroeconômico” e teve Sandro Mazerino Sobral, Head de mercados e trandings do banco Santander Brasil, como palestrante. Ele deu uma verdadeira aula sobre o mercado financeiro e traçou um paralelo entre 2022 e anos anteriores de inflação. “Estamos vivendo um período complicado para o futuro, tem a ver com o mundo, provavelmente será um período de mudança de era. Os futuros historiadores dirão que esse foi um período perigoso para a humanidade, crise financeira de 2008, preservar o sistema como estava, levou hoje aos problemas”, apontou. O palestrante reiterou sobre a inflação que bateu, ontem (11), 12% no Brasil e 8% nos Estados Unidos, o que demonstra um problema mundial.

Michelle Burns, vice-presidente da Global Coffee Tea and Cocoa da Starbucks Coffee Company, foi a segunda palestrante da tarde e apresentou o trabalho realizado pela empresa que envolve tecnologia e sustentabilidade. “Pensamos em como buscar melhorias, práticas sustentáveis ao lado dos produtores. Precisamos fazer com que os agricultores tenham uma renda suficiente para bem estar e melhoria nas comunidades”, destacou. Michelle ainda comentou sobre o centro da Starbucks na cidade de Varginha (MG), em que é possível aprender e trocar soluções para o setor e que serão compartilhadas em todo o mundo. 

Para encerrar o primeiro dia do Seminário, ocorreu um painel com o tema “O Brasil está bem-posicionado na Cadeia Mundial de Café?”, moderado por Carlos Alberto F. Santana Jr., da EISA, com a participação de Trishul Mandana, diretor executivo da Volcafé (ED&FMan Coffee Division); Edward A. Esteve, Chief Carbon Officer and Head of Coffee Division da ECOM Agroindustrial; e David Neumann, CEO da NKG. 

O painel levantou algumas discussões e David Neumann destacou que as perspectivas para o café brasileiro são excelentes, porém é preciso atenção em relação às mudanças climáticas e as dificuldades que irão existir para as próximas gerações. 

“O Brasil traz exemplos maravilhosos de produção, mas é necessário uma liderança mais forte, uma linha de negócios e focar em ajudar os pequenos e médios produtores em relação à sustentabilidade. Os negócios de café tem que ser mais simples para concentrar nos problemas e equilibrar as necessidades. Troquem ideias, a ciência pode salvar o café e nós, se não fizermos algo, vamos continuar em um mundo no qual o café não é acessível para todos”, reforçou. 

Edward apontou as tecnologias aplicadas no Brasil e que não são vistas em outros países produtores: “Aqui vocês possuem escala, tecnologia, terrenos que permitem a mecanização. Brasil cada vez mais está bem posicionado no mercado e tenho inveja cada vez que vejo a cultura do café e possibilidades para os produtores”. 

Já Trishul trouxe alguns dados relacionados ao avanço da produção e aumento do consumo. “A indústria como um todo deve se preocupar com relações como a diversidade, os custos do frete, taxas de exportação e clima”, destacou. Ele acredita que o aumento do consumo deve voltar ao patamar de antes da pandemia, de 2% ao ano. “É importante apresentar ao consumidor a perspectiva, apresentar a diversidade, as histórias, romances e porque o preço do café é diferenciado”, disse. 

“Muitas empresas firmaram o compromisso do carbono zero até 2050, mas como isso será realizado? Os compradores acabam avaliando o melhor plano na hora de adquirir os cafés e o consumidor pagará por isso? Ele é quem vai decidir se irá consumir um café que possua algum tipo de certificação ou não”, finalizou Edward. 

A grade de programação do evento segue durante essa quinta-feira (12).

TEXTO Natália Camoleze • FOTO Natália Camoleze

Cafeteria & Afins

Tectonica – São Paulo (SP)

“É um nome potente e feminino que a gente adora!”, conta Tatiana Azevedo, proprietária do Tectonica ao lado de sua amiga Bruna Ary. As jovens se conheceram quando ambas estavam morando em Paris. Bruna, que trabalhava como gestora de comunicação, sempre esteve atenta aos cafés que provava na capital francesa. Já a roteirista Tatiana passava os dias organizando shows na sala e na garagem de sua casa. “Juntamos nossas forças e vontades para montar um espaço cultural com bons cafés e comidas vegetarianas artesanais.”

A partir desse desejo – e de volta ao Brasil – as amigas planejaram e inauguraram a cafeteria, em julho de 2018. Localizada no tradicional bairro da Pompeia, a casa traz um ar acolhedor, que abraça todas as pessoas. O espaço lembra o quintal de uma casa simples de bairro, com cadeiras de praia, plantinhas no muro e uma simplicidade que encanta.

A cara de São Paulo

Para conhecer melhor a Tectonica, vale pedir uma xícara de café! Atualmente, a cafeteria trabalha com os parceiros da Cafeína Records, da Siriema Coffee Roasters e do Café e Cold Bixo. “Durante a pandemia, escolhemos trabalhar apenas com hario v60, aeropress e french press. Devolvemos nossa máquina de espresso e estamos estudando se queremos uma nova ou se vamos ficar apenas nesses métodos. Em breve lançaremos a nossa receitinha de kalita!”, explica Tatiana. A casa também conta com opções como o “coado-tônica”, o “coaduccino” (que consiste em um cappuccino com café coado) e o drinque de café com bourbon.

O cardápio é totalmente vegetariano e apenas o pão não é feito na própria cozinha – é preparado pelos parceiros da Bâtard Padaria Artesanal, em São Paulo. Um dos pontos fortes da casa é a variedade de toasts, feitas com pão de fermentação natural: manteiga de amendoim com mix de cogumelos glaceados, homus de beterraba com abacate temperado, ricota de amendoim com chutney de tomate, entre outros sabores. “Nosso carro-chefe é o banana bread, mas a pancake de geleia de amoras com calda de limão também faz sucesso, assim como a nossa banoffee”.

Informações sobre a Cafeteria

Endereço Rua Ministro Ferreira Alves, 686
Bairro Pompeia
Cidade São Paulo
Estado São Paulo
País Brasil
Website http://instagram.com/tectonica.sp
Telefone (11) 98351-6024
Horário de Atendimento Quinta e sexta, das 12h às 18h; sábado e domingo, das 9h às 15h
TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Bruno Graziano e Bruna Ary

Barista

Inscrições para Campeonato Brasileiro de Barista abrem dia 12 de maio

A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) divulgou a data do Campeonato Brasileiro de Barista deste ano. A competição está marcada para acontecer dentro da grade de programação do São Paulo Coffee Festival, entre 24 e 26 de junho, na Bienal do Parque Ibirapuera, em São Paulo (SP).

Ficou interessado? Então se liga: as inscrições abrem às 10h da próxima quinta-feira, 12 de maio, através do site da BSCA. O vencedor da etapa nacional representará o Brasil no Campeonato Mundial de Barista, que acontecerá em Melbourne, na Austrália, entre 27 e 30 de setembro de 2022.

O Campeonato Brasileiro de Barista é um evento da World Coffee Championship, realizado pela BSCA, com apoio do São Paulo Coffee Festival e promoção da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). A Revista Espresso é a mídia oficial!

Sobre a disputa

Em uma apresentação de no máximo 15 minutos, os competidores devem apresentar aos juízes quatro espressos, quatro bebidas com leite vaporizado e quatro bebidas de assinatura, não necessariamente nesta ordem. 

Na última edição nacional, realizada em 2019 durante a Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte (MG), a disputa teve como vencedor Boram Um, da cafeteria paulistana Um Coffee Co. O barista representou o Brasil no Campeonato Mundial da categoria, em outubro de 2021, e ficou entre os semifinalistas.

TEXTO Redação

CafezalMercado

Embrapa e IAC desenvolvem método que identifica cafeeiros com teor reduzido de cafeína

Foto: Roberto Seba

Um método para identificação e seleção de plantas de café (Coffea arabica) com teor de cafeína reduzido teve a patente reconhecida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). As inventoras da metodologia são as pesquisadoras Mirian Perez Maluf, da Embrapa Café, e Maria Bernadete Silvarolla, do Instituto Agronômico (IAC). 

“O método foi um avanço importante para o desenvolvimento de cultivares de café arábica naturalmente descafeinadas, ou com baixo teor de cafeína. A inovação trará benefícios à cafeicultura, à agroindústria ligada ao café e aos consumidores,” avalia Mirian. 

“Esse método foi validado em campo e conseguimos transmitir a característica de ausência ou baixíssimo teor de cafeína para várias gerações de plantas e com diferentes origens genéticas”, comemora a pesquisadora da Embrapa, que realiza suas pesquisas no IAC por meio de parceria, estabelecida no âmbito do Consórcio Pesquisa Café, entre a Embrapa e o Instituto, o qual é ligado à Secretaria Estadual de Agricultura de São Paulo.

Ela ressalta que o mercado de café descafeinado é um nicho que pode crescer consideravelmente, uma vez que cerca de 10% dos consumidores de café no mundo costumam consumir esse tipo da bebida, e no Brasil esse público é de apenas 1%. Atualmente, os cafés são descafeinados por processos industriais. Esses processos, além da cafeína, acabam retirando do grão vários outros compostos que conferem suas características sensoriais. 

Para Maria Bernadete, essa inovação é capaz de viabilizar o desenvolvimento de cultivares com baixo conteúdo de cafeína, com potencial de se tornarem mais uma opção de cultivo para o produtor de café do Brasil. “Haverá o diferencial desse perfil químico já nas sementes, com agregação de valor diretamente para o cafeicultor”, resume a pesquisadora do IAC.

O trabalho dela envolveu a identificação dos mutantes naturalmente descafeinados e a realização dos cruzamentos entre esses materiais e cultivares elite, aquelas que reúnem qualidades agronômicas e industriais. “Concluída essa fase, fizemos as seleções nas gerações segregantes com o objetivo de transferir os genes responsáveis pela característica de baixo conteúdo de cafeína dos mutantes para cultivares elite, visando reunir o baixo teor de cafeína e a alta produtividade das cultivares”, explica. 

“As plantas híbridas e as das gerações posteriores foram utilizadas nas análises moleculares de laboratório, a fim de identificar as diferenças entre os materiais com teores normais de cafeína e aqueles com quantidades reduzidas, o que deu origem ao método agora patenteado”, comenta a cientista.

Histórico da pesquisa

Para entender o achado e sua importância, é preciso fazer uma pequena cronologia dos estudos para a obtenção de uma cultivar naturalmente sem cafeína de café arábica, a espécie mais consumida. Em 1964, pesquisadores de países produtores de café, entre eles brasileiros, financiados pela Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), coletaram sementes de 300 plantas de café na Etiópia, país de origem do produto. 

Com a criação do programa de melhoramento genético do cafeeiro, do Instituto Agronômico, em 1987 foram realizados cruzamentos das espécies selvagens de café com baixo teor de cafeína com variedades de C. arabica, no entanto, características que não interessavam eram passadas para as plantas filhas. 

Em 1996 foi iniciado o projeto com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café. Naquele trabalho foram analisadas cerca de três mil plantas de café do Banco de Germoplasma do IAC, o que resultou, em 2003, na descoberta de três plantas de uma mesma família que eram naturalmente descafeinadas. A descoberta foi feita pela geneticista Maria Bernadete Silvarolla, em trabalho conjunto com o pesquisador Luiz Carlos Fazuoli, também do IAC, e de Paulo Mazzafera, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). As plantas foram batizadas de AC1, AC2 e AC3 em homenagem ao geneticista de café Alcides Carvalho, já falecido.

A partir dessa descoberta, foram realizadas várias pesquisas com essas plantas. Em 2005, com financiamento do Consórcio Pesquisa Café e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a pesquisadora Mirian Maluf iniciou análises moleculares do gene que codifica a cafeína sintase (cs), uma das enzimas da via de síntese de cafeína, presente no cafeeiro AC1, que é naturalmente descafeinado, e identificou as várias alterações de nucleotídeos, os chamados polimorfismos do tipo SNP, em comparação com a sequência do gene isolado em cafeeiros com teores normais de cafeína.

Com isso foi possível identificar e marcar esse gene cs, além de entender as mutações sofridas por ele associadas à ausência de cafeína. A partir desse achado, a ideia é provocar essa mesma mutação em cafeeiros que hoje já são cultivados com alta produtividade. Isso é possível com a realização de programas de melhoramento assistido ou por edição gênica.

TEXTO Redação

CafezalMercado

Nucoffee apresenta inovações durante XXIII Seminário Internacional do Café de Santos

Durante o XXIII Seminário Internacional do Café de Santos, marcado para acontecer entre os dias 11 e 12 de maio, no Sofitel Jequetimar, na cidade de Guarujá, no litoral paulista, a Nucoffee, plataforma de café da Syngenta, apresenta suas soluções de cafés. 

“O Seminário Internacional do Café é uma oportunidade para debatermos assuntos relevantes para o setor, além de podermos apresentar o café especial Nutracêutico ao mercado nacional”, afirma Juan Gimenes, Gerente de Inovações da Nucoffe

Na quinta-feira (12), às 9h, o prof. Flávio Borém, especialista em cafés especiais do Departamento de Engenharia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), ministra a palestra “Um novo olhar para a pós-colheita num cenário de mudanças climáticas”, que será promovida pela Nucoffee.

Café nutracêutico

O café nutracêutico, desenvolvido por meio de uma parceria público-privada entre a Syngenta e a UFLA, será o grande destaque da Nucoffee no Seminário. Com sabor intensificado e alto índice de qualidade, o grão aumentou em até 40% suas propriedades antioxidantes. Obtida por meio de um processo inovador, que utiliza até 30% dos grãos verdes, a técnica gera maior produtividade na colheita. Isso significa que os cafés nutracêuticos reúnem mais doçura, complexidade, acidez e corpo.

Esse aperfeiçoamento dos grãos, caracterizados como nutracêuticos – nutricional, funcional e medicinal –, permite que os produtores ofereçam cafés com sabores que o consumidor ainda não experimentou, além de possibilitar a comercialização do produto em outros setores, como o farmacológico, de suplementos e até mesmo o de cosméticos.

“A maturação desuniforme é um grande desafio para a qualidade hoje em dia e, com esse programa, otimizamos a janela de colheita, aumentando o potencial de qualidade dos frutos. O projeto é uma inovação que permite produzir cafés especiais a partir de frutos com elevada porcentagem de grãos imaturos, aproveitando os benefícios que eles trazem à saúde devido à alta ação antioxidante”, declara Juan.

A empresa também preparou para o evento sessões de degustação de cafés especiais e chá gelado de polpa de café, além de reservar uma sala de reunião para rodadas de negociação e networking com os principais players do setor.

Ciência por trás da xícara

De acordo com o prof. Borém, o Brasil, como maior produtor de café do mundo, tem muitos promotores e amantes da bebida, porém, quando se trata de ciência por trás de uma xícara de café especial, o assunto é mais complexo e requer muitos estudos. “A qualidade do produto é fundamental e, por isto, a interação entre genótipo e ambiente, além das tecnologias pós-colheita, são temas extremamente relevantes”, explica.

Ainda segundo o especialista, o Brasil vem enfrentando, nos últimos 10 anos, novas condições climáticas que criam desuniformidades na maturação do grão, gerando mais desafios aos produtores. “Apesar do país ter exportado cerca de 7 milhões de sacas de cafés diferenciados nos últimos cinco anos, fatores climáticos, incluindo temperatura média, níveis anuais de chuva e sazonalidade, têm influenciado nas características fisiológicas do grão”.

“Buscamos alternativas para aprimorar o perfil sensorial dos grãos e aumentar a produtividade da colheita, além de reduzir a queda de frutos no chão ao mesmo tempo em que apoiamos a evolução de uma agricultura mais positiva, capaz de reduzir a emissão de gases do efeito estufa e apta a capturar carbono”, finalizar Juan.

TEXTO Redação • FOTO Café Editora

CafezalMercado

Mineiros levam a melhor no 31º Prêmio Ernesto Illy de Qualidade do Café

Após dois anos de espera por conta da pandemia de Covid-19, a Espresso esteve presente na cerimônia de premiação do 31º Prêmio Ernesto Illy de Qualidade do Café para Espresso, que aconteceu na noite da última quinta-feira (5), na cidade de São Paulo, e reuniu produtores, pesquisadores e demais personalidades importantes do setor cafeeiro para divulgar e parabenizar os melhores cafés do concurso.

A edição contou com o recebimento de 754 amostras de café arábica, da safra 2021/2022, cultivadas em diferentes partes do Brasil. Após análises, a Comissão Julgadora, composta por especialistas seniors em espresso da illycaffè, chegou aos 40 melhores.

Na categoria Nacional, os três cafés mais bem pontuados foram todos de Minas Gerais, produzidos pelos cafeicultores Candido de Sorti Machado, de Muzambinho, no Sul de Minas; Claudio Esteves Gutierrez, de Capelinha, na Chapada de Minas; e João Batista dos Santos, de Araponga, nas Matas de Minas. A ordem de classificação entre eles será descoberta apenas no 7º Prêmio Internacional Ernesto Illy, que acontecerá em Nova York no segundo semestre.

O 4º lugar da premiação foi para Tapiratiba (SP), para o produtor Luiz Miguel Costa Rocha, seguido de Marie Nakao Sasaki, de Patos de Minas (MG), que ficou em 5º lugar, e Cristiane Zancanaro Simões, de Cristalina (GO), na 6ª colocação.

Outras categorias premiadas na competição são a Regional, que parabeniza as duas melhores amostras de cada região participante da edição, e a Classificador do Ano. Confira os nomes:

Cerrado Mineiro
1º lugar 
Marie Nakao Sasaki, de Patos de Minas (MG)
2º lugar Catarina Takahashi Myaki, de Patrocínio (MG)

Centro-Oeste
1º lugar 
Cristiane Zancanaro Simões, de Cristalina (GO)
2º lugar Álvaro Luiz Orioli, de Niquelândia (GO)

Chapada de Minas
1º lugar 
Claudio Esteves Gutierrez, de Capelinha (MG)
2º lugar CBI Madeiras, de Capelinha (MG)

Matas de Minas
1º lugar 
João Batista dos Santos, de Araponga (MG)
2º lugar Raimundo Dimas Santana, de Araponga (MG)

Sul de Minas
1º lugar 
Candido de Sordi Machado, de Muzambinho (MG)
2º lugar Rodrigo de Almeida Machado, de Muzambinho (MG)

São Paulo
1º lugar 
Luiz Miguel Costa Rocha, de Tapiratiba (SP)
2º lugar Luiz Antonio Poli Filho, Caconde (SP)

Sul
1º lugar 
Orlando Von Der Osten, de Cornélio Procópio (PR)
2º lugar Luiz Roberto Saldanha Rodrigues, de Jacarezinho (PR)

Classificador do Ano
1º lugar 
Luiz Evandro Ribeiro, do Sul de Minas
2º lugar Marcos Leoncio de Araujo Alvarenga, do Cerrado Mineiro
3º lugar Edenilson de Oliveira Cabral, das Matas de Minas

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Divulgação

Mercado

Agricultura regenerativa é destaque em coletiva da illycaffè realizada em São Paulo (SP)

Após pausa de dois anos por conta da pandemia de covid-19, nesta quinta-feira (5) será realizada a premiação do 31º Prêmio Ernesto Illy de Qualidade Sustentável do Café para Espresso. A illycaffè selecionou 40 cafeicultores finalistas que serão premiados na ocasião. 

A Experimental Agrícola do Brasil, braço da illycaffè no país, analisou 754 amostras enviadas das principais regiões produtoras de café arábica da safra 2021/2022, por meio da Comissão Julgadora da premiação, composta por especialistas seniors em espresso da illycaffè.

Na manhã desta quinta, ocorreu uma coletiva de imprensa com a presença de Andrea Illy, presidente da illycaffè; Anna Illy, presidente da Fundação Ernesto Illy e membro do Conselho Administrativo da illycaffè; Alessandro Bucci, diretor de compras; e Frederico Canepa, diretor da illy Sul América. 

Andrea iniciou expressando sua alegria em poder retornar ao Brasil e comentando sobre a importância do Prêmio, iniciado em 1991 através de seu pai, Ernesto Illy, que abriu o mercado para os cafeicultores dispostos a cultivar cafés especiais e estimulou o trabalho na cadeia. 

“Temos muito orgulho dessa iniciativa pioneira, que já reconheceu mais de mil e quinhentos produtores. Nesse ano foram mais de 700 amostras inscritas. A premiação nacional serviu de inspiração para criação do Prêmio Ernesto Illy Internacional, que completa sua sétima edição, reunindo 27 cafeicultores de nove países, e deve ocorrer no segundo semestre em Nova York, se não houver problemas sanitários”, contou Andrea. 

Um dos destaques da coletiva foi a agricultura regenerativa, que é vista pela illycaffè como um modelo para enfrentar as mudanças climáticas e promover a troca de experiências e ideias em relação à transformação do solo e do cultivo através de práticas sustentáveis. 

“Ser sustentável é uma escolha diária, dever moral da empresa, respeitando os mais altos padrões, evitando crises ambientais, sociais e econômicas. É importante corrigirmos os erros do atual modelo de mineração, que continua esgotando os recursos planetários, criando uma enorme quantidade de resíduos que se acumulam no meio ambiente. Há uma necessidade urgente de um novo modelo de desenvolvimento socioeconômico, regenerativo, que seja circular e capaz de não só reutilizar recursos, tentando não produzir resíduos, mas também de revitalizar o capital natural, ao mesmo tempo em que busca o bem-estar do homem e do planeta”, pontuou o presidente da empresa italiana. 

Ele destacou que o intuito é melhorar as práticas agronômicas, desenvolver mais variedades resistentes ao clima, investir em plantações, reservas de água e adubos orgânicos: “O Brasil conta com ótimas instituições que buscam as melhorias das variedades”. 

Sobre o tema, Alessandro Bucci comentou que “o Brasil tem ótimas condições e um avanço tecnológico avançado em relação a outros países produtores. As fazendas estão cada vez mais bonitas e os produtores estão animados para mudar, regenerar e melhorar a plantação”.

Em relação à pandemia, Andrea mencionou que os preços do café dobraram e a logística de envio do grão foi complexa – já que os portos foram fechados – além dos problemas com a crise, a seca e geada. Segundo ele, o consumo em casa aumentou bastante em comparação com o consumo fora do lar. “Estamos na expectativa de um equilíbrio nessa questão, já que a forma de trabalho e o tempo fora de casa foi mudado”, disse. 

Já sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia, o presidente da illycaffè apontou que não houve um grande impacto comercialmente para a empresa, já que ela não possui uma relação de mercado com a Rússia e conta com um distribuidor menor na Ucrânia: “A inflação foi muito impactada com a guerra e o sentimento grande de insegurança”. 

“A geada na região do Cerrado foi uma surpresa, comprometeu muito a produção. Talvez haja uma estabilização em 2023, mas podemos ter uma inversão do ciclo de alta e baixa. A junção da seca e geada não víamos há muito tempo”, disse Alessandro. Já o presidente da marca afirmou que prefere não realizar previsões sobre a nova safra.

Andrea destacou, ainda, em relação aos novos rumos da empresa, que agora conta com um novo conceito de governança em busca de um maior desenvolvimento. “A nova CEO, Cristina Scocchia, iniciou os trabalhos em janeiro e prepara um plano estratégico para melhorias internas”, finalizou. 

TEXTO Natália Camoleze • FOTO Gabriela Kaneto
Popup Plugin