Café & Preparos

Laerte Coutinho

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“Se estou fora de casa, eu gosto de tomar um café enquanto espero.”

“Gosto de acordar e tomar o meu café. Não consigo substituí-lo por outra coisa”, explica a cartunista, que prefere a bebida suave e misturada ao leite de soja. “Eu gostava de café forte quando era mais jovem, mas, conforme fui amadurecendo, meu gosto mudou”, revela. Laerte também tem o costume de adoçar seu café com açúcar, mas vem tentando se adaptar à ideia de tomá-lo puro. “Minha sobrinha me disse uma vez que, se você conseguir tomar uma sequência de oito cafés sem açúcar, seu paladar já se acostuma. Eu nunca consegui passar de cinco”, brinca.

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui)

TEXTO Leonardo Valle • FOTO Guilherme Gomes

Cafezal

Piatã, na Bahia, é grande destaque nos finalistas do Cup of Excellence 2016

Fazenda São Judas Tadeu . divulgação

O concurso Cup of Excellence é realizado desde 1999 no Brasil, quando o País, de forma pioneira, criou o certame. A metodologia do concurso foi introduzida no Brasil pelo norte-americano George Howell, então consultor do projeto, ao lado da especialista Susie Spindler e com a colaboração dos membros da BSCA Marcelo Vieira e Silvio Leite, que desenvolveram o conceito do prêmio.

Desde então muitos foram os premiados no concurso: 14 vezes a região do Sul de Minas/Mantiqueira de Minas, 2 vezes as Matas de Minas, 2 vezes a Mogiana e 3 vezes a Chapada Diamantina.

Todo o ano o resultado dos finalistas é aguardado com muita ansiedade. A primeira fase é julgada por provadores nacionais pré-selecionados. O concurso é desenvolvido pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Alliance for Coffee Excellence (ACE).

Atualmente o Cup of Excellence possui duas categorias: naturals e pulped naturals, para cafés naturais e cerejas descascados. Os 80 melhores cafés de 2016 foram anunciados nesta sexta-feira (14/10) e o grande destaque está na cidade de Piatã, na Bahia, que emplacou 27 cafés dos 80 selecionados. Somente na categoria cereja descascado foram 25 cafés, dos 40 classificados.

Fazenda Ouro Verde

Já na categoria natural a disputa está mais diversificada, com 30% dos cafés vindo da Indicação de Procedência da Mantiqueira de Minas. Na sequência, vieram o Sul de Minas, com 20%; a Denominação de Origem do Cerrado Mineiro, com 17,5%; as Matas de Minas, com 12,5%; a Indicação de Procedência da Alta Mogiana com 10%; a Chapada Diamantina, com 7,5%; e as Montanhas do Espírito Santo com 2,5%.

Na categoria cereja descascado 62,5% são da Chapada Diamantina, seguida pelas Matas de Minas, com 20%; Montanhas do Espírito Santo, com 10%; Indicação de Procedência da Mantiqueira de Minas com 5%; e Sul de Minas, com 2,5%.

Dentre os classificados há produtores já premiados como Afonso Lacerda (atual campeão do Coffee of the Year 2016), Fabio Protazio de Abreu (terceiro lugar no Coffee of the Year 2016), Antonio Rigno de Oliveira e Cândido Rosa (campeões do Cup of Excellence em 2015 e 2014), Simone Dias Sampaio Silva (campeã no prêmio illy em 2014) e Juliana Armelin (campeã no prêmio illy em 2015).

Essas 80 amostras passarão pelo júri internacional de 23 a 29 de outubro. O concurso avaliará os cafés e os que voltarem a obter nota igual ou superior a 86 serão eleitos “Cup of Excellence Winners” das categorias “Pulped Naturals” e “Naturals” do certame, ganhando o direito de serem comercializados em disputado leilão via internet. O preço mínimo de abertura será de US$ 5,50 por libra peso, ou US$ 727,50 por saca de 60 kg.

 

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Cup of Excellence 2016

Mais informações: www.bsca.com.br

TEXTO Mariana Proença • FOTO Fazenda São Judas Tadeu e Ouro Verde, Piatã (BA)/Divulgação

Cafezal

Josiane Cotrim

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“Há mulheres na cafeicultura brasileira e elas trabalham muito”

Josiane Cotrim Macieira cresceu em uma fazenda de café na mineira Manhumirim e, há seis anos, dedica-se à causa da International Women’s Coffee Alliance (IWCA), a Aliança Internacional das Mulheres do Café, em português. Jornalista, mãe de duas meninas, Malu e Bebel, ela trabalhou por muitos anos na área de Comunicação até juntar-se a um grupo de mulheres do setor agroindustrial do café para criar o capítulo da IWCA Brasil, em 2011. Aos 56 anos, Josiane é casada com um embaixador brasileiro e já morou em seis países: Iraque, França, Irlanda, Suíça, Nicarágua e, agora, Noruega. “Eu brinco com meu marido que vou com ele para qualquer país, produtor ou consumidor de café.”

Apesar de voar muito por este mundo, Josiane é daquelas mulheres que estão enraizadas em seus valores e sabem muito bem conectar as pessoas para a construção daquilo em que acreditam. Nesta entrevista para a Espresso, ela fala a que se dedica em todos esses anos: “O empoderamento feminino contribui para a melhoria de vida da família e da comunidade. Vamos continuar perseguindo o nosso sonho de um mundo de oportunidades iguais para homens e mulheres para que as famílias que vivem do café tenham vida sustentável. Afinal, onde tem café, tem sapato no pé!” Leia os melhores momentos desta entrevista.

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Em 2012, durante a feira Espaço Café Brasil; as mulheres da IWCA fizeram história durante o encontro

Qual é a sua lembrança de infância com café em Manhumirim? São muitas lembranças. Cresci numa fazenda onde a principal atividade era o café. Uma imagem muito viva na minha memória são as apanhadeiras de café na estrada, voltando do trabalho na época da colheita com feixes de lenha na cabeça. Ficava imaginando que elas chegariam em casa, ainda teriam de acender o fogo, cozinhar e começar tudo de novo no dia seguinte. Acho que essa imagem me motiva e inspira neste trabalho com as mulheres, porque sei que é um trabalho duro a produção de café.

Desde que geração sua família é de cafeicultores? Sou descendente, por um lado, dos imigrantes que chegaram ao Brasil no início do século XIX, gente muito simples, do meio rural da Suíça e da Alemanha, agricultores que aqui passaram a se dedicar ao cultivo de café. No início se instalaram em Nova Friburgo e as gerações seguintes adentraram o interior em busca de mais oportunidades. Minha mãe nasceu em Luisburgo, uma região montanhosa, terra de excelentes cafés.

Quando e como você começou a participar do movimento de mulheres? Sempre gostei de trabalhar em grupo. Em 1994, fui morar na França e participei de um grupo de mulheres que era mais voltado para a cultura e a literatura. Foi um aprendizado muito grande conviver com mulheres do mundo todo, de cultura e língua diferentes. Foi ali que perdi o preconceito que tinha com associações e grupos de mulheres.

Quando foi seu primeiro contato com a IWCA internacional? Foi em 2009, em Manágua. Eu tinha acabado de chegar à Nicarágua acompanhando meu marido no seu primeiro posto como embaixador. Meu primo, agrônomo e produtor em Manhumirim, o Sérgio Cotrim D’Alessandro, me falou de um simpósio, o Ramacafé. Fui até lá participar e fui muito bem recebida.
Era a primeira vez que morava em outro país produtor depois do Brasil e estava muito curiosa para conhecer o modo de produção dos cafés de lá, tão diferente daquilo a que eu estava acostumada. Gabriela Hueck, que organizava o evento com o marido, estava com um broche com a logo da IWCA, aquela figura feminina com o grão de café acima da cabeça. Achei muito bonito e significativo. Fiquei interessada, pois já vinha tentando fazer alguma coisa pelas mulheres da minha região. Quando minha mãe ficou viúva, eu me lembro de como foi difícil para ela manter a propriedade. Ela e sua melhor amiga, também viúva, eram sozinhas tentando levar o negócio em frente, sem muito apoio. Os cursos oferecidos eram de culinária, o que ela tinha feito por quarenta anos. Ela precisava aprender gestão, poda, prova. Para ter uma ideia, nas áreas rurais quando uma propriedade está muito descuidada, costuma-se dizer que “parece lavoura de viúva”. Nada respeitoso para com as mulheres.

Como surgiu a ideia de ter uma aliança de mulheres do café no Brasil? A IWCA nasceu na Nicarágua e foi muita sorte poder conhecer de perto como tudo começou; como um encontro de mulheres da indústria com produtoras, em 2003, deu origem a uma organização que hoje conecta mulheres de vinte países com o objetivo de criar oportunidades de aprendizado, contatos e negócios para que elas prosperem com suas famílias.

No início de 2010, fui com minhas amigas nicaraguenses à Guatemala para a Conferência Internacional do Café, evento que a Organização Internacional do Café (OIC) realiza a cada cinco anos. A IWCA teve um painel moderado por Sunalini Menon, pessoa que conhece café como poucas, além de um ser humano incrível. Nessa conferência, conheci várias líderes, inclusive a Mery Santos, hoje presidente da IWCA, que me disse que havia tempos elas tentavam incluir o Brasil. Margaret Swallow, que também conheci na ocasião, me disse que era impossível falar em café e mulheres sem ter o Brasil.

O Sérgio Parreiras me ajudou a identificar lideranças com a sua rede de contatos do setor e me pôs em contato com líderes de diferentes regiões, como a Brígida Salgado, de Piatã, a atual presidente da IWCA Brasil, a Maria Helena e as filhas Ilana e Amanda, do Café Helena, de Dourados, e Débora Fortini, da Academia do Café. O Aymbiré Ferreira e a Maria Amélia Ferrão me instruíram com as estatísticas e a realidade da nossa cafeicultura. Eu conhecia a realidade da minha região, mas não tinha noção do resto do País. Então aceitei o desafio de criar a IWCA no Brasil.

E como foram os primeiros encontros? Meses depois da conferência da Guatemala, visitei minha família em Manhumirim. Meu primo Sérgio me convidou para o lançamento de um projeto, o Foco Competitivo, embrião do Matas de Minas. Ali conheci a Priscilla Lins, do Sebrae MG, que entendeu logo o que eu dizia. Guiado pelo profissionalismo dela e da equipe do agronegócio do Sebrae, esse projeto foi tomando forma para ser um sucesso no 6º Espaço Café Brasil, em outubro de 2011. Antes, em abril, o Brasil foi o país homenageado no evento da SCAA em Houston. Fui convidada para o café da manhã anual da IWCA e lá conheci a Jackeline Uliana do Espírito Santo, além de produtoras da Bahia. E não foi difícil concluir que precisávamos envolver o Brasil inteiro e não apenas o Estado de Minas. O desafio ficou ainda maior.

Por indicação do Marcos Reis, na época no Sebrae, entrei em contato com a Café Editora. Fui a São Paulo e lembro-me perfeitamente desse encontro no Suplicy Cafés, na Alameda Lorena. Caio Fontes, Mariana Proença
e eu tomamos um espresso preparado pela Daniela Capuano. A sinergia foi rápida e mal acabamos o espresso, já estava tudo “alinhado”. E o seminário foi um sucesso. Foram dois dias intensos de muito aprendizado e trabalho conjunto. Linda Smithers (ex-presidente da SCAA), que, junto com Mery Santos, coordenou o seminário, disse à época que em dois dias fizemos o que muitas tinham levado dois anos.

A prova de cafés, o cupping, foi uma experiência única. Mulheres que trabalhavam com café a vida toda e nunca tinham provado. É incrível como o aprendizado contribui para a autoestima; saímos do encontro com muita energia. Mais de sessenta mulheres de diferentes regiões se conhecendo, trocando ideias, muito emocionante. Um ano depois, em 2012, no 7º Espaço Café Brasil, assinamos o Memorando de Entendimento com a vice-presidente da IWCA, Johanna Bot, que viajou especialmente de Houston para isso. Estava criada a IWCA Brasil.

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Em 2012, durante a feira Espaço Café Brasil; as mulheres da IWCA fizeram história durante o encontro

Como avalia a atuação das mulheres depois da IWCA Brasil? Acredito que a visibilidade lhes deu espaço para demonstrar a força que possuem. O fato de pertencerem a uma entidade de cunho internacional, que respeita e reconhece a todas como parte importantíssima da indústria do café, contribui muito para que as mulheres sejam mais pró-ativas, com autoestima e confiança nelas mesmas. Elas sabem que não estão sozinhas. As mulheres estão indo atrás dos recursos que existem e que podem ser acessados, formaram a demanda necessária para que os treinamentos certos cheguem às pessoas certas. Isso porque atuamos em rede e as experiências positivas vão sendo divulgadas e influenciando outras regiões.

A comunicação e a troca de informações vão inspirando a todas. Hoje todas estão conectadas pelas redes sociais não só com o Brasil, mas também com o mundo. E não apenas virtualmente. Participam dos eventos de café de outras regiões e recebem visitas de membros da IWCA internacional.

E, claro, a Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte, é o principal ponto de encontro. É a nossa SCAA, onde realizamos o café da manhã, como no evento norte-americano, o que permite maior integração, e faz com que todas possam apresentar o trabalho que desenvolvem na sua região.

O que considera essencial para o empoderamento feminino no café? É a geração de negócios, sem dúvida. Sempre achei que produzir café era difícil. Na verdade o mais difícil é comercializar. Estamos chegando lá. Já temos casos de empoderamento feminino graças a treinamentos com impactos consideráveis nas comunidades dessas mulheres.

É preciso acessar o mercado, vender bem o produto para aumentar a renda, para que as condições de vida melhorem e que se possa investir mais no negócio. Isso é um processo. Primeiro vem o conhecimento, o aprendizado, a informação, os treinamentos, os contatos, a mudança de comportamento.

Qual sonho já realizou e qual ainda gostaria de ver realizado? Quando começamos o trabalho de mobilização das mulheres no Brasil, meu sonho era mostrar ao mundo que, sim, há mulheres na cafeicultura brasileira e elas trabalham muito na colheita, na pós-colheita, no barismo, nas cooperativas. Enfim, tornar nossas mulheres visíveis, pois a ideia é que no Brasil a cafeicultura é toda mecanizada e que as mulheres trabalham pouco na lavoura e na colheita. Hoje não há dúvidas de que não é bem assim. Demonstramos isso e posso dizer que realizei meu sonho.

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui)

TEXTO Mariana Proença • FOTO Semana Internacional do Café/Divulgação

Mercado

Para Tomar de Caneca

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A Nadir Figueiredo também se rendeu ao café e lançou diferentes modelos do copo americano, que agora ganhou alça e tem versões em caneca e xícara, com 270 ml e 90 ml, respectivamente. A marca vai trabalhar a mensagem “I love copo americano” nas suas comunicações, embalagens e pontos de venda e está realizando parcerias com cafeterias e padarias de São Paulo e Rio de Janeiro. O novo posicionamento da Nadir, líder de utensílios domésticos de vidro no Brasil, tem o intuito de promover o copo americano em outros usos, além do que é feito com o tradicional pingado.

MAIS INFORMAÇÕES www.nadirfigueiredo.com.br
(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui)

Café & Preparos

Coador de Madeira

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O Moka Clube, em parceria com os também curitibanos da WoodSkull, desenvolveu um coador de madeira para o preparo em filtro de papel. Segundo os criadores, ele é produzido em madeira itaúba, com alta resistência e durabilidade. A superfície é totalmente lisa, sem os sulcos existentes nos outros métodos coados, e o orifício para a queda da água é 0,50 cm menor que o da Hario V60. O cheiro da madeira é bem presente, mas, segundo a marca, desaparece com o tempo de uso.

Preço R$ 154,90.
MAIS INFORMAÇÕES www.mokaclube.com.br
(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui)

A Força do Interior

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No interior do nosso Brasil há muito que aprender. Como tenho rodinhas nos pés, viajo sempre que possível para conhecer as histórias de café do nosso País. E quero confessar que adoro! Sem clichê, aprende-se demais com tudo. Desde os momentos de dificuldade para chegar a algum lugar mais distante até algumas surpresas que sempre encontramos pelo caminho. Que viagem não tem algum imprevisto? O que mais me encanta são as pessoas com que cruzamos em cada entrevista, cada parada. Tudo muito corrido, pois jornalista sempre tem pouco tempo. As idas e vindas me fazem relembrar aquele lugar por vários dias depois. Fico absorvendo o que ouvi, relendo o que anotei e pensando em como transformar aquilo em palavras que repercutam aquela vivência em mais gente.

O mais gratificante é encontrar algum leitor meses ou anos depois que te confidencia: “Tomei uma decisão na minha vida depois que li essa matéria”. Ou um apaixonado por café que conheceu o método Aeropress lendo a revista e ficou tão entretido com o tema que participou até do campeonato do preparo.

Enfim, são tantas histórias bacanas, tantos momentos retratados que tudo isso me inspirou a resgatar qual foi o olhar da Espresso para o mercado nesses últimos dez anos. O olhar que é da revista, mas que tem o poder de carregar cada palavra dos jornalistas e cada olhar dos designers e fotógrafos que sobre ela se debruçaram para deixar as páginas repletas de histórias.

Foi tão gostoso rever e reler muitas matérias e perceber que o tempo é curto, mas é muito para mudar bastante coisa. É possível perceber que a linguagem de um novo mercado passa por várias fases e se altera todo o tempo. Termos que usávamos há dez anos hoje não representam a mesma ideia, principalmente na referência ao café de qualidade. Antes falávamos muito em blend e nada em origem única, que era somente estate coffee; também se falava muito em café de terroir. Microlotes surgiram citados na revista em 2010. Os novos preparos de café chegaram em mais volume ao Brasil também neste mesmo ano e a febre da Hario v60, Chemex e Aeropress instalava-se nas cafeterias das grandes metrópoles pouco depois.

Vivemos esses últimos anos de forma muito intensa, conhecemos mais gente, vimos mais pessoas entrar nesse mercado e, o mais curioso, percebemos que a onda do café está adentrando o interior do Brasil. São novos negócios que surgem ano a ano, como microtorrefações, cafeterias e coffee bikes e trucks.

Por isso, a cada ano eu me sinto mais animada em viajar pelo Brasil e estar em eventos como a Semana do Café de Lorena, que reúne, na região do Vale do Paraíba, há cinco anos, apaixonados por café e profissionais da área. O idealizador, Marcelo Malerba, enxergou em uma loja de conveniência da cidade que havia espaço para uma cafeteria de qualidade, a Malerba Café. Há dez anos ele apostou na ideia e hoje a casa é referência em toda a região. Iniciativas como a dele são exemplos de como podemos começar a mudar alguns hábitos de consumo, sem imposições e sem chatice, mas com informação, educação e muito café bom servido durante os encontros.

Independentemente de onde estejamos, podemos abrir novos espaços e haverá sempre pessoas dispostas a abraçar a ideia conosco. Que mais iniciativas surjam no nosso interior e que possamos viajar pelo Brasil para contar essas novas histórias.

*Mariana Proença é jornalista. Em 2006, assumiu a direção de conteúdo da Espresso e, meses depois, o café já tinha virado uma paixão, que dura até hoje. Nesta coluna ela aborda diversos assuntos e experiências sobre o tema.
Fale com a colunista: mariana.proenca@cafeeditora.com.br

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

TEXTO Mariana Proença • ILUSTRAÇÃO Eduardo Nunes

Cafeteria & Afins

Soul Café – São Paulo (SP)

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O nome Soul Café diz muito sobre esta cafeteria inaugurada em novembro do ano passado, em São Paulo. Liderada pelo casal Carlos e Talita dos Reis e pelo irmão de Carlos, Davi Dias dos Reis, o espaço não estaria de pé não fosse pela determinação do trio, que pôs a alma no novo negócio. Em contato com o grão desde pequenos – o avô de Carlos tem uma pequena produção de café em um sítio no Sul de Minas –, a turma apostou na vontade de trabalhar com a bebida e foi atrás de mais informações para valorizar o cafezal da família. Os três fizeram cursos de barista, degustação e torra, descobriram o universo dos cafés especiais e decidiram, finalmente, investir em uma cafeteria.

Foram dezenas de planilhas, meses de procura por um lugar, ajuda de todos os lados, muitos gastos, até que eles pudessem abrir o tão sonhado café. Com o conceito de “menos é mais” em mente, optaram por um perfil de baixo custo, sem frescura, com preço justo e focaram o essencial: os equipamentos para o preparo da bebida e os grãos servidos na casa, que vêm das microtorrefações Pereira Villela e Wolff Café.

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Na xícara
Espressos, lattes, cappuccinos, extraídos de uma máquina La Marzocco, e métodos (Aeropress, Hario V60 e prensa francesa) são preparados à base de cafés das variedades catuaí vermelho, da Fazenda Portal da Serra, de Ibiraci (MG), e bourbon amarelo, da Fazenda Santa Inês, de Carmo de Minas (MG). Já o microlote mundo novo, da fazenda Sant’Ana, de Olímpio Noronha (MG), é servido apenas nos coados. Os clientes, que acabam virando amigos e aprendendo um pouco mais sobre café, acompanham as bebidas com tortas, sanduíches, empanadas e cookies, que fazem bastante sucesso por lá. As indicações da casa também são ótimas pedidas. Os baristas sugerem o espresso ou cappuccino, por exemplo, com o bolo de fubá e erva-doce e o café coado, para fazer par com o pão de queijo Canastra.

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

Informações sobre a Cafeteria

Endereço Rua Augusta, 1524 loja 6
Bairro Bela Vista
Cidade São Paulo
Estado SP
País Brasil
Website http://www.facebook.com/soulcafesp
Telefone (11) 3262-3171
Horário de Atendimento De segunda a sexta, das 9h às 19h; sábados, das 11h às 17h. Domingo fecha.
TEXTO Hanny Guimarães • FOTO Divulgação

Receitas

Tiramisù

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Ingredientes
• 200 ml de café espresso
• 50 ml de licor Amaretto
• 3 gemas
• 150 g de açúcar
• 500 g de mascarpone
• 450 g de biscoito champanhe Cacau em pó para polvilhar

Preparo
Faça o café de sua preferência. Acrescente o licor Amaretto ao café e reserve. Em um recipiente, bata as gemas com o açúcar e reserve. Em outra tigela, bata o mascarpone gelado até obter consistência de chantili e, a seguir, acrescente delicadamente o creme à mistura de gema e açúcar.

Montagem
Em uma travessa, intercale uma camada de creme mascarpone, uma de biscoito champanhe embebido em café e finalize com mais uma camada de creme mascarpone. Leve ao congelador por 3 horas. Para servir, polvilhe cacau em pó.

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

FOTO Daniel Ozana/ Studio Oz • RECEITA Rodolfo de Santis, restaurante Nino Cucina

Barista

Fazedora de Café

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Regina Machado, barista e mestre de torra do Sofá Café, inspira jovens profissionais com conhecimento e paixão pelo grão

Ela é barista, mestre de torra da cafeteria Sofá Café e coordenadora do projeto que capacita jovens de baixa renda e os insere no mercado de trabalho, o Fazedores de Café. Regina Machado, que em 2016 completa dez anos dedicados ao grão, não deixou que a paixão pela profissão se perdesse com o tempo. Pelo contrário, sua energia com o café contagia alunos, colegas de trabalho e clientes que têm a sorte de ser servidos por ela no Sofá. Regina gosta do que faz e isso se reflete na xícara. Aproveitamos uma pausa entre uma de suas aulas para conversar sobre carreira, desafios e o futuro da profissão.

Por que o café? Eu sempre gostei de café. Quando eu era pequena, minha mãe guardava uma sobra da bebida para minha irmã e eu fazermos uma mistura de café com leite e pão. Essa é minha lembrança de infância. Eu me formei em Biomedicina e trabalhei na área até 2005, quando saí da empresa em que estava devido à política de redução de custos. Fiquei um tempo desempregada e comecei a catar reciclado e fazer faxina para manter as despesas. Um dia, conversando com minha terapeuta, eu falei sobre quanto gostava de café e ela me disse: “Vai trabalhar com isso, então”. Dois dias depois, estava sentada na Academia de Barismo, como se chamava a escola da Isabela Raposeiras naquela época (hoje Coffee Lab), fazendo curso com ela.

Foi aí que tudo teve início? A questão profissionalização começou com a Isabela. Com ela aprendi muito. Eu não tinha experiência e ela confiou em mim e me ensinou a dar aulas, a torrar café, a operar a cafeteria. Ela é muito forte na minha vida. Na verdade eu comecei na Livraria Sobrado, em Moema, depois fui para o Havanna Café, por indicação da dona Rita, da Fazenda Pessegueiro, e foi lá que comecei a, realmente, trabalhar como barista. Depois de um ano e seis meses lá, cheguei a supervisora de loja, mas eu queria mais café. Estava sedenta por informação e sentia que precisava me aprofundar. Foi quando eu fui pedir emprego para a Isabela. Ela me aceitou e foi aí que alavanquei meu conhecimento. Fiquei no Coffee Lab um pouco mais de cinco anos, até 2013.

Como tem sido a experiência com o projeto Fazedores de Café? Eu vim para o Sofá Café para tocar esse projeto do Diego (Gonzales, sócio-proprietário da cafeteria). Ele tinha essa ideia em mente desde 2013 e precisava de alguém com experiência mais voltada para a área educacional e foi aí que eu comecei a trabalhar no Fazedores de Café, que ensina a profissão de barista a jovens de baixa renda, para que eles possam ter uma oportunidade no mercado de trabalho. Até o momento, criamos três turmas e formamos dez fazedores. Nove deles estão trabalhando na área. Eu tenho uma sede de tornar o meu dia mais significativo e isso, para mim, é formar um fazedor, é capacitar um barista. Ou comprar café e fazer perfil (de torra). Eu também estou bastante ligada à torrefação. Tudo isso me deixa muito feliz.

O que faz um bom barista? A primeira coisa é vontade de estudar. O café é muito exigente. Você precisa se dedicar ao café, ter vontade de estudar e ter disciplina.

Nesses dez anos trabalhando com café, o que você acha que mudou no mercado? O mercado tem evoluído muito, tanto em relação à bebida quanto a informações. Hoje temos profissionais que se dedicam mais e o fato de algumas cafeterias terem trazido a torra para dentro desse ambiente possibilitou uma evolução de conhecimento para a cadeia. A alavancada do café especial está fazendo com que a indústria melhore o seu grão; os consumidores estão buscando entender mais sobre a bebida. A mudança é grande, e para melhor.

Como gostaria de ver a profissão de barista daqui a alguns anos? Qual a evolução que poderemos ver nesse sentido? Na mente do barista tem que haver o pensamento: “Eu não estou sozinho”. Isso aqui é uma cadeia, então ele tem que deixar o ego de lado, estudar e ter contato com pessoas no lugar onde tudo começa que, para nós, é na lavoura. Se nós trabalharmos nesse contexto, daremos um grande impulso à profissão e o café especial se beneficiará disso. Essa é a energia que tem que fluir. É um trabalho com o produtor e todos os elos da cadeia. É um desafio em equipe.

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui)

TEXTO Hanny Guimarães • FOTO Guilherme Gomes

Cafezal

Conectados na Origem

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O Brasil recebe o Barista & Farmer 2016, o único reality show de café no mundo, que integra baristas e produtores em dias de vivência constante na fazenda e de muito aprendizado

Em 2015, em Seattle, durante a feira norte-americana de cafés especiais, a SCAA, encontrei o barista Francesco Sanapo, que falou bem alto, com seu estilo italiano: “Brasil! Preciso falar com você!”. Naquele momento, ele havia resolvido que realizaria o Barista & Farmer no maior país produtor de café do mundo. Em parceria com a O’Coffee, por meio do CEO Edgard Bressani, o evento tomou forma e reuniu no último mês de maio um reality show que leva baristas internacionais de diferentes países para conhecer uma região produtora de café e realizar diversos aprendizados na área técnica de prova, torra e preparo.

A ideia surgiu quando Francesco visitou pela primeira vez a fazenda San Pedro, em Porto Rico, da produtora Rebecca Atienza. “Lembro exatamente o momento em que eu vi pela primeira vez um fruto de café no pé. Foi uma enorme emoção e, naquele instante, pensei como seria importante outros baristas pelo mundo vivenciarem a mesma experiência.”

A primeira edição do programa aconteceu em 2013, na própria fazenda, com doze baristas da Itália, terra de origem de Francesco, proprietário da Ditta Artigianale. Depois, em 2015, em Honduras, a ideia tomou fôlego de projeto, com maior estrutura e com a decisão de que o evento seria anual e realizado mundialmente, em diferentes lugares.

Brasil, 2016
Neste ano a fazenda parceira foi a Nossa Senhora Aparecida, do grupo O’Coffee, em Pedregulho, na Alta Mogiana (SP). Durante onze dias, baristas de dez origens estiveram em uma produção de café, muitos deles pela primeira vez. O objetivo principal do Barista & Farmer é propagar conhecimento para os profissionais, que o levarão para seus países de origem juntamente com a experiência que vivenciaram no evento. Neste ano, participaram por seleção e votação popular, depois de 200 inscritos por vídeo, os baristas Agnieszka Rojewska (Polônia), Nikolaos Kanakaris (Grécia), Daniel Rivera (Porto Rico), Raphael Ferraz de Souza (Brasil), Miguel Vera (Venezuela), Olga Kaplina (Rússia), Amy-Nare Manukyan (Armênia), Evani Jesslyn (Indonésia), Guido Garavello (Itália) e Rosey Hill (Austrália).

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Todos os participantes e a equipe de apoio encerram o dia na fazenda da O’Coffee.

A dinâmica do evento é um misto de provas de colheita, plantação, brincadeiras, testes técnicos em laboratório, além de pontuações extras por atitudes positivas durante a convivência em grupo. A Espresso acompanhou alguns dias de provas na fazenda, todas avaliadas pelos juízes Andrej Godina (professor certificado da SCAE), Sonja Bjork Grant (juíza principal do Campeonato Mundial de Barista), e Tabatha Creazo (Gerente de Qualidade e Treinamento do Octavio Café).

De acordo com Sonja, “o Barista & Farmer ajuda muito os baristas, pois, ao chegarem em casa, eles estarão de volta ao trabalho e contarão aos clientes o que eles aprenderam ou viram pela primeira vez, como uma plantação de café, a colheita. Esse é o exemplo perfeito de como espalhar a cultura do café de qualidade”.

Equipes Papaya Power e Free Mandela
O projeto tem como um dos objetivos criar uma atmosfera saudável de competição entre os baristas. Para isso, eles são divididos em duas equipes, que pontuam de acordo com as provas. Nesta edição, as turmas escolheram os nomes de Papaya Power e Free Mandela. Diariamente, eles tinham que acordar às 5 da manhã para colher café e, só depois, no período da tarde, tinham aula técnica e teórica sobre a bebida.

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Miguel Vera, da Venezuela,recolhe o café para pesagem.

A estrutura da O’Coffee permitiu que eles pudessem testar o benefício do café natural, cereja descascado e até lavado. Segundo o participante brasileiro Raphael, “é uma oportunidade de eles conhecerem toda a produção do café brasileiro. Eles não conheciam muito o processo natural e isso eles viram aqui como funciona”.

Além de conhecerem a produção, os baristas inteiraram-se das atitudes sustentáveis da propriedade, como as certificações e o respeito e valorização do trabalhador da fazenda. Segundo Edgard Bressani, da O’Coffee, “temos muitos projetos para os nossos colaboradores. Eu trabalho para manter todos comigo, para tornar a vida deles melhor, porque eles ajudam no crescimento da empresa e, portanto, nós buscamos pagar-lhes mais do que os outros produtores da região. Estamos crescendo muito e vamos continuar a fazê-lo porque temos sempre uma demanda maior para o nosso produto, mas vamos passo a passo, tentando fazer a diferença”.

Para Francesco, o objetivo de realizar o encontro no Brasil foi também para mostrar que, “além de a O’Coffee ser uma grande indústria de café, ela é bem organizada, com muita tecnologia e conhecimento, principalmente no setor dos cafés especiais”.

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À esquerda, os três juízes Andrej, Sonja e Tabatha incentivam os participantes na corrida com as sacas. À direita, o italiano Francesco Sanapo, idealizador do projeto.

Outras paradas
Além de estarem na O’Coffee, os participantes foram à cidade de Lambari (MG) para conhecer o projeto de pequenos produtores realizado pela Lavazza e Giuseppe e Pericle Lavazza Onlus Foundation, intitulado ¡Tierra!, que, desde 2002, em conjunto com a Rainforest Alliance, investe na melhoria das condições sociais e ambientais para a produção de café dessa comunidade. Eles, então, novamente colheram café e participaram de cuppings e de outras provas.

Depois de Lambari, foi a vez de visitar Santos, onde os participantes puderam conhecer o porto de saída dos cafés e também a área histórica, como o atual Museu de Santos e os arredores da antiga Bolsa do Café. Pedro Mendes, guia-educador do museu, explicou para os baristas a importância do café para a nossa história: “O café permitiu o desenvolvimento do País em todos os níveis. Há, portanto, uma ligação profunda entre a Europa e o Brasil e nós simplesmente não podemos falar sobre a nossa história sem falar de café. Para nós, ele é insubstituível”.

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Paisagem de Lambari, no Sul de Minas

Em São Paulo, já perto do fim da competição, os baristas tiveram uma prova no Mercado Municipal, onde, com R$ 50, cada grupo recebeu a missão de comprar ingredientes para elaborar um drinque com café. Além de ser um desafio encontrar os sabores dentro dos milhares de opções do Mercadão, havia a barreira do idioma, que proporcionou momentos engraçados. O melhor drinque será incluído no cardápio da cafeteria Octavio Café.

O grande campeão
No último dia, anunciou-se o grande vitorioso da competição. O projeto é filmado o tempo todo, fotografado, e registra as reações dos baristas. Os juízes avaliam o conjunto da obra e pontuam os profissionais ao longo dos onze dias. Ao final, todos, na verdade, viram uma grande família e ao que menos se dá valor é ao fato de ser o vencedor propriamente. O anúncio foi cheio de suspense e muita emoção, com todos dando o depoimento sobre como tinha sido importante participar do projeto, que, segundo Rebecca, uma das criadoras, “é uma oportunidade única na vida de aprender e vivenciar tantos bons momentos”.

Três baristas foram finalistas: a russa Olga Kaplina, o brasileiro Raphael de Souza e o grego Nikolaos Kanakaris. O grande campeão, anunciado durante a premiação, no Octavio Café, foi o grego Niko: “Eu descobri o café por acaso —, quando eu estudava e houve uma greve de seis meses e então me vi trabalhando atrás do balcão. E eu nunca mais parei desde então. Não há palavras para descrever essa experiência, mas devo confessar que vencer não é realmente tão importante assim. O importante são as relações que construímos com as pessoas que conhecemos graças a este projeto, e que estarão sempre no meu coração”.

O projeto, realizado em colaboração com a Rimini Fiera — SIGEP (Salone Internazionale Gelateria Pasticceria e Panificazione Artigianale), será transformado em vídeo, que vai ser apresentado durante o Campeonato Mundial de Barista, em Dublin, na Irlanda, de 22 a 25 de junho, e também circulará pelo mundo em festivais de café. Vida longa à conexão entre produtores e baristas.

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O grego Nikolaos Kanakaris é anunciado o grande campeão da edição brasileira do Barista & Farmer durante evento na cafeteria Octavio Café.

Ficha técnica

FAZENDA O’Coffee: fazendas Nossa Senhora Aparecida, São José, Santa Adélia, Santa Rita, Santa Maria e Fazendinha
LOCALIZAÇÃO Pedregulho e região REGIÃO Alta Mogiana (SP)
ALTITUDE MÉDIA até 1.100 metros
PRODUÇÃO ANUAL 35 mil sacas (média atual)
ÁREA TOTAL 3,5 mil hectares
ÁREA PLANTADA 1000 hectares
NÚMERO DE CAFEEIROS 4 milhões de pés
COLHEITA manual e mecanizada
PERÍODO DE COLHEITA de maio a agosto
PROCESSAMENTO via seca e úmida (naturais, descascados, desmucilados, despolpados)
SECAGEM terreiros suspensos, estufas e secadores mecânicos
VARIEDADES bourbon amarelo, icatu amarelo, mundo novo, catucaí vermelho, catuaí amarelo, obatã e acaiá
CERTIFICAÇÕES Rainforest Alliance, Utz Certified e AMSC
PROJETOS mais de dez projetos sociais na fazenda e comunidade e Projeto Buriti de Reflorestamento: 800 mil árvores de espécies nativas

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

TEXTO Mariana Proença • FOTO Dino Buffagni
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