Mercado

Illy marca presença na SP-Arte 2018

Este ano, a illycaffè participará da SP-Arte 2018, Feira Internacional de Arte de São Paulo que acontecerá entre os dias 11 e 15 de abril, no Pavilhão da Bienal. A marca, que possui um pé na arte por conta do design de seus produtos, será responsável pelo café servido no evento, além da entrega do Prêmio illy Sustain Art.

Realizada anualmente desde 2012 no Brasil, a premiação contará com uma comissão julgadora composta pela equipe da SP-Arte e pelo professor de história da arte e crítico Tiago Mesquita. A novidade para este ano é o aumento do valor recebido pelo vencedor: agora o prêmio é de R$ 25 mil. O anúncio será feito na quarta-feira, dia 11.

No estande e no bar da illy, que ficarão no 2º e 3º andar, o público poderá degustar diversos cafés, como o recém-lançado Monoarabica Colômbia e as versões Brasil, Etiópia e Guatemala. Também será oferecido o tradicional espresso torra média e o illycrema, creme gelado de café.

Alguns produtos estarão em evidência no estande, como a lata de café de 250 g decorada por Robert Wilson em homenagem ao aniversário de 25 anos da illy Art Collection, uma das mais icônicas coleções lançadas pela marca. A lata é de edição limitada no Brasil.

O primeiro dia de evento será restrito apenas para convidados. Do dia 12 ao 15 será aberto para o público em geral, das 13h às 21h (dias 12, 13 e 14) e das 11h às 19h (dia 15).

Mais informações: www.sp-arte.com/visitacao/

TEXTO Redação • FOTO Elizabeth Shrier

Mercado

Café paranaense finaliza pratos de restaurante japonês em SP

Um blend, composto por grãos Sumatra e Mundo Novo, produzidos no centro-norte do Paraná e desenvolvido pela curitibana Café do Moço, empresa de torrefação artesanal, foi escolhido para finalizar os pratos do Ryo Gastronomia.

O restaurante da capital paulistana é especializado no estilo “kaiseki-ryori”, ritual que surgiu com a cerimônia do chá em que os japoneses promovem banquetes com produtos rigorosamente selecionados e servidos em micro porções.

O “kaiseki-ryori” é uma forma de celebrar as novidades oferecidas pela natureza, valorizando sabores e formas diversas da estação da época. É comum o prato ser apresentado com flores e plantas, e as iguarias ganharem a forma desses enfeites.

Preparado no método Clever, o café equilibra acidez e doçura em aromas que passam pelo caramelo e pela baunilha. A degustadora Márcia Yoko indica que a melhor forma de saborear a bebida é colocá-la aos poucos na boca e deixar que o líquido deslize lentamente pela língua, passando por sensores do paladar, ativando um a um. “O cliente pode ter no café uma viagem de sabores tão inigualável como a proporcionada ao longo do banquete que o precede”, afirma a degustadora.

O Ryo tem um cardápio que segue a filosofia budista de gratidão a todos os elementos presentes no preparo de um alimento, desde seu cultivo até sua apresentação à mesa. Os pratos percorrem todos os sabores da curva gustativa, indo do doce ao ápice do umami, palavra de origem japonesa que significa gosto saboroso e agradável.

Serviço
Ryo Gastronomia
Onde: Rua Pedroso Alvarenga, 665, Itaim Bibi – São Paulo (SP)
Telefone: (11) 3881-8110
Mais informações: www.ryogastronomia.com.br

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Barista

Pré-seletivas de Brewers e Cup Tasters acontecem na Alta Mogiana

Durante a 10ª edição da SimCafé, que acontece entre os dias 17 e 19 de abril, no espaço Villa Ventura, em Franca (SP), a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), a Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas (Cocapec) e a Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana irão realizar os primeiros campeonatos de Brewers e Cup Tasters.

O evento tem como objetivo permitir uma maior proximidade dos cafeicultores com estas modalidades de competição, mostrando como a excelência na qualidade dos grãos impacta no potencial dos profissionais da cadeia produtiva.

O Brewers visa ressaltar a arte no preparo de café através de métodos filtrados, evidenciando o grão e o serviço. Já o Cup Tasters trata de provar cafés especiais, reconhecendo o profissional com talento, agilidade e precisão.

Camila Franco, campeã do Brasileiro de Barismo 2017 na categoria Brewers Cup

Foram preenchidas 15 vagas para a modalidade Brewers e 16 para Cup Tasters. Os competidores com melhor desempenho na Alta Mogiana se classificarão para o Campeonato Nacional de Barismo.

Após a fase nacional, os vencedores competirão nas etapas mundiais: o World Cup Tasters Championships e o World Brewers Cup, organizados pela World Coffee Events. As fases internacionais irão acontecer entre os dias 16 e 18 de setembro, em Dubai, Emirados Árabes Unidos.

Mais informações: www.amsc.com.br

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Mercado

Cafeteria brasileira torra e vende café nacional nos EUA

A loja do Sofá Café, aberta recentemente em Framingham, nos Estados Unidos, está torrando cafés do mundo todo, inclusive do Brasil. A ideia é divulgar o café brasileiro no exterior.

Com a torra em solo americano, o Sofá Café dá destaque ao café especial brasileiro fora do Brasil e permite que dentro de suas lojas, em território nacional, o público possa experimentar cafés especiais de diversas regiões produtoras do mundo.

Na cafeteria dos Estados Unidos, são torrados cafés de Minas Gerais, São Paulo, Colômbia, México, El Salvador, Etiópia e Honduras. A capacidade de torra mensal é de 700 kg. A sala de torra é cercada de vidros, permitindo ao público visualizar toda a produção.

“Os cafés serão distribuídos para todas as unidades do Sofá Café nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro”, explica Diego Gonzales, barista e idealizador da rede. Nas gôndolas das lojas eles estarão à venda com preço médio de R$ 34 (150gr), sempre sinalizando a origem dos grãos e as notas sensoriais.

Da cozinha da cafeteria nos Estados Unidos saem receitas brasileiras, como tapioca e bolos caseiros. A carta de café segue os mesmos moldes do Brasil, servido em volumes maiores para adaptar ao estilo americano.

A unidade internacional é a sétima loja do grupo. O local foi escolhido pela concentração de brasileiros que moram por lá e o interesse da cidade em renovar a região, trazendo novos negócios para a cidade.

Mais informações: www.sofacafeusa.com 

TEXTO Redação • FOTO Gui Gomes

Mercado

Nota de Pesar

Foi com bastante pesar que recebemos a triste notícia da morte da jornalista Marília Moreira, no último dia 29. A jornalista era responsável pelo Jornal do Café e cuidou da comunicação e assessoria de imprensa da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) por quase 30 anos.

“Marília foi uma excelente profissional e desde o início da Café Editora nos apoiou com informações precisas sobre o mercado de café. Uma grande perda de uma pessoa comprometida com o bom jornalismo e incentivadora de novas iniciativas na área”, diz Mariana Proença, diretora de conteúdo da Café Editora.

Já Ricardo de Sousa Silveira, presidente da ABIC, disse em nota: “Marília, sempre estimada e querida por todos que a conheceram, foi uma colaboradora comprometida com a boa imagem da indústria de café e da ABIC, ajudando nos contatos dos profissionais de imprensa, na construção do conceito da importância da qualidade do café. Foi fundamental na realização de eventos e na organização do Encontro Nacional das Indústrias de Café (Encafé)”.

O velório foi realizado no dia 30 de março, no cemitério do Araçá, e a cremação na Vila Alpina.

Respeitosamente, prestamos as nossas condolências e deixamos os nossos mais sinceros pêsames.

Equipe Café Editora

Mercado

Em Recife, Malakoff Café oferece rodízio de café

Pague R$ 15,90 e beba café à vontade! De terça à sexta, das 14h às 17h, a recém-inaugurada unidade Jaqueira do Malakoff Café, na rua Xavier Marques, 237, vai oferecer cafés especiais preparados em diferentes métodos.

Os baristas vão orientar os clientes quanto às características dos grãos e do tipo de método utilizado. São cerca de 20 opções de bebidas nos métodos espresso, aeropress, hario v60, prensa francesa, kalita e presca, extraídas de grãos do Espírito Santo, Pernambuco e Minas Gerais. Entre as variedades dos grãos, estão catuaí amarelo, bourbon amarelo, catuaí vermelho e mundo novo.

“A proposta da ação é educativa. Queremos proporcionar a oportunidade de experiências sensoriais com a bebida, entendendo o que mais agrada o paladar e o que interfere no sabor final. Faremos uma degustação guiada para análises sensoriais de nuances e torras”, explica o sócio e barista-chefe do Malakoff, Alan Cavalcanti.

A unidade Jaqueira servirá como teste da iniciativa para depois o rodízio ser ampliado para as outras duas lojas, no Prado e no Paço do Frevo, no Recife Antigo.

O Malakoff Café completou três anos em março com o funcionamento da unidade do Prado. A primeira filial foi a unidade do hall do museu Paço do Frevo, na Praça do Arsenal da Marinha, no Recife Antigo. Há apenas dois meses, a marca chegou à zona norte com a loja Jaqueira.

TEXTO Redação • FOTO Giselli Carvalho

Cafezal

Piatã: com os pés no céu

A cidade baiana mais alta do estado abriga pequenos produtores que cultivam cafés premiadíssimos em meio a paisagens exuberantes e colheita selecionada.

Quando adentrei a pista do aeroporto e o avião apresentou o registro do nome da pioneira aviadora brasileira Ada Rogato, tive o sinal de que precisava: seria uma ótima viagem. Há anos a Espresso quer trazer uma nova reportagem sobre a famosa região de Piatã, na Chapada Diamantina, a terra baiana de prêmios nacionais conquistados em sequência desde 2009. Exatamente neste ano fizemos nossa primeira matéria, antes dos impressionantes resultados.

O sonho pessoal da repórter que escreve estas linhas começou nas conversas com o classificador Silvio Leite, anos antes, que tem uma relação muito próxima com os produtores da região. Ele foi um dos primeiros a acreditar no potencial dos cafés ali cultivados. Pioneirismo e muito trabalho levaram a região a ser especialista em produzir ótimos cerejas descascados – os cafés que passam por maquinários próprios para a separação dos frutos entre verdes, maduros, etc, e que vão para o terreiro de secagem sem a casca. Um esmero que resultou em muitas vitórias. A descoberta de que esse seria o melhor caminho para os cafés locais fez com que produtores investissem em qualidade.

Quem nos recebeu e nos guiou pelas andanças de quatro dias na região foi o produtor e empresário Cândido Rosa, que hoje reside com parte da família em Vitória da Conquista.

Orgulhoso do trabalho que é realizado na região, Cândido nos explica — durante a viagem de mais de quatro horas pelas estradas baianas — que a Chapada Diamantina recebe milhares de turistas o ano todo em busca das belezas naturais do Parque Nacional. E aos poucos essas paisagens vão se revelando no percurso de montanhas rochosas, cachoeiras e serras. São 24 municípios que integram o entorno de um dos maiores parques do País.

A cidade de Piatã, reduto de cafés especiais, é a localidade mais alta da Bahia, e também a mais fria. Microclima perfeito para o café: durante o dia as temperaturas são amenas e à noite chegam a impressionantes 9 graus.

A colheita ocorre principalmente nos meses de junho e julho. Neste ano a safra foi menor na região e muitos produtores já estavam finalizando a panha. A colheita seletiva precisou ser bem rigorosa para não desperdiçar os muitos verdes que ainda insistiam em não maturar.

A demora fez com que produtores como Salvador Souza, com 2 hectares, ainda tivessem muitos frutos chumbinho (verdes) nos pés plantados entre muitas árvores, as grevíleas, que servem de quebra-vento e protegem os cafezais. Salvador, da Fazenda Tanque, demonstrou paciência ao aguardar o melhor momento para a retirada dos cafés. Ali eles precisam manter o foco na qualidade para compensar a baixa produção. Em 2014, o produtor conquistou o 19º lugar no concurso Cup of Excellence.

Grandes campeões
O primeiro lugar da visita: Chácara São Judas Tadeu e Fazenda Ouro Verde. A família detém o tricampeonato do Cup of Excellence nos anos 2009, 2014 e 2015. Intento muito difícil de alcançar. A maior pontuação foi 94,05, com o impressionante valor de comercialização no leilão da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) de US$ 106.223 por dezesseis sacas de café, em 2014. Os cafés vencedores do concurso, criado em 1999 no Brasil, passam por rigorosas provas de qualidade e por isso Antonio Rigno, da São Judas, é tão orgulhoso: “São 35 anos produzindo café e precisamos ter cuidado para não estragar o que a natureza nos dá”. Com a sua voz rouca característica, Rigno é grande referência na região: “Pequenos e miniprodutores é o que mais temos aqui”, ele explica. Quando conquistou os prêmios, ele presenteou cada um dos dez funcionários que trabalham diariamente na sua fazenda com motocicletas.

O produtor Antonio Rigno, pioneiro na qualidade, é tricampeão no concurso Cup of Excellence com cafés cereja descascado

Sua esposa, Teresinha de Oliveira, é quem recebe as visitas quase que diárias de todas as partes do mundo e do Brasil dentro do seu Recanto do Café, na própria fazenda: “Japonês, dinamarquês, coreano…”. Enquanto mostra a coleção de bules, Teresinha serve uma mesa farta de bolos e outros quitutes típicos baianos que ela aquece no fogão a lenha, usando folhas de planta típica da região, o candombá. E é ela quem explica as características da bebida: “O sabor do café de Piatã é único no mundo. Quando ele se junta a um blend, torna-se perfeito”.

Neste ano, a família testou pela primeira vez a seca em terreiros suspensos. Durante a colheita, são 200 pessoas para ajudar em todas as etapas do processo. As estufas e os secadores a lenha mostram uma estrutura bem organizada. Lá, 100% do café é cereja descascado, benefício que deu ótimos resultados para a fazenda. Alguns lotes chegam a ficar doze horas em tanques. Mas, segundo Rigno, são “as mãos que fazem o café”. E sempre com o auxílio das bênçãos de São Judas Tadeu, que há três anos ganhou uma capelinha em sua homenagem na propriedade.

Aprendizes de sucesso
Rigno fez escola em Piatã. Ao circular pelas propriedades da região, encontramos produtores que sempre citam a importância de investir na qualidade e fazer lotes especiais. Conterrâneo de Rigno nessa busca pelas altas pontuações, Michael Alcântara, da Fazenda Divino Espírito Santo, conta que, nos seus 10 hectares plantados, produziu 420 sacas em 2016. Investiu no primeiro despolpador da região, em 2000, quando começou a enviar cafés para concursos: “Sonhava que um dia Piatã ia ser campeã, pelos atributos do café que são muito diferentes”.

Ele e a esposa, Patrícia, tocam a microtorrefação da família na própria fazenda e comercializam o Café Gourmet Piatã na capital, Salvador. Uma produção bem familiar, que é vista de perto pelas filhas, que estão estudando para dar continuidade ao negócio.

Michael, a filha Cecília e a esposa, Patrícia Ancântara. A família, que foca em café de qualidade, mora na região há mais de vinte anos

A plantação familiar e em poucos hectares é regra por ali. Seguindo um pouco mais pelas estradas de terra, encontra-se a área do Cafundó. Na Fazenda Santa Bárbara fomos recebidos por toda a família de José Joaquim Oliveira, campeão do Cup of Excellence 2016 na categoria cereja descascado e sexto lugar com o lote do Sítio Cafundó. Em seu 1,5 hectare trabalham oito pessoas na época da colheita, sendo a maioria da própria família: a esposa, Marlene, filhos e noras. A colheita seletiva passa retirando os frutos pelos cafezais até quatro vezes. Com os R$ 19 mil que eles conseguiram em cada saca fizeram melhorias na propriedade: construíram mais uma estufa e também compraram outro terreno para ampliar a área. O sorriso no rosto de todos corre solto ao comentarem sobre a conquista. Somente dois filhos viajaram até Jacarezinho, no Norte Pioneiro do Paraná, para acompanhar o resultado. Giliardi Torres de Oliveira conta que a emoção foi muito grande. Assim como o orgulho dos vizinhos, entre eles Pedrinho Santana, que, depois de viver vinte anos em São Paulo, voltou para a roça e também produz café. Nessa localidade eles dividem o despolpador e todos têm hortas para consumo próprio. O excedente de frutas e legumes é vendido na tradicional feira de Piatã.

O campeão do Cup of Excellence, José Joaquim Oliveira, faz a colheita seletiva no seu 1,5 hectare

Cooperativismo e microlotes
O potencial dos cafés da região fez com que, no ano passado, dos 24 finalistas do Cup of Excellence – Cereja Descascado, impressionantes dezenove fossem de Piatã. Tal feito incentivou ainda mais os produtores a se organizar em uma nova cooperativa: a Coopiatã, que hoje conta com 41 membros. Rodolfo Moreno, presidente da organização e proprietário da Fazenda Ponte, explica que ele e Renato Rodrigues (Chácara Vista Alegri) estiveram, em 2015, na Semana Internacional do Café e perceberam haver no mercado uma oportunidade para a produção de microlotes. Em reunião realizada durante a nossa visita, os produtores debatiam sobre a importância de participar de novos concursos e também de capacitações que serão oferecidas na cooperativa.

Integrantes da nova Coopiatã reúnem-se para focar a capacitação e a governança

Nosso roteiro foi finalizado na localidade das Gerais, onde produtores ainda menores cultivam café há mais de cem anos. São famílias que vivem em casas de pau a pique e chegam a colher trinta sacas. É o caso de Vilson Araújo Oliveira, que nasceu ali e que, aos 52 anos, não tem dúvida quando diz: “Eu gosto da roça”. Ele e a família do irmão, Wilson, produzem café natural por falta de condição de investir em um despolpador. A agricultura de subsistência encontra dificuldade no acesso à água – outro desafio local. Mas as alternativas existem e os produtores aproveitam o espaço que têm para fazer plantações consorciadas com a produção de maracujá e outras frutas.

Novos projetos por vir
Com o intuito de contar essas histórias, a Coopiatã está unindo forças com outros profissionais da região. Segundo Glayco Barbosa, o Gau, Secretário de Agricultura de Piatã e engenheiro agrônomo, “são cinquenta produtores que vivem do café de qualidade. Estamos colhendo os resultados nesses últimos cinco anos”. Como a produção da maioria é em pequena quantidade, a saída é o especial, para que consigam bons preços, apesar da pouca quantidade de café: “Essa também é a realidade do meu pai”, exemplifica.

Uma grata surpresa foi encontrar no mercado municipal da cidade o barista Lucas Campos, que, junto ao boxe da família de Euvaldo José Costa Jones (Café Taperinha), prepara quinzenalmente drinques de café em diversos métodos para a população local. O trabalho ganhou também um braço; um passeio que começará a ser feito com turistas que visitam a região, o CaféTur.

Entre as atrações do roteiro, um pôr do sol para finalizar, na localidade das Gerais, com uma vista incrível das montanhas da Chapada Diamantina, acompanhado de preparos de café sem o uso de eletricidade.

O sol começa a desaparecer entre as formas diversas que ganham contornos dourados na paisagem inesquecível. Um término e tanto para uma viagem que começou lembrando a pioneira da aviação que voou longe para conquistar seus objetivos. Então, finalizamos o roteiro com os pés no chão entre campos de sempre-vivas e cafés incríveis de uma das regiões mais premiadas do Brasil. Há sempre espaço para mais, para a pluralidade e para a qualidade.

TEXTO Mariana Proença • FOTO Ravena Maia

Mercado

Orfeu é o novo café do Fasano

O grupo de cinco hotéis e vinte restaurantes da marca Fasano agora tem o Orfeu Cafés Especiais em seus cardápios. O café, que no fim de 2016 relançou a marca, também tem parcerias com o Grand Mercure, Copacabana Palace, Amor aos Pedaços e Benjamin a Padaria, entre outros.

“Todas essas novas parcerias contribuem com a nossa missão de manter os melhores grãos de café que produzimos em nossas fazendas aqui no Brasil e aumentar a visibilidade da categoria de cafés especiais”, comenta a diretora geral da marca, Amanda Capucho.

O café é cultivado no Sul de Minas e na Mogiana, nas cidades de Botelhos (MG), Poços de Caldas (MG) e São Sebastião da Grama (SP). Tem como símbolo o Jequitibá Rosa de 1.500 anos localizado na Fazenda Sertãozinho. Certificada na categoria de cafés especiais, a marca conquistou diversos prêmios e os primeiros lugares do Cup of Excellence, do Coffee of the Year e do Aroma BSCA.

Orfeu é plantado, colhido, torrado, embalado e entregue pelas Fazendas Sertãozinho. A área plantada é de 1 mil hectares com 3 milhões de pés de café arábica. A marca apresenta cinco blends na linha permanente e está disponível nas versões grãos, torrado e moído, cápsulas e sachês.

As cápsulas de Orfeu, compatíveis com máquinas Nespresso, são biodegradáveis, podem se tornar adubo e recebem o Rótulo Ecológico ABNT.

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Café & Preparos

No café tem louco pra tudo…

Dizem que a altura elevada de plantio e as baixas temperaturas podem influenciar positivamente nos grãos, ressaltando características na bebida final. Mas não é apenas na etapa das lavouras que estes fatores vêm sendo testados.

No preparo da bebida, por exemplo, já tem gente utilizando destes métodos. O proprietário de uma cafeteria nos Estados Unidos decidiu levar os grãos – literalmente – as alturas. Ockhyeon Byeon colocou frutos colombianos em um balão meteorológico e o lançou ao espaço. Segundo ele, a carga subiu cerca de 48 km, alcançando a mesosfera.

Divulgação

Com a ajuda de um GPS, Byeon conseguiu recuperar o pacote, que passou cinco horas “voando”. Dentro, os grãos estavam ligeiramente congelados e cobertos de água por conta da pressão do ar. Quem bebeu diz que o café ficou levemente mais suave do que o feito com grãos “terrestres”. Em campeonatos, a altura e a temperatura também já foram um diferencial. O barista norte-americano Kyle Ramage realizou uma mistura de experimentação e ciência com o auxílio do químico Christopher Hendon, do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Ele congelou o café a seco a temperatura de -79ºC e colocou depois diretamente no moedor.

Créd: Jeff Hann

Segundo Kyle, o café torna-se mais frágil quando resfriado, especialmente abaixo de 50ºC negativos. Desta forma ao entrar em contato com o moedor, ele reage melhor no resultado da consistência das partículas, que ficam mais uniformes e geram um café mais complexo em sabores, segundo ele. “Eu uso e amplifico esta fragilidade para o lado positivo”, explica o barista. Quem vai tentar?

TEXTO Redação

Receitas

Cookie escuro de chocolate

Ingredientes
200 g de manteiga sem sal em temperatura ambiente
225 g de farinha de trigo
4 colheres (sopa) ou 80 g de açúcar refinado
25 g de cacau em pó
1 colher (sopa) ou 25 g de amido de milho
1 colher (sopa) ou 25 g de açúcar impalpável
1 pitada de sal
200 g de castanha-do-pará ou pistache picados

Utensílios recomendados
Batedeira
Filme plástico
Rolo
Cortadores
Papel-manteiga
Assadeira
Boleador de sorvete
Grade

Preparo
Em uma tigela, misture muito bem todos os ingredientes secos. Junte a manteiga e misture delicadamente, até obter uma massa homogênea. Junte as castanhas ou os pistaches picados, incorpore bem à massa e leve para gelar por cerca de 45 minutos.

Boleie em porções de cerca de 3 cm e distribua em assadeira forrada com papel-manteiga. Preaqueça o forno a 180ºC e leve para assar por cerca de 15 minutos ou até dourarem as bordas levemente. A massa deve ficar bem clarinha. Cuidado para não assar demais, pois o interior perderá a umidade e ficará seco como um biscoito.

Rende 15 unidades

(Texto originalmente publicado na edição impressa da Revista Espresso – única publicação brasileira especializada em café. Receba em casa. Para saber como assinar, clique aqui).

FOTO Daniel Ozana / Studio Oz • RECEITA Ale Tedesco
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