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AeroPress lança moedor manual compacto ideal para viagens

Reconhecida mundialmente pelo método de preparo que leva seu nome, a AeroPress acaba de ampliar o portfólio com o lançamento de um moedor manual slim, feito de metal. Com 580 g, o Manual Grinder foi projetado para se encaixar no êmbolo da AeroPress, o que torna o transporte mais prático e permite moer café em qualquer lugar.

Equipado com lâminas cônicas de 38 mm revestidas de titânio, o moedor traz rolamentos ao redor do eixo, o que garante giro suave e alinhamento preciso. Segundo a fabricante, o equipamento oferece mais de 60 níveis de moagem e comporta até 25 g de café. No design, o modelo traz ranhuras externas que facilitam a pegada e ímãs laterais que mantêm a manivela presa ao corpo quando não está em uso.

É o primeiro produto da AeroPress com distribuição global simultânea. O Manual Grinder está disponível no site oficial desde 4 de novembro por US$ 199,95.

Todos os modelos da AeroPress acomodam o moedor dentro do êmbolo – com exceção da versão Premium, de vidro, menos indicada para viagens e equipada com um êmbolo metálico ligeiramente mais estreito.

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

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Parlamento Europeu adia em um ano aplicação da Lei Antidesmatamento

Emenda retira obrigatoriedade de due diligence para operadores que vendem o produto após a entrada no mercado europeu

O Parlamento Europeu aprovou nesta quarta (26) o adiamento da aplicação da lei antidesmatamento para 30 de dezembro de 2026. O adiamento é uma das diversas emendas que simplificam a EUDR. Para micro e pequenas empresas, a prorrogação segue até junho de 2027.

Segundo comunicado divulgado para a imprensa pelo Parlamento, o prazo adicional busca “garantir uma transição tranquila” e permitir a implementação de medidas para reforçar o sistema de TI (criado pela União Europeia para implementação da lei e utilizado por operadores, comerciantes e representantes para emissão das declarações eletrônicas de diligência).

Além do adiamento, uma das emendas votadas estabelece que a responsabilidade de apresentar a declaração de due diligence recai sobre empresas que colocam o produto no mercado europeu pela primeira vez, retirando essa obrigatoriedade dos operadores que comercializam os produtos posteriormente. Também alivia as exigências para micro e pequenos produtores, que passam a entregar apenas uma declaração simplificada.

O texto foi aprovado por 402 votos a favor, 250 votos contra e 8 abstenções. A negociação segue agora para os representantes dos Estados-Membros no Conselho Europeu, e a versão final deve ser aprovada pelo Parlamento e pelo Conselho e publicada antes do final deste ano para que entre em vigor.

TEXTO Redação

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Saca de café do Cerrado Mineiro é vendida por R$ 200 mil

Campeã da categoria cereja descascado, saca produzida por Eduardo Pinheiro Campos, da Fazenda Dona Nenem, quebra recorde nacional

Durante o 13º Prêmio Região do Cerrado Mineiro, que aconteceu na quarta (19) em Uberlândia (MG), a saca campeã da categoria cereja descascado, produzida por Eduardo Pinheiro Campos, da Fazenda Dona Nenem, em Presidente Olegário, foi arrematada por R$ 200 mil.

Este foi o maior valor já pago por uma saca de café em um leilão nacional – o último recorde foi a venda de uma saca a R$ 115 mil em 2024, no mesmo concurso – e o lance  foi dado pelo consórcio formado por Expocacer, Veloso Green Coffee, Marex e Nucoffee. “É uma honra e um orgulho enorme para nossa equipe alcançar esse resultado. Eles são quem realmente colocam a mão na massa, nós apenas orientamos o caminho para chegar a esse nível de excelência”, comemorou Campos, cujo café alcançou 90,59 pontos. “A emoção é muito grande, porque são muitos anos de trabalho, conquistas e prêmios”.

O segundo maior lance, de R$ 100 mil, foi feito pela Louis Dreyfus Company para o café campeão da categoria natural, produzido pela Agropecuária São Gotardo Ltda. Reunindo nove lotes das categorias vencedoras, o leilão movimentou um total de R$ 562 mil, com média total por saca de R$ 62 mil. 

“Este recorde é uma soma de reputações. A do Eduardo Pinheiro Campos, como maior campeão da história do Prêmio Cerrado Mineiro, e a reputação de nossa região, que completa 20 anos como Indicação Geográfica e se consagra líder no segmento de origem controlada”, destacou Juliano Tarabal, diretor executivo da Federação dos Cafeicultores do Cerrado.

TEXTO Redação

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“Há uma decepção”, diz Cecafé após isenção parcial de tarifas sobre o café

Com a retirada apenas da tarifa de 10%, mas não dos 40% adicionais aplicados ao Brasil pelos EUA, entidades do setor afirmam que a decisão mantém desvantagens competitivas 

Por Cristiana Couto e Caio Alonso Fontes

“O setor esperava já virar essa página.” A avaliação é de Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé, ao comentar hoje pela manhã à Espresso a decisão dos Estados Unidos de retirar as tarifas de importação sobre o café de todos os países. “Nossa situação é pior [do que a de outros países] porque todos os nossos concorrentes já têm acordos bilaterais firmados ou só tinham a tarifa de 10% e que, agora, ficam zerados. A gente está com 40%”, analisa Matos, referindo-se, respectivamente, aos acordos firmados com Vietnã e Indonésia –que já operavam com tarifas menores –, à isenção total das tarifas para Colômbia, Etiópia e Costa Rica, e à ordem executiva 14.323, referente ao Brasil e que impôs uma tarifa adicional de 40%, vigente desde agosto.

A Casa Branca anunciou ontem (14) a isenção das “tarifas recíprocas” impostas pela ordem executiva 14.257, que fixava uma alíquota básica de 10% sobre café e outros produtos desde 5 de abril, com taxas específicas por país vigentes a partir de 9 de abril. Para Matos, a decisão deixou “uma decepção” no setor. Ele informou ter conversado ontem por telefone com o vice-presidente Geraldo Alckmin e disse ver agora necessidade de “foco total para a negociação acelerar”. Segundo ele, se a estratégia de isentar todos os produtos por 90 dias não avançar “porque há produtos que têm resistência”, o caminho deve ser negociar caso a caso e buscar a liberação imediata do café.

Em comunicado, a BSCA (Associação Brasileira de Cafés Especiais) lamentou que a nova ordenação não inclua a retirada total das tarifas de 50% aplicadas aos cafés do Brasil, “especialmente aos cafés especiais”. Para a entidade, a manutenção dos 40% “amplia distorções no comércio e tende a intensificar, no curto prazo, a queda nas exportações de cafés especiais aos Estados Unidos”

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Premiações encerram a SIC 2025

Além do COY, outras premiações na sexta (7) celebraram o talento, a inovação e a diversidade do café brasileiro

O encerramento da Semana Internacional do Café 2025, nesta sexta (7), consagrou os melhores do ano no setor cafeeiro. No Grande Auditório do Expominas, em Belo Horizonte, foram revelados os vencedores das principais premiações que reconhecem a excelência, a criatividade e o impacto da cadeia do café no Brasil.

Coffee of the Year 2025

Um dos momentos mais aguardados da programação, a 14ª edição do Coffee of the Year (COY) coroou os melhores cafés do Brasil em 2025, consolidando o concurso como a principal vitrine da diversidade e da excelência da produção nacional. Na categoria arábica, o vencedor foi Guilherme Abreu Vieira, do Sítio Família Protazio, no Caparaó (MG), e na categoria canéfora, o primeiro lugar ficou para Carolinna Bridi Gomes, da Fazenda São Bento, nas Montanhas do Espírito Santo.

O concurso promove e valoriza os melhores cafés arábicas e canéforas do país. Foram 601 amostras de diferentes regiões do país – um recorde – analisadas por Q-Graders e R-Graders licenciados pelo Coffee Quality Institute (CQI). As 180 melhores amostras (150 de arábica e 30 de canéfora) foram oferecidas em rodadas de cupping para geração de negócios e degustação de visitantes da SIC. Os 10 melhores arábicas e os 5 melhores canéforas receberam o voto popular em degustações às cegas, que decidiram os dois campeões. Depois das premiações, aconteceu o Cupping dos Campeões nas salas de Cupping.

Carolinna Bridi e Guilherme Abreu Vieira, campeões do Coffee of the Year 2025

Espresso Design 2025

Em sua 7ª edição, o concurso promovido pela revista Espresso e que destaca as embalagens mais inspiradoras do ano abriu a tarde de premiações consagrando o Café Menina, com a coleção Por do Sol Sítio Menina. A campeã foi escolhida entre vinte embalagens finalistas, expostas nos dois primeiros dias da SIC para votação dos visitantes. O segundo lugar ficou com Soul Cafés, com a coleção Soul e Café, e o terceiro com Oli Cafés.

Com mais de 80 embalagens inscritas, o concurso avalia identidade visual, eficiência, conceito, originalidade e criatividade. Estes critérios foram avaliados pela equipe da Espresso e pela especialista convidada Andrea Menocci, consultora com mais de dez anos de experiência no mercado de cafés, com foco na adequação e desenvolvimento de rótulos.

Pódio do concurso Espresso Design, realizado pela Espresso

Torrefação do Ano Brasil 2025

Na 2ª edição da premiação Torrefação do Ano Brasil 2025, organizado pela Atilla Torradores, a torrefação campeã foi Do Coado ao Espresso, em Lauro de Freitas (BA). O segundo lugar ficou para Nélly Cafés Especiais, de Presidente Olegário (MG), e o terceiro para a torrefação William & Sons Coffee, de Porto Alegre (RS). O concurso, que valoriza o trabalho das torrefações de qualidade de todo o país, teve este ano 131 torrefações inscritas, de 18 estados. A final, que aconteceu durante a SIC, selecionou a melhor entre vinte finalistas.

Pódio do prêmio Torrefação do Ano, organizado pela Atilla Torradores

Campeonato Brasileiro Blends de Café ABIC

Minas Gerais foi consagrada no 3o Campeonato Brasileiro Blends de Café ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café). O concurso premiou Larissa Rinco, da Horlando Agro Coffee, em Albertina, como a grande Masterblender Brasil 2025. O segundo lugar ficou com Matheus Vazi, da Liv Logística Armazéns Gerais, de Varginha (MG), e o terceiro, Elder Caetano, da Nuance Cafés Especiais, de Araguari (MG).

O campeonato promove o conhecimento na criação de blends de café, destacando o trabalho de classificadores, degustadores e mestres de torra. Foram três etapas seletivas estaduais, com a final acontecendo no último dia da SIC. Os blends foram avaliados por um júri técnico a partir do Protocolo Brasileiro de Avaliação Sensorial de Cafés Torrados, desenvolvido pela associação.

Florada Premiada

O Concurso Florada Premiada 2025, promovido pelo Grupo 3corações em parceria com a BSCA (Associação Brasileira de Cafés Especiais), reconhece as melhores produtoras de cafés especiais do Brasil. Na cerimônia de premiação que aconteceu pela manhã, o 1º lugar da categoria arábica (via úmida) ficou com Ângela Maria da Costa Oliveira, do Sítio Pedro Varinhas, em Manhuaçu (MG), e o 1º lugar da categoria arábica (via seca) com Amanda Evaristo Lacerda, da Forquilha do Rio, em Espera Feliz (MG). Na categoria canéfora, arrebanhou o prêmio Angela Maria Pessoa, do Café Sauá (Seringueiras, Rondônia). O concurso, que está em sua 8ª edição, valoriza o trabalho das mulheres na cafeicultura, promovendo a qualidade e a sustentabilidade na produção de cafés especiais.

Amanda Lacerda, do Sítio Forquilha do Rio, vencedora da categoria arábica (via seca)

Campeonatos Brasileiros de Barismo

A SIC também foi palco de três modalidades dos Campeonatos Brasileiros de Barismo: Barista, Latte Art e Coffee in Good Spirits. As apresentações aconteceram nos três dias de evento e, ao final do último, foram anunciados os campeões que representarão o Brasil nos Mundiais em 2026.

Na Brasileiro de Barista, o vencedor foi Daniel Vaz, da Five Roasters, do Rio de Janeiro (RJ). Ele, que levou o primeiro lugar em 2023 e o segundo em 2024, dividiu o pódio este ano com Gabriel Neiva, que ficou na segunda colocação, e Israela Gonçalves, que terminou em terceiro.

Pódio do Campeonato Brasileiro de Barista 2025

Na categoria Latte Art, o campeão também foi um nome conhecido: Eduardo Olímpio, da Naveia, de Curitiba (PR), que venceu a competição pela primeira vez em 2023. O segundo lugar foi para Tiago Rocha, da Naveia, de Curitiba (PR), e o terceiro para Gabriel Zanotelli, da Baden Torrefação, de Porto Alegre (RS).

No Coffee in Good Spirits, que avalia os melhores drinques alcoólicos com café, o bartender e barista Leo Oliva, de Curitiba (PR), sagrou-se bicampeão. Na sequência vieram Gustavo Leal, na segunda posição, e Gabriel Guimarães, da Unique Cafés, de São Lourenço (MG), em terceiro.

A Semana Internacional do Café (SIC) é uma realização Espresso&CO, Sistema Faemg Senar, Sebrae e Codemge, com apoio institucional do Sistema Ocemg. Conta com patrocínio diamante de 3corações Rituais, patrocínio ouro Anysort, Sicoob e Senac em Minas e patrocínio bronze de Nescafé, União e Yara. Apoio de ABIC, Abrasel, IWCA Brasil, BSCA, Cafés do Brasil, Cecafé, Ministério da Agricultura e Pecuária do Governo Federal, Sindicafé-MG. A Revista Espresso e o CaféPoint são as mídias oficiais.

FOTO NITRO/Semana Internacional do Café

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SIC 2025 reforça café sustentável como vetor de transformação

 No segundo dia da 13ª edição da Semana Internacional do Café, o conceito ESG ganha protagonismo em painéis dedicados à transição verde da cadeia cafeeira brasileira

O segundo dia da Semana Internacional do Café 2025 reafirmou não só a importância da implementação de uma cafeicultura sustentável como a ampliação da sua adoção. No Fórum de Cafeicultura Sustentável, espaço que desde 2014 se dedica a discutir práticas, desafios e inovações em torno da sustentabilidade, especialistas, produtores e executivos dialogaram sobre como o setor pode responder às exigências climáticas, sociais e de governança, ao mesmo tempo em que mantém produtividade e qualidade.

A incorporação dos princípios ESG vem se consolidando como um diferencial importante para as cooperativas de café no Brasil. Mais do que uma tendência, trata-se de uma transformação estrutural. “ESG é um comportamento, e não um setor da cooperativa”, declarou Simão Pedro de Lima, diretor-presidente da Expocacer, em sua participação no painel “Da terra à transformação: o valor da ESG das cooperativas de café”. A Expocacer investe em ações sustentáveis há duas décadas e hoje é a primeira cooperativa de café do mundo a conquistar o selo Regenagri, certificação internacional voltada à agricultura regenerativa. Com 750 cooperados e 100% de rastreabilidade em seus cafés, a cooperativa traduz a agenda ESG como uma filosofia de vida: “Café regenerativo não é modismo, é realidade e, por isso, precisa de escala”, resume Lima.

Mas como escalar a transição para uma agricultura sustentável? Esse foi também o questionamento de Luc Villain, da Ecoffee, um dos palestrantes do painel “Café e bioeconomia: novos caminhos para gerar valor com sustentabilidade”. Para o diretor científico da Ecoffee – consórcio de pesquisa pré-competitivo que conecta parceiros da ciência, da indústria e do campo para reduzir o uso de pesticidas sintéticos no café –, é preciso dar uma nova dimensão ao solo. “É preciso compreender o solo como um ecossistema”, ensina. Outro desafio para escalar o uso de bioinsumos passa pelo treinamento de técnicos que auxiliam os cafeicultores. 

Mas inspirar outros produtores também pode ser uma ferramenta poderosa. É o que fez o cafeicultor Jorge da Silva Souza, da Fazenda Raízes da Floresta, no Acre. “Ser sustentável não é tarefa fácil, ainda mais quando se está em uma área de preservação ambiental”, diz ele. Usar a casca de café como adubo na sua propriedade, por exemplo, inspirou seis famílias próximas à sua fazenda a adotarem a mesma prática. “Um bom exemplo arrasta pessoas”, ensina.

A cafeicultura brasileira também está avançando na adoção de gestão hídrica e uso de energias renováveis para garantir a resiliência da produção de café diante das mudanças climáticas. É o que revelou o painel “Gestão hídrica e energias renováveis na fazenda”, que ofereceu diferentes abordagens – do trabalho colaborativo em consórcios ao investimento individual – em busca de um futuro mais resiliente e produtivo. “O setor do café não vende apenas um produto, mas uma história, e a necessidade de boas práticas para contar essas histórias”, disse a cafeicultora paulista Daniella Pelosini, cafeicultora de Pardinho (SP) que mediou o painel. As práticas adotadas para o uso inteligente da água são variadas: Daniella investe, por exemplo, em descascadores de café que utilizam “zero água”.
Isaac Venturim, da Fazenda Venturim, no Espírito Santo, reutiliza a água do processo de despolpamento, faz irrigação por gotejamento e investiu no reflorestamento de sete nascentes e na construção de reservatórios, o que resultou em uma significativa reserva de água. “O objetivo futuro é usar a energia fotovoltaica para a secagem do café”, conta Venturim. Gianno Brito, produtor de café da Fazenda Vidigal, na Bahia, e consultor, também adota irrigação localizada (gotejamento) para otimizar o uso da água e destaca a importância do sombreamento das lavouras, que resulta na diminuição do consumo de água.

Dedicado a construir “paisagens produtivas e sustentáveis” no Cerrado Mineiro para garantir água para a produção de café e para as comunidades locais, o Consórcio Cerrado das Águas aposta, por exemplo, na restauração de áreas, implementando estratégias de solo nas lavouras para melhorá-lo. Um dos programas da plataforma colaborativa oferece aos produtores de uma determinada bacia hidrográfica serviços para o desenvolvimento ambiental das suas propriedades com foco em restauração, práticas agrícolas climaticamente inteligentes e gestão eficiente de recursos hídricos.

Uma celebração à sustentabilidade
O segundo dia da SIC 2025 terminou com uma celebração da sustentabilidade no evento COP na SIC, dedicado aos cafés robustas amazônicos, com degustação, coquetel com produtos da Amazônia e uma série de novidades. “É um momento de confraternização dedicado à construção de uma cafeicultura sustentável, saborosa, resiliente e amazônica”, disse o engenheiro agrônomo Enrique Alves, pesquisador da Embrapa Rondônia e um dos organizadores da ação, que também marcou os dez anos da presença dos cafés de Rondônia na feira. Entre as novidades, estiveram o lançamento do livro Café Canéfora: Ciência, Sabor e Identidade e do minidocumentário Robusta Amazônico: Café, Orgulho, Identidade. A 3corações aproveitou a ocasião para lançar a primeira cápsula de robustas amazônicos, com grãos do cafeicultor Juan Travain, da Fazenda Selva Café, nas Matas de Rondônia. Durante o encontro, também, foi comunicado o primeiro concurso internacional The Best of Canephora, iniciativa que reforça o protagonismo dos robustas amazônicos no cenário global dos cafés especiais.

A Semana Internacional do Café (SIC) é uma realização Espresso&CO, Sistema Faemg Senar, Sebrae e Codemge, com apoio institucional do Sistema Ocemg. Conta com patrocínio diamante de 3corações Rituais, patrocínio ouro Anysort, Sicoob e Senac em Minas e patrocínio bronze de Nescafé, União e Yara. Apoio de ABIC, Abrasel, IWCA Brasil, BSCA, Cafés do Brasil, Cecafé, Ministério da Agricultura e Pecuária do Governo Federal, Sindicafé-MG. A Revista Espresso e o CaféPoint são as mídias oficiais.

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Transformação marca 1º dia de palestras da Semana Internacional do Café 2025

Painéis sobre clima, capital verde e melhoramento do café mostram que a transformação da cafeicultura brasileira passa por inovação, dados e sustentabilidade

Arena SIC, no centro da área de expositores, recebe paineis do Simpósio DNA Café e Fórum da Cafeicultura Sustentável

 “É tradição do café brasileiro fazer transformação com tecnologia”. A frase, poderosa e capaz de sintetizar a história moderna da cafeicultura brasileira, acaba de ser materializada no rebranding da marca Cafés do Brasil, cujo lançamento aconteceu na abertura da Semana Internacional do Café nesta quarta (5), no Expominas, em Belo Horizonte, com o tema “Café em Transformação–Inovação, Sustentabilidade e Oferta no Mercado Global”.

Representada pela letra T, adicionada à sigla ESG, o novo slogan ESGT  reposiciona a marca coletiva para reforçar globalmente a imagem do país como produtor sustentável e inovador, e que incorpora a tecnologia como motor da cafeicultura. “Precisamos saber contar nossas histórias, e de maneira competente”, resume Aguinaldo Lima, diretor da Abics (Associação Brasileira da Indústria de Café). Lima foi um dos palestrantes do painel Apresentação da marca Cafés do Brasil”. O objetivo do reposicionamento  da marca – que levou 11 meses para ser construída pelas principais entidades do setor de forma harmônica, ou seja, com a participação de toda a cadeia – foi atualizar a identidade da marca e consolidar  o café brasileiro como referência global em sustentabilidade, qualidade e inovação. Pois, no Brasil, a sustentabilidade é feita com tecnologia, a força motriz da cafeicultura nacional.

O trabalho também resultou em um novo logotipo – conduzido pela agência Design Bridge and Partners, que fez todo o rebranding – que, de acordo com Renoir Sell, diretor de estratégia da agência no Brasil, oferece uma identidade visual “contemporânea e competitiva”, que transmite a “percepção de movimento mas com elementos de reconhecimento”. 

A transformação também é uma das responsabilidades dos líderes. Três deles participaram do painel “Brasil e COP30: mudanças climáticas, sustentabilidade e protagonismo global”, que abriu as conferências do tradicional Simpósio DNA Café, que reúne especialistas para debater tendências de consumo, tecnologia, negócios e o futuro do setor cafeeiro. Apresentados pelo mediador Pedro Ronca, diretor da Plataforma Global do Café no Brasil, Marcos Matos, CEO do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café no Brasil), Fabricio Andrade, presidente da Comissão Nacional do Café da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e Natália Carr, gerente de ESG da Cooxupé, reforçaram a necessidade de o Brasil comunicar melhor suas conquistas ambientais e sociais, consolidando a imagem do café como parte da solução climática. “Ser líder é também ser alvo, e como líderes, não podemos descansar, temos uma agenda ambiental forte para apresentar”, resumiu Ronca, lembrando a proximidade da COP30 e o avanço da cafeicultura do Brasil em relação aos outros países produtores. “A produção, a qualidade e a sustentabilidade do café brasileiro tem evoluído muito rápido diante dos outros países”, concordou Fabricio Andrade. Para ele, embora nossa cadeia seja eficiente – cerca de 85% do FOB Santos vai para o cafeicultor –, é preciso vencer desafios, como implementar práticas de cultivo mais resilientes, gerar atrativos para manter jovens no campo e resolver problemas de logística e armazenamento do café. 

Na avaliação de Marcos Matos, a COP30 no Brasil coloca o café em uma “vitrine estratégica” e obriga o país a comunicar sua liderança em sustentabilidade com dados e “voz unificada”. “É preciso provar com métricas do ambiente tropical que a cafeicultura faz parte da solução climática, e não do problema: Temos uma agricultura de baixo carbono, com balanço de carbono negativo na lavoura”, observa. “Temos que fazer valer nossas informações e nossas regras; o agro brasileiro se organizou, exige respeito”, completa, referindo-se ao Fórum Brasileiro da Agricultura Tropical, iniciativa lançada em 2025 para posicionar a agricultura tropical brasileira como parte central das soluções globais para clima, segurança alimentar e energia.

Já Natália Carr reforçou que cooperativismo também faz parte da solução. “É uma forma de união, de distribuição de valores e, principalmente, de escala”, disse.

Inovações para enfrentar os atuais desafios foi a marca do painel “Mercado global em transformação: dinâmicas e caminhos”, que reuniu Marcos Matos (Cecafé), Aguinaldo Lima (Abics) e Pavel Cardoso (Abic) e abordou os efeitos do cenário geopolítico global sobre as exportações e a indústria de café. Para Matos, o momento geopolítico complexo faz com que seja preciso que o Brasil “trabalhe em conjunto, de forma organizada” para enfrentar legislações como o tarifaço dos EUA e as novas regras ambientais europeias. Segundo ele, o diferencial competitivo do café brasileiro é ter “origem confiável”.

Aguinaldo Lima ressaltou a necessidade do setor de café solúvel – cujo consumo global é de 28% – de se posicionar de forma mais estratégica. “Temos que ser mais agressivos em acordos comerciais”, ressaltou. Ao mesmo tempo, LIma relembrou o avanço na qualidade dos blends – com a emergência dos canéforas de qualidade – e destacou a inovação do setor com o desenvolvimento do protocolo de análise sensorial de café solúvel pela Abics, que auxilia a exportação, o consumo e o  posicionamento de mercado dos solúveis, além de ter potencial para ser mundialmente reconhecido.

Pavel Cardoso apontou a dificuldade da indústria de café em equilibrar a volatilidade dos preços sem transferi-la ao consumidor. Embora acredite que o momento difícil tenha sido “extremamente rico” para o amadurecimento da indústria de café, que conseguiu manter qualidade, Cardoso alertou para o crescimento da exportação de cafés robusta pelo Vietnã e destacou a necessidade da busca de mercados alternativos para o café brasileiro. “Corremos o risco de perder nossa posição para o Vietnã”.

Seguindo a lógica da capacidade de transformação da cafeicultura brasileira, o painel “Capital verde & ESG: uma oportunidade para o mercado de café” discutiu como mobilizar e democratizar o “capital verde” para financiar a transição regenerativa na cafeicultura, com foco em crédito, risco e acesso. Os palestrantes Felipe Vignoli, da Impacta  Finanças Sustentáveis, e Luisa Lembi, do BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais) apresentaram à audiência – a Arena SIC, onde aconteceram os paineis, permaneceu lotada ao longo do dia – como funciona esse tipo de financiamento, ainda uma novidade no Brasil. “Para poder mudar as coisas, é preciso capacitação técnica”, ensinou Luisa, sobre um dos eixos (a capacitação técnica gratuita) que norteia o programa AgroMinas, do BMDG, que promove a agricultura regenerativa na cafeicultura – o outro são as duas linhas de crédito que financiam práticas regenerativas via cooperativas de crédito. 

Vignoli, que fundou a Impacta com o objetivo de facilitar o fluxo de capital para empresas comprometidas com o desenvolvimento sustentável, aposta no blended finance (junção de diferentes tipos de financiadores): “Produzir um café em floresta, por exemplo, é diferente e, por isso, precisa de um mecanismo diferente”. Segundo ele, captar recursos para inovações como esta é “um caminho tortuoso”, mas que encontra vários atores disponíveis para isso. Porém, conectar as duas pontas (financiadores e produtores), em escala, é o grande desafio, embora não falte volume de dinheiro, mas acesso. Para os palestrantes, o futuro do crédito verde envolve, portanto, aproximação de diferentes atores, capacitação e suporte técnico, combinação de recursos e aumento de fontes de capital. “Quero, no futuro, ver que esse tipo de financiamento é algo comum”, almeja Vignoli. 

Inovador também é o tema do painel “Agricultura 5.0: integração inteligente de tecnologias, dados e sustentabilidade”. A começar pelo conceito “5.0”, uma evolução da agricultura 4.0 – uso de drones e agricultura de precisão, por exemplo – ao integrar ferramentas de inteligência artificial, robótica (automação de sistemas), biologia sintética (como plantas transgênicas, por exemplo) e impressão 3D e 4D no processo de desenvolvimento da tecnologia. 

A introdução ao conceito, sua aplicação na cafeicultura brasileira e exemplos de seu uso na Europa permearam o painel, comandado pelo pesquisador da Embrapa Maurílio de Oliveira e pelo CEO da Scicrop José Damico. “Um robô, com um processo de automação diferenciado e tecnologias embutidas, é capaz de tomar decisões em tempo real”, exemplifica Oliveira. 

Num cenário futuro, mas quase presente, o diferencial será o banco de dados de cada produtor. “O conjunto dos meus dados e desta tecnologia, que estará disponível para todos, pode trazer benefícios diferentes”, resume Damico. Segundo Oliveira, esse novo pacote – conhecido como “digitalização do agro” – embutido na agricultura 5.0 está sendo comparado à revolução trazida pela mecanização agrícola. Com uma conectividade  5G, fundamental para o processo, a agricultura 5.0 ganha independência. “Esse é o grande diferencial, pois não há mais segmentação do trabalho envolvendo o homem. Tudo é automatizado e acontece em tempo real, e isso já é uma realidade”, conta Oliveira. 

Drones que decidem onde aplicar nutrientes e robôs que colhem com precisão apenas frutos maduros são exemplos do que está chegando. Segundo os painelistas, a agricultura 5.0, ao facilitar a organização da produção de café e seu rastreamento, vai ajudar na tomada de decisões tanto em termos de propriedade como de região.

Na última apresentação do dia, “O DNA do café do futuro: como a genética molda a cafeicultura”, mais inovações, atreladas às mudanças climáticas, foram apresentadas pelos cientistas convidados para compor a apresentação. Um dos grandes destaques do painel foi o estudo da aplicação de edição gênica ao café. De acordo com Eveline Caixeta, pesquisadora da Embrapa Café, o “silenciamento” de genes indesejáveis é a próxima fronteira a ser vencida no café. Enquanto isso, avanços no melhoramento tanto de cafés arábica quanto de canéforas estão a todo vapor. Fabiano Tristão, coordenador de cafeicultura do Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural), depois de apresentar os avanços, nas últimas três décadas, no melhoramento dos conilons no Espírito Santo, vê o futuro da variedade a partir, por exemplo da seleção de clones com maior tolerância à doenças como a ferrugem, maior valor nutracêutico ou mais adaptados à mecanização. Daqui há 3 anos, o Incaper vai lançar, ainda, uma cultivar de altitude.

Já Gladyston Carvalho, pesquisador da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), apresentou a tecnologia presente nas novas cultivares de arábica – que resultaram, por exemplo, na inversão da cafeicultura no Cerrado, onde antes predominava a produtiva cultivar catuaí, desenvolvida nos anos 1970 pelo IAC (Instituto Agronômico de Campinas). “Os cafés brasileiros têm várias tecnologias simultâneas embarcadas”, frisa Carvalho. Sua aposta para o futuro dos arábicas é no desenvolvimento de clones de arábica que tenham produtividade maior e que levem menos tempo para originar novas cultivares.  

Provocados pelo mediador Enrique Alves, pesquisador da Embrapa Rondônia quanto à variedade que irá se tornar o futuro da cafeicultura, os pesquisadores concordaram: o futuro é do café híbrido (conilon e robusta).

A Semana Internacional do Café (SIC) é uma realização Espresso&CO, Sistema Faemg Senar, Sebrae e Codemge, com apoio institucional do Sistema Ocemg. Conta com patrocínio diamante de 3corações Rituais, patrocínio ouro Anysort, Sicoob e Senac em Minas e patrocínio bronze de Nescafé, União e Yara. Apoio de ABIC, Abrasel, IWCA Brasil, BSCA, Cafés do Brasil, Cecafé, Ministério da Agricultura e Pecuária do Governo Federal, Sindicafé-MG. A Revista Espresso e o CaféPoint são as mídias oficiais.

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Minas consagra os três campeões do Cup of Excellence 2025

A final da 26a edição do concurso, que aconteceu neste sábado (1o) em São Paulo, premiou Mantiqueira de Minas, Cerrado Mineiro e Sul de Minas

Por Cristiana Couto

Mantiqueira de Minas, Cerrado Mineiro e Sul de Minas foram as regiões vencedoras da 26a edição do Cup of Excellence, reveladas neste sábado (1o) no Diamond House, na capital paulista. A competição, que nasceu em 1999 no Brasil e hoje acontece em 11 países, premiou os melhores cafés de qualidade brasileiros da espécie arábica em três categorias: via seca, via úmida e experimental – as duas últimas, introduzidas em 2023.

Na categoria via seca (cafés de processamento natural), o vencedor é a Fazenda Aracaçu, de Três Pontas, no Sul de Minas, com a variedade arara, que alcançou 90,79 pontos. Na categoria via úmida (cafés despolpados, descascados ou desmucilados), sagrou-se campeão, também, um arara, este da Fazenda Água Limpa, em Campos Altos (Cerrado Mineiro), que obteve 91,37 pontos. E na categoria experimental (que agrega cafés fermentados de várias maneiras), ganhou um arábica da variedade gesha da Fazenda Rio Verde, em Conceição do Rio Doce (Mantiqueira de Minas), com 91,68 pontos (veja a lista dos finalistas aqui).

A novidade em 2025 é a consagração de um produtor que apresenta consistência, ao longo dos anos, na alta qualidade dos lotes que envia ao concurso e que, também, deixa um legado para outros cafeicultores. O produtor Luiz Paulo Dias Pereira Filho, da Fazenda Santuário Sul, em Carmo de Minas, recebe o novo título “Lendas da Excelência” (“Legends of Excellence”, na versão original). Participante desde o início, ele já ficou 23 vezes entre os melhores da competição. A nova distinção será atribuída a mais cinco produtores no mundo. “Este prêmio não é meu, é do Brasil”, disse Pereira, ao receber o troféu.

Nos últimos anos, a principal tendência do concurso tem sido o aumento no número de regiões destacadas. “Isso fortalece a marca brasileira, que é de diversidade e capacidade de inovação”, diz Vinícius Estrela, diretor-executivo da BSCA, uma das organizadoras do CoE no Brasil. 

E eem 2025, o concurso foi marcado pela presença de muitas variedades brasileiras. “Isso mostra que os juízes internacionais estão conseguindo valorizar as variedades brasileiras da mesma forma que outras”, explica Estrela.

Os 30 melhores cafés (pontuados igual ou acima de 87), provados por júri nacional e internacional, seguem para o leilão Cup of Excellence (virtual e internacional). Este ano, foram 615 amostras enviadas, e o leilão dos cafés brasileiros acontece em 9 de dezembro. Além da BSCA, o concurso no Brasil é organizado pela Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e pela ACE (Alliance for Coffee Excellence).

CafezalMercado

Cafés do Brasil lança reposicionamento da marca na SIC 2025, com novo foco em tecnologia

Reposicionamento da marca coletiva reforça imagem do país como produtor sustentável e inovador e incorpora tecnologia como motor da cafeicultura brasileira

Entidades do setor cafeeiro lançam na próxima quinta-feira (5) o novo posicionamento da marca Cafés do Brasil, durante a Semana Internacional do Café (SIC), em Belo Horizonte (MG). A apresentação acontece às 12h20, no painel “Rebranding e ressignificação da marca Cafés do Brasil”, no primeiro dia do evento, que segue até o dia 7 de novembro, no Expominas.

O projeto de rebranding, desenvolvido ao longo de 2025 em parceria com a agência Design Bridge and Partners, envolveu diagnóstico, pesquisa e entrevistas com representantes de toda a cadeia. O objetivo é atualizar a identidade da marca e reposicionar o café brasileiro como referência global em sustentabilidade, qualidade e inovação.

O novo conceito ESG+T — que acrescenta o “T” de tecnologia à tradicional sigla ESG (ambiental, social e governança) — busca traduzir a força motriz da cafeicultura nacional. “A tecnologia é nossa força para cultivar a inovação e colher o desenvolvimento”, afirma Fabrício Andrade, presidente da Comissão Nacional do Café da CNA e porta-voz das entidades (confira a lista abaixo). Segundo ele, a proposta evidencia que “a tradição da cafeicultura brasileira se renova por meio da tecnologia, impulsionando inclusão social, trabalho justo e proteção ambiental”.

“A escolha da SIC como plataforma de lançamento da marca reforça o quanto o evento se tornou estratégico para o setor. Por outro lado, a SIC também cumpre o papel de levar diretamente aos profissionais da cadeia essa nova mensagem, de valorização e fortalecimento da imagem do café brasileiro no mundo”, diz Caio Alonso Fontes, CEO da Espresso&CO e correalizador do evento.

O trabalho também resultou em um novo logotipo, descrito por Andrade como “mais moderno e representativo”, que celebra “a pluralidade de culturas, pessoas e sabores” do país. 

Participam da iniciativa:

ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café)
Abics (Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel)
BSCA (Associação Brasileira de Cafés Especiais)
CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil)
Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil)
CNC (Conselho Nacional do Café)
MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária)

Semana Internacional do Café 2025
Quando: de 5 a 7 de novembro de 2025
Onde: Expominas – Belo Horizonte (MG)
Quanto: R$ 75 (para o dia 7) e R$ 150 (com direito aos 3 dias)
Mais informações: www.semanainternacionaldocafe.com.br

TEXTO Redação

Mercado

Lula diz estar “convencido” de que tarifas ao Brasil terão solução nos próximos dias

Em coletiva na Malásia após encontro com o presidente dos EUA, Lula demonstrou otimismo quanto à redução das tarifas; entidades do setor, como BSCA e Cecafé, comemoram retomada do diálogo e veem chance de avanço para o café brasileiro

Em coletiva nesta segunda (27), no horário da Malásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou estar “convencido de que haverá uma solução para as tarifas impostas ao Brasil por Trump nos próximos dias”. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.

As declarações foram feitas um dia após o encontro entre Lula e o presidente dos EUA, Donald Trump, em Kuala Lumpur, na Malásia, à margem da Cúpula da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), evento para o qual ambos foram convidados, para tratar das tarifas impostas pelos EUA aos produtos brasileiros.

O encontro realizado no domingo (26), que durou 45 minutos, foi o primeiro passo para a retomada formal das negociações sobre o elevado nível de tarifas aplicadas pelos Estados Unidos aos produtos do Brasil. Até o momento, não houve anúncio público de que as tarifas serão efetivamente reduzidas ou anuladas.

Mesmo assim, entidades brasileiras do setor, como a BSCA (Associação Brasileira de Cafés Especiais) e o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), mostraram-se otimistas com a reunião entre os dois líderes.

Para a BSCA, o encontro “representa uma perspectiva concreta de solução para as tarifas aplicadas ao setor cafeeiro”. Já o Cecafé celebrou a retomada do diálogo entre Brasil e Estados Unidos em Kuala Lumpur. Enquanto aguarda “resultados concretos” a partir do encontro, a entidade destacou que uma solução para as isenções atualmente aplicadas ao setor do café “contribuirá para o recuo da atual pressão inflacionária ao produto no mercado dos EUA e para o fortalecimento da sustentabilidade de toda a cadeia produtiva brasileira”.

A aproximação entre os dois países ocorre em um momento de forte volatilidade nos preços internacionais de café e incertezas no comércio global do produto.

TEXTO Redação