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Martins Café lança microlotes e propõe novas experiências com os grãos

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Na última quinta-feira (22/1) a Martins Café apresentou novidades de sua safra 2014 de cafés. Como bem disseram Fabíola Filinto e Mariano Martins, sócios da empresa, a produção do ano tinha tudo para dar errado devido à seca, mas para a alegria da dupla, a história foi diferente.

As novidades são três cafés da mesma variedade (bourbon amarelo), que foram colhidos na mesma hora, no mesmo talhão, no mesmo dia e nas mesmas condições, mas que apresentaram notas sensoriais tão distintas ao se variar apenas o método de processamento. Os grãos também trazem perfis bem diferentes, mas uma mesma característica: a torra média/clara.

Os cafés, segundo Fabíola e Mariano, não apresentam nenhum amargor. “Acreditamos que o café não deve ser amargo para que você consiga desfrutá-lo a qualquer temperatura, sem angústia. Afinal, café amargo só dá para tomar pelando de quente”, afirmam.

De acordo com os empresários, essa variação de aromas e sabores do mesmo café só foi possível graças, quem diria, à estiagem do ano passado, que estabilizou variáveis que normalmente não permitem experiências mais agressivas de fermentação do café na fazenda Santa Margarida. “A quantidade de café na fazenda foi menor, mas os grãos que nasceram em 2014 maturaram lentamente e, assim, eles ficaram mais doces”, explica Mariano. Com a ausência da chuva, que impediu a fermentação dos grãos na árvore, houve a liberdade para se fazer experiências mais ousadas de processamento no terreiro.

Conheça os novos cafés da marca:

Guaranóia:
Processamento: cereja descascado com mucilagem aderida (não passou pelo processo para remover a mucilagem, o café secou com ela. Isso foi feito para intensificar ainda mais a fermentação), seco em terreiro suspenso, coberto para fermentação com cepas nativas (leveduras nativas da planta, ou seja, o café foi fermentado com as leveduras que já estão presentes nele, não sendo introduzido nenhuma levedura “externa” para esta fermentação) por 72 horas.
Sensorial: esse lote traz notas secas de guaraná e mel; e úmidas de dama da noite, mel e suco de caju. Corpo e acidez médios, finalização longa, com notas de guaraná.

Encorpator:
Processamento: café natural, de seca rápida em terreiro tradicional (um tipo de asfalto próprio para cafés especiais. Chamado de tradicional porque esse tipo de secagem é o procedimento mais comum no Brasil hoje) com leiras finas, para reduzir a fermentação.
Sensorial: seu ponto mais forte é o corpo. Esse lote tem muita doçura natural que se sobrepõe a sua acidez cítrica. Notas aromáticas de caramelo e mel, com leve toque de morango. Corpo alto, acidez delicada e finalização longa e doce, com notas de amêndoas.

Acid Base:
Processamento: cereja descascado no método colombiano via tanques de fermentação por 24 horas.
Sensorial: mistura o toque macio do ácido láctico com um corpo interessante. Com notas aromáticas florais, frutas secas e caramelo, traz corpo e acidez altos, finalização doce e prolongada com notas de amêndoas.

Novas experiências
A marca sugere brincar com os três cafés, misturando os grãos para fazer um blend próprio. A pessoa pode misturar as quantidades como bem entender e fazer diversas experiências, ressaltando as diferentes características dos cafés e buscando o sabor que mais a agrada. A produção é limitada, com apenas cinco sacas de cada microlote.

Serviço
Onde comprar: www.martinscafe.com.br

TEXTO Natália Camoleze • FOTO Divulgação/Martins Café

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