Café & Preparos

Celebração do café em Londres vai até domingo (14)

Neste fim de semana, capital inglesa transforma-se em palco global da indústria do grão com o London Coffee Festival

Entre 11 e 14 de abril, a paixão pelo café transcende fronteiras e reúne aficionados e profissionais da indústria com o London Coffee Festival. Na nova edição, o público vai conferir as últimas tendências, inovações e sabores que estão moldando o futuro do café.

São mais de 225 expositores do setor, que apresentam desde novidades em cafés especiais até inovações em equipamentos. Entre as palestras com especialistas, há desde discussões sobre sustentabilidade até orientações sobre como começar uma cafeteria ou como preparar-se para disputar campeonatos.

Já as atrações interativas incluem aulas de latte art, sessões educativas de cafés coados e workshops para aprofundar o conhecimento e as habilidades no universo do café, além de batalhas entre baristas julgadas por painéis de personalidades da indústria envolvendo métodos de preparo, drinques de assinatura e serviço, entre outras.

Dos diversos espaços, destaque para o Hyde Park Bar, onde serão servidos coquetéis com o grão ao mesmo tempo em que DJs consagrados do país (Justin Robertson e Ray Mang) comandarão as pick ups. 

Serviço
London Coffee Festival
Onde: Truman Brewery, Londres
Quando: 11 a 14 de abril
Informações: www.londoncoffeefestival.com

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Café & Preparos

Como recipientes moldam a experiência de provar cafés?

As pessoas têm uma xícara favorita para tomar café? Vale beber café em taça de vinho? Há diferenças na degustação de um mesmo café numa cafeteria preferida ou no modelo para viagem, quando ele é servido em copo de plástico ou papel encerado? Será que existe o copo certo para cada café, como as tampas dos potes plásticos de cozinha?

Para esta última pergunta, talvez não haja uma única resposta. “A experiência de beber algo depende da integração multissensorial dos atributos da própria bebida, bem como das características do recipiente e do ambiente no qual se está.” A frase, que resume bem a complexidade do tema, abre o artigo The shape of the cup influences aroma, taste, and hedonic judgements of specialty coffee (a forma do recipiente influencia o aroma, o sabor e a percepção hedônica dos cafés especiais, em tradução livre), escrito pela neurocientista brasileira Fabiana Carvalho. Fabiana, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), coordena o projeto The Coffee Sensorium, em colaboração com Charles Spence, professor de psicologia experimental na Universidade de Oxford, Inglaterra.

Fato é que, seja para descobrir coisas novas, seja para movimentar um cenário, tem sempre gente testando ideias, e sempre tem modas surgindo. No ramo das bebidas, pode-se falar, por exemplo, daquele famoso copo que mantém a temperatura do líquido por horas a fio, e dos cafés servidos em xícaras diferentes ou em taças de vinho, como apareceu na capa da última edição da Espresso. Afinal, nunca se sabe quando um eureca pode surgir, e o “não funciona” todos já têm. Mas vale saber o que as pesquisas apontam sobre a influência dos itens para servir café e o que já foi estudado em relação à formação da percepção humana dos alimentos.

Em boa parte das vezes, a escolha do recipiente ideal para uma bebida começa do modo objetivo, com questões como se o item acomoda pedras de gelo ou se mantém bebidas quentes sem que o bebedor queime as mãos, por exemplo. A escolha começa, também, pela afetividade: gostar mais de uma caneca ou de um copo, seja pelo motivo que for, tem muito valor. E não é frescura ou coisa da imaginação notar diferenças na percepção de alguém quando este bebe o mesmo café em uma xícara diferente.

“A composição química de um café não muda se ele for consumido em uma xícara pequena de louça branca, em um copo alto de vidro transparente ou em uma taça de vinho”, explica Verônica Belchior, doutora em ciência de alimentos e Q-Grader. “A não ser que seja um material que solta resíduos”, considera. Porém, destaca ela, fatores extrínsecos não são desprezíveis na percepção de sabor de um café.

O gosto em suas três etapas

Antes de explicar o que apontam os (ainda) poucos estudos científicos sobre a influência dos recipientes na percepção sensorial da bebida café, é preciso explicar o que a neurociência e os estudos em alimentação levam em conta ao investigar a percepção dos alimentos. O primeiro aspecto, considerado mais objetivo, trata das sensações de olfato, paladar e tato, ou seja, dos aromas, sabores e sensações de textura e de temperatura de um alimento degustado.

O segundo aspecto reúne fatores ambientais, que incluem não só o local onde o indivíduo se alimenta (se está iluminado ou escuro, se é calmo ou descontraído, de lazer ou de trabalho, se faz calor ou frio) mas os recipientes onde o alimento é servido.

O terceiro, mais subjetivo, diz respeito à situação, aos afetos e às experiências de uma pessoa e é denominado percepções hedônicas e culturais. Alguém pode estar bebendo um café relaxadamente, tendo uma conversa gostosa ou estar em um momento de tensão. E existem, ainda, aquelas considerações já estabelecidas, como a de uma comida que lembra a infância e a que desperta memórias boas ou ruins. Tudo isso faz diferença, e foi preciso fazer esse percurso para justificar porque não há certo ou errado, em termos absolutos, nas respostas das pessoas sobre qual item é o mais adequado para servir cafés.

Isso tudo é tão importante que é capaz de explicar tanto os conceitos explorados à exaustão na gastronomia quanto a ideia da comida de afeto (em inglês, comfort food) e de “experiências”. Existe, até,
um livro intitulado O gosto como experiência, do italiano Nicola Perullo, que aborda como as pessoas percebem alimentos e bebidas e que serviu de fonte para esta reportagem.

Foto: Amin Hasani

O que dizem as pesquisas em café 

Comparativamente às análises e aos conhecimentos sobre vinhos e cervejas, ainda há poucos estudos que envolvem os materiais de que são feitos os recipientes para servir cafés. E, entre essas pesquisas, a maior parte concentra-se em cerâmicas e porcelanas, por serem materiais de melhor qualidade para acomodar a bebida.

Em 2014, pesquisadores da Austrália e do Reino Unido (George H. Van Doorn, Dianne Wuillemin e o
já citado Charles Spence) fizeram três experimentos utilizando canecas de vidro e de cerâmica transparentes, brancas e azuis. Os resultados mostraram que a cor pode influenciar a percepção sensorial da bebida. Se não houve diferença significativa entre as canecas transparente e azul, o mesmo não aconteceu com a caneca branca, na qual os participantes afirmaram perceber mais a doçura da bebida. A hipótese dos pesquisadores é a de que a cor marrom do café destacou-se na xícara branca.

A pesquisa de Fabiana e Spence, citada no início desta reportagem e desenvolvida em 2018, demonstrou o profundo impacto do formato da xícara de café na percepção de consumidores, tanto amadores quanto especialistas. O material usado foi a cerâmica em três formatos: uma xícara tulipa, outra com a boca mais aberta e a terceira com a boca também larga e uma curvatura na metade da peça. No terceiro modelo, os consumidores perceberam mais notas de doçura e de acidez no café, enquanto que na xícara em estilo tulipa os aromas sobressaíram.

Já um experimento de neuromarketing analisou a percepção do consumidor quanto às qualidades intrínsecas e extrínsecas do café. Ele foi feito pela mestre em tecnologia de alimentos e nutrição Josiana Bernardes em parceria com o fusiónLab, instituto de neurociência e neuromarketing da Espanha.

Utilizando ferramentas avançadas como o eletroencefalograma e a análise da dilatação pupilar, os pesquisadores conduziram o estudo para investigar as reações de consumidores não especializados em três cenários distintos. No primeiro cenário, cujo objetivo foi verificar a diferença na percepção de qualidade entre um café tradicional e um café especial, ambos servidos em recipientes idênticos,
os participantes identificaram uma qualidade superior no último produto.

No segundo cenário, o café especial foi apresentado em recipientes de diversos materiais – vidro com um design específico, cerâmica e papel. Neste caso, o recipiente de vidro destacou-se por gerar uma impressão mais positiva nos consumidores. No terceiro e último cenário, os participantes foram informados sobre a origem dos cafés, incluindo detalhes das famílias produtoras e da produção dos grãos.

Essas informações adicionais tiveram um impacto maior e mais positivo na experiência dos consumidores se comparadas ao resultado da mudança de recipientes. “Isso mostra que o café depende de cultura, de hábitos, ou seja, são muitos os fatores que mudam a percepção de uma bebida e é muito difícil analisá-los isoladamente”, conclui Josiana.

O café de três jeitos

O que esperar de cada recipiente de material inerte (vidro ou porcelana) quando um café, com a mesma extração, é servido neles.

Copo de vidro transparente Americano ou Lagoinha
Comporta 190 ml, e foi criado em 1947 por Nadir Figueiredo. É de vidro transparente, liso por dentro e com listras em relevo por fora, que garantem segurança a quem o pega. Por ser transparente, revela a cor do líquido e das diferentes torras e extrações – se são torras claras ou escuras, se a extração resulta numa bebida mais límpida ou turva. É resistente ao calor e confortável para segurar, principalmente se não estiver completamente cheio. Porém, não mantém a temperatura por muito tempo. Tem forte valor afetivo por estar presente na maioria dos bares, padarias e casas brasileiras.

Xícara de porcelana branca tradicional
Com opções que comportam 80 ml (a pequena) e 180 ml (a grande), foi desenvolvida pelo designer italiano Matteo Thun, em 1991, sob encomenda da illycaffè, e está entre as mais comuns em cafeterias. Tem o fundo arredondado para que as gotas de café espresso, ao baterem na xícara, girem em torno do seu próprio eixo e auxiliem a formação da crema. Mantém por um bom tempo a temperatura do café e, a não ser que tenha sido muito aquecida, é confortável nos lábios, sem queimá-los. A asa permite manuseá-la com segurança. A cor branca, opaca, ressalta a cor marrom do café e a percepção de corpo da bebida.

Taça de vinho Borgonha 
Criada na região de Borgonha, França, é ampla e com a boca mais aberta, para que o vinho tinto tenha uma área maior de respiro. A curva da taça ajuda a “prender” os aromas por tempo suficiente para a degustação. É preciso servir o café em temperatura não tão alta, pelo risco de quebrar a taça, que esfria rapidamente a bebida. O formato da taça favorece a concentração dos compostos voláteis do café e
condensa os vapores nas suas paredes. O fato de o vinho habitar um lugar no imaginário geral relacionado ao luxo e à exclusividade pode influenciar tanto positiva quanto negativamente quem degusta o café numa taça.

Texto originalmente publicado na edição #83 (março, abril e maio de 2024) da Revista Espresso. Para saber como assinar, clique aqui.

TEXTO Cíntia Marcucci • FOTO Daniel Ozana/Studio Oz

Café & Preparos

História das cafeterias no Brasil é tema de mostra no Museu do Café

Pessoas bebendo café em balcão no Rio de Janeiro, c. 1957 – Acervo Arquivo Nacional

A história dos cafés e cafeterias no Brasil é tema da exposição Café: na mesa ou no balcão?, que o Museu do Café, em Santos, inaugura em 13 de abril. Distribuída por três salas, a mostra, que acontece até janeiro de 2025, explora as transformações pelas quais passou o costume de tomar café entre os séculos XIX e XX no país.

Esse desenrolar da história concentra-se no ambiente público, ou seja, os estabelecimentos que serviam café e que surgiram a partir de 1830 com os primeiros imigrantes europeus – comerciantes, pequenos industriais e viajantes – que atracaram nos portos das cidades do Rio de Janeiro e de Santos, por onde eram escoadas as milhares de sacas de café cru brasileiro. 

“O século XIX presenciou a ascensão meteórica do café, de um produto cultivado para consumo próprio à principal fonte de riqueza do país”, contextualiza o historiador Bruno Bortoloto, um dos integrantes do Núcleo de Pesquisa do museu, equipe responsável pela curadoria da exposição.

A primeira sala trata desses primeiros cafés, que serviam a bebida em mesinhas, ao estilo europeu. Eles surgem tanto da tradição portuguesa dos botequins – que vendiam vinhos, aguardente e as bebidas chá, café e chocolate, quanto dos cafés parisienses, e configuram locais de divertimento e convívio. “Esses primeiros espaços irão desembocar nas tertúlias ou saraus, que reuniam intelectuais como Machado de Assis e Olavo Bilac nos cafés e confeitarias da capital carioca, que eram um pouco mais chiques”, explica o curador.

O formato dos primeiros estabelecimentos também muda com o passar das décadas, exemplificado pelo mobiliário, que evolui para cadeiras de madeira austríacas (as clássicas thonet) e mesas com pés de ferro e tampos de mármore.

O café tomado em pé, em frente ao balcão, é explorado no segundo espaço da mostra, que aborda a história e o uso desses novos espaços, marcados pela introdução do espresso. As máquinas, inicialmente importadas da Itália, passaram a preparar o método coado, também extraído das máquinas Monarcha, empresa brasileira fundada nos anos 1920. Uma coleção de moedas da mesma década registra o preço da bebida. “O cafezinho sempre foi o item mais barato em qualquer estabelecimento”, diz Bortoloto.

“Trabalharemos, também, os cafés modelo dos anos 1970 e o surgimento das cafeterias ou coffee shops, entre as décadas de 1980 e 1990”, completa. Segundo Bruno, esta segunda etapa da história dos cafés está inserida num contexto de aceleração da vida cotidiana no país.

Por fim, na terceira sala, a mostra pretende instigar os visitantes sobre o futuro dos cafés a partir da opinião de especialistas em depoimentos e entrevistas. Entre os participantes estão Diego Gonzales, sócio da cafeteria Sofá Café (SP), e Isabela Raposeiras, proprietária do Coffee Lab (SP), que discutem o cenário atual e a perspectiva futura dos espaços de consumo de cafés.

Entre os materiais em exposição há cafeteiras e chocolateiras, xícaras e açucareiros de vidro e alumínio antigos, além de fac-símiles de livros do período. O museu ainda recriou ambientes antigos e recheou a mostra com imagens, vídeos e música.

Serviço
Mostra “Café: na mesa ou no balcão?”
Quando: 13 de abril a 25 de janeiro de 2025
Onde: Museu do Café (rua XV de Novembro, 95 – Centro Histórico – Santos/SP)
Horário: Terça a sábado, das 9h as 18h; domingo, das 10h as 18h
A entrada é gratuita aos sábados. Nos demais dias, custa R$ 16 (inteira) e R$ 8 (meia). 

TEXTO Cristiana Couto • FOTO Museu do Café

Café & Preparos

Cafés funcionais são unanimidade entre especialistas e apreciadores?

Suplementos à base do grão viram moda em academias e são opção como estimulante físico 

É comum a associação do café como bebida a movimentos e processos históricos na Europa do século XVIII, como o Iluminismo e a Revolução Industrial. Afinal, independentemente de seu aspecto “político”, uma das características que nunca despertou controvérsias desde os árabes é sua capacidade de fornecer foco e disposição a quem o consome.

Porém, no tempo cada vez mais veloz do século XXI, o café cotidiano não parece mais ser suficiente. Aí é que entram os chamados cafés funcionais, produtos em que o ingrediente é associado a outras substâncias para intensificar a capacidade de concentração e de performance em atividades físicas associadas ao bem-estar, como preconizam seus fabricantes. 

A Caffeine Army, que fabrica o SuperCoffee e já está na versão 3.0, combina na bebida energética mais de 20 componentes, como triglicerídeos de cadeia média (uma gordura encontrada no óleo de coco), canela, gengibre, taurina, complexo de vitaminas B e colágeno, além da  cafeína. “A ideia é ser um supercafé, ao adicionar outros benefícios e otimizar o café no corpo”, explica Murilo Allan, sócio e head de marketing da marca.

Além da Caffeine Army, outras empresas embarcaram nesse nicho. Basta uma pesquisa rápida na internet para encontrar cafés funcionais à venda on-line, em lojas de suplementos e em gôndolas de supermercados. Existe até funcionais para veganos, como a UltraCoffee, marca da Plant Power (do mesmo grupo de A Tal da Castanha e da 3Corações), com três opções de sabor à base de plantas (sem uso de leite).

A despeito das boas intenções dos fabricantes, os supercafés são vistos com cautela por profissionais de saúde. “Quem tem sensibilidade à cafeína pode ter taquicardia ao consumi-los. Como é um estimulante, pode ter efeito contrário e causar dificuldade de concentração”, alerta Priscilla Primi Hardt, mestre em nutrição pela USP, nutricionista clínica e funcional. Rafael Café Sforcin, professor de educação física, tem a mesma opinião. “Se um aluno meu quiser aumentar sua disposição, precisa ser avaliado por um profissional”, recomenda. “Às vezes é uma anemia e, no lugar de uma medicação adequada, o aluno engana o organismo com um produto termogênico, jogando cafeína em cima do problema”, analisa. 

“Colocamos cafeína microencapsulada para liberar aos poucos a substância no organismo e não ter o pico usual dos cafés tradicionais”,  explica Allan, que defende um consumo não exagerado do estimulante. “Assim, proporcionamos uma energia duradoura, mas não tão agressiva”, complementa ele sobre o produto, que ainda leva cafés verde (pela alta concentração de ácido clorogênico, um antioxidante) e solúvel – este, denominador comum de todas as receitas dos funcionais.

Versátil no preparo culinário e de bebidas, o café solúvel é uma potência no Brasil – somos o maior produtor e exportador mundial, com cerca de 10% da safra voltada à sua elaboração, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (ABICS). E, é claro, os fabricantes estão de olho nos supercafés. 

“O volume não é muito elevado quando comparado a outros consumos”, comenta Eliana Relvas, barista e consultora da ABICS, que vê crescer o interesse pelos cafés funcionais no mundo todo. Para as indústrias, é uma maneira de estar nesse nicho de mercado, com alto valor agregado e ligado à saúde”, analisa. Em 2022, a Caffeine Army faturou R$ 106 milhões com a venda de seus rótulos nos Estados Unidos.

Embora assunto recorrente em academias e entre influenciadores fitness, o café funcional não é familiar entre especialistas e apreciadores da bebida. E, entre os poucos que o provaram, não há unanimidade. “Para quem busca qualidade sensorial, não recomendo”, opina Sforcin, que é apreciador de cafés de qualidade e ressalta a presença de adoçante natural (stevia) na maioria dos produtos. Já a jornalista e especialista em café Gi Coutinho considera o segmento atrativo para o mundo do café. “Pode virar uma bebida gostosa e palatável para o consumidor”, diz. Mas faz seu alerta: “Vejo muita gente nas redes sociais misturando café com café funcional, fazendo uma bomba de cafeína. Isso é preocupante”. Então, fica a dica: beba com moderação.

Reportagem publicada na Espresso #79 (março/abril/maio 2023).

TEXTO Beatriz Marques • FOTO Daniel Ozana/Studio Oz

Café & Preparos

“Café é uma coisa viva”: como desenvolver o perfil de torra ideal

Alguns mestres de torra costumam chamar café de ”coisa viva”. A expressão pode soar um tanto quanto esquisita e enigmática, mas significa que o café, em todos os seus aspectos, comporta-se de maneira diferente e não linear. 

Esse profissional, inclusive, é craque em sambar conforme a música quando o assunto é lidar com alterações durante o percurso da torra.

Nessa etapa, os grãos se comportam como crianças mimadas, tentam fazer o que querem, quando querem e exigem muito cuidado e atenção. Ao mestre de torra, cabe ficar atento a todas as variáveis que podem afetar o sabor da bebida. Isso inclui desde a temperatura do equipamento, quantidade de calor usado durante a torra, tempo de execução e vida útil do lote do grão cru, até considerar se o ar-condicionado está ligado e se o dia está quente ou frio, seco ou úmido. 

É necessário, ainda, ter conhecimento prévio do que esperar daquele lote que está prestes a entrar no torrador. Informações como tipo de processamento, altitude, região de cultivo e densidade do grão podem guiar esse profissional na hora de configurar o software de torra e o equipamento antes de iniciar o processo. 

Para saber mais sobre essa etapa tão importante da nossa bebida favorita, como desenvolvê-la corretamente e quais desafios enfrentados, conversamos com a Elis Bambil, mestre de torra, professora e consultora na Punga Cafés Especiais, escola de barista e microtorrefação de São Paulo. 

Elis Bambil, mestre de torra, professora e consultora

Como construir o perfil de torra ideal?

Conhecer a matéria-prima que você tem em mãos, testar e provar, testar e provar. Aqui na torrefação, a gente trabalha com perfis sensoriais de cafés achocolatados e frutados, então, quando chega uma amostra, já sabemos mais ou menos o que esperar sensorialmente desse grão, e usamos um perfil base (é uma referência que já foi testada em lotes com características parecidas, como sensorial, densidade, região e processamento) para fazer um teste inicial. 

Aos poucos, após as provas, decidimos como fazer ajustes para deixar o café mais próximo do que queremos ou esperamos dele, alterando a temperatura de entrada do café no torrador, o tempo de secagem do grão, a caramelização ou o desenvolvimento durante a torra.

Entender a densidade do grão com o qual trabalhamos também nos dá um norte sobre a quantidade de energia (calor) que vamos precisar colocar nesse café em determinados momentos da torra.

Quais são as dificuldades no desenvolvimento de um novo perfil?

A principal dificuldade é lidar com uma matéria-prima viva, que foge do meu controle e contraria as minhas expectativas. Há algum tempo, a gente estava com um café que, em teoria, deveria reagir de determinada maneira durante a torra mas que, provavelmente pela alta quantidade de açúcar, torrava de maneira mais rápida do que o esperado.

Já que café é uma coisa viva, como você identifica possíveis mudanças necessárias no perfil e, geralmente, quais são elas?

Não acredito em curvas de torra 100% replicáveis. Gosto de adotar mudanças. Isso envolve conhecer a fundo o café com o qual estou trabalhando e as informações técnicas sobre ele, como o rate of rise – quantos graus celsius o café cresce por minuto. Existe uma média saudável e variável para cada lote, portanto, busco manter essa régua estável enquanto faço modulações no torrador, como quantidade de calor, fluxo de ar, velocidade do cilindro. 

Me atento à temperatura de entrada do café no torrador, ao tempo de cada fase do processo, o que funciona para determinado café e o quanto de temperatura esse café costuma ganhar em cada uma das fases. A partir daí, faço alterações na quantidade de chama, no fluxo de ar e na rotação de tambor, para que esse café se mantenha na média que defini. Depois, faço uma prova para saber se funcionou, e se o perfil sensorial original se manteve.

Como garantir que a replicabilidade da torra aconteça de maneira uniforme em lotes de um mesmo café?

A xícara não mente. Na torrefação, quando percebemos que houve uma variação muito grande do perfil inicial determinado, a gente separa esse café e prova, para garantir que, mesmo com essas mudanças, o café seja entregue como esperado pelo cliente. Mas não é possível garantir replicabilidade total, nem continuar aplicando exatamente o mesmo processo por meses, dias e, até mesmo, horas. Ao longo dos meses, a matéria-prima envelhece lentamente, portanto, observar esse desenvolvimento é importante para fazer alterações no perfil para manter a qualidade do café.

Qual foi seu maior desafio quando começou a torrar café?

Encontrar material científico que validasse as experiências que acontecem durante a torra. 

Na época, existiam poucos artigos traduzidos ou publicados em português. Boa parte do material era estrangeiro. Se você não tem o básico de inglês, isso pode ser um grande entrave.

Ainda, os profissionais que eu conhecia pelo caminho tinham um conhecimento muito empírico e quase holístico sobre a torra. A vivência empírica é valiosa, mas o saber técnico e validado cientificamente é necessário na hora de ensinar o outro. Por sorte, nessa jornada, conheci uma grande amiga, que à época era minha chefe, e que seria minha sócia na torrefação. Com ela, aprendi e continuo a aprender os aspectos físicos e químicos que acontecem no processo de torra, de forma acessível e descomplicada. 

TEXTO Letícia Souza

Café & Preparos

Dicas de cursos e workshops de café na cidade de São Paulo

2024 começou pra valer, e agora é o momento de colocar em prática aquele curso de café que você sempre quis fazer. Aqui na capital paulista, estamos de olho nos workshops que estão pipocando nas principais cafeterias e torrefações. Tem conteúdo para todos os gostos. Selecionamos cinco opções para você escolher e colocar a mão na massa:

Conheça cafés africanos
A Punga Cafés Especiais, torrefação e escola comandada pelas baristas Keiko Sato e Elis Bambil, organizou um workshop para apresentar a diversidade dos grãos cultivados na África. A experiência conta com degustação de três cafés, dois deles produzidos na Etiópia e no Quênia e torrados pela The Barn, torrefação de Berlim (o terceiro café será revelado durante a prova), além de palestra sobre os países produtores. 

Onde: Avenida Pedroso de Morais, 794 – Pinheiros
Quando: 17 e 20 de janeiro, das 10h às 11h30
Quanto: R$ 200 (vagas limitadas)
Inscrições aqui.

Barista na prática
Oferecido pela cafeteria Santo Grão, o curso de barista introduz o mundo dos cafés especiais por meio de aulas práticas. A programação inclui análise de extrações de espresso, utilização de diferentes moedores e máquinas de espresso, técnicas de dosagem, limpeza de equipamentos, vaporização e texturização de leite e produção de bebidas à base de café, entre outros. 

Onde: Rua Oscar Freire, 413 – Jardim Paulista
Quando: 21 a 23 de fevereiro
Quanto: R$ 1.100
Inscrições aqui.

Novos resultados na xícara
A Um Coffee Academy abre vagas para o workshop de Paragon – técnica que utiliza uma esfera congelada na extração a fim de ressaltar compostos aromáticos voláteis – e da técnica de extract chilling (rápida redução na temperatura da extração). Com duração de 2h, a aula traz informações quanto os diferentes usos do Paragon nas extrações, detalhes sobre a extract chilling, cafés de alta qualidade x cafés de competição, como cuidar do seu café, e um comparativo entre método cônico x método flat bottom x espresso.

Onde: Rua Júlio Conceição, 553 – Bom Retiro
Quando: 3 de fevereiro, das 10h às 12h (próxima turma)
Quanto: R$ 350
Inscrições aqui.

Melhore seu café em casa
O curso híbrido, montado pelo Coffee Lab, soma 7h entre conteúdos teóricos (on-line, em aulas gravadas pela barista e proprietária Isabela Raposeiras) e práticos (presenciais). Nele, o aluno aprende a comprar um café de qualidade nas gôndolas, cafeterias e sites, identificar sensorialmente cafés de alta qualidade, preparar diferentes métodos em casa, além de conhecer bebidas da cafeteria internacional e aprender a fazer um bom espresso no contexto caseiro. 

Onde: Rua Fradique Coutinho, 1.340 – Vila Madalena
Quando: 27 de janeiro, das 9h às 13h (próxima turma presencial)
Quanto: R$ 395
Inscrições aqui.

Começar um novo negócio?
Para aqueles que estão na dúvida se apostam ou não em abrir uma cafeteria, a The Little Coffee Shop está com um workshop focado no tema. Não é um curso de barismo, mas, sim, uma imersão, como ressalta a escola, neste tipo de negócio. As aulas trazem informações sobre planejamento, finanças, gestão, cardápio e operação, entre outros aspectos fundamentais para tomadas de decisão em um empreendimento. 

Onde: On-line
Quanto: R$ 510
Quando: 30 e 31 de janeiro, das 19h às 21h30 (próxima turma)
Inscrições aqui.

TEXTO Redação • FOTO Agência Ophelia

BaristaCafé & Preparos

Nova roda sensorial busca identidade para grãos produzidos na Austrália

Recentemente, especialistas em café na Austrália propuseram mais uma roda sensorial para a avaliação de cafés especiais. A novidade foi divulgada por meio do paper “Coffee is more than flavor, the creation of a coffee character wheel”, publicado no periódico Journal of Sensory studies. Nele, os pesquisadores australianos buscam explorar a complexidade do café para além do sabor, introduzindo uma nova ferramenta denominada Roda de características do café (Coffee character wheel), para auxiliar a categorizar e descrever diferentes aspectos dos grãos de maneira mais precisa. A roda foi desenvolvida como parte do projeto Defining terroir of Australian coffee to increase demand and investment (Definindo o terroir do café australiano para aumentar demanda e investimento) desenvolvido pela organização AgriFuture Australia, uma colaboração entre a Southern Cross University, a empresa Processing Methods Bootcamp e a indústria de cafés do país.

O argumento dos investigadores é de que as outras características sensoriais do produto – textura, acidez e sabor residual – precisam também de uma ferramenta, assim como a Coffee taster’s flavor wheel, roda desenvolvida em 1995 pela antiga SCAA para padronizar a comunicação internacional do aroma e do sabor dos cafés especiais.

A nova roda de características do café tem 95 termos, selecionados a partir de 679 palavras utilizadas por provadores durante o desenvolvimento da pesquisa, dispostos em roda e em três níveis, que vão do geral ao específico. 

Projetada para ser uma ferramenta útil para profissionais e entusiastas na compreensão da complexidade dos grãos, a nova roda pode auxiliar a padronização das avaliações sensoriais do café para além dos sabores e aromas, incrementando a consistência para a indústria dos cafés de qualidade. 


De acordo com a AgriFuture Australia, os australianos consomem mais de seis milhões de xícaras por ano, e 99% dos grãos são importados pelo país. Mas a Austrália tem uma indústria cafeeira (embora pequena) estabelecida há muito tempo, que reúne cerca de 50 produtores de qualidade entre o norte e o sudeste de Queensland e o norte de New South Wales.

Diferentemente do vinho australiano, que já faz sucesso no mundo inteiro há décadas, seu café é pouco conhecido. A partir da nova roda e dos estudos em torno do território, a corporação australiana tem como objetivo ajudar os cafeicultores locais a definirem e comunicarem as características e sabores únicos dos seus grãos.

TEXTO Por Cristiana Couto • FOTO Agrifuture Australia

Café & Preparos

Nunca sai de moda: cafeteira italiana completa 90 anos

Modelo comemorativo 90 anos da Moka Express, com ilustração feita pelo artista Sam Cox – Foto: Izabela Dolabela – @izabeladolabela

Popular em diversas partes do mundo, a cafeteira italiana – ou Moka Express – é um clássico método de preparo que sempre está em alta. Com variedade de tamanhos, cores e modelos, ela ganha o coração de todo apaixonado por café, além de resultar em uma bebida encorpada e repleta de notas intensas, que remete ao espresso. Neste ano, o método completou 90 anos, e a empresa Bialetti (que o inventou) lançou uma edição especial de aniversário, ilustrada pelo artista britânico Sam Cox (veja mais detalhes ao fim da reportagem). 

“Uma cafeteira italiana é, provavelmente, a alternativa melhor e mais barata para você beber café espresso em casa sem investir em uma máquina superautomática e em um moedor profissional. As cafeterias italianas não fazem café espresso, mas uma xícara de café forte”, escreveu o barista norueguês Tim Wendelboe, em seu livro Coffee com Tim Wendelboe. 

Foto: Sten Ritterfeld/Unsplash

Apesar de estar presente no cotidiano de muitas pessoas até hoje, a história do equipamento começou em 1933, quando o italiano Alfonso Bialetti, ao ver sua esposa lavando roupas, teve uma ideia revolucionária.

Para lavar as roupas, a esposa de Bialetti fazia uso de uma “lessiveuse”, uma espécie de máquina de lavar da época, que consistia em uma grande panela de ferro com um tubo oco em seu interior, no centro. A água colocada juntamente com a roupa no recipiente entrava pelo tubo, na parte de baixo, e saía pela parte de cima, fazendo um bom uso dos produtos que eram colocados no processo para ajudar na limpeza das vestimentas. 

E porque não utilizar um sistema parecido no preparo de café? 

Assim nasceu a cafeteira italiana, um método com formato octogonal que utiliza o sistema de percolação para fazer a bebida. Basta adicionar a quantidade desejada de água na parte de baixo e o pó de café na peça com microfuros (filtro) localizada no meio do equipamento. Depois de rosqueada, é só levá-la direto ao fogo baixo. Por meio do aquecimento e da pressão do vapor, a água passa pelo pó e resulta no café na parte superior, pronto para ser servido.

Desenho do projeto da Moka Express – Foto: Acervo Bialetti

Por anos, a cafeteira italiana foi um item artesanal, até que, em 1946, Renato Bialetti, filho de Alfonso, assumiu os negócios do pai e, com uma visão industrial, resolveu mudar os rumos da empresa. Decidiu expor o item em uma feira em Milão, o que ajudou a alavancar as vendas da e a popularizar a Moka. 

De lá para cá, o projeto manteve-se praticamente inalterado…

“Os italianos têm o hábito de tomar café em cafeterias, mas, durante a pandemia de covid-19 e com as pessoas trabalhando em casa, houve um grande salto nas vendas de Moka no país”, escreve o especialista em café Edgard Bressani, na 6ª edição do livro Guia do Barista – Da origem ao café perfeito

Na obra, ele conta que o café utilizado no método costumava ter torra média-escura, podendo até ser um blend entre as espécies arábica e canéfora, o que contribuiu para a reputação do café feito na Moka originar uma bebida mais amarga. Mas, com o seu ressurgimento, as empresas passaram a oferecer cafés com torra média-clara, de origem única e 100% arábica. O resultado é que, hoje em dia, o método origina uma xícara mais doce e aromática, e com uma acidez suave. “Isso reacendeu as discussões entre os italianos sobre as melhores receitas para se preparar um bom café na Moka”, conclui Bressani.

Foto: Rabin Mukerjea/Unsplash

Em termos visuais, a cafeteira italiana é feita, tradicionalmente, de alumínio cunhado de alta resistência. Mas, hoje em dia, com a variedade de versões no mercado, é possível encontrar modelos produzidos com aço inox, por exemplo, em diferentes cores, formatos e tamanhos, que rendem de duas a 12 xícaras. Quanto ao funcionamento, uma das principais diferenças entre a original e as réplicas é a válvula de segurança patenteada pela Bialetti, que mantém o sistema interno de pressão estável na hora do preparo.

Por sua importância na história do design industrial, o método conta com exemplares expostos no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMa). O modelo de aniversário da Bialetti, disponível na versão para três xícaras, foi inspirado na Doodle Art, uma vertente da Pop Art, baseada em desenhos de traços simples que se confundem com rabiscos ao estilo fun design. Sam Cox, citado no início deste texto, é um dos principais nomes deste movimento artístico, cujo conceito também estampa a bag que acompanha a nova Moka. A edição comemorativa de 90 anos pode ser encontrada no site da Café Store.

E de receita quem entende é o barista!

“Sabemos que, para fazer café, é necessário apenas água e café. Mas existem vários jeitos de extraí-lo. A Moka é por pressão. A água fervida gera pressão e passa pelo café moído, do qual são extraídos compostos diferentes do que em um método como a Melitta, por exemplo, em que você joga a água e, por gravidade, o café é extraído”, conta Renan Dantas, da Oficina do Barista.

Além da forma de extração, o barista paulistano também destaca que outro diferencial da cafeteira italiana é a concentração da receita final: “Em geral, usamos a mesma quantidade de café para uma quantidade menor de água. Geralmente, por extrair mais sabores (voláteis) do café, a bebida feita na Moka acaba dando uma sensação tátil mais cremosa e mais intensa, por conta da sua receita”. 

Na hora do preparo, Renan dá dicas que podem melhorar o resultado final. “Além de ter um café de qualidade, coloque um pouco de água em temperatura ambiente onde a bebida será extraída, ou seja, na parte de cima do equipamento. Essa técnica evita que o café sofra um ‘choque térmico’ na extração quando em contato com o material das paredes do método, o que pode levar a um leve amargor”, pontua.

TEXTO Gabriela Kaneto

Café & Preparos

20 cafeterias de PE oferecem combos especiais em 3º festival “Eu Amo Café”

Aos amantes de cafés especiais de Pernambuco, o festival “Eu Amo Café” confirmou a sua terceira edição para os dias 2 de outubro a 5 de novembro. Realizado pela Associação de Cafeterias de Especialidade de Pernambuco (Ascape), o evento este ano contará com a participação de 20 cafeterias espalhadas pelas cidades de Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Taquaritinga do Norte.

Cada um dos estabelecimentos oferecerá uma “Dupla dos Sonhos”, uma harmonização composta por um doce + um cappuccino (receita tradicional de café + leite), por R$ 29,90. Confira abaixo as casas da edição:

Aurora Café – Recife Antigo
A Vida é Bela – Várzea, Recife
Café com Dengo – Rosarinho, Recife
Café do Brejo – Santo Amaro, Recife
Castigliani Cafés – Parnamirim, Recife
Celeste Café – Boa Vista, Recife
Contém Café – Encruzilhada, Recife
Emê Café e Bistrô – Pina, Recife
Ernest Café Bistrô – Espinheiro, Recife
Fridda Café – Candeias, Jaboatão dos Guararapes
Furdunço Café + Cultura – Tamarineira, Recife
La Fuent – Boa Viagem, Recife
O Melhor Cantinho da Cidade – Várzea, Recife
Palatsi Convenience Coffee Shop – Ilha do Leite, Recife
Pingo Arte Café – Boa Viagem, Recife
Por Enquanto Café – Boa Viagem, Recife
Santa Clara – Graças, Recife
Santa Clara – Parnamirim, Recife
Takwary Cafeteria – Taquaritinga do Norte
Zoco Café – Casa Caiada, Olinda

Mais informações: www.instagram.com/euamocafefestival

TEXTO Redação • FOTO Filipe Ramos

Café & Preparos

Marca curitibana lança medidor de pressão para cafeteiras Aram

A Aram Soulcraft apresentou recentemente um novo acessório para o mercado brasileiro de cafés: o Focus. Antes, o usuário já preparava manualmente o café espresso com a Aram. Agora, poderá aprimorar essa experiência através do controle da pressão durante o processo.

A velocidade aplicada na manivela controla a pressão da água, sendo possível adquirir uma maior cremosidade e um realce da bebida na xícara. “Nosso acessório vem para tornar visível a pressão da água dentro da cafeteira, assim você pode escolher quanto de pressão você quer para chegar no seu café ideal e, ainda, poder repetir ele toda vez”, destacou a marca curitibana. 

De acordo com os criadores, o Focus também ajuda a identificar a moagem correta: se está muito fina, as peças vão subir rapidamente até o ponto vermelho, indicando pressão excessiva; se estiver muito grossa, nenhuma peça vai subir, pois não haverá pressão e o café terá um sabor super ácido. 

O novo equipamento pode ser usado em todos os modelos já feitos da cafeteira Aram e está disponível no site da Aram Soulcraft, por R$ 550.

Mais informações: https://arambrasil.coffee/ 

TEXTO Redação • FOTO Divulgação