Barista

Conheça os 20 competidores da 8ª Copa Barista

A Copa Barista chega em sua oitava edição! Os 20 primeiros inscritos nas disputadas vagas seguem abaixo. A competição acontece durante o São Paulo Coffee Festival, de 21 a 23 de junho, na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo. Prepare a sua torcida:

  • Amanda Albuquerque (autônoma)
  • Bruno Couto (autônomo)
  • Daniel Alves (Oitenta Café)
  • Danilo Favero (Fazenda 7 Senhoras Specialty Coffee)
  • Debora Lais Nascimento (Coffee Story)
  • Elis Bambil (Punga Cafés Especiais)
  • Gabriel Ribeiro (Studio Grão)
  • Geosvaldo Oliveira (O Jardim Café e Brunch)
  • Giovanni Dezen (By Kim Confeitaria)
  • Henrique Wogel (Manana Cafés)
  • Hugo Silva (Sabino Torrefação) 
  • Isadora Gelk (Coffee Story)
  • Marcel Ribeiro (Lá do Café)
  • Marcos Vinicius Lugue (Raus Café)
  • Matheus Magalhães (Vilarez Empório do Café)
  • Monique Adriana Gomes (Wolff Café)
  • Renan Dantas (Oficina do Barista)
  • Stefanie Soejima (Café das Coisinhas)
  • Thiago Sabino (Sabino Torrefação)
  • Tiago de Mello (Pato Rei)

Em breve será divulgada, aqui no site da Espresso, a ordem das chaves. 

Serviço
8ª Copa Barista
Quando: 21 a 23 de junho
Onde: São Paulo Coffee Festival – Bienal do Ibirapuera, São Paulo (SP)
Informações: www.instagram.com/saopaulocoffeefestival

TEXTO Redação • FOTO Agência Ophelia

Barista

Inscrições abertas para a 8ª Copa Barista!

Inscrições abertas para a 8ª edição da Copa Barista! Clique aqui para preencher o formulário de participação. Os 20 primeiros serão selecionados para a competição.

Caso você esteja entre os 20, a organização entrará em contato na segunda-feira (6 de maio) para que realize o pagamento de R$ 110 até a data limite. Para acessar o regulamento da edição, clique aqui.

A Copa Barista acontecerá durante o São Paulo Coffee Festival, de 21 a 23 de junho, na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo (SP).

Barista

Inscrições para a 8ª Copa Barista abrem no dia 3 de maio

A Copa Barista está chegando! As inscrições para a 8ª edição abrem às 10h do dia 3 de maio e as vagas são limitadas aos primeiros 20 inscritos. O formulário será divulgado no site da Espresso e no nosso Instagram (@revistaespresso). O regulamento já está disponível aqui.

A competição acontece durante a programação do São Paulo Coffee Festival, evento que celebra a cena de cafés especiais na capital paulista de 21 2 a3 de junho, na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo (SP). 

Como funciona a disputa

A prova conta com as etapas classificatórias, oitavas de final, quartas de final, semifinais, disputa de terceiro e quarto lugares e a final. Divididos em chaves, por meio de sorteio, os baristas têm 12 minutos para apresentar aos juízes sensoriais dois cappuccinos, dois espressos e dois cafés filtrados no coador Melitta, patrocinadora da Copa Barista.

Dois juízes sensoriais provam os três estilos de bebida, e dão notas individualizadas para cada uma delas. Uma nota única é dada pelo juiz técnico da estação do barista concorrente. Ao final da apresentação, os juízes sensoriais escolhem a melhor bebida de cada estilo.

Premiação

O barista vencedor leva para casa R$ 6 mil como prêmio e um cupom de R$ 500 em vale-compras no e-commerce Café Store. O segundo lugar ganha R$ 3 mil e um cupom de R$ 400. Para o terceiro colocado, são  R$ 1 mil e um cupom de R$ 300.

TEXTO Redação • FOTO Agência Ophelia

Barista

Daniel Vaz defende o Brasil no Campeonato Mundial de Barista: “O café me levou pro outro lado do mundo”

Foto: Agência Ophelia

“O café me levou para o outro lado do mundo”, escreveu o carioca Daniel Vaz em sua rede social, enquanto se prepara para defender o Brasil no Campeonato Mundial de Barista, entre 1º e 4 de maio. A competição, que acontece durante o evento World of Coffee, em Busan, na Coreia do Sul, é a mais aguardada do ano entre os profissionais da área. “Vamos buscar o título, deixá-lo em casa”, afirma o barista, proprietário da Five Roasters (RJ), referindo-se à vitória do brasileiro Boram Um na última edição do mundial.

Agora, Vaz tem nas mãos a mesma missão de Um, depois de ganhar o Campeonato Brasileiro de Barista, em novembro do ano passado. Em entrevista à Espresso, ele conta brevemente a nova experiência e os desafios que vem enfrentando para melhorar a cada dia. 

Espresso: Como tem sido sua trajetória profissional até agora? 

Daniel: Eu trabalho com café há cinco anos e há quatro anos tenho a Five Roasters, meu primeiro filho no café e uma paixão. Acho que esse foi o maior desafio, abrir uma torrefação e consolidá-la. 

E: Para você, o que significa ser o campeão brasileiro de barista?

D: É uma responsabilidade muito grande, e tenho refletido muito sobre campeonatos neste último ano. Acho que a gente não pode pensar em participar de um campeonato para ganhar o brasileiro. Temos que pensar o que vamos fazer no campeonato mundial.

E: Como se tornar campeão brasileiro impactou sua vida profissional?

D: Acho que ter um título de campeão brasileiro é mais uma chancela, um reconhecimento de um profissional que se destacou naquilo que  se propôs a fazer. 

Pódio do Campeonato Brasileiro de Barista, da esquerda para a direita: Marcondes Trindade (2º colocado), Daniel Vaz (campeão) e Juliana Morgado (3ª colocada) – Foto: NITRO

E: Como você está se preparando para o Mundial?

D: O maior desafio de se preparar para um campeonato mundial é saber que vai competir com os melhores do mundo. É um nível altíssimo. Desde o início,  minha primeira decisão foi usar um café brasileiro, mas a época do campeonato dificultou muito isso, porque a gente estava entre safras. Mas consegui achar um café que me deixou muito feliz para competir, que é um grão do produtor Vavá [Waldemar Ferreira de Paula Neto], da Fazenda Vista do Brigadeiro, nas Matas de Minas. É o café de maior altitude no Brasil [a fazenda situa-se em uma altitude média de 1530 m]. E a gente conseguiu fazer o processo juntos. Para mim, isso foi muito importante e um dos maiores desafios para a preparação para o campeonato. 

E: Quais são suas expectativas em relação ao Mundial?

D: São altíssimas. Muito treino, muita dedicação. E competir com um café brasileiro em que eu acredito, principalmente. E vamos buscar o título, deixá-lo em casa.

E: Quais são seus planos para o futuro? Pretende competir novamente?

D: Sim, com certeza pretendo continuar competindo. Estou só há um ano competindo, é tudo muito recente. Temos coisas a conquistar ainda! 

TEXTO Gabriela Kaneto

Barista

Dionatan Almeida é o primeiro brasileiro a conquistar o título mundial de prova de cafés

Pela primeira vez, o Brasil vence o Campeonato Mundial de Cup Tasters. A vitória inédita veio com o mineiro Dionatan Almeida, provador das Fazendas Caxambu e Aracaçu, de Três Pontas, que bateu 16 profissionais após acertar todas as amostras diferentes, em oito trios, em tempo recorde de 2 minutos e 19 segundos, segundo a BSCA. “É até difícil falar sobre a felicidade de ter conseguido ser campeão mundial na categoria que faz parte da minha vida profissional, que é a prova de café”. Assista a final aqui.

A competição aconteceu nos últimos três dias (12 a 14/4), durante a Specialty Coffee Expo, em Chicago (EUA). No domingo, Dionatan disputou a final com Aurore Ceretta, da Alemanha, que ficou em segundo lugar; Han Jong Lee, da Nova Zelândia, terceiro colocado; e Jonathan Rangel, da Guatemala, que finalizou na quarta posição.

Da esquerda para a direita: Dionatan Almeida, Aurore Ceretta, Han Jong Lee e Jonathan Rangel

Em entrevista à Espresso, o mineiro contou que, desde sua vitória no Campeonato Brasileiro, em setembro passado, a rotina de treinos vinha sendo diária. Com apoio do provador brasileiro Jack Robson e da equipe das fazendas em que trabalha, realizava rodadas de provas que variavam cafés, concentrações e níveis de dificuldade. 

Essa dedicação fez com que o desempenho de Dionatan fosse bonito do começo ao fim, não apenas trazendo o título desta categoria para o Brasil pela primeira vez, mas também apresentando excelentes tempos: na semifinal, o provador brasileiro acertou 100% das amostras em 2 minutos e 9 segundos! 

“Sou muito grato a Deus por ter vivido isso e por ter trazido esse troféu inédito para o Brasil. Isso mostra o quanto o Brasil tem grandes profissionais na área de classificação e degustação, e em todos os outros setores do café. Sou extremamente grato a todo mundo que torceu e acreditou em mim e espero que todo mundo tenha se sentido representado. É uma sensação única ter vivido isso. Estou muito feliz”, comemora Dionatan.

Também rolou em Chicago

A Specialty Coffee Expo também foi palco do Campeonato Mundial de Brewers, que contou com 39 baristas na busca pelo melhor café filtrado do mundo. O campeão brasileiro Rubens Vuolo, da cafeteria Amado Grão, de Cuiabá (MT), ficou em 17º lugar. “Acredito que a gente sempre se torna um profissional melhor a cada competição. Foi muito emocionante poder falar e dividir, com toda a cadeia do café, o que eu acredito que seja positivo, que é a nossa comunicação com o consumidor final, e poder levar também um blend que continha café brasileiro. Fiquei muito contente com tudo e espero que a gente sempre coloque o Brasil no topo”, comenta o barista à Espresso. Assista a apresentação de Rubens aqui.

O campeão da categoria foi Martin Wolfl, da Áustria, seguido por Wataru Iidaka, do Japão, em segundo lugar, e Ryan Wibawa, da Indonésia, que ficou na terceira posição.

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Barista

Quem é Rubens Vuolo, que disputa o título de melhor café filtrado do mundo

Foto: BSCA

“Acredito que uma linguagem mais simples pode trazer cada vez mais público para o café especial e desenvolver toda a nossa cadeia”. Esse é o propósito de Rubens Vuolo, da cafeteria Amado Grão, em Cuiabá (MT), brasileiro a disputar o Campeonato Mundial de Brewers, que acontece durante a Specialty Coffee Expo, em Chicago (EUA), de 12 a 14 de abril.

Ao lado de campeões de outros 38 países que concorrem ao título de melhor café filtrado do mundo, Vuolo, hoje com 31 anos e que há três anos largou uma promissora carreira de advogado para tornar-se barista, já está se preparando na maior cidade de Illinois para representar o Brasil. Na entrevista para a Espresso, o campeão nacional conta sua trajetória no café, reflete sobre os impactos da vitória no Campeonato Brasileiro em sua vida profissional e comenta suas expectativas para o Mundial.

Espresso: Há quanto tempo você trabalha com café? Conte um pouco sobre a sua jornada até aqui.

Rubens: Minha jornada no café é bem recente, tudo aconteceu bem rápido. Eu era servidor público, fui advogado, e fiz essa troca pois me encantei com o universo do café. Eu nem tomava café, porque a referência que eu tinha dele era péssima, de algo desagradável. E, à medida que minha mãe veio com o projeto de montar uma cafeteria, ela começou a estudar e descobriu o café especial. Ela compartilhou isso comigo e eu me encantei.

Então, desde o início, não era só uma bebida que dava energia, mas, sim, para saborear e entender sua complexidade. No começo foi um hobby, uma paixão compartilhada com a minha mãe. Ela iniciou o projeto da Amado Grão [em 2018] e, no começo, eu a ajudava nos finais de semana, meus dias de folga. Mas dois anos depois, pedi exoneração do meu trabalho, que era ser assessor de desembargador no Tribunal de Justiça, para virar barista, que era minha grande paixão e o que eu queria fazer na vida. 

Como estava saindo de um emprego estável, eu queria fazer algo que realmente fosse diferente, que tivesse um propósito e me motivasse. Por isso, fui estudar e fazer cursos, pegar referências e tentar aprender, e acredito que isso fez com que a caminhada fosse acelerada. 

Em 2021, ganhei o prêmio Torrefação do Ano, da Atilla, representando a torrefação Amado Grão. No ano seguinte, meu professor, amigo e coach Garam Um, quando veio ao Mato Grosso, me incentivou a competir no Brewers. No primeiro ano fui o terceiro colocado e, agora, o campeão.

Foto: Arquivo pessoal

E: Como você se sentiu ao ganhar o título de Campeão Brasileiro de Brewers?

R: Foi uma alegria sem tamanho. Em primeiro lugar, porque entendo a dimensão disso tudo, principalmente para alguém que vive fora dos grandes centros. É muito representativo ter alguém do centro-oeste, do Mato Grosso, de Cuiabá – que são lugares desconhecidos para o público – para mostrar que nosso país é gigantesco e que podemos desenvolver bons trabalhos em todos os cantos do Brasil. Pessoalmente, também foi incrível legitimar todo o esforço, trabalho e dedicação, e significativo, porque mudei de profissão pela paixão que tenho e porque, realmente, queria ter um trabalho com propósito, voltado a tudo que acredito. 

Queria fazer algo significativo na minha vida. Quando ganhei, passou um filme na minha cabeça e o feedback dos juízes era justamente validando tudo aquilo que sempre acreditei, que é atender bem as pessoas, ser gentil, respeitoso, me comunicar, passar mensagens. E os juízes me relataram que eu tinha passado exatamente isso. Foi como uma mensagem de apoio, de “você está no caminho certo”. Isso faz nossa vida ter muito mais propósito. 

E: Quais responsabilidades você acha que o campeão brasileiro de café filtrado tem?

R: Acho que a responsabilidade é muito grande, porque até tempos atrás me explicaram sobre a competição e me falaram que o campeão não era simplesmente o vencedor, era alguém que seria escolhido para ser o embaixador do café e que, principalmente, mostraria o que nós queremos ver na nossa profissão. 

Por isso, minha apresentação voltou-se para dar uma mensagem que eu realmente gostaria que meus colegas baristas observassem, que é a comunicação, a forma como atendemos nosso cliente e o quanto isso pode agregar para o cenário de maneira geral. Acredito, realmente, que uma linguagem mais simples pode trazer cada vez mais público para o café especial e desenvolver toda a nossa cadeia.

E: Como ganhar o título de campeão brasileiro impactou sua vida profissional?

R: Ele vem para legitimar todo o trabalho que já estamos executando. Muitas vezes, as pessoas falavam que fazemos um trabalho legal na Amado Grão e ponto. No momento em que a gente se coloca à prova no cenário nacional, com os melhores baristas da atualidade, e consegue ter destaque, isso mostra que nosso esforço é, sim, muito grande e que estamos fazendo um trabalho legal, mesmo em uma região diferente. 

Pódio do Campeonato Brasileiro de Brewers realizado em outubro de 2023, na cidade de Curitiba (PR). Da esquerda para a direita: Tiago de Mello (terceiro lugar), Rubens Vuolo (campeão) e Daniel Vaz (segundo lugar). Foto: Gabriela Kaneto

E: Como você está se preparando, já em Chicago? 

R: O primeiro obstáculo foi a língua, ainda mais querendo falar de comunicação. Meu inglês era realmente muito fraco. Então, antes da competição, vendo a possibilidade de ganhar, fiz aulas particulares cinco vezes por semana, um treinamento bem intenso para me comunicar melhor na língua inglesa. 

Além disso, comecei a me preparar em Cuiabá, treinando bastante para as etapas e dividindo minha rotina de trabalho com o treinamento. Chegava mais cedo, treinava antes de começar o expediente ou no fim do dia, sempre conciliando. 

Depois, fiquei dez dias em São Paulo junto dos meus treinadores, Danilo Lodi e Garam Um, treinando intensivamente todos os dias, de manhã até de noite. Já estou em Chicago para mais dias de treinamento. Dedicação completa. 

E: Quais são as suas expectativas para o Campeonato Mundial?

R: Minha maior expectativa é representar bem o meu país. Quero que os baristas brasileiros se sintam representados. Essa é minha missão principal. Que eles possam assistir à apresentação e sentir que têm um pouco deles ali. Quero fazer tudo que treinei, entregar tudo que foi preparado. A colocação, depois, é só uma consequência. Pretendo fazer uma belíssima apresentação. Mas, lógico, a intenção maior é colocar o Brasil de novo entre os finalistas.

E: Quais são seus planos para o futuro? Pretende competir novamente?

R: Tento dar um passo de cada vez, visualizar as oportunidades que vão surgindo, mas acho que ainda tenho lenha para queimar. Sou um cara muito competitivo, comecei há pouco tempo no café. Acho que dá para competir por alguns anos, talvez em outras categorias, talvez me mantendo no Brewers. É algo que estou tentando não pensar. Vou deixar para as cenas dos próximos capítulos. 

TEXTO Gabriela Kaneto

Barista

Conheça Dionatan Almeida, brasileiro que disputa o mundial de prova de cafés

Com passagens compradas para quinta (4) rumo a Chicago (EUA), onde acontece o Campeonato Mundial de Cup Tasters de 12 a 14 de abril, o provador Dionatan Almeida embarca combinando sentimentos de realização e responsabilidade. “Quando você representa seu país, você representa toda a cadeia produtiva”, diz. 

Mineiro de Três Pontas, ele foi selecionado para representar o Brasil na competição, que acontece durante a feira Specialty Coffee Expo, após superar mais de 40 profissionais e vencer a etapa nacional da categoria, com sete acertos dentre oito trios de amostras, em um tempo de 3 minutos e 47 segundos. 

Em entrevista à Espresso, Dionatan Almeida fala de sua trajetória no café, da visibilidade que ganhou com o título brasileiro e das expectativas em relação ao Mundial e ao futuro.   

Espresso: Como tem sido sua trajetória profissional relacionada ao café até o momento? Conte um pouco das  suas experiências, conquistas e desafios ao longo do caminho.

Dionatan: Minha história com o café começa no meu nascimento. Nasci e fui criado em uma fazenda produtora de café em Três Pontas, Minas Gerais, onde meus pais trabalhavam. Morei lá até os 14 anos. O Sul de Minas é uma região em que a cafeicultura predomina, então, o café sempre fez parte da minha vida. Comecei a trabalhar com café em 2011, aos 16 anos. Apesar de ter sido criado em uma fazenda produtora, eu conhecia pouco sobre o assunto. Fui aprender nas fazendas que trabalho até hoje, que são a Caxambu e a Aracaçu [em Três Pontas]. Na época, trabalhava no setor de pós-colheita, na unidade de processamento, de secagem e de beneficiamento dos cafés. Ali, tive a oportunidade de aprender bastante e foi muito bom, porque quando comecei a trabalhar, as fazendas tinham uma filosofia mais voltada para os cafés especiais, e eu me encantei por este universo. Em 2015, comecei a fazer cursos de análise sensorial, torra e prova de café. E aí assumi o controle de qualidade das Fazendas Caxambu e Aracaçu. Eles proporcionaram os treinamentos necessários para que eu dominasse o tema, e estou no cargo desde então. 

E: Como foi ganhar o título de Campeão Brasileiro de Cup Tasters?

D: É um sonho realizado, porque me lembro de 2015, quando comecei e não sabia nada de análise sensorial. Quantos professores eu tive e quantas pessoas me ajudaram até aqui, quantas referências eu pude ter neste universo do café… Desde que conheci a competição, foi meu sonho participar dela. Em alguns momentos, acontecia algum problema e eu não conseguia fazer a inscrição. Em outros, sentia que ainda não estava preparado o suficiente. A primeira oportunidade de participar do Cup Tasters foi em 2022, e fiquei muito feliz com a experiência de alcançar o terceiro lugar. Tive um bom desempenho e me apaixonei ainda mais pela competição. Essa adrenalina e o contato com outros provadores é incrível. E, em 2023, me preparei mais e consegui ser campeão, e isso coroou todos esses anos de trabalho com café e todas as pessoas que estiveram ao meu lado. É uma satisfação enorme conseguir, entre tantos profissionais, ser campeão. Estou comemorando até hoje! E estou muito feliz por representar o Brasil no campeonato mundial.

Pódio do Campeonato Brasileiro de Cup Tasters realizado em setembro de 2023, em Varginha (MG). Da esquerda para a direita: José Augusto Naves (segundo lugar), Dionatan Almeida (campeão) e Edimilson Generoso (terceiro lugar) – Foto: Gabriela Kaneto

E: O que significa ser um campeão brasileiro de prova de café?

D: Acho que tanto no campeonato de Cup Tasters quanto nos de barismo, em todas as modalidades, quando você representa seu país, você representa toda a cadeia produtiva. Estamos representando todos os produtores, a indústria, o café brasileiro. É uma responsabilidade muito grande. No meu caso, principalmente com os provadores e classificadores, que é uma profissão importante e bonita. Hoje os cafés brasileiros têm crescido e despontado em qualidade, e esses profissionais têm um peso gigantesco nisso. Representar todas essas pessoas é uma responsabilidade muito grande. Estamos nos preparando ao máximo e treinando bastante para dar o melhor e trazer o título para o Brasil. Não é o Dionatan que vai competir, mas toda a cafeicultura. 

E: Como tornar-se campeão brasileiro impactou sua vida profissional?

D: É uma sensação de realização. Ser campeão brasileiro não tem explicação e é algo que vai ficar para sempre. É marcar o seu nome na história do café e do Cup Tasters. Em termos profissionais, traz valorização e oportunidades. Abre muitas portas, até mais do que eu imaginava. Traz muito reconhecimento e visibilidade. Neste momento, temos que ter muito foco, muito pé no chão e muita sabedoria para viver isso. O resultado do campeonato colocou minha carreira em destaque. Com certeza, olhando para trás, dá para ver o Dionatan antes do campeonato, e o Dionatan depois dele. Não como pessoa, sigo com a minha visão, as coisas que acredito, a minha filosofia de vida, o meu caráter, o caminho que quero seguir, mas sim em relação ao reconhecimento.

E: Como você está se preparando para o Campeonato Mundial de Cup Tasters? 

D: Treino todos os dias na fazenda. Agradeço demais aos meus companheiros daqui, que me dão suporte e acreditam em mim. Estamos todos indo juntos para Chicago, mesmo que não fisicamente. Também tenho o suporte do Jack Robson, que está sendo meu coach e treina comigo toda semana. Uma ou duas vezes na semana nós dois fazemos várias rodadas de treinamento, variando cafés, concentrações, e elevando o nível de dificuldade. Aqui na fazenda, o pessoal tem me ajudado bastante com o preparo dos cafés, e treinamos pelo menos duas vezes ao dia. Quando falo de preparação também não posso deixar de mencionar a BSCA [Associação Brasileira de Cafés Especiais], que cedeu espaço, cafés e tem auxiliado muito, e o pessoal da ABCD [Associação Brasileira de Classificadores e Degustadores de Café], que também tem dado um suporte financeiro extraordinário, além de cafés. E outros parceiros, como o Wellington Pereira (Baba), que conseguiu uma cafeteria parceira em Chicago para treinarmos. Vamos viajar antes [na quinta, dia 4], para nos adaptarmos à água e ao clima de lá, onde também é mais fácil termos acesso a cafés diferentes para treinarmos. Tenho também o apoio da Apex-Brasil, que possibilita a estada e a viagem. Tudo que está sendo feito é para que eu tenha a melhor preparação para disputar o Mundial.

E: Quais são suas expectativas em relação ao Mundial?

D: Aproveitar bastante. Essa é minha primeira experiência em outro país e em outra feira, porque até então eu só conhecia a SIC [Semana Internacional do Café]. A feira de Chicago, por tudo que já ouvi, é uma feira gigantesca e incrível, então quero viver essa experiência ao máximo, curtir e tentar trazer este título inédito para o Brasil. É um desafio e uma expectativa muito grande, de todo mundo que está engajado nessa preparação. Vou dar o melhor, com muita responsabilidade, pois representar o Brasil e a nossa cafeicultura é um desafio muito grande, mas também vou procurar me divertir e fazer aquilo que temos feito no dia a dia. Como falamos da visibilidade que o Campeonato Brasileiro traz pra gente, acho que o Mundial potencializa muito essa visibilidade.

E: E quais os planos para o futuro? Pretende competir novamente?

D: Pensando a curto prazo, meu desejo é voltar com esse troféu de campeão, se Deus quiser. Já a longo prazo, caso esse título venha, quero curtir e aproveitar bastante. O Campeonato Brasileiro de Cup Tasters traz muitas coisas positivas para o profissional e, com certeza, o Mundial também trará. Então é aproveitar isso da melhor forma possível. Em relação às competições, caso ganhe o Mundial, não sei se irei competir no próximo Brasileiro. Talvez darei um tempinho para curtir. Mas, caso não venha, estarei lá de novo, tentando, porque de qualquer forma o campeonato é incrível, pela adrenalina e pelos contatos que fazemos. Enquanto eu estiver neste universo de cafés, com certeza vou querer fazer parte das competições, principalmente de Cup Tasters, mas também de torra, que me chama atenção e faz parte do meu dia a dia. As competições de café são incríveis, tanto na promoção do profissional quanto no contato com os companheiros.

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Arquivo pessoal

Barista

Jota de Paula vence o Campeonato Brasileiro de Latte Art 2024

Barista trabalha na cafeteria Jardim do Café, em São José dos Campos (SP)

Da esquerda para direita: Eduardo Olímpio (3º lugar), Jota de Paula (campeão) e Tiago Rocha (2º lugar)

O barista Jota de Paula, da cafeteria Jardim do Café, de São José dos Campos (SP), levou a melhor no Campeonato Brasileiro de Latte Art 2024, realizado nos dias 22, 23 e 24 de março, no Mercado do Café, em Brasília (DF).

A disputa, que avalia técnicas para realizar desenhos com leite vaporizado no café, teve 18 participantes. Nas eliminatórias, Jota fez uma tartaruga como primeiro desenho, e, como segundo, um mico-leão-dourado. Além dele, foram finalistas: Elves Albino (Abô Botânica e Café, João Pessoa), Eduardo Olímpio (Naveia), Tiago Rocha (Naveia), Gabriel Zanotelli (Baden Torrefação, Porto Alegre) e Ramon Dallabona (Tabenne Coffee, Curitiba). 

Da esquerda para a direita: Eduardo Olímpio, Jota de Paula, Gabriel Zanotelli, Tiago Rocha, Elves Albino e Ramon Dallabona

A final do campeonato aconteceu no domingo (24), e determinava que os competidores entregassem três desenhos aos juízes. Primeiro a se apresentar, Jota também entregou uma arara que, ao lado dos outros dois desenhos, recebeu as maiores pontuações, arrematando o troféu. 

Ao lado dele no pódio, dois nomes conhecidos: Tiago Rocha, de Curitiba, foi campeão brasileiro da categoria em 2019 e ficou em segundo lugar este ano. Já Eduardo Olímpio, de São Paulo, era o atual campeão, e conquistou a terceira posição.

Jota representará o Brasil no Mundial de Latte Art, que acontece entre 27 e 29 de junho na World of Coffee, em Copenhague, Dinamarca. 

O Campeonato Brasileiro de Latte Art 2024 foi realizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em parceria com a Apex-Brasil, como ação do projeto setorial “Brazil. The Coffee Nation”. O leite oficial da edição foi o Nude e, o café, da cafeteria e torrefação Ernesto Cafés Especiais, de Brasília. A Espresso foi a mídia oficial.

TEXTO Gabriela Kaneto e Letícia Souza • FOTO Robson Alselmo

Barista

Campeonato Brasileiro de Latte Art 2024 divulga lista de competidores

A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) anunciou hoje (18) os 18 competidores que disputarão o Campeonato Brasileiro de Latte Art 2024. O evento acontece de 22 a 24 de março, em Brasília (DF), no Mercado do Café. 

Os 18 baristas competidores:

César Romano – Curitiba (PR)
Cristian Limas da Rosa – Porto Alegre (RS)
Eduardo Olímpio – São Paulo (SP)
Elves Albino – João Pessoa (PB)
Gabriel Duarte Zanotelli – Porto Alegre (RS)
Leo Mesquita – Rio de Janeiro (RJ)
Isis Rodrigues – Porto Alegre (RS)
Joabner Santana Azevedo – Brasília (DF)
João Michalski – Cascavel (PR)
Jota de Paula – São José dos Campos (SP)
Jonatha Nascimento – João Pessoa (PB)
Juliano Souza – Porto Alegre (RS)
Juliano França – Birigui (SP)
Gael Lirian – Porto Alegre (RS)
Ramon Dallabona – Curitiba (PR)
Tiago Rocha – Curitiba (PR)
Vinicius Dias – São Paulo (SP)
Wesley Oliveira – Porto Alegre (RS)

Os baristas têm que demonstrar criatividade e habilidade ao desenhar com o leite vaporizado sobre o espresso. A competição tem três fases – eliminatórias, semifinal e final –, e a grande final acontece domingo (24).  

O café oficial da edição de 2024 foi torrado pela equipe do Ernesto Cafés Especiais, cafeteria e torrefação brasiliense. Os grãos escolhidos são da variedade catuaí amarelo, de processamento natural, cultivados pelo produtor Augusto Borges, na Fazenda Capadócia, em São Gonçalo do Sapucaí, Mantiqueira de Minas. Na xícara, apresenta notas de chocolate ao leite, com doçura elevada, acidez presente e finalização refrescante.

A Espresso é mídia oficial do Campeonato Brasileiro de Latte Art. Acompanhe os resultados no nosso Instagram.

Serviço
Campeonato Brasileiro de Latte Art
Quando: 22 a 24 de março, a partir das 12h
Onde: Mercado do Café – 509, bloco C – Asa Sul – Brasília (DF)
Mais informações: www.bsca.com.br

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Barista

Google homenageia flat white

O doodle do Google de hoje, 11 de março, chamou atenção dos aficcionados (ou não) por café ao estampar xícaras e porta-filtros em ilustrações alegres e convidativas. A animação refere-se ao flat white, uma bebida à base de café criada na Austrália ou na Nova Zelândia – os países disputam sua origem – entre as décadas de 1980 e 1990. Tornou-se popular mundialmente, graças à influência das cafeterias de cafés de qualidade. Várias grandes cadeias de café incluem o flat white em seus cardápios, o que ajudou a aumentar sua visibilidade e demanda.

O flat white é feito com uma quantidade maior de espresso e menor de leite vaporizado, e resulta numa bebida de textura mais aveludada do que a de um cappuccino além de sabor predominante de espresso. O tamanho varia com a região e a preferência do barista, mas é geralmente menor que um latte, e costuma ser servido em xícaras pequenas ou copos.

Existem variações regionais. Nos Estados Unidos, costuma ser feito com uma dose dupla de espresso, enquanto na Austrália e na Nova Zelândia a dose única é mais comum. 

TEXTO Redação • FOTO Daniel Ozana/Estúdio Oz