Cafezal

Projeto Café no Vale promove o turismo e resgata a história do grão no RJ

Revitalizar a cafeicultura regional de maneira sustentável no Vale do Paraíba do Sul Fluminense, no Rio de Janeiro. Esse é o desejo do médico Marcelo Motta com o Projeto Café no Vale. Motta quer promover a cultura em 15 municípios da região (Vassouras, Valença, Rio das Flores, Paty do Alferes, Miguel Pereira, Engenheiro Paulo de Frontin, Paracambi, Mendes, Barra do Piraí, Conservatória, Piraí, Pinheiral, Volta Redonda, Barra Mansa e Visconde de Mauá), fazendo com que se torne uma espécie de polo turístico, mais atrativo e com produção de bom café.

Segundo Marcelo, esse bioma foi agredido durante a atividade cafeeira da época dos “Barões do Café”, no Brasil Império. Seus estudos apontam que as primeiras safras de café desse local eram muito boas por conta da nutrição natural do solo na região de Mata Atlântica, sendo fértil e rico em matéria orgânica. Por isso, a ideia de retomar essa terra para produzir um café de melhor qualidade, incluindo o replantio e recuperação de pequenos fragmentos desse bioma.

O projeto, de acordo com Marcelo, começa com o produtor se tornando parceiro. Após este passo, quem deseja melhorar a sua plantação recebe a visita da equipe de Marcelo, que também é presidente da Turisplan, empresa de planejamento estratégico de turismo sustentável. O grupo realiza uma análise do solo para averiguar se existe ou não fragmento de Mata Atlântica e o que deve ser feito para aumentar a qualidade. A partir daí, são feitas elaborações de mudas de café e plantados apenas grãos da espécie arábica.

“Como não usamos defensivos e nem adubos químicos na implantação e condução destes cafezais precisamos de equilíbrio e parceria com a natureza do entorno da lavoura implantada, o que obtemos com a biodiversidade destes fragmentos que criamos na propriedade do parceiro. Ou seja, cada parceiro do projeto tem que ter ou criar um fragmento de Mata Atlântica e ter a produção de Café Mata Atlântica validada por nós”, afirma Marcelo.

Cada propriedade tem um planejamento exclusivo em que é levado em consideração o clima, circulação de ventos, insolação, qualidade do solo e de fragmento da mata, dentre outros. A base é de 1.200 pés, sendo dividido em quatro cultivares diferentes, com 300 pés de cada para cultivar.

Marcelo explica que na colheita, que deve ser manual, todos os parceiros ganham o mesmo valor mínimo por balaio de 60 litros de frutos maduros. Todo o material colhido de cada parceiro é individualizado num lote e irá receber uma identificação. Este lote entra na linha de beneficiamento de forma individual. Após o término do beneficiamento é realizada a classificação completa da bebida. “Todos os parceiros têm a oportunidade de ganhar com a venda em suas propriedades do Café Mata Atlântica, que é torrado e embalado”, conta o idealizador do projeto.

Mais informações
www.turisplanbrasil.com.br

TEXTO Natália Camoleze • FOTO Divulgação

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