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“Premiunização do café deve ser democrática”, diz executiva da Nestlé
Em conversa com a Espresso, a diretora-executiva de cafés da Nestlé Brasil, Valéria Pardal, detalha as ações de sustentabilidade da companhia e as novas tendências de consumo de cafés
Formada em administração de empresas, a argentina Valéria Pardal encontrou cedo sua vocação. Interessada nas estratégias psíquicas profundas que levam as pessoas a consumir, buscou aprender com grandes players de mercado. Na Nestlé há vinte anos e, desde agosto de 2023, diretora-executiva de cafés Nestlé Brasil, Valéria é reconhecida pelos investimentos em sustentabilidade. “A sustentabilidade é um critério importante de decisão para a geração Z”, garante ela. Nesta entrevista, concedida por email, Valéria comenta amplamente sobre o tema, sobre as novas tendências de consumo em cafés e as inovações da Nestlé, como o desenvolvimento de novas variedades.
Espresso: Valéria, atualmente você é diretora-executiva de cafés Nestlé Brasil. Como começou sua carreira profissional?
Valéria Pardal: Comecei ainda na universidade. Sou formada em administração de empresas e sempre tive interesse e curiosidade especiais sobre psicologia das pessoas quando se trata de consumir ou comprar marcas e produtos. Sempre quis entender como elas pensam, quais necessidades estão satisfazendo e o que realmente motiva suas decisões de compra.
Comecei na área financeira e comercial da Visa e, depois, trabalhando com empreendedores na construção de seus planos de negócios em uma empresa de consultoria para pequenas e médias empresas. Nesse caminho, entendi que minha paixão era ser capaz de criar, desenvolver e promover marcas de consumo. A partir daí, comecei a buscar um caminho em empresas reconhecidas e líderes de mercado. Foi assim que cheguei à Nestlé Argentina, há 20 anos.
Como você iniciou sua jornada profissional na Nestlé e quais seus principais objetivos?
Meus primeiros passos na Nestlé Argentina foram como Jovem Profissional (Programa de Trainee). Desde o primeiro momento, tive oportunidades e desafios constantes nas áreas de vendas, trade e, depois, em marketing de diferentes negócios.
No Brasil, meu principal objetivo é continuar a desenvolver o mercado de café, promovendo a democratização do café premium e de origem sustentável.
Como gestora, você destaca a importância da sustentabilidade na divisão de cafés da Nestlé. A Nescafé estabeleceu a meta de tornar 100% de seu café sustentável até 2025. Quais são os desafios para alcançar esse objetivo e como a empresa garante a eficácia dos programas de certificação envolvidos?
A Nestlé é a maior compradora de cafés no mundo – são mais de 850 mil toneladas de café verde por ano, o equivalente a mais de 14 milhões de sacas, de mais de 20 países –, e a área é uma das prioritárias para a companhia.
Seguimos investindo em inovação e tecnologia para oferecer um café sustentável e de qualidade, com iniciativas em toda a cadeia produtiva. No Brasil, 100% do nosso café já é de origem sustentável e certificado, e mais de 90% das fazendas estão em transição para a agricultura regenerativa.
Enquanto a demanda global pela bebida continua aumentando, eventos climáticos recentes sugerem que a área adequada para cultivar café arábica pode ser reduzida em mais de 50% até 2050. O projeto star 4, nova variedade de arábica desenvolvida pela Nestlé Brasil, visa mitigar o impacto dessas mudanças na cadeia de suprimento de café, por ser uma espécie mais resistente, de alto rendimento e com menor emissão de gases do efeito estufa.
A companhia atua há mais de 13 anos na cadeia por meio do programa global Nescafé Plan, o maior do segmento no Brasil e batizado localmente de Cultivado com Respeito. Além de práticas sustentáveis, ele contempla iniciativas que promovem condições justas e seguras de trabalho e impacta 1,5 mil propriedades. Também garante que 100% dos grãos comprados por nós no país são certificados e que todas as fazendas fornecedoras têm, ao menos, uma prática de agricultura regenerativa.
Além disso, as fazendas credenciadas são auditadas por empresas parceiras e especializadas – uma delas é a certificação 4C (Código Comum para a Comunidade Cafeeira), conjunto de critérios que orientam a produção da cadeia do café, composto por 106 rigorosos itens, divididos em dimensões econômica, social e ambiental.
Há um movimento crescente de práticas de agricultura regenerativa no mundo, embora falte um consenso global quanto ao seu conceito. O que você entende por agricultura regenerativa e quais as estratégias do setor de cafés da Nestlé relacionadas a esse tema?
Agricultura regenerativa significa uma produção mais sustentável, que entrega mais para a natureza do que retira dela, e que inclui práticas que recuperam o solo, os recursos hídricos, a biodiversidade e, ainda, contribuem para a redução da pegada de carbono.
Nós operamos cada vez mais em nossas fábricas para evitar desperdícios de água e de energia, e procuramos desenvolver a conscientização sobre desperdícios e orientar sobre o destino correto de resíduos.
O Cultivado com Respeito promove a agricultura regenerativa por meio de diversas práticas positivas, e cujos pilares são natureza, gente e conhecimento. Ele garante que 100% dos grãos comprados são certificados e que todas as fazendas fornecedoras têm, ao menos, uma prática de agricultura regenerativa.
Ele também possibilita que os produtores tenham uma melhor qualidade de vida por meio do estímulo à capacitação, da aplicação de preços diferenciados e da bonificação por uma matéria-prima mais sustentável e com mais qualidade.
Um exemplo de impulsionamento da agricultura regenerativa é a linha de Nescafé Origens do Brasil, que foi lançada em 2019 e que é destaque em sustentabilidade, pois as práticas no campo dos produtores parceiros são voltadas ao desenvolvimento da agricultura regenerativa.
Além dos benefícios ao meio ambiente, a iniciativa traz mais rentabilidade à produção cafeeira, já que diminui o custo de produção ao mesmo tempo em que aumenta a produtividade por pé de café. A meta é obter, até 2025, 30% das principais matérias-primas, café, cacau e leite, por meio de propriedades que aplicam práticas regenerativas e sustentáveis.
Com o compromisso de atingir a neutralidade de carbono até 2050, como a Nestlé aborda a redução das emissões associadas à produção e ao transporte de café?
Atualmente, 70% das nossas emissões de carbono têm origem na agricultura. Em relação à natureza, por meio do empenho contínuo rumo ao impacto ambiental neutro, a Nestlé trabalha para assegurar recursos para as futuras gerações, além de apostar na agricultura regenerativa como premissa de transformação profunda.
O programa Cultivado com Respeito, que já citei e que é o maior do mundo no segmento de café, promove ações para reduzir a pegada de carbono nas fazendas produtoras.
A linha Origens do Brasil é a primeira a conquistar certificação de produto carbono neutro, de acordo com o The Carbon Neutral Protocol, principal framework global de neutralidade de carbono. A linha, além de representar uma quebra de paradigma importante, ao apresentar um café especial, torrado e moído, busca transformar e ressignificar a cafeicultura brasileira, trazendo o balanço perfeito entre um café de qualidade e de impacto positivo no planeta.
Além das práticas regenerativas que englobam o uso de energia solar, a agrofloresta, o menor uso de agrotóxicos e a preservação das abelhas, também estão a recuperação de áreas florestais desmatadas. Nescafé e a ONG SOS Mata Atlântica se uniram para plantar 1,5 milhões de árvores nativas e regenerar um dos principais biomas brasileiros.
Recentemente, também, fizemos um extenso trabalho de cálculo de carbono em 100% das fazendas de café fornecedoras, a maioria delas no Espírito Santo, mudando a forma de relacionamento com o produtor. Esse é um dos grandes diferenciais da companhia, já que não há no mercado um banco de dados tão extenso e com tanta profundidade.
Quanto à logística, temos um centro de distribuição 100% dedicado ao e-commerce de cafés que utiliza energia otimizada: luz natural, lâmpadas inteligentes e certificação Leed Gold Sustentável. Já os pedidos enviados vão com uma sacolinha para facilitar a reciclagem de cápsulas. Repensamos a nossa frota e implementamos a “entrega verde”: usamos carros e caminhões elétricos, ou a biometano em algumas de nossas rotas.
Como a empresa está implementando a gestão hídrica nas áreas de cultivo e quais resultados já foram observados?
Já trabalhamos com redução e reuso de recursos hídricos nas operações próprias e das cadeias de suprimentos. Esse cuidado com recursos hídricos é um dos principais pilares dos nossos programas de sustentabilidade. Hoje em dia, no Brasil, cerca de 10 mil propriedades rurais de leite, café e cacau trabalham com práticas cuidadosas quanto a isso. Essas propriedades são verificadas pelo menos uma vez por ano, e recebem assistência técnica nossa para operar de maneira sustentável.
Um bom exemplo é a fábrica de Nescafé Dolce Gusto, na cidade mineira de Montes Claros. Ela é a primeira da companhia a receber a certificação Triplo Zero – que não utiliza água extraída da natureza, não envia resíduos para aterros e tem 100% das emissões de gases do efeito estufa neutralizados.
Ela foi estrategicamente construída ao lado da unidade de Leite Moça, que fornece 100% da água utilizada na fábrica do Nescafé Dolce Gusto. Isso evita o uso de água potável vinda da natureza.
Quanto aos resíduos gerados, 100% deles seguem para reciclagem, reaproveitamento e compostagem. A unidade também neutraliza 100% das emissões de gases de efeito estufa por meio de compensações.
A EUDR entra em vigor em 30 de dezembro deste ano. Mas há um debate sobre o tema em torno de seus impactos, especialmente para pequenos produtores, que muitas vezes carecem dos recursos para cumprir as exigências de rastreabilidade por elas imposta. Como a Nestlé vê os impactos da EUDR e se posiciona perante eles, já que trabalha com produtores de todo o planeta?
De forma global, estamos quase atingindo o objetivo de 100% de abastecimento de cafés de compra responsável – com rastreabilidade de produtores que participam de programas de sustentabilidade –, e consideramos estar bem-posicionados para que as ações complementares sejam implementadas e, assim, cumprir com a EUDR.
Recentemente, vocês lançaram a variedade de arábica star 4. Há mais pesquisas desse tipo em andamento em outros países produtores? De que maneira essas novas varietais entram no portfólio da empresa?
Um projeto de desenvolvimento de uma nova espécie demanda, além de alto investimento, muito tempo de dedicação, pesquisas e estudos. A star 4, por exemplo, já tem mais de dez anos, e a expectativa é que sua produção ocorra em 2028.
Essa nova variedade de arábica tem um período menor de crescimento e alta tolerância à ferrugem, uma das principais doenças que atingem o café brasileiro, além de menor emissão de carbono. O projeto foi desenvolvido em São Paulo e em Minas Gerais utilizando métodos tradicionais de melhoramento genético. A variedade foi selecionada no Brasil por sua resiliência, qualidade, produtividade e por ter o sabor característico do café brasileiro.
Esse é nosso primeiro projeto de desenvolvimento de uma nova espécie de arábica no país, e os resultados têm sido satisfatórios. Nossos testes de campo demonstraram que, utilizando insumos semelhantes, os rendimentos da star 4 são substancialmente maiores do que os de duas variedades brasileiras bastante utilizadas, que são a catuaí e a bourbon.
Queremos engajar os agricultores para cultivar a variedade, com um plano de distribuição de mudas que será construído em conjunto com os interessados. Além disso, a companhia não tem o objetivo de tornar essa variedade exclusiva, pois acredita que pesquisa e tecnologia devem ser compartilhadas e o desenvolvimento de uma cafeicultura mais produtiva e sustentável é uma agenda pré-competitiva.
Mas, antes da star 4, desenvolvemos duas variedades de robusta, roubi 1 e roubi 2, ambas produzidas no México e que estão sendo lançadas agora.
Com a consolidação da qualidade dos canéforas produzidos no Brasil, como você vê a participação futura da espécie nos blends produzidos pela Nestlé?
Desde que a Nescafé estreou no segmento de cafés premium, em 2019, apostamos nos canéforas. A segunda edição limitada do Nescafé Origens do Brasil, lançada recentemente, é nosso segundo café especial da espécie canéfora, resultado de um projeto que levou abelhas para as Montanhas Capixabas para favorecer a polinização do cafezal, o que aumenta a produtividade e a qualidade dos grãos.
Em tempos de aquecimento global, a variedade robusta é uma das maiores apostas sustentáveis para o futuro do café. Se, antes, essa variedade era tida como o patinho feio, agora ela vive um boom: a produção de robusta de alta qualidade impulsiona torras mais complexas que dão origem a ótimos cafés especiais. Por isso, temos direcionado investimentos em inovação para os canéforas especiais, desassociando-os da imagem de café de baixa qualidade.
Hoje já existem muitos produtores no Espírito Santo e na Bahia que têm conhecimento na produção de cafés especiais da variedade conilon. Então, há cinco anos contribuímos para capacitar produtores na produção de conilon especial, e o resultado desse trabalho está nesses cafés que lançamos, o Pontões de Capixaba, em 2019, e Montanhas Capixabas, neste ano.
Quais tendências emergentes no setor de café você acredita que terão o maior impacto nos próximos anos e por quê?
Acredito que as principais tendências no mercado de café estão relacionadas às mudanças de comportamento e estilo de vida. Eu destaco a premiunização, o café gelado e a sustentabilidade.
O aumento no interesse pelos cafés especiais está relacionado tanto ao produto em si, como edições limitadas, diferentes terroirs e novos blends, quanto a inovações no setor, como o uso de novos materiais, mais sustentáveis. A tendência é que essa procura pela qualidade seja crescente, afinal, o paladar não retrocede.
Em relação ao café gelado, as tendências começam fora do lar e se replicam em casa. Há um aumento no número de perfis nas redes sociais que ensinam receitas de bebidas com café como ingrediente principal.
O consumidor também está cada vez mais focado em conhecer a procedência do seu alimento e o mesmo acontece com o café. Eu acredito que esse interesse vai desde a origem do grão até a embalagem no ponto de venda. Segundo pesquisas, a sustentabilidade é um critério importante de decisão para a Geração Z. Mais de 70% dos consumidores desta geração estão dispostos a pagar até 10% a mais por produtos sustentáveis.
Visando aumentar a conexão com esse público e destacar os diferenciais da Nestlé em sustentabilidade, recentemente alteramos o rótulo da linha Nescafé, trazendo informações sobre o projeto Cultivado com Respeito.
Como percorremos o caminho da premiunização nestes últimos cinco anos, e em que etapa desse processo você acredita que estão os mercados brasileiro e internacional?
O movimento de valorização da bebida, unido à educação de novos consumidores, têm direcionado a Nestlé nessa premiunização. A categoria tem crescido consideravelmente, e representa, atualmente, 70% do negócio. Há dez anos, essa taxa era de 15%. Estamos em momento de expansão do consumo de café premium, de maior valor agregado, e isso está sofisticando o consumo de café no Brasil. Trabalhamos com a marca Nescafé de consumo massivo para que essa premiunização seja democrática. Os brasileiros consomem entre quatro e seis xícaras de café por dia e a missão da Nestlé é que essa xícara seja de melhor qualidade.
Atualmente, nosso portfólio premium é formado pela linha Nescafé Gold, com opções de café solúvel e, para coar, a linha Nescafé Origens do Brasil.
Nos primeiros seis meses de 2024, o café foi o item da Nestlé que mais cresceu em receita. Como as gerações mais jovens estão consumindo café no Brasil?
Os jovens da Geração Z estão mais dispostos a experimentar novas receitas e procuram por bebidas indulgentes, que geram publicidade orgânica e se encaixam no conceito de comfort food. Para esse público, o café gelado é o grande destaque, como citei, e seu consumo tem aumentado bastante nos últimos anos.
Como comentei, o consumidor aprende a tomar cafés de melhor qualidade, com sabores e métodos de preparação diferentes, e passa a replicar o hábito no âmbito doméstico. Essa tendência foi acelerada pelo aumento das cafeterias no Brasil, que oferecem diversas receitas de café gelado que atraem essa nova geração. Acreditamos no segmento e queremos ser protagonistas na transformação da xícara de café do brasileiro, com o lançamento de produtos e campanhas que potencializam as mensagens focadas na Geração Z. Recentemente, lançamos novos sabores da linha Nescafé Pronto para Beber, para consumo gelado.
A Nestlé Professional, área de food service da companhia, também segue desenvolvendo projetos focados nesse modelo de consumo, por meio de parcerias com lojas de conveniência e cafeterias, com clientes como AmPm, por exemplo.
No Brasil, a estratégia de investimento também mira o mercado de café fora de casa, através de soluções B2B. Quais são os planos para alavancar este mercado?
Recentemente anunciamos, no Brasil, o investimento de um bilhão na área de cafés Nestlé até 2026. Esse montante está voltado, principalmente, para a fábrica localizada em Araras (SP), e para a ampliação do parque de máquinas de Nestlé Professional, atualmente com 22 mil unidades, visando o aumento de 50% no biênio e a liderança no mercado OOH, com novos modelos de negócios e investimentos em equipamentos e tecnologia.
A área vive um momento importante pós-pandemia, com a volta ao trabalho presencial, por conta da alta demanda do mercado corporativo, já que boa parte das ocasiões de consumo fora de casa acontecem no trabalho.
Só no ano passado, foram investidos R$ 60 milhões e, atualmente, vendemos 700 mil xícaras por dia nos canais fora do lar. Estimativas internas da companhia preveem que, em 2024, mais de 250 milhões de xícaras Nescafé serão servidas em todo o país.
Os recursos serão aplicados, principalmente, em novas tecnologias, como curvas de torras, flexibilização das linhas de produção para fazer qualquer tipo de produto, novos sabores. Com isso, a companhia tem o objetivo de acelerar sua jornada de transformação digital, pelo aprimoramento de tecnologias para o desenvolvimento sustentável de produtos inovadores.
Valéria, um consumo interno de café ainda maior vai afetar os preços do café no Brasil? Qual será o impacto no mercado global de café, na sua opinião?
Como em qualquer outra mercadoria, os preços do café estão sujeitos à oferta e demanda e são definidos no mercado aberto. Nesse segmento, o preço não é uma variável que a Nestlé possa determinar ou controlar. A empresa compra o café e adapta seu preço de acordo com as variações do mercado, para garantir que os agricultores recebam um preço competitivo por sua safra.
Temos um compromisso genuíno com a sustentabilidade em toda a cadeia do café no mundo e queremos, até 2025, obter 100% de café rastreável e de origem responsável. Em 2023, esse índice foi de 92,5%, tornando a companhia a maior compradora de café de origem responsável por volume.
A maior parte do café é adquirido indiretamente, por meio de grupos de agricultores, cooperativas e traders. Essa é uma prática comum no setor cafeeiro, devido às exigências locais para a venda de café moído e preparado.
Que conselhos você daria para profissionais que estão começando suas carreiras no mercado de café?
Para qualquer profissional, acho que o primeiro conselho é amar o que faz. Pessoalmente, sinto-me muito grata por ter a oportunidade de trabalhar numa categoria tão empolgante como o café. Seja curioso e adote uma atitude de “aprendiz em série”, cercando-se de profissionais e pessoas experientes para enriquecer seu olhar. O Brasil é o mercado número 1 do mundo! Aqui há muito conhecimento de todas as partes da cadeia de valor e muita ambição em aprender também.
Para fechar essa conversa, como as experiências pessoais e profissionais moldaram sua abordagem para liderar a divisão de cafés da Nestlé?
Compartilho os valores que acredito serem fundamentais para uma liderança inspiradora e o desenvolvimento de negócios. Um deles é a colaboração, o trabalho em equipe: acredito realmente na diversidade de opiniões e em proporcionar autonomia para minha equipe se desenvolver.
Outro valor é a responsabilidade, é atuar como dono. Isso quer dizer não apenas fazer o trabalho, mas transformar o trabalho, agregando valor e inovando. Acredito também no “aprendiz serial”, que tem curiosidade, abertura para dizer “não sei”, que busca investigar e que não acredita que temos que ter todas as respostas. E respeito, o tempo todo.
Texto originalmente publicado na edição #85 (setembro, outubro e novembro de 2024) da Revista Espresso. Para saber como assinar, clique aqui.
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