Cafezal

Colômbia se destaca mundialmente na produção de café

O café tem papel chave na economia agropecuária e nos resultados anuais do PIB da Colômbia, país que se posiciona como o terceiro maior produtor de café do mundo. Dados mais recentes da Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia revelam que a produção atingiu 4,5 milhões de sacas no período entre janeiro e maio de 2022.

Cultivando a espécie arábica, a Colômbia se destaca nesse mercado concorrido por sua origem, técnica de plantio e qualidade, frutos de investimentos permanentes e também do clima favorável. Conheça alguns dos tipos de cafés produzidos no país:

Café de Origem Cauca: A região montanhosa e vulcânica do Maciço colombiano faz de Cauca o cenário ideal para 95 mil cafeicultores colherem café de alta altitude, suave e rico em nutrientes, com um aroma característico de caramelo pronunciado.

Café de Origem do Santander: O clima temperado/seco e a alta radiação solar fazem deste departamento, pioneiro no cultivo do café, um local perfeito para produzir um café com aroma e fragrância pronunciados, acidez média e corpo alto. Além disso, as florestas nativas da região imprimem notas de ervas e sensações cítricas à bebida, nativa de 69 municípios de Santander.

Café de Origem da Huíla: Vales férteis e vulcões cobertos de neve oferecem os nutrientes necessários para que o café possa ser cultivado neste departamento durante todo o ano. São 67 mil as famílias cafeicultoras que produzem o Café de Origem Huila, caracterizado por seu aroma forte, acidez média/alta e corpo médio.

Origem Café de Antioquia: Nesta área de diversidade geográfica e climática, 92 mil famílias cafeicultoras produzem uma grande variedade de café em pequenas parcelas. O Café de Origem de Antioquia é reconhecido por ser uma bebida com notas doces, aroma levemente sulfuroso e herbal, acidez e corpo médios.

“A Colômbia é considerada uma despensa agrícola do mundo. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a expansão das terras cultiváveis ​​destinadas à produção de alimentos continuará aumentando. Nos próximos 30 anos, os países em desenvolvimento precisarão de mais 120 milhões de hectares para cultivos”, assegurou Flavia Santoro, diretora da ProColombia, que faz parte do Governo e do Ministério de Comércio, Indústria e Turismo da Colômbia.

Ainda segundo ela, a FAO prevê que, até 2030, a população mundial ultrapassará 8,3 bilhões de habitantes, o que implicará em um aumento de 50% no consumo de alimentos, 30% no consumo de água e 45% no consumo de energia. Cerca de metade das terras que poderiam entrar na produção agrícola está localizada em 7 países tropicais: Angola, Argentina, Bolívia, Colômbia, Brasil, Congo e Sudão. A Colômbia tem potencial de crescimento em sua fronteira agrícola para o desenvolvimento sustentável das atividades agrícolas, já que atualmente usa cerca de 20%.

TEXTO Redação • FOTO Agência Ophelia

Mercado

Brasil exporta 39,6 milhões de sacas de café na safra 2021/2022

Na safra 2021/2022, encerrada em junho passado, o Brasil exportou 39,589 milhões de sacas de 60 kg de café e obteve uma receita cambial recorde de US$ 8,117 bilhões, com embarques para 121 destinos. Em relação à temporada anterior, o desempenho representou queda de 13,3% em volume, mas crescimento de 38,7% em valor. Os dados fazem parte do relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Segundo o presidente da entidade, Günter Häusler, diante de uma safra com oferta reduzida, em razão do ciclo de bienalidade baixa das lavouras de arábica, e de todos os gargalos logísticos existentes, com custos altos de frete, cancelamentos de bookings, rolagens de cargas e menor disponibilidade de contêineres e espaço nas embarcações, o desempenho registrado em 2021/2022 é positivo.

Ele reforça que, apesar da queda em volume na comparação com a temporada 2020/2021, ano de colheita recorde no Brasil, o montante embarcado de julho de 2021 a junho de 2022 está dentro da média das últimas cinco safras, que é de 39,480 milhões de sacas. “Já a receita, que registrou valor histórico, é reflexo da taxa favorável de câmbio e do profissionalismo e trabalho exemplar que os exportadores brasileiros vêm desempenhando nesses tempos de desafios e dificuldades, o que permitiu que o Brasil mantivesse sua representatividade no comércio global e aproveitasse os elevados níveis internacionais dos preços”, comenta.

O desempenho da safra foi consolidado com os dados de junho deste ano, quando o Brasil remeteu 3,144 milhões de sacas ao exterior, volume 2,1% maior do que o aferido no mesmo mês de 2021. Em receita, o incremento foi ainda mais significativo, de 69,9%, com os embarques rendendo US$ 733,8 milhões ao país.

“Esse desempenho positivo de junho é consequência dos esforços das equipes de logística dos exportadores e da modesta melhora no transporte marítimo global, que, contudo, ainda segue bem aquém da normalidade e com muitos desafios”, analisa o presidente.

Principais destinos

Na temporada 2021/2022, os Estados Unidos foram os principais importadores do café brasileiro, ao adquirirem 7,936 milhões de sacas, volume 4,8% inferior aos 8,339 milhões comprados de julho de 2020 a junho de 2021. Esse montante correspondeu a 20% das exportações totais do Brasil na safra recém-encerrada.

A Alemanha, com representatividade de 16,3%, importou 6,465 milhões de sacas (-18,7%) e ocupou o segundo lugar no ranking. Na sequência vieram Bélgica, com a compra de 3,182 milhões de sacas (-17%); Itália, com 3,124 milhões (+12,9%); e Japão, com a aquisição de 2,171 milhões de sacas (-17,3%).

Merece destaque o desempenho dos embarques para a Colômbia, terceiro maior produtor mundial de café, que importou 1,247 milhão de sacas do produto nacional na safra 2021/2022 e ocupou o sexto lugar no ranking dos principais parceiros. Esse volume representou 3,2% do total remetido pelo Brasil ao exterior e implicou crescimento de 9,6% em relação às aquisições realizadas entre julho de 2020 e junho de 2021.

Por outro lado, a continuidade do conflito na Ucrânia impactou as exportações para a Rússia, que saiu do tradicional sexto lugar na classificação para o nono posto no acumulado da temporada recém-encerrada. O país do Leste Europeu adquiriu 950.860 sacas, volume que representou queda de 20,3% na comparação com a safra antecedente.

Tipos de café

O café arábica foi o mais exportado no acumulado do ciclo 2021/2022, com o envio de 32,889 milhões de sacas ao exterior, o que correspondeu a 83,1% do total. Já o café solúvel registrou o embarque equivalente a 4,049 milhões de sacas, respondendo por 10,2%. Na sequência vieram a variedade canéfora (robusta + conilon), com a exportação de 2,603 milhões de sacas (6,6%), e o café torrado e torrado & moído, com 47.944 sacas (0,1%).

Cafés diferenciados

Os cafés diferenciados, que possuem qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis, responderam por 19,8% das exportações totais brasileiras do produto de julho de 2021 a junho deste ano, com o envio de 7,829 milhões de sacas ao exterior. Esse volume representou declínio de 0,8% na comparação com as 7,889 milhões de sacas embarcadas pelo país em igual período anterior.

O preço médio foi de US$ 258,92 por saca, proporcionando uma receita cambial de US$ 2,027 bilhões nesse intervalo de 12 meses, o que correspondeu a 25% do obtido com os embarques totais. No comparativo com a temporada 2020/21, o valor é 55% maior.

No ranking dos principais destinos dos cafés diferenciados na safra 2021/2022, os Estados Unidos ficaram na ponta, com a importação de 1,616 milhão de sacas, o equivalente a 20,6% do total desse tipo de produto exportado. Na sequência vieram a Alemanha, com 1,416 milhão de sacas e representatividade de 18,1%; a Bélgica, com 979.585 sacas (12,5%); a Itália, com 634.096 sacas (8,1%); e o Japão, com 414.934 sacas (5,3%).

Portos

O complexo marítimo de Santos (SP) permaneceu como o principal exportador dos cafés do Brasil no ciclo 2021/2022, com o envio de 31,440 milhões de sacas, equivalente a 79,4% do total. Fechando a lista dos três primeiros, aparecem os portos do Rio de Janeiro, que responderam por 15,2% dos embarques ao remeterem 6,019 milhões de sacas nos 12 meses da safra, e Vitória (ES), com o envio de 567.631 sacas ao exterior (1,4%).

Ano civil

No acumulado dos seis primeiros meses de 2022, o Brasil exportou 19,922 milhões de sacas de café, o que implicou um recuo de 4,9% na comparação com os 20,943 milhões registrados entre janeiro e o fim de junho do ano passado. Esse montante gerou uma receita cambial de US$ 4,640 bilhões, a maior apurada nos últimos cinco anos e 65,4% superior à obtida no mesmo intervalo antecedente.

O relatório completo das exportações dos cafés do Brasil, na safra 2021/2022, está disponível no site do Cecafé.

TEXTO Redação • FOTO Battlecreek Coffee Roasters

Café & Preparos

Fundação Ernesto Illy oferece bolsas de estudo em Trieste, na Itália

O mestrado internacional está com as inscrições abertas para a edição 2023. O curso, que tem como objetivo oferecer formação multidisciplinar sobre o mundo do café, é organizado por um grupo de líderes em educação: Universidade de Trieste, Universidade de Udine, International Superior School of Advanced Studies of Trieste (SISSA), AREA Science Park, illycaffè SpA e Fondazione Ernesto Illy.

Aos interessados, até 15 de julho é possível solicitar uma das bolsas de estudos fornecidas pelas Fundação Ernesto Illy, que oferece um auxílio financeiro a um limitado número de candidatos, de países diferentes, para cobrir custos totais ou parciais para frequentar o programa de mestrado.

Todo o ciclo produtivo do café, desde o seu cultivo até os serviços de alimentação, incluindo logística, trading e o processo de industrialização, serão abordados durante as aulas. O curso possui 400 horas de aulas segmentadas, divididas em 9 módulos didáticos: cinco econômicos e quatro científicos. As aulas serão ministradas em inglês, via internet, de janeiro a novembro de 2023. Haverá um período de 6 semanas (setembro a meados de outubro) em Trieste, na Itália, para aulas práticas presenciais.

O curso também tem como objetivo oferecer, consolidar e desenvolver relações entre as Universidades e o mundo dos negócios, transferindo o conhecimento tecnológico e cultural da illycaffè, o legado moral e científico do Dr. Ernesto Illy e o papel de Trieste como a cidade exemplo na produção de cafés diferenciados.

Mais informações: http://unicaffe.illy.com/en/courses/higher-education/universita_del_caffe_master

TEXTO Redação

Barista

WCE divulga data dos Campeonatos Mundiais de Latte Art, Coffee in Good Spirits e Torra de 2023

Nesta terça-feira (12), a World Coffee Events (WCE) anunciou que os Campeonatos Mundiais de Latte Art, Coffee in Good Spirits e Torra, de 2023, serão realizados na cidade de Taipei, durante a Taiwan International Coffee Show, feira que acontecerá de 17 a 20 de novembro de 2023.

Também no próximo ano, Atenas, na Grécia, será palco dos Campeonatos Mundiais de Barista, Brewers, Cup Tasters e Ibrik. As disputas farão parte da grade de programação da World of Coffee, de 22 a 24 de junho. 

Agora, para saber quem serão os baristas representantes do Brasil, os olhares se voltam para Minas Gerais, com os Campeonatos Brasileiros de Latte Art e Coffee in Good Spirits acontecendo de 19 a 21 de agosto, em São Lourenço, e os Campeonatos Brasileiros de Brewers e Cup Tasters em 16 a 18 de novembro, durante a Semana Internacional do Café (SIC), em Belo Horizonte. Já o Campeonato Brasileiro de Torra ainda não tem data marcada. 

Campeonatos Mundiais ainda este ano!

O Brasil já possui dois baristas nas competições internacionais em 2022: Boram Um, da cafeteria paulistana Um Coffee Co., que conquistou o título do Campeonato Brasileiro de Barista no mês passado, durante o São Paulo Coffee Festival, e Julia Fortini, da mineira Academia do Café, que ganhou o Brasileiro de Brewers em 2019. Por conta da pandemia, Julia conseguiu postergar o título nacional para competir no Mundial da categoria neste ano. Ambas as competições acontecem de 27 a 30 de setembro, em Melbourne, na Austrália.

Mais informações: https://worldcoffeeevents.org 

TEXTO Redação • FOTO Gustavo Baxter / NITRO

Barista

Campeonatos Brasileiros de Latte Art e Coffee in Good Spirits abrem inscrições nesta terça-feira (12)

Atenção, baristas de todo o Brasil! As inscrições para os Campeonatos Brasileiros de Latte Art e Coffee in Good Spirits abrem amanhã, 12 de julho, às 10h (horário de Brasília), no site da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA). Se interessou? Então prepare o F5 porque as vagas são limitadas: 12 para cada categoria.

Os campeonatos estão marcados para acontecer de 19 a 21 de agosto, na cidade mineira de São Lourenço. A ação integra o projeto setorial “Brazil. The Coffee Nation”, desenvolvido pela BSCA em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

Últimos vencedores

Por conta da pandemia de Covid-19, as disputas no Brasil foram realizadas, pela última vez, em 2019. Na ocasião, o campeão da categoria Latte Art foi o barista Tiago Rocha, de Curitiba (PR). No Coffee in Good Spirits, quem levou a melhor foi o veterano Emerson Nascimento, do Rio de Janeiro (RJ). Ambos representaram o Brasil nos Campeonatos Mundiais, que aconteceram este ano em Milão, na Itália, nos dias 23 a 25 de junho. Saiba mais sobre os Mundiais aqui.

TEXTO Redação • FOTO Nereu Jr / NITRO

Mercado

Incertezas na logística e problemas na produção podem levar ao aumento do preço do café

Com a expectativa para a safra deste ano e tantas dúvidas que foram geradas, entramos em contato com o Analista Sênior do Departamento de Pesquisa e Análise Setorial do Rabobank Brasil, com foco no setor de café, Guilherme Morya, que abordou alguns pontos. 

Em relação ao consumo global de café, o Rabobank projeta um crescimento para o ciclo 2021/2022 (outubro-novembro) de apenas 1,3% comparado à 2020/2021, em 166,8 milhões de sacas. “Apesar dos bons dados de consumo em regiões não produtoras no primeiro trimestre de 2022, o conflito entre Rússia e Ucrânia (que juntos representam cerca de 3,5% da demanda mundial), os lockdowns na China (com a política de “covid-zero”), o aumento dos estoques públicos de café nos EUA, Japão e Europa, e o repasse dos altos preços de café verde ao consumidor diante da pressão inflacionária global, trazem preocupações à demanda”, destaca Guilherme. 

Já para o Brasil, o Rabobank estima o consumo em 21,5 milhões de sacas para a temporada 2021/2022, 0,5% maior em comparação ao ciclo passado. “Foram reportados que nos primeiros meses de 2022, o consumo ficou estável em comparação à 2021. A demanda pode ter se beneficiado dos efeitos positivos do reajuste do salário-mínimo e do auxílio Brasil. Porém, o aumento de 88% no preço do café no varejo nos últimos 12 meses, diante da alta nos custos de alimentos, pode limitar o consumo nos próximos meses”. 

Em relação a grande dúvida sobre os preços do café, Guilherme explica que eles passaram por forte volatilidade nos últimos meses. Em junho de 2022, os preços de café arábica apresentaram valorização média de 48% e 56%, em Nova Iorque (ICE-NY) e no Brasil (Cepea), respectivamente. Já o canéfora (conilon), utilizado em alguns blends comerciais no Brasil, apresentou alta de 44% frente a junho de 2021 no mercado doméstico.

“É possível que novas altas nos preços ocorram, dado incertezas no cenário logístico global, limitações na oferta (além do Brasil, outros países produtores de café arábica enfrentam problemas de produção) e lembrando que entramos na estação de inverno no Brasil, fato que sempre gera temor quanto ao risco de geadas. Porém, olhando à frente, os preços de café parecem ter encontrado uma resistência, não somente pelas incertezas na demanda, mas também pela boa safra de canéfora (robusta) no Vietnã e a que está sendo colhida no Brasil”, aponta Guilherme. 

Em relação ao consumo de café fora do lar, o analista destaca que desde a reabertura do comércio no mundo, observamos uma retomada nesta saída para degustar a bebida. “Infelizmente, tivemos muitas cafeterias encerrando suas atividades, especialmente as independentes. As grandes redes de cafeterias, que conseguiram se manter durante a pandemia, se beneficiaram desse momento de retomada. Acreditamos que em 2022, teremos uma boa recuperação no consumo global nas cafeterias, mas, somente em 2023, vendas nas cafeterias devem superar os níveis de 2019. Com a adoção dos sistemas híbrido de trabalho, acreditamos que o consumo dentro do lar segue forte, especialmente em um momento de pressão inflacionária que acaba limitando gastos extras”. 

Safra 2022/2023

A dúvida do mercado nos últimos tempos é em relação à safra. Segundo Guilherme, houve atrasos na colheita devido à maturação tardia, menor disponibilidade de mão de obra e os altos custos. “Apesar das informações que a qualidade da safra é boa, vem sendo reportado no campo algumas perdas adicionais de produtividade nas regiões de café arábica. Para essa espécie, essas notícias chamam atenção, pois é uma safra que teria um bom potencial dado ao ciclo de produção maior, mas, que foi frustrada por conta da geada que ocorreu em 2021. Porém, para o canéfora (conilon), a perspectiva continua sendo positiva e trabalhamos com um cenário de safra recorde, em 23,1 milhões de sacas. Nas próximas semanas, com o andamento da colheita, os estoques devem se recompor e a disponibilidade para o consumo interno não deve ser um problema”. 

Para finalizar, Guilherme avalia as exportações brasileiras do grão, que apesar dos gargalos logísticos enfrentados pelos exportadores de café, com elevados custos marítimos e falta de contêineres, seguem em bom ritmo. Segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), em maio de 2022, o Brasil exportou 2,8 milhões de sacas de café, 5,1% acima em relação a maio de 2021. Mesmo assim, os atuais problemas logísticos, associados à baixa produção em 2021, vêm impactando as exportações em 2022. “No acumulado de 2022 (jan-mai), foram exportadas 16,6 milhões de sacas, 7% menor em comparação ao mesmo período de 2021. Olhando à frente, a continuidade do conflito entre Rússia e Ucrânia e os lockdowns observados na China, trazem incertezas na continuidade das melhoras no cenário logístico, porém a chegada da safra 2022 deve colaborar para manter o ritmo das exportações. Nós projetamos as exportações brasileiras de café, em 2022, próximo a 40 milhões de sacas”. 

TEXTO Natália Camoleze • FOTO Agência Ophelia

Cafeteria & Afins

Pató Cafeteria – Brasília (DF)

A Pató nasceu do sonho da brasiliense Duda Patriota de ter uma cafeteria. Durante a pandemia, a publicitária e gastróloga começou a trabalhar com encomendas de diversas receitas em casa. Com a demanda crescendo, surgiu a necessidade de expandir o local de produção para atender aos pedidos. “Eu trabalhava muito através das redes sociais e fui criando uma relação muito forte com as pessoas. Senti a necessidade de ter um espaço onde eu pudesse receber, servir e conhecer todos. A ideia da Pató é ser uma extensão da minha casa.”

E deu certo! Inaugurada em março de 2021, a cafeteria proporciona aos visitantes um ambiente bem decorado, aconchegante e receptivo. Com wi-fi e tomadas disponíveis, é uma boa opção para quem busca por lugares alternativos para trabalhar. Já para aqueles que querem tomar uma xícara de café e conversar entre amigos, as mesas do lado de fora são ideais.

Falando em café…

Os grãos servidos atualmente na Pató são cultivados na região do Sul de Minas e selecionados pela consultoria Marama Coffee Co., de Brasília. A torra fica por conta da torrefação brasiliense Los Baristas. No balcão da cafeteria, os profissionais preparam os cafés nas formas de coado no batch brew e espresso, tirado de uma GS3 da La Marzocco que compõe cappuccinos, macchiatos lattes e iced coffees.

A cozinha da casa, localizada no subsolo, é a responsável por todas as comidinhas servidas no local. Da parte dos salgados, um dos sucessos é o Scone, uma receita inglesa que consiste em um pão levemente adocicado, queijo minas curado, tomilho e flor de sal. Outro item bastante pedido é a torta de tomate, com massa folhada, molho de tomate italiano e mostarda fermentada em kombucha.

Para os fãs de doce, o cardápio totalmente artesanal apresenta cookies de diferentes sabores; cheesecakes de goiabada, maracujá do Cerrado e frutas da estação; torta de maçã e bolo de laranja com gengibre e pistache; e bolo gelado de coco. “Todas as nossas receitas foram elaboradas para harmonizar com o café, mas não tem como fugir da combinação clássica do café com cookie.”

Informações sobre a Cafeteria

Endereço CLN, 407 Bloco B, loja 17
Bairro Asa Norte
Cidade Brasília
Estado Distrito Federal
País Brasil
Website http://www.instagram.com/patoh.cafeteria/
Horário de Atendimento De terça a domingo, das 9h às 19h
TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Bruno Aguiar

Mercado

1ª edição do Festival Café e Cultura acontece em Teresina (PI)

Nos dias 9 e 10 de julho, das 9h às 21h, será realizada a 1ª edição do Festival Café e Cultura. O evento, que ocorre no Sesc Cultura Leste, em Teresina (PI), tem como objetivo fortalecer o segmento cultural do estado, promovendo o encontro entre arte, ideias, empreendedorismo e consumidores. Na ocasião, diversas cafeterias estarão demonstrando seus métodos de produção. 

Com música ao vivo, dança, sarau, criação de caricaturas, tatuagem e exposição de quadros, o evento conta também com a participação de diferentes cafeterias. Harmonização com cafés especiais, método de filtrados, torrefação, cozinha inclusiva e drinques com café são alguns dos temas abordados nos workshops. 

O Sebrae promoverá oficinas sobre empreendedorismo. Gestão de negócios para cafeterias, fluxo de caixa e formação de preços, marketing digital no Instagram e marketing de experiência serão assuntos discutidos durante o final de semana. Somado à programação, haverá o Espaço Criança, com contação de histórias e cursos infantis. 

Idealizado para ser uma oportunidade de lazer para família e amigos, o Festival Café e Cultura tem o Sebrae, Abrasel, Senac, FEMICRO e MOVE como instituições parceiras.

Serviço
1ª edição do Festival Café e Cultura
Quando: 9 e 10 de julho
Horário: 9h às 19h
Mais informações: www.instagram.com/festivalcafecultura

TEXTO Redação • FOTO Felipe Gombossy

Mercado

Café sem uni duni tê: Guia prático para ajudar a escolher o café que você vai preparar em casa

Uma reportagem feita para quem gosta de tomar café e ponto, desmitificando certo ou errado e pode ou não pode

Esta reportagem começa com um passeio num supermercado. É uma loja comum e fica em um bairro de classe média da Zona Sul de São Paulo. É de uma rede pequena e a unidade é tradicional na região, frequentada pelos moradores mais antigos. Não se enquadra na categoria dos empórios que vendem produtos sofisticados. 

Na seção dos cafés, espalhados por um corredor inteiro, havia catorze marcas de cápsulas compatíveis com três sistemas diferentes, somando mais de cem opções entre cafés, bebidas especiais (como cappuccino e chocolate quente) e chás. De grãos, eram doze marcas e vinte opções. De drip coffee, três possibilidades. De moídos e solúveis… não foi possível contar. Quer dizer, a repórter desistiu na terceira tentativa, depois de se perder nos números.

Nesse mesmo supermercado, no início da pandemia, havia apenas duas ou três opções de café em grãos, alguns solúveis e os moídos tradicionais ou, no máximo, da categoria superior. É claro que a situação varia bastante conforme o porte e o tipo da loja, o bairro onde estão e as cidades todas do País. Mas, se você tem a impressão de que tem muito mais café no bule dos mercados que você frequenta, provavelmente está certo.

Quem trabalha com café e gosta da bebida sabe que essa é uma boa notícia, que demonstra que o mercado de cafés especiais está se expandindo e amadurecendo. E que, com o consumidor tendo acesso a melhores produtos, há a chance de a cadeia como um todo também evoluir. É importante, porém, ter consciência do tamanho dos pontos de interrogação que surgem na cabeça até de consumidores já iniciados na bebida e interessados pela queridinha do brasileiro.

Muita gente acostumada a tomar cafés diferentes em cafeterias, com a ajuda dos baristas para orientar o consumo, deixava para consumir produtos mais simples em casa. Com o cenário mudando, mesmo esse consumidor, quando fica ali, sozinho no corredor do mercado diante de tantas opções, pode se perder na escolha.

“É algo muito bom. Dificulta um pouco a vida do consumidor, mas ele tem de entrar nesse mundo do café se quiser aproveitar a variedade”, avalia a especialista e consultora Eliana Relvas, que conhece bem o mercado por ter atuado por muitos anos como consultora de cafés para redes de varejo. 

“Cabe aos especialistas, a nós, da bolha do café especial, mostrar um jeito simples e acolhedor, senão esse mundo de opções afasta os novos consumidores”, diz Karla Lima, mestre de torra, classificadora, barista e coffee hunter, da Akan Coffee Experience, microtorrefação em São Paulo.

E, sim, é com esse mapa da mina do café no supermercado que, com a ajuda de quatro especialistas, vamos dar dicas sobre como fazer para chegar a boas experiências na xícara da sua casa. Antes, porém, vale entender o contexto no qual as prateleiras saíram do “suave, forte e extraforte” para essa infinidade de possibilidades. Passe seu café e vem com a gente!

No meio do caminho tinha um vírus 

O mercado de cafés especiais vem evoluindo muito no Brasil nos últimos anos. Uma pesquisa realizada pela Euromonitor em 2017 mostrou um crescimento médio anual de 20,6% entre 2012 e 2016 para esse segmento. A previsão deles era de que, em 2020, o volume de vendas teria dobrado.

No meio do caminho, porém, havia algo bem menor que uma pedra, e que causou toda uma bagunça do nível de uma avalanche. Um microscópico vírus, que ainda afeta o mundo de maneiras bastante intensas, fez com que tudo tivesse sua rota recalculada. Com o café, o consumo caiu nas cafeterias (em 2020, essa queda chegou a 7,5%), que permaneceram fechadas ou sem receber público por muitos meses, principalmente durante o primeiro ano da pandemia de covid-19.

Com a impossibilidade de praticar atividades de lazer, como sair para comer fora, o consumo de café em casa aumentou, abrindo espaço para que outros produtos que antes ficavam restritos às ruas entrassem pela porta da frente do isolamento social. Quem pôde transferiu para seu lar alguns dos prazeres que eram possíveis de ser ressignificados fora das ruas, e o café definitivamente foi um deles. Há até um meme que fala de coisas que as pessoas compraram durante a pandemia e sua evolução: mostra picos de busca por papel higiênico logo no início de tudo, de pijamas um pouco depois, o declínio do uso do carro, e o café ali, plácido, com consumo sempre estável e alto.  

Os dois movimentos, de expansão contínua do mercado de cafés especiais e de aumento do consumo doméstico por causa da pandemia, explicam bem o espaço que os cafés ganharam nas prateleiras do supermercado, algo que já vinha acontecendo, mas que certamente foi acelerado nos últimos anos. Não deu tempo, porém, de isso acontecer de uma forma mais estruturada, acompanhada de uma evolução de conhecimento e adaptação dos consumidores a tantos produtos diferentes. 

Ainda sem terem informações suficientes para escolher os cafés, testar o paladar (falta faz uma degustação no mercado, né,?), e preparar em casa, tanta novidade é um desafio. Há muito conteúdo bom na internet, vale consultar e se inspirar. Na medida em que a pandemia for permitindo, os cursos e degustações de café ajudam demais. Enquanto isso, segue o fio aqui.

Por onde eu começo? 

A primeira coisa a fazer é uma análise racional sobre você mesmo. É claro, optar por aquele café cujo preço caiba no seu bolso é fator decisivo. O que você vai fazer é, dentro da faixa de preço determinada, ter um resultado que combine mais com o seu momento.

Para além disso, identificar a sua caixa de ferramentas para preparar café já vai servir como um bom funil nas prateleiras do mercado: que tipo de preparos você pode fazer e gosta de fazer em casa? Usa cápsulas? Você tem moedor ou já vai comprar moído? Quer métodos rápidos, como o drip e os solúveis, ou vai investir em rituais demorados?

Para quem tem a opção de variar no preparo, vale comprar cafés em pacotes menores e adequados para cada tipo. Hoje já existem marcas que vendem o pó em granulometrias diferentes, mais grossas ou finas, e elas indicam na embalagem o tipo de preparo à qual cada moagem se destina. Para quem pode moer em casa, dá para usar o mesmo café e ajustar a moagem.

“Você precisa se perguntar de que café você gosta. Mais forte, mais fraco; gosta de tomar pouco, ou de ‘balde’; com ou sem açúcar, com ou sem leite. Tudo isso pode parecer básico demais, mas ajuda muito”, explica a barista e mestre de torra Letícia Souza, que tem o perfil @euquetorrei no Instagram e é parte da equipe do Futuro Refeitório, em São Paulo.

A barista e sócia do Borsoi Café, de Recife, Paloma Amorim Cunha aponta outra questão importante quando se pretende entrar no mundo dos cafés especiais para tomar em casa: “Se é a primeira vez que você vai comprar cafés diferentes sem a orientação de um barista, não adianta sair do que está acostumado e mudar radicalmente, pois você provavelmente não vai gostar”. Por isso, vá aos poucos, comece por sabores e referências que já conhece, e vá ampliando o seu paladar e repertório com calma. 

Café é para ser prazer

Quando as pessoas sabem que trabalhamos com café, é comum ouvir a pergunta: “Qual é o melhor café?”. E, não importa quanto de conhecimento se acumule, a resposta para isso é uma só, sempre: o melhor é aquele que você gosta, do jeito que você gosta. Com açúcar ou sem, com leite ou sem, do jeito que for.

“Trabalho com cafés especiais e quero que todo mundo tome cafés melhores e gostosos. Mas café tem de acolher e não afastar”, diz Paloma, do Borsoi. 

Para Letícia, do Futuro Refeitório, existe o mundo das supertécnicas específicas e avançadas e existe a vida real. “Tem hora que tudo o que se quer é um café gostoso, não importa saber muita coisa sobre ele. Por isso é legal respeitar as suas sensações quando tomar uma xícara”. Karla Lima, da Akan, complementa: “O café fica cada vez mais legal quanto mais a gente conhece. Aí não tem um melhor café, tem um monte deles”.

“Café é um prazer ainda permitido, ao menos para a classe média. É claro que se pode pesquisar e aprofundar os conhecimentos, mas não precisa virar algo chato. É bom ter cuidado com isso. Café é uma comfort food e tudo o que a gente quer no fundo é que ele abrace a gente”, resume a consultora Eliana Relvas. 

TEXTO Cintia Marcucci • FOTO Gui Gomes

Receitas

Spicy Latte Botanikafé

Ingredientes

– 1 shot de espresso
– 1 colher (sopa) de mel diluído em água
– 1 g de gengibre em pó (uma colher de café rasa)
– 1 copo americano de leite cremoso
– Canela em pó
– Canela em casca

Preparo

Tire um shot de espresso na xícara e acrescente o mel diluído e o gengibre em pó. Mexa para misturar bem com o café. Acrescentar o leite cremoso com um pouco de espuma. Finalize com uma linha suave de canela em pó e coloque uma casca de canela na borda da xícara para aromatizar a bebida na hora do primeiro gole!

RECEITA Barista Antonio Renan Sampaio, do Botanikafé
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