Mercado

“Nossos blends terão mais arábica”, diz CEO da Ecom em evento em Santos

O segundo dia do 24º Seminário Internacional do Café, em Santos, foi intenso. O evento, organizado pela Associação Comercial de Santos (ACS) e que pela primeira vez aconteceu na cidade, reuniu desde terça (21) um time de palestrantes que lotou o espaço reservado no Blue Med Convention Center (o seminário termina nesta quinta, 23).

Entre os destaques de quarta, 22, o primeiro dia de palestras, que aconteceram em meio a uma enxuta feira de negócios – estava um painel com CEOs globalmente renomados, como Teddy Esteve, diretor geral da Ecom Agroindustrial Corp. Não houve plateia maior do que a que assistiu às falas de Esteve, Trishul Mandana, diretor geral de Café – Volcafé e Ben Clarkson, diretor global da Plataforma de Café da Louis Dreyfus Company sobre “O excedente atual é suficientemente grande para satisfazer as necessidades do mercado?”. Entre apostas e desafios está a de Esteve, cuja fala abre a reportagem. “O Brasil vai liberar muito conilon mercado externo. O blend brasileiro terá mais arábica”, aposta ele, que também declarou que a recessão será necessária para equilibrar o mercado. 

Segundo os convidados do painel, houve um acúmulo de estoques durante o Covid-19, mas que, atualmente, operam no limite. Foi lembrado, também, que o Vietnã prometeu entregas antecipadas mas não foi capaz de cumpri-las pela falta de chuvas que vem enfrentando. Para Mandana, em pouco tempo o Brasil será o grande fornecedor mundial, capaz de atender entre 75% e 80% da demanda do mercado. 

Houve, ainda, acordo entre os CEOs que a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas pelos países produtores passa pela contratação de técnicos, financiamento estatal e práticas regenerativas. E, como não poderia deixar de ser, Dreyfuss não deixou de mencionar o protagonismo do parque cafeeiro Brasileiro no cenário global.

Vanusia Nogueira, em palestra de meia hora sobre “Desafios para o Futuro”, destacou problemáticas como trabalho infantil, escravidão moderna e desigualdade de gênero na produção de café pelo mundo. 

A diretora executiva da OIC (International Coffee Organization) defendeu a reavaliação do tamanho mínimo de plantio para a validação de viabilidade econômica aos produtores, a equidade na divisão de renda na cafeicultura, a desmistificação da mecanização no campo e o aumento da produtividade. “Para aumentar a margem de lucro dos produtores, é preciso inovação”, reforçou em sua fala. Como primeira mulher a presidir a organização internacional, a brasileira destacou o protagonismo feminino no café. “Há mulheres produtoras em vários países que não têm acesso a uma conta bancária”, reforçou.

Já no painel denominado “Impactos na movimentação de cargas pelo porto de Santos”, não faltaram críticas dos traders e promessas de agentes públicos quanto à adequação logística do porto mais movimentado do país, para o qual se dirigem 15 mil caminhões por dia. 

Segundo Elber Justo, diretor-presidente da MSC do Brasil, a aduaneira está defasada em “12 anos e 4 gerações de navios” – as novas embarcações, maiores,  não conseguem atracar no porto, cuja profundidade não é suficiente, fazendo com que haja um volume menor de cargas embarcadas. O que foi respondido pelo presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, que, além de destacar a “quebra de recorde” de 223 bilhões de reais arrecadados com as exportações em 2023, concordou com a estrutura inadequada. “Investiremos 10 bilhões de reais nos próximos cinco anos”, prometeu. 

Pomini destacou ainda que o porto não opera sozinho. “Temos que inovar na gestão pública [do porto], mas ao lado das vias de acesso”, cobrou ele, lembrando do papel das rodovias e ferrovias no transporte da carga até o porto (que, juntas, respondem por 60% da movimentação de mercadorias nos portos) diante de comentários de painelistas sobre os atrasos no embarque de mercadorias – entre 12 e 30 dias, em 80% das embarcações. As despesas com um mês de atraso alcançam, assim, US$370. Alex Sandro de Ávila, Secretário Nacional de Porto, garantiu que, até 2026, sairá o contrato da parceria público-privada para o aprofundamento do calado de 16 para 17 metros. 

O dia foi marcado, também, pela palestra que abriu o evento feita pelo economista Ricardo Amorim, sobre o panorama do agronegócio do café no mundo, com foco no café.

O 24º Seminário Internacional do Café tem patrocínio de Autoridade Portuária de Santos (APS), Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil ), MSC, Stonex, Serasa Experian, Nucoffee, Agridrones, CAIXA e Cooxupé.

TEXTO Cristiana Couto

Mercado

Nespresso traz ao Brasil edição limitada de tênis feito com borra de café

A Nespresso, em parceria com a Zèta, startup francesa de moda upcycling, trouxe para o Brasil o RE:GROUND, um tênis feito com borra de café e outros materiais reciclados. Disponível na cor “latte”, a edição limitada já está no site da Nespresso, inicialmente para clientes Ambassadors, por R$ 799.

Resultado de um ano de pesquisas realizadas pela Zèta, o sapato – lançado na Europa em 2022 – é confeccionado em uma oficina familiar em Portugal. Cada par é feito com 80% de itens reciclados e sustentáveis, e é composto por borra de café equivalente a 12 cápsulas Nespresso.

A parte superior é feita de material vegetal de cereais sem pesticidas, os cadarços são de plástico reciclado, a palmilha removível é produzida de borra de café e a cortiça é reciclada, além da sola de borra de café, que também leva borracha reciclada e cola produzida com látex recuperado. Para finalizar, a embalagem é de saco de juta recuperado e o flyer de informações é de papel reciclado e resíduos orgânicos de café.

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Cafezal

Nescafé e Instituto Biológico realizam 17º Sabor da Colheita no sábado (25)

No próximo sábado, 25 de maio, a Nescafé, em parceria com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, apresenta a 17ª edição do Sabor da Colheita. O evento, que acontece anualmente no Instituto Biológico, na capital paulista, simboliza o início da colheita cafeeira no estado.

Além da experiência de estar em um cafezal e de colher os frutos com as próprias mãos, os participantes também podem acompanhar workshops e oficinas gratuitas, ministradas por profissionais do mercado, e degustar cafés da Nescafé e de outros produtores regionais. 

Confira a programação da edição:

Oficinas (inscrições aqui)
9h, 11h e 15h30 – Oficina de colheita
10h, 11h, 13h, 14h e 15h – Oficina de abelhas, com Meliponicultura
13h30 – Oficina de compostagem, com Lara Freitas (Ecobairro)
12h – Plantio de mudas, com Francisco de Assis Leitão Moraes
10h, 13h, 14h e 15h – Oficina de bebidas com café
11h30 – Oficina “Coleção AgroSP na mesa – aula demonstrativa de pão e patê de café com degustação”
16h – Projeto “Empreendedorismo inclusivo: vamos beber um café”, com Marcelo Votta

Palestras
10h – “Nematoides do café”, com Claudio Marcelo Gonçalves de Oliveira (Instituto Biológico)
10h30 – “Cafés resistentes a nematoides – novo cultivar IAC Herculândia multirresistente a nematoides”, com Oliveira Guerreiro Filho (Instituto Agronômico – IAC)
11h – “Coleção AgroSP na mesa – Café”, com Camila Kanashiro (Coordenadora Estadual de Segurança Alimentar – Cosali) e Emilio Bocchino Neto (Codeagro)
14h – “Café e saúde”, com prof. Antônio Laurinavicius (Instituto Dante Pazzanese)
14h30 – “Café e as mídias”, com Sergio Parreiras Pereira (IAC)
15h – “A evolução dos hábitos de consumo de café”, com Celso Vegro (IEA)

Exposição
9h às 17h – Exposição e venda de produtos artesanais

Serviço
17ª edição do Sabor da Colheita
Quando: 25 de maio
Horário: das 9h às 17h
Onde: avenida Conselheiro Rodrigues Alves, 1.252 – Vila Mariana – São Paulo (SP)
Informações: www.biologico.agricultura.sp.gov.br
Entrada gratuita

TEXTO Redação • FOTO Agência Ophelia

Barista

Brasiliense Pedro dos Anjos vence Campeonato Brasileiro de Torra

Mestre de torra da Mokado Cafés, na capital federal, venceu 23 competidores e segue para o mundial na Dinamarca, em junho 

Pedro dos Anjos, da Mokado Cafés, vencedor do Campeonato Brasileiro de Torra 2024

“Sagrar-se campeão do Campeonato Brasileiro de Torra é ter a grata surpresa de ser reconhecido”. São as palavras à Espresso ditas por Pedro dos Anjos, da Mokado Cafés, de Brasília (DF), vencedor da competição realizada pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em Belo Horizonte (MG), entre 17 e 19 de maio, na sede da Atilla Torradores, patrocinadora do evento. 

O mestre de torra desbancou outros 23 competidores de diferentes regiões do Brasil, e teve, diante dos juízes, o melhor desempenho sensorial e técnico de acordo com o seu plano de torra – objetivo da disputa. “O campeonato é estruturado de forma extremamente técnica”, explica dos Anjos, que destaca os vários níveis de desempenho do competidor avaliados pelos juízes. “É uma verdadeira maratona, que replica muito bem a vida de uma torrefação, focada, principalmente, no relacionamento entre o mestre de torra e os produtores”, analisa ele.

O pódio ficou completo com Reginaldo Gomes, da Lenêz Cafés de Especialidade, de Uberaba (MG), em segundo lugar, e com Tiago de Mello, do Pato Rei, de São Paulo (SP), em terceiro.

Agora, o campeão tem um novo desafio logo à frente: representar o Brasil no Campeonato Mundial de Torra que acontece mês que vem, de 27 a 29, na World of Coffee Copenhagen, na Dinamarca. 

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Fabrício Mendes/Atilla

Cafezal

Conheça a Guatemala cafeeira em números

País é o quarto produtor mundial de arábicas, e tem 97% do café produzido por pequenos agricultores

O mapa das regiões cafeeiras da Guatemala foi atualizado pela Anacafé (Associação Nacional de Café da Guatemala), que apoia cafeicultores com programas e serviços de extensão. Alguns dos dados seguintes constam, também, do relatório anual da FAS/USDA (Foreign Agriculture Service, ou Serviço de Agricultura Estrangeira do  Departamento de Agricultura dos EUA, que, entre outras funções, coleta, analisa e difunde informações sobre mercados globais para produtos agrícolas).

Os resultados mostram mais de 251 mil hectares de plantações e quase 125 mil novos hectares de plantio. Para 2024/25, a previsão é de 376 mil ha plantados, com 1,6 bilhão de cafeeiros maduros. 

Os arábicas são 99% da produção de cafés na Guatemala, e se destacam pela qualidade e sustentabilidade dos grãos. Quase todos os produtores são pequenos (97% do total) e enfrentam custos altos e desafios logísticos, além de reduzirem a fertilização dos cafezais e explorem tecnologias de baixo custo.

Grãos orgânicos selecionados e despolpados por trabalhadores e voluntários na Guatemala

A produção total de café verde do país caiu ligeiramente em 2023/24, para 3,25 milhões de sacas. A falta de mão de obra aumenta problemas como doenças e pragas.

Em 2022/23, o volume de cafés exportados fez com que a Guatemala se tornasse o quarto maior exportador de arábica, com os EUA sendo o seu maior importador. Nesse ano, porém, as exportações até agora caíram 10%. As de café solúvel, porém, aumentaram 6%, e as de café torrado, 11%.

No âmbito local, o consumo de café deve se manter estável em 651 mil sacas em 2024/25. O café solúvel lidera o mercado interno, com 58% do consumo total da bebida no país.

TEXTO Redação / Fonte: Coffee Daily News • FOTO Wikimedia commons

Mercado

Contagem regressiva para que cafés torrados atualizem embalagens

Regulamentação de lei de 2000, que permite fiscalização e retirada de cafés fraudados, também dá prazo para ajuste de informações em rótulos 

*Texto atualizado em 21 de maio.

Um dos pontos mais impactantes para a indústria de cafés torrados é a regulamentação de uma lei que dispõe, entre outros assuntos, da atualização de informações nas embalagens de cafés torrados e cujo prazo para ajustes termina no mês que vem.

A regulamentação foi feita por meio da portaria 570 (Portaria SDA/MAPA no 570/22), e trata na Lei 9972/2000, do produto café. A lei federal, por sua vez, dispõe sobre a classificação de produtos de origem vegetal, cujo objetivo é que estejam em condições sanitárias e de qualidade suficientes para serem comercializados.

Em vigor desde 1º de janeiro de 2023, a portaria 570 foi discutida por dois anos entre o MAPA (Ministério da Agricultura e da Pecuária), a Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) e outras entidades do setor.

Resumidamente, a rotulagem deve conter informações como: espécie de café (caso seja integralmente feito de uma espécie, deve ter expressa 100% dela; no caso de blend, a expressão “predominantemente por” e o nome da espécie que predomina na composição); se o café torrado é em grãos ou moído; o tipo de torra (clara, média ou escura); e, caso o café esteja certificado (voluntariamente) pela Abic, deve ter na embalagem a qual das cinco categorias do Programa de Qualidade do Café ele pertence – inclusive a categoria especial, lançada em 2023 durante a SIC pela Abic, em parceria com a BSCA, além das já existentes gourmet, superior, tradicional e extraforte.

As novas informações não têm lugar determinado na embalagem – apenas devem estar visíveis para quem compra (acesse o manual com as regras de rotulagem desenvolvido pela ABIC).

Sobre cafés fraudados

Além de tratar da atualização das informações contidas nos rótulos das embalagens de cafés torrados, a portaria 570, que foi discutida por dois anos antes de ser publicada, também permite que o órgão federal fiscalize o setor e retire do mercado cafés impuros e fraudados, responsabilizando também distribuidores e varejistas.

A importância da regulamentação é uma demanda da Abic há tempos, já que a associação é um órgão certificador e de monitoramento, e não tem autonomia para multar ou tirar do mercado um produto fraudado. O combate às fraudes é um dos objetivos da Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (DIPOV) do MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária).

Por isso, foi tema de palestra do órgão federal no 1º Seminário do Café, promovido pela Abic e que reuniu pessoas da cadeia produtiva na sede da Fiesp, na terça (14).  “O café é o único ingrediente vegetal que não estava regulamentado [na lei de 2000], e sobre o qual o Ministério da Agricultura tem autonomia”, explica Pavel Cardoso, presidente da Abic.

Quando perguntado pela Espresso o porquê do hiato de quase duas décadas entre a lei e a sua regulamentação para o setor de cafés, Cardoso garantiu que o grão era o menos preocupante entre os vegetais. “Como [à época da aprovação da lei] o setor já era organizado, oferecia pouco risco e, por isso, foi deixado por último entre os itens vegetais a serem regulamentados”, justifica.

“Hoje, o Programa Nacional de Prevenção e Combate à Fraude está em andamento e amadurecendo, impactando desde o produtor, passando pela indústria e chegando na ponta, nos supermercados”, disse Hugo Caruso, diretor da DIPOV do MAPA durante sua palestra, sobre a interrupção de comercialização de produtos ilegais no ponto de venda – especialmente azeites, sucos de frutas e, agora, o café torrado.

Embora, segundo Caruso, exportemos pouco café torrado – e ele considera este um bom momento para crescer nesse setor –, o aumento de exportações do produto e a consequente alta nos preços abre oportunidades para fraudes. “Isso vira notícia e denigre a imagem do café brasileiro”, acredita.

Novas metodologias de análise

Outro destaque na palestra do MAPA foram as técnicas laboratoriais para o exame do café torrado, que estão sendo desenvolvidas com o apoio de universidades, como UEL, UFLA e USP, Embrapa e entidades. “O papel delas é ajudar nas metodologias de análises físico-químicas, que não estão listadas entre as oficiais”, explica Caruso à Espresso.

Segundo ele, além de dar bons resultados, as novas metodologias de aferição a serem adotadas pelo Mapa substituem as análises microscópicas. “Um certo percentual de outros materiais detectados no café torrado pode ser ainda maior do que o revelado na microscopia, e a precisão deste percentual depende, também, do grau de moagem do café”, completa.

Além de fraudes, as novas tecnologias – espectroscopia e cromatografia líquida, além de ressonância magnética nuclear – podem analisar a qualidade do café. “Elas analisam os compostos do grão, como os produzidos pelos PVAs [abreviação para defeitos como grãos pretos, verdes e ardidos]”, comemora Caruso.

Dados de 2023 e 2024 indicam uma diminuição das fraudes. Em  que a verificação da amostragem de café pelo ministério computou 69,4% de produtos fora das normas (43 das 62 amostras coletadas). Em 2024, essa porcentagem diminuiu: foram 210 amostras coletadas no comércio entre janeiro e abril, com 25,23% com indícios de fraude.

TEXTO Cristiana Couto • FOTO Agência Ophelia

Barista

Campeonato Brasileiro de Torra já tem lista de competidores

O Campeonato Brasileiro de Torra já tem data, local e competidores definidos: de 17 a 19 de maio, na sede da Atilla Torradores, em Belo Horizonte (MG), com 24 participantes. Em poucos dias, os nomes listados abaixo vão torrar cafés e serão avaliados por juízes em quesitos como sensorial e performance do grão a partir do plano de torra entregue por cada um. 

  • Daniel de Paula Fernandes Pereira
  • Oscar Dutra Rocha
  • Johann Schelck Emmerich
  • Gabriel Heinerici
  • Pedro Henrique Figueiredo dos Anjos
  • Donieverson dos Santos
  • Eduardo Santos
  • Orlando Luis Salvatti
  • Tiago de Mello
  • Felipe Monteiro Bonato
  • Aldair Maciel de Oliveira
  • Raul Felipe Paulino de Souza
  • Ivan Carlos de Santana
  • Luan Santos Vital
  • Paulo Gabriel Maciel da Silva
  • Túlio Fernando de Souza
  • Jack Robson Silva
  • Matheus Luis Filagrana
  • Reginaldo Gonçalves Gomes
  • Guilherme Carvalhaes Heinerici
  • Vinícius de Lima Goulart
  • Mattheus Narcizo dos Santos
  • Alexandre Zambon Bergamim
  • Thiago de Oliveira Sidney Viana Dias

O campeonato é produzido pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e promovido pela Apex-Brasil. A Espresso é a mídia oficial. Fique de olho no nosso Instagram para conferir os detalhes da competição.

TEXTO Redação

Café & Preparos

Espresso&CO realiza palestras gratuitas no Dia Nacional do Café

Em comemoração ao Dia Nacional do Café, celebrado em 24 de maio, a Prefeitura de São Paulo e a Secretaria Municipal de Turismo realizam a 5ª edição do Festival do Café no Triângulo SP. O evento acontece entre os dias 21 e 26 de maio e oferece palestras gratuitas, um roteiro de cafeterias e uma programação artística.

Alguns dos conteúdos abordados nos bate-papos deste ano são dicas e métodos de preparo, ciência e história do café, e harmonizações com cerveja e matchá. As palestras realizadas no dia 24 de maio são em parceria com a Espresso&CO. Confira abaixo os temas e palestrantes. As inscrições para as palestras devem ser feitas antecipadamente neste link.

“Café: seus estilos e seus aromas”, com Giuliana Bastos (ABIC)
Quando: 21 de maio, das 14h às 15h
Onde: Cinema do Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB)

“Degustação: café e cerveja – semelhanças e diferenças”, com Camila Arcanjo (Coffeeccina)
Quando: 22 de maio, das 15h às 16h
Onde: Cinema CCBB

“Desvendando o café – dicas básicas: como escolher, armazenar e preparar”, com Giuliana Bastos (ABIC)
Quando: 23 de maio, das 14h às 15h
Onde: Cinema CCBB

“Ciência por trás do café”, com Pastor Bira (Café do Bira)
Quando: 23 de maio, das 16h30 às 17h30
Onde: Auditório SPTuris

“O café e a história do Brasil”, com Cristiana Couto (Espresso&CO)
Quando: 24 de maio, das 14h às 15h
Onde: Cinema CCBB

“Café em vários métodos”, com Arthur Rieper (Café Store)
Quando: 24 de maio, das 15h às 15h45
Onde: Cinema CCBB

“Conheça o matcha, nova tendência em cafeterias de SP”, com Álvaro Dominguez (Namu Matcha)
Quando: 24 de maio, das 16h às 16h45
Onde: Cinema CCBB

“Pensar o café fora da bolha (para todos os gostos)”, com Anderson Meireles (Café do Meireles)
Quando: 25 de maio, das 15h às 16h
Onde: Auditório CCBB

Quanto ao roteiro de cafeterias, o Festival do Café no Triângulo SP 2024 conta com 38 casas participantes, que prepararam combos promocionais exclusivos para a iniciativa (confira as opções no site). Os estabelecimentos se concentram, principalmente, no Centro Histórico de São Paulo e na região da Praça da República, e contarão com a presença de artistas durante os dias de realização do evento (confira também no site os nomes, horários e localizações de cada atração).

Serviço
Festival do Café no Triângulo SP
Quando: 21 a 26 de maio
Inscrições para as palestras: aqui
Mais informações: www.cidadedesaopaulo.com/festivaldocafe 

TEXTO Redação • FOTO Agência Ophelia

De onde vem a lenda sobre a origem do café

Por Cristiana Couto

É difícil saber quando surgiu a planta café. De tão antiga, acredita-se que ela tenha aparecido na Terra antes mesmo da espécie humana, ⎯ ambas, no continente africano. Como não é possível rastrear a história da planta e definir sua origem no tempo, às vezes as lendas ou mitos servem como estratégia para fechar esse “buraco”. (Lendas e mitos, embora sejam termos diferentes, com conceitos igualmente diversos e que inspiram longas discussões sobre seu papel nas diferentes culturas ao longo do tempo, serão, aqui e para o nosso propósito, utilizados como sinônimos).

Mas quem criou a poderosa lenda, que reproduzimos até hoje, sobre a origem do café? Certamente não foram os habitantes da Abissínia (atual Etiópia), onde, já se sabe, a espécie arábica surgiu. Isso porque os primeiros registros do mito surgem só no século XVII. 

Para o filósofo e historiador Ralph Hattox, autor de um estudo importante sobre os islâmicos, a bebida café e as cafeterias no período medieval, a lenda não aparece nos primeiros escritos deixados pelos árabes. Segundo Hattox, para eles o mais importante era estabelecer quando, onde, por quem e por que o grão foi introduzido na Península Arábica. 

Porém, no século XVI, alguns cronistas árabes se deram conta de que nada sabiam sobre as origens da planta. Daí decidiram incluir seu próprio mito para tornar o conhecimento em relação ao café mais completo. É contado que Salomão foi o primeiro a usar o fruto. Ao viajar para uma cidade onde os habitantes sofriam de uma doença desconhecida, ele, seguindo as instruções do anjo Gabriel, torrou grãos vindos do Iêmen, fez com eles uma infusão e ofereceu a bebida aos doentes, que logo se curaram.

Bem, se não foram nem os abissínios nem os árabes os “autores” da lenda, quem a criou? E, afinal, que lenda é essa? Existem variações da “história”, mas o conteúdo central a todas elas diz o seguinte: um belo dia, Kaldi, um pastor de cabras da Abissínia, observou que seus animais ficavam agitados ao comer uma frutinha vermelha. Ao experimentá-la, ele também se sentiu assim. Algumas versões incluem um monge, outras, o processo da torra, e por aí vai. 

Quando os europeus visitaram as terras exóticas do Oriente, conheceram a bebida. De volta à Europa, escreveram sobre ela. Wiliam Ukers, talvez um dos primeiros estudiosos a se interessar pelo assunto, decidiu resolver o quebra-cabeça. Em seu livro All about coffee (Tudo sobre café), de 1922, ele garante que a lenda do pastor Kaldi foi “construída” pelos europeus e contada no primeiro livro dedicado exclusivamente ao grão no Velho Continente. Escrita em latim, em 1671, a obra De Saluberrima potione cahue seu cafe nuncupata discursus (Discurso sobre a salubérrima bebida chamada cahue ou café), do libanês naturalizado italiano Fausto Naironi, diz o seguinte (segue um trecho):

“Certo pastor de camelos ou, como dizem outros, de cabras, conforme a comum tradição dos Orientais, queixava-se aos monges de um mosteiro da região de Ayaman, na Arábia Feliz, que os seus rebanhos ficavam acordados mais de uma vez na semana”.

E cá está a entrada do monge na lenda, o que remete aos documentos que indicam como a bebida café surgiu entre os árabes: a partir do consumo entre os monges sufis ⎯ uma vertente religiosa mais branda do islamismo. A partir de então, essa “história” e suas versões, aparecem nos livros que contam a história do arábica, e seguem construindo, em nosso imaginário, como foi o primeiro contato do homem com o café.

TEXTO Cristiana Couto • ILUSTRAÇÃO Eduardo Nunes

Café & PreparosMercado

Café solúvel volta a ser protagonista com alta do consumo de bebidas geladas

O consumo de café gelado cresceu 45% em um ano, fruto da divulgação em redes sociais pelo público jovem, segundo Rodrigo Maingué, diretor-executivo de Nestlé Professional 

Pesquisa divulgada pela Nestlé (Project Cup – Brazil Report – Nielsen – abril 2024) revela que cafés coados e tomados de manhã continuam a ser os preferidos dos brasileiros. Os dados, que cobrem o território nacional, foram apresentados na última quinta (9), em encontro com jornalistas.  

Valéria Pardal, diretora-executiva de Cafés Nestlé, e Rodrigo Maingué, diretor-executivo da Nestlé Professional, conduziram o evento e discutiram os números. 52% das xícaras de café ainda são tomadas pela manhã, enquanto que 93% são quentes. O coado é o principal método de preparo para 67% das xícaras servidas.

Fundamental no âmbito doméstico, o consumo de café fora do lar cresceu. “Nos últimos cinco anos, a Nescafé deixou de ser uma marca de café solúvel e se tornou uma plataforma de soluções de café para dentro e fora do lar”, disse Valéria. Por isso, a Nescafé vem apostando em diferentes produtos, como o Nescafé Gold, linha de solúveis para consumo doméstico, e o Roastelier, máquina de torrefação compacta especialmente criada para cafeterias, na qual o próprio barista torra os grãos. 

Outra tendência importante é a relevância do café gelado, estilo de bebida consumido pelos jovens e impulsionado pela disseminação, por este público, nas redes sociais. A criação de receitas com diferentes ingredientes é o que mais aparece no mundo digital. “O consumo de café gelado em 2023 cresceu 45%, se comparado a 2022”, destaca Maingué. De acordo com a Nestlé, o solúvel é uma das principais escolhas para compor essas criações, pela sua praticidade. “O café solúvel volta a ter um protagonismo com o preparo de bebidas geladas”, comenta o diretor-executivo. 

O encontro também debateu as experiências da Nescafé com a sustentabilidade. Seu programa “Cultivado com Respeito” apoia cerca de 1,5 mil famílias cafeicultoras brasileiras, auditadas e certificadas pela empresa. “Quando temos fazendas certificadas, temos rastreabilidade”, ensina Taissara Martins, gerente de sustentabilidade para cafés da Nestlé. “Saber de onde vem nossa xícara é importante para nossa agenda de sustentabilidade”, completa.

Após o lançamento do arábica Serras do Alto Paranaíba na versão Colmeia, em 2022, a Nestlé lança, na linha Origens do Brasil, uma edição especial 100% robusta, com grãos cultivados em fazendas do norte do Espírito Santo. A novidade, que contém um pote de mel de flor de café, pode ser encontrada na Amazon (para todo o Brasil) e na rede Carone, no Espírito Santo.

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Felipe Gombossy
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