Cafezal

Clima favorável aumenta em 5,5% estimativa de produção brasileira em 2024

Em ano de bienalidade positiva, a primeira estimativa de produção de café em 2024 calcula 58,08 milhões de sacas do grão beneficiado. Esse número foi divulgado nesta quinta (18) pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), e prevê um aumento de 5,5% em comparação a 2023.

Nesta safra, a área total de arábicas e canéforas é de 2,25 milhões de hectares (crescimento de 0,8% em relação à safra anterior). A produtividade média nacional também cresce 3%: 30,3 sacas por hectare – sendo 26,7 scs/ha (+2%) de arábica e 44,3 scs/ha (+6,2%) de canéfora. 

Em Minas Gerais, a estimativa é 29,18 milhões de sacas (+0,6% comparado à safra anterior), justificada pelo aumento da área de produção e, principalmente, pela bienalidade positiva, além de melhores condições das lavouras. 

No Espírito Santo, o total estimado é de 15,01 milhões de sacas (+15,4%). A projeção da safra de canéfora é de 11,06 milhões de sacas (+9), e de arábica, em torno de 3,95 milhões de sacas (+38,2%). 

Projeções para os outros estados produtores:

  • São Paulo: 5,40 milhões de sacas (+7,4%)
  • Bahia: 3,61 milhões de sacas (+6,4%)
  • Rondônia: 3,19 milhões de sacas (+5,1%)
  • Paraná: 718,5 mil sacas (estabilidade em relação a 2023)
  • Rio de Janeiro: 339,8 mil sacas (+11%)
  • Goiás: 255,7 mil sacas (+26,7%)
  • Mato Grosso: 263,7 mil sacas (+1,3%)

Em relação ao mercado, o Brasil exportou 39,2 milhões de sacas de 60 kg de café em 2023, redução de 1,3% na comparação a 2022 devido à restrição dos estoques no início do ano, após as adversidades climáticas nas safras 2021 e 2022. Em 2023, o Brasil exportou para 152 países, sendo os Estados Unidos e a Alemanha os principais importadores. No ano passado, as exportações renderam US$ 8,041 bilhões. Confira mais informações sobre as exportações de 2023 aqui.

TEXTO Redação

Cafezal

Na rota do grão do Cerrado

O recém-lançado roteiro por fazendas e estabelecimentos de café da região mineira mostra que o Brasil tem potencial para o turismo especializado para além de esportes e natureza   

Vivenciar experiências em torno do que comemos e bebemos é sempre prazeroso. O segmento turístico sabe disso, e não é de hoje que roteiros que envolvem degustações, refeições exclusivas e visitas a produtores ou fabricantes são um sucesso. O café é desses produtos cuja riqueza histórica, produção, gente e sabores é um belo filão. E, no Brasil, esse nicho começa a ser explorado.

O exemplo mais recente é a Rota do Café do Cerrado Mineiro, uma parceria de produtores e cooperativas com o Sebrae de Minas Gerais. “Nada supera conhecer o bioma, a história e a realidade local do que você consome, além de fazer crescer toda a cadeia turística da região”, diz Juliano Tarabal, diretor-executivo da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, que espera aproximar o consumidor do produtor com uma das oito opções de visita que dão início ao projeto.

A proposta da Rota, que hoje em dia percorre apenas o município de Patrocínio, é incluir mais cidades e produtores, e se unir a outras opções de turismo de natureza, esportes e gastronomia da região, para atrair cada vez mais pessoas.

O Cerrado Mineiro foi a primeira região a obter, em 2013, a Denominação de Origem (D.O.) para o café. Além de valorizar o modo de fazer e de assegurar a procedência, a D.O. requer comprovação científica de que as condições geográficas do local garantem qualidades específicas a determinado produto ou serviço.

Foi apenas nos anos 1970 que o cultivo começou a ter força comercial no Cerrado. “Meu avô veio pra cá criar ovelhas e, nas imagens de 30 anos atrás, aqui não tinha vegetação, era pasto para gado de leite”, diz Alan Michel, que toca a marca de cafés Alado Coffee, na Fazenda Bela Vista. 

A Fazenda Bela Vista, uma das opções de visita, é uma pequena propriedade familiar no Chapadão do Ferro. Investe em cafés especiais (tem marca Alado Coffee) e, agora, no agriturismo. Além de oferecer uma degustação de cafés e um almoço caseiro na varanda, com vista para toda a região, a fazenda convida a conhecer a plantação de café em sistema de agrofloresta, consorciada ao pomar da família.

Perto dali, a premiada Fazenda Nunes Coffee (ela ganhou o Cup of Excellence com um dos cafés que atingiu maior preço de comercialização no mundo), literalmente abriu a porteira para que muitos outros prêmios chegassem a diversos produtores. Ela também está na Rota do Cerrado e mostra aos visitantes como é o cultivo sombreado da variedade geisha, além de promover um cupping em seu laboratório de testes.

Outra fazenda que participa da Rota é a Santa Cruz da Vargem Grande, uma das propriedades do Grupo AgroBeloni, da família  Montanari. A visita conta com uma experiência de café com música e aperitivos ao pôr do sol, em degustação harmonizada e conduzida pelo barista Maurício Maciel em um platô na Fazenda Rainha da Paz.

Na Fazenda Santa Cruz da Vargem, o visitante é convidado a plantar uma muda de árvore nativa do Cerrado, como o ipê roxo

Complementam a visita às fazendas os menus com café dos restaurantes Adega Traíras e Recanto, a experiência na torrefação Coffee Roaster Porto Feliz e o tour com degustação e miniaula sobre métodos de preparo na cafeteria Dulcerrado, que pertence à Expocacer (Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado). 

Serviço
www.cerradomineiro.org/rotadocafe
Contato: Poliana Gonçalves (34) 98879-5486

Outras rotas do café

Uma das primeiras rotas do café é o de fazendas centenárias produtoras no Vale do Paraíba Fluminense. Restauradas, essas fazendas, distribuídas por Vassouras, Valença e Paty do Alferes, fazem visitas guiadas e, às vezes, sarau histórico e refeições temáticas.

O turismo alcançou também os produtores de robusta na Região Matas de Rondônia. Quem estreou no negócio foi a família Bento, em Cacoal. “Atualmente, eles recebem de 300 a 400 visitas por fim de semana”, calcula a comunicadora social e especialista em cafés Renata Silva, da Embrapa Rondônia. “O turismo é um dos braços que fomentam a economia local”, garante ela.

Produtora do grão desde a década de 1970, o Planalto da Conquista fez, no fim de 2023, o primeiro teste de sua rota do café, ao mesmo tempo em que constrói o pedido de Denominação de Origem por meio da ASCAP (Associação dos Cafeicultores do Planalto da Conquista).

A ideia da rota é conectar Vitória da Conquista – porta de entrada para a turística Chapada Diamantina – ao município Barra do Choça, maior produtor de café da região. “A ideia é fortalecer a cafeicultura através do turismo”, diz a arquiteta rural Alline Trancoso, especialista nas relações entre origem e café no Planalto da Conquista e responsável pela rota, apoiada pelo Sebrae. 

Entre as opções do passeio, uma parada na fazenda, torrefação e cafeteria Reserva do Vale, em Vitória da Conquista, e na Fazenda Vidigal, da artista plástica e cafeicultora Valéria Vidigal, em Barra do Choça. “Eram visitas isoladas, agora estamos estruturando outras propriedades para receberem os visitantes”, anima-se Alline. “Estamos no caminho para a Chapada, o comprador chega pelo aeroporto e passa direto, sem conhecer o nosso café”, comenta.

No Espírito Santo, finaliza-se outra nova rota, pelas Montanhas. “O roteiro está sendo montado”, conta o produtor Henrique Sloper, da Camocim. “As denominações de origem facilitam o acesso do turista aos cafés de qualidade”, considera. “Elas já dão o caminho do turismo”. 

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TEXTO Cíntia Marcucci (rota do Cerrado) e Cristiana Couto (outras rotas do café) • FOTO Agência Ophelia

Café & Preparos

Dicas de cursos e workshops de café na cidade de São Paulo

2024 começou pra valer, e agora é o momento de colocar em prática aquele curso de café que você sempre quis fazer. Aqui na capital paulista, estamos de olho nos workshops que estão pipocando nas principais cafeterias e torrefações. Tem conteúdo para todos os gostos. Selecionamos cinco opções para você escolher e colocar a mão na massa:

Conheça cafés africanos
A Punga Cafés Especiais, torrefação e escola comandada pelas baristas Keiko Sato e Elis Bambil, organizou um workshop para apresentar a diversidade dos grãos cultivados na África. A experiência conta com degustação de três cafés, dois deles produzidos na Etiópia e no Quênia e torrados pela The Barn, torrefação de Berlim (o terceiro café será revelado durante a prova), além de palestra sobre os países produtores. 

Onde: Avenida Pedroso de Morais, 794 – Pinheiros
Quando: 17 e 20 de janeiro, das 10h às 11h30
Quanto: R$ 200 (vagas limitadas)
Inscrições aqui.

Barista na prática
Oferecido pela cafeteria Santo Grão, o curso de barista introduz o mundo dos cafés especiais por meio de aulas práticas. A programação inclui análise de extrações de espresso, utilização de diferentes moedores e máquinas de espresso, técnicas de dosagem, limpeza de equipamentos, vaporização e texturização de leite e produção de bebidas à base de café, entre outros. 

Onde: Rua Oscar Freire, 413 – Jardim Paulista
Quando: 21 a 23 de fevereiro
Quanto: R$ 1.100
Inscrições aqui.

Novos resultados na xícara
A Um Coffee Academy abre vagas para o workshop de Paragon – técnica que utiliza uma esfera congelada na extração a fim de ressaltar compostos aromáticos voláteis – e da técnica de extract chilling (rápida redução na temperatura da extração). Com duração de 2h, a aula traz informações quanto os diferentes usos do Paragon nas extrações, detalhes sobre a extract chilling, cafés de alta qualidade x cafés de competição, como cuidar do seu café, e um comparativo entre método cônico x método flat bottom x espresso.

Onde: Rua Júlio Conceição, 553 – Bom Retiro
Quando: 3 de fevereiro, das 10h às 12h (próxima turma)
Quanto: R$ 350
Inscrições aqui.

Melhore seu café em casa
O curso híbrido, montado pelo Coffee Lab, soma 7h entre conteúdos teóricos (on-line, em aulas gravadas pela barista e proprietária Isabela Raposeiras) e práticos (presenciais). Nele, o aluno aprende a comprar um café de qualidade nas gôndolas, cafeterias e sites, identificar sensorialmente cafés de alta qualidade, preparar diferentes métodos em casa, além de conhecer bebidas da cafeteria internacional e aprender a fazer um bom espresso no contexto caseiro. 

Onde: Rua Fradique Coutinho, 1.340 – Vila Madalena
Quando: 27 de janeiro, das 9h às 13h (próxima turma presencial)
Quanto: R$ 395
Inscrições aqui.

Começar um novo negócio?
Para aqueles que estão na dúvida se apostam ou não em abrir uma cafeteria, a The Little Coffee Shop está com um workshop focado no tema. Não é um curso de barismo, mas, sim, uma imersão, como ressalta a escola, neste tipo de negócio. As aulas trazem informações sobre planejamento, finanças, gestão, cardápio e operação, entre outros aspectos fundamentais para tomadas de decisão em um empreendimento. 

Onde: On-line
Quanto: R$ 510
Quando: 30 e 31 de janeiro, das 19h às 21h30 (próxima turma)
Inscrições aqui.

TEXTO Redação • FOTO Agência Ophelia

Cafezal

Etiópia lança programa para revitalizar cafeicultura no país

O Governo da Etiópia, em colaboração com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), lançou um ambicioso programa de uso da terra para o cultivo do café, dotado de US$ 20,8 milhões.

O projeto faz parte da iniciativa global FOLUR (Food. Land Use. Restoration.), cujo foco é alimentação, uso da terra e restauração. Com um horizonte até 2031, o programa visa revitalizar terras de café não produtivas, gerir florestas essenciais e melhorar a qualidade de vida de aproximadamente 440 mil habitantes em quatro regiões da Etiópia.

A meta é integrar a sustentabilidade no setor cafeeiro, combatendo o desmatamento e promovendo práticas agrícolas mais sustentáveis.

TEXTO Fonte: Daily Coffee News

Cultura

Espresso #82: A jornada do café na cultura pop

Preparem-se, aficionados por café e cultura: a edição #82 da revista Espresso traz um mergulho aromático nas representações do café em novelas, filmes e séries, tema de estudo da jornalista Cíntia Marcucci, que assina o texto (as ilustrações são de Eduardo Nunes). Descubra como um simples grão pode contar histórias ricas e revelar as camadas de uma sociedade. Desde o icônico Kopi Luwak do filme Antes de Partir, estrelado por Jack Nicholson e Morgan Freeman em 2007 até as mesas fartas das manhãs brasileiras em O Rei do Gado (1996), cujo personagem principal ficou a cargo de Antônio Fagundes, cada detalhe é uma janela para um universo de tradição da bebida.

Mas não é só entretenimento. Estamos falando de lições de história e sociologia, onde cada xícara serve de pretexto para dissecar modismos e mudanças sociais, desde a cozinha modelo dos anos 1980 até as tendências dos cafés especiais. E o que dizer da novela Pantanal, em que um personagem desvenda a alma de um povo através do cultivo do café?

Curioso para explorar esses grandes momentos do grão nas telas? Venha conhecer então as histórias por trás da bebida que move o mundo!

TEXTO Redação • ILUSTRAÇÃO Eduardo Nunes

Tendência

Café na China e orgânicos na Índia são as apostas da indústria alimentar asiática em 2024

Um artigo publicado hoje no site Food Navigator-Asia – que fornece notícias, insights e análises da indústria de alimentos e bebidas no continente asiático –, aponta três tendências emergentes no mercado gastronômico em 2024. São elas o crescimento do consumo de café na China, de alimentos orgânicos na Índia e de vendas de uísque japonês no mercado ocidental.  

A aposta no café foi da Nestlé, que aponta um potencial significativo de crescimento na Ásia, especialmente na China, onde o consumo per capita do grão ainda é baixo fora dos grandes centros urbanos. A empresa está investindo em formatos de café prontos para beber (RTD), difundidos através das lojas de conveniência, para atender a esse mercado em expansão que, além da China, inclui a Indonésia, o Vietnã e a Tailândia. 

Quanto ao uísque, a marca Fuji, da Kirin, anunciou em 2023 uma parceria com a Pernod Ricard para expandir as vendas na Europa – em poucos anos, o destilado, fabricado pela empresa há um século, aumentou 20 vezes seu volume de vendas no exterior. i 

Já na Índia, o setor de alimentos orgânicos está sendo impulsionado pela demanda por comidas mais saudáveis, sem aditivos químicos e mais nutritivos. Além disso, o apoio do governo, com certificações orgânicas locais e testes de autenticidade, está ajudando a consolidar a confiança e o crescimento no setor. 

Fonte: Food Navigator-Asia

TEXTO Redação

sustentabilidade

Instituições internacionais formalizam estratégias para conservar a diversidade genética do café

Acabam de ser publicadas na Acta Horticulturae as estratégias de instituições internacionais dedicadas ao café e à agricultura para a conservação global de recursos genéticos do café. A informação é do site comunicaffe.com

O artigo (Um workshop global para avançar na implementação da estratégia global de conservação dos recursos genéticos do café) – publicado na revista da Sociedade Internacional de Ciências da Horticultura – apresenta em detalhes os procedimentos resultantes de um workshop internacional de 2021, liderado pela Crop Trust (ong dedicada a conservar e compartilhar a diversidade das culturas agrícolas) e pela  World Coffee Research (WCR) e que reuniu especialistas de 16 países. O evento deu continuidade aos esforços que resultaram na publicação, em 2017, da Estratégia Global de Conservação dos Recursos Genéticos do Café, documento que retrata o cenário mundial dos bancos de genes do grão quanto à preservação da sua diversidade genética. 

O longo estudo – que contou com o recebimento de questionários de bancos genéticos de café e visitas presenciais – revelou que não dispomos de um verdadeiro sistema que proteja os recursos genéticos de café. O que existe são coleções isoladas, focadas em materiais genéticos nacionais (muitos deles não duplicados e sem conservação adequada) e cujos dados não são internacionalmente compartilhados.

Por isso, o documento Estratégia Global de Conservação previu ações prioritárias para a criação de (e transição a) um sistema global de conservação que garanta a sustentabilidade da produção cafeeira.

Entre as ações – cujas estratégias e procedimentos estão definidos no artigo recém-publicado – estão garantir financiamento, por meio de um fundo de doação, para a conservação a longo prazo dessas “coleções de origem”, facilitar a troca e o uso desses materiais genéticos a partir do estabelecimento de uma plataforma global e aumentar a segurança das coleções. 

Para saber mais: 

World Coffee Research

Crop Trust

TEXTO Por Cristiana Couto

Cafeteria & AfinsMercado

Rede de cafeterias chinesa Cotti Coffee avança no Leste Asiático

A cadeia de cafeterias chinesa Cotti Coffee está em expansão no Leste Asiático. Segundo a 5TH WAVE, a cadeia de cafeterias de conveniência, – que abriu sua primeira loja no país em outubro de 2022 e já conta com 6 mil unidades – inaugurou recentemente outras filiais na Tailândia e na Malásia.

Em Bangcoc, a Cotti Coffee abriu duas lojas e, na Malásia, inaugurou em meados de dezembro uma filial em Johor Bahru. Atualmente, a rede de cafeterias está presente em oito grandes mercados do Leste Asiático, com estabelecimentos na Coreia do Sul, na Indonésia, no Japão, em Hong Kong e no Vietnã.

Lançada pelos fundadores da Luckin Coffee, a maior cadeia de cafeterias da China, a Cotti, com preços acessíveis e que tem como estratégia oferecer descontos agressivos e um aplicativo próprio para facilitar pagamentos, entregas, pedidos e promoções.

Sediada em Pequim, a empresa planeja abrir sua primeira loja nas Filipinas e Singapura. Ela também opera três lojas no Canadá, seu único mercado fora do Leste Asiático.

Pesquisas do World Coffee Portal mostram que o mercado de cafeterias de marca no Leste Asiático cresceu 24% em número de lojas nos últimos 12 meses, ultrapassando 119.200 estabelecimentos. A China é o maior mercado de cafeterias de marca na região, com cerca de 49.700 lojas, seguida pela Coreia do Sul, com mais de 31.100.

Fonte: 5TH WAVE

TEXTO Redação • FOTO @Cotti Coffees

BaristaCafé & Preparos

Nova roda sensorial busca identidade para grãos produzidos na Austrália

Recentemente, especialistas em café na Austrália propuseram mais uma roda sensorial para a avaliação de cafés especiais. A novidade foi divulgada por meio do paper “Coffee is more than flavor, the creation of a coffee character wheel”, publicado no periódico Journal of Sensory studies. Nele, os pesquisadores australianos buscam explorar a complexidade do café para além do sabor, introduzindo uma nova ferramenta denominada Roda de características do café (Coffee character wheel), para auxiliar a categorizar e descrever diferentes aspectos dos grãos de maneira mais precisa. A roda foi desenvolvida como parte do projeto Defining terroir of Australian coffee to increase demand and investment (Definindo o terroir do café australiano para aumentar demanda e investimento) desenvolvido pela organização AgriFuture Australia, uma colaboração entre a Southern Cross University, a empresa Processing Methods Bootcamp e a indústria de cafés do país.

O argumento dos investigadores é de que as outras características sensoriais do produto – textura, acidez e sabor residual – precisam também de uma ferramenta, assim como a Coffee taster’s flavor wheel, roda desenvolvida em 1995 pela antiga SCAA para padronizar a comunicação internacional do aroma e do sabor dos cafés especiais.

A nova roda de características do café tem 95 termos, selecionados a partir de 679 palavras utilizadas por provadores durante o desenvolvimento da pesquisa, dispostos em roda e em três níveis, que vão do geral ao específico. 

Projetada para ser uma ferramenta útil para profissionais e entusiastas na compreensão da complexidade dos grãos, a nova roda pode auxiliar a padronização das avaliações sensoriais do café para além dos sabores e aromas, incrementando a consistência para a indústria dos cafés de qualidade. 


De acordo com a AgriFuture Australia, os australianos consomem mais de seis milhões de xícaras por ano, e 99% dos grãos são importados pelo país. Mas a Austrália tem uma indústria cafeeira (embora pequena) estabelecida há muito tempo, que reúne cerca de 50 produtores de qualidade entre o norte e o sudeste de Queensland e o norte de New South Wales.

Diferentemente do vinho australiano, que já faz sucesso no mundo inteiro há décadas, seu café é pouco conhecido. A partir da nova roda e dos estudos em torno do território, a corporação australiana tem como objetivo ajudar os cafeicultores locais a definirem e comunicarem as características e sabores únicos dos seus grãos.

TEXTO Por Cristiana Couto • FOTO Agrifuture Australia

Cafezal

ABIC lança guia para impulsionar sustentabilidade na indústria cafeeira brasileira

A Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) lançou o Guia ABIC ESG: 5 passos para integrar ações sustentáveis na indústria de café, um documento que orienta as companhias de todos os portes a adotarem medidas sustentáveis. O material é gratuito e está disponível para download no site da entidade.

A sustentabilidade é, atualmente, uma preocupação central de boa parte dos consumidores. Com a pandemia e a crise climática, os clientes estão mais atentos às necessidades do planeta e a como as atitudes individuais podem afetar o mundo. Além disso, o ESG – práticas orientadas para políticas positivas relacionadas ao meio-ambiente, à responsabilidade social e à governança – está conectado a melhorias no processo de gestão e planejamento, estrutura e capacidade de investimento. Assim, a ABIC busca dar força a esse movimento, estimulando as empresas a se adaptarem a essa visão de mundo.

Principais pontos do manual

O manual fornece uma compreensão abrangente e apresenta a prática dos princípios ESG. Ele dá diretrizes claras para produtores, torrefadores, exportadores e todas as partes interessadas, solidificando o compromisso da ABIC com uma indústria do café que não apenas prospera economicamente, mas, também, promove práticas sociais e ambientalmente responsáveis.

Antes de entrar nos cinco passos, o material aponta a diferença entre “ESG” e “sustentabilidade”, reforçando a importância de todos os setores da empresa estarem de acordo com as ações a serem tomadas, estimulando e sensibilizando os colaboradores a adotarem as atitudes sustentáveis no seu dia a dia.

Os passos apontados no texto vão desde atitudes mais simples, como a troca de lâmpadas e a redução do uso de papel, até as mais complexas, como a inclusão de transparência nos processos da companhia.

Rumo à sustentabilidade

Além da elaboração do material, a ABIC auxilia as empresas com diversas iniciativas, como o Programa Cafés Sustentáveis (PCS), que certifica cafés provenientes de fazendas com medidas sustentáveis e incentiva os associados a adotarem boas práticas de produção, bem como a buscarem certificações reconhecidas, como Rainforest, Fairtrade, dentre outras. Em 2023, o PCS teve um crescimento de 24% em relação ao ano anterior, mostrando a crescente adesão da indústria à pauta.

A entidade, ainda, possui o Ecossistema ABIC, criado em parceria com a empresa Cognitivos. É um programa de logística reversa que recebe e dá destinação ambientalmente correta a cápsulas de café e multibebidas usadas de todas as marcas, e pode ser acessado quando o consumidor vai ao mercado fazer as suas compras. Em dois anos, o programa já coletou 3,5 toneladas de cápsulas pós-consumo. O objetivo é reduzir os custos de logística reversa e facilitar a participação de associadas da ABIC, principalmente as pequenas e médias empresas.

TEXTO Redação
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