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Mulheres na cafeicultura: IWCA Brasil destaca o trabalho feminino no setor

Ganhando cada vez mais destaque na produção do café, as mulheres buscam se unir, como é o caso da Aliança Internacional das Mulheres do Café, conhecida pela sigla IWCA, uma organização sem fins lucrativos que foi criada em 2003 a partir do encontro de mulheres da indústria do café dos Estados Unidos com produtoras de café na Nicarágua. A metodologia da IWCA é o “success through localization”, através da criação de capítulos nos países produtores e consumidores. Atualmente existem capítulos em 22 países de todo o mundo e diversos outros já manifestaram a intenção de criar os seus.

No Brasil ela ganhou força em 2012, durante o encontro de mulheres de diferentes regiões produtoras no 7º Espaço Café Brasil, realizado em São Paulo (SP). A IWCA Brasil constitui um fórum de conexão e troca de experiências e conhecimentos, além de inspirar e fortalecer as mulheres através do acesso a treinamentos, aprendizados e informações, defendendo a redução de barreiras para as mulheres proporcionando acesso a mercados, representando as mulheres em instâncias nacionais e internacionais e tornando visível o papel das delas no negócio café.

Em 14 de janeiro deste ano aconteceu a Assembleia Geral Ordinária da IWCA Brasil referente ao ano de 2020, na qual foi feita a prestação de contas da IWCA Brasil e também a votação da nova diretoria que assume a frente da associação do biênio 2021-2022. Para 2021, o formato da diretoria foi alterado. Confira quem faz parte da IWCA Brasil:

Miriam de Aguiar Monteiro – Presidente
Cristiane Yuki Minami – Vice-Presidente
Luisa Nogueira Frota – Diretora de Comunicações
Débora Mariana Moreira Rabelo – Vice-Diretora de Comunicações
Dandara Renault Oliveira Macedo – Diretora de Inclusão e Diversidade & Diretora de Eventos
Danielle Pereira Baliza – Diretora de Pesquisa
Luiza Oliveira Macedo – Vice-Diretora de Pesquisa
Alice Neves Thomé – Diretora de Projetos
Dulcinéia Carvalho de Abreu Prado – Diretora de Relações Internas
Mariselma Sabbag de Araujo Ferreira – Diretora de Relações Institucionais
Laís Peixoto Costa Faleiros – Diretora de Relações Internacionais
Luisa Nogueira Frota – Vice-Diretora de Relações Internacionais
Selma Helena Garcia Costa Gonçalves – Diretora de Sustentabilidade

A presidente Miriam de Aguiar Monteiro e a vice-presidente Cristiane Yuki Minami

A barista e degustadora Helga Andrade atua como consultora do Programa Ganha-Ganha: igualdade de gênero nas ações para a cadeia do café, em um projeto específico com a IWCA Brasil, Jamaica e Costa Rica. O programa criado por meio da aliança entre ONU Mulheres, Organização Internacional do Trabalho e União Europeia busca fortalecer o protagonismo das mulheres no setor privado.

Pesquisa IWCA Mantiqueira de Minas

Em parceria com a IWCA, a doutoranda da Universidade Federal de Lavras (Ufla), Fernanda Dornela, foca sua pesquisa na IWCA Mantiqueira, um subcapítulo (setor) da organização no Brasil, localizado em São Gonçalo do Sapucaí (MG). Os dados coletados por meio de sua pesquisa mostram que a maioria das participantes tem entre 31 e 40 anos, é branca, com ensino médio completo, tem como principal atividade econômica apenas o cultivo do café, possui renda mensal entre dois e cinco salários-mínimos, é casada e com filhos.

“Nosso objetivo é mostrar que estas mulheres estão, sim, presentes na cafeicultura brasileira e que desempenham um trabalho muito importante para a cadeia produtiva do café, atuando desde as pesquisas, passando pela formação de lavouras, pelas colheitas, pós-colheitas, gestão em cooperativas, barismo e demais setores desse sistema no País. Elas devem ser reconhecidas e ter suas vozes ouvidas por toda sociedade”, explica Fernanda.

Sobre os motivos que levam essas mulheres a participarem da rede IWCA Mantiqueira, o estudo mostra que elas relatam terem sido motivadas pela busca do reconhecimento, da visibilidade e da valorização do trabalho delas com o café. “Observamos, também, que elas buscam o fortalecimento da sua atuação na cafeicultura e também do negócio, produzindo e/ou vendendo um café de qualidade que seja valorizado e reconhecido no mercado”, diz Fernanda.

Na primeira etapa do estudo, ainda em andamento, as pesquisadoras identificaram o perfil socioeconômico das mulheres que participam da IWCA Mantiqueira e quais são algumas das motivações que as levam a integrar essa rede, observando as contribuições que a IWCA proporcionou a essas mulheres. “Foi mapeada uma diversidade enorme nesse grupo de mulheres, diversidade de renda, de atividades, classe social, etnia. Agora estamos na segunda parte da pesquisa para compreender como são as relações dessas mulheres entre si dentro da IWCA”, explica a professora Mônica Capelle do Programa de Pós-graduação em Administração, da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas.

A próxima etapa da pesquisa tem como objetivo conhecer e analisar mais afundo quem são as integrantes da IWCA Mantiqueira e qual é o contexto organizacional. 87 mulheres responderam ao questionário e a pesquisa deverá fornecer dados importantes para futuros estudos sobre o papel das mulheres na cafeicultura, principalmente no Sul de Minas.

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

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