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Micro e pequenos empreendedores: 5 passos para ajudar nas finanças em tempos de pandemia

O ano de 2020 começou relativamente tranquilo e, de repente, nos vimos em meio ao caos com a Covid-19 (Coronavírus). Muitos estabelecimentos, como as cafeterias, tiveram que ser fechados e empresários ficaram sem saber o que fazer em relação às contas como pagamento de funcionários, aluguel e fornecedores, além do estoque de produtos.

Conversamos com Adalberto Luiz, Coordenador de Inovações Financeiras do Sebrae Nacional. A primeira dica dele é assistir ao vídeo sobre as ações necessárias antes de procurar um banco para tomar crédito.

5 passos de finanças que os microempreendedores devem prestar atenção durante a pandemia:

1 – Primeiramente, faça um levantamento das despesas previstas para os próximos três meses, separando os valores de acordo com o tipo de despesa.

2 – Ao conhecer as despesas a serem pagas nos próximos meses, o empreendedor encontrará mais facilidade para definir as ações corretivas, priorizando as despesas com maior impacto nos negócios e que sejam passíveis de negociação. 

3 – Negocie com os fornecedores e com instituições financeiras um aumento nos prazos de pagamento dos seus compromissos, adequando o valor pago por mês ao seu faturamento.

4 – Evite fazer alguma despesa que não seja extremamente necessária para a continuidade dos negócios.  

5 –  Tome algumas providências para aumentar o seu faturamento: faça promoção de produtos que estão há muito tempo em estoque, disponibilize serviços de entrega para manter o nível de compra dos clientes, diversifique e amplie as formas de pagamento e implemente uma estratégia de divulgação dos seus produtos por meio do marketing digital: facebook, whatsapp, instagram etc.

Atenção na hora de optar pelo crédito 

Adalberto alerta que o crédito é uma decisão que exige planejamento e organização por parte dos empreendedores, para pagar o mesmo. A dica é fazer uma reserva de caixa durante o período de carência para que quando iniciar os pagamentos não corra o risco de não ter recursos suficientes para fazer esses pagamentos.

– Evite atrasar as parcelas do financiamento, pois isso só faz com que os valores aumentem e fique ainda mais difícil de pagar.

– Avalie se outras instituições possuem condições mais favoráveis em termos de juros, prazo e carência. A portabilidade do crédito é também uma possibilidade que deve ser levada em conta.

– Utilize o crédito para a sua real necessidade e finalidade. Evite pegar recursos para capital de giro se a finalidade é investimento. Mais uma vez o planejamento é fundamental para não ter de tomar o crédito mais rápido e fácil, que também costuma ser o mais caro.

Orientações antes, durante e depois da pandemia

Em meio a tudo isso o Sebrae e a Caixa Econômica Federal firmaram um convênio com objetivo de facilitar o acesso das micro e pequenas empresas (MPE) e dos microempreendedores individuais (MEI) ao crédito.

A medida faz parte das iniciativas, em conjunto com o Governo, para reduzir o impacto provocado pela crise nos pequenos negócios do Brasil. Para isso, segundo o acordo, serão utilizadas as linhas de crédito disponibilizadas pela Caixa e as garantias complementares concedidas pelo Sebrae por meio do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe).

O Sebrae contribui com os empreendedores na gestão financeira do seu negócio. “Nós orientamos quais os cuidados e passos que o empreendedor deve seguir para tomar o crédito mais adequado para sua real necessidade”, pontua Adalberto.

No acordo com o Sebrae, a Caixa se compromete a disponibilizar e utilizar linhas de crédito que atendam às condições de melhores taxas, prazo e carência, de forma a atender a demanda por crédito para MEI, micro e pequenas empresas. As duas instituições farão um intercâmbio de informações, por meio eletrônico, com o objetivo de agilizar e facilitar a concessão do crédito. Ainda em razão do acordo, a Caixa se compromete em estimular os empreendedores a buscar assessoria e consultoria especializada do Sebrae.

O acordo é um desdobramento da Medida Provisória 932 que estabeleceu, por um período de três meses, que 50% da arrecadação do Sebrae será destinada a fortalecer o Fampe e permitir um aumento nas operações de crédito com taxas mais baixas, maior prazo e melhor período de carência.

A expectativa do Sebrae é que esta operação comece com R$ 500 milhões para o Fampe em garantias, o que permitirá a concessão de aproximadamente R$ 6 bilhões (podendo chegar a R$ 7 bilhões) em negócios.

O Fampe viabiliza a garantia necessária às micro e pequenas empresas, atendendo às exigências das instituições financeiras para conceder operações de crédito. O fundo de aval disponibilizado pelo Sebrae pode alavancar empréstimos no valor 12 vezes ao do seu patrimônio.  

Sucesso no seu negócio 

Segundo o Coordenador de Inovações Financeiras do Sebrae, Adalberto, um dos erros mais comuns que os empresários de diversos setores cometem é separar o dinheiro que possuem e investir com reformas, compra de equipamentos, instalações e na hora de outras ações como comprar matéria-prima, pagar fornecedores, funcionários, não tem mais o dinheiro, já que investiu nas instalações.

O ideal é fazer o contrário, já que financiar bens duráveis é mais fácil e mais barato do capital de giro. “Sem capital de giro, a empresa não funciona”, alerta Adalberto. Outra coisa importante é investir somente naquilo que for essencial para o negócio funcionar; não faça uso de gostos próprios ou de coisas luxuosas. “Às vezes é melhor colocar um móvel mais funcional do que bonito. Isso evita gastos desnecessários”, conclui.

 

TEXTO Natália Camoleze • FOTO Felipe Gombossy/Café Editora

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