CafezalMercado

Exclusiva: Nescafé destaca ações realizadas para auxiliar cafeicultor em produção mais sustentável

Agricultura regenerativa e futuro da cafeicultura brasileira são alguns temas que vêm sendo debatidos ao longo dos últimos meses. A Nescafé tem apostado nisso e, para saber mais, o CaféPoint em contato com a gerente de marketing e sustentabilidade de cafés da Nestlé, Taissara Martins, para entender sobre o projeto.

Taissara Martins, gerente de marketing e sustentabilidade de cafés da Nestlé

Ela explica que a agricultura regenerativa é um braço da prática agrícola que defende a possibilidade de devolver à terra mais do que se retira dela, ou seja, produzir enquanto se recupera, preservando o meio ambiente, restaurando áreas degradadas, protegendo a biodiversidade e aumentando a produtividade, enquanto se diminui o balanço de emissões de gases de efeito estufa.

“A agricultura regenerativa se baseia em seis principais pilares: a conservação e proteção do solo, o uso racional da água, a promoção da biodiversidade, o plantio de árvores e recuperação de áreas degradadas, o uso de variedades resistentes, a diminuição de adubos e fertilizantes químicos e a garantia de uma renda digna aos produtores e trabalhadores rurais”, comenta.

Em relação às iniciativas da Nescafé sobre a sustentabilidade, Taissara destaca que existe uma série de iniciativas que visa o cuidado ambiental e ações para toda a cadeia: “Há 10 anos temos o Programa ‘Cultivado com Respeito’, com o objetivo de ter uma produção de café que respeita o meio ambiente e quem produz e toma o café. Hoje, por exemplo, existe o ‘Nescafé Origens do Brasil’, uma marca idealizada para liderar todas as mudanças necessárias em termos de sustentabilidade. A meta é ser a primeira marca carbono neutro do Brasil de café solúvel e para o coado. Para alcançar o objetivo, realizamos ações focadas na agricultura regenerativa, como o Projeto Regenerar, cujo foco é transformar as fazendas parceiras da marca em fazendas-modelo 100% carbono neutro”.

Taissara destaca que outra iniciativa que merece ser compartilhada é uma ação de reflorestamento da Mata Atlântica já feita por uma única empresa em parceria com a ONG SOS Mata Atlântica. A iniciativa traz o comprometimento de plantar uma árvore nativa a cada embalagem de Nescafé Origens do Brasil vendida, ajudando a recuperar mais de 1.200 hectares de floresta.

“Existe muita tecnologia quando falamos de café sustentável e regenerativo. Pode existir uma falsa impressão que o regenerativo é para o produtor pequeno, de colheita manual, de baixa produtividade. E está longe disso. Hoje, nossas fazendas regenerativas produzem mais do que o dobro da média brasileira, e emitem cinco vezes menos gases de efeito estufa. Temos fazendas que usam energia solar para funcionar, possuem fábricas biológicas que substituem com sucesso defensivos químicos, usam drones para identificar doenças, plantam variedades mais resistentes que exigem menos insumos. São tecnologias reais e que já estão disponíveis para a cafeicultura brasileira”, afirma.

A Nestlé conta com o Programa Cultivado com Respeito no qual apoia o produtor de café em uma jornada de evolução para grãos de excelente qualidade e verdadeiramente sustentável. “Hoje, mais de 1.100 produtores fazem parte deste programa. Temos muito orgulho de estarmos há mais de uma década apoiando o produtor de café brasileiro”, comemora.

No mês de abril, a marca lançou o Nescafé Origens do Brasil Colmeia. Taissara explica que o produto surgiu do desejo diário de oferecer às pessoas um café de excelente qualidade e ainda contribuir com a agricultura regenerativa, unindo natureza e traduzindo, de uma forma simples, o poder de um café absolutamente sustentável.

Nescafé Origens do Brasil Colmeia

“Nos unimos à startup AgroBee e às 35 famílias de agricultores que já trabalham com a Nestlé para criar um novo coletivo de produção de café que tem as abelhas como protagonistas e traz nas prateleiras dois produtos incríveis: mel e café. Como esse mel só é produzido na florada do café, não conseguimos oferecê-lo o ano todo. Além disso, esse mel vem das mesmas fazendas em que o café foi produzido. Então coordenamos tempos e movimentos de tal forma que esse processo natural, que já estava programado para acontecer, ocorresse resultando nesse produto final”, conta. 

A gerente de marketing e sustentabilidade explica que as práticas regenerativas irão continuar, o que significa que ainda haverá fazendas com caixas de abelhas instaladas. “Mas, como regenerar também é respeitar o tempo da natureza, só saberemos se teremos uma nova edição, quando tivermos a florada do café”, finaliza. 

TEXTO Natália Camoleze • FOTO Divulgação

Cafezal

Vamos colher café? 15ª edição do Sabor da Colheita acontece na capital paulista no dia 21 de maio

Você sabia que o dia 24 de maio marca o início da colheita de café no Brasil? A Secretaria de Agricultura de São Paulo e o Instituto Biológico, em parceria com a Nescafé, celebram esse marco com o evento Sabor da Colheita, que será realizado neste sábado (21), a partir das 9h.

O local escolhido é o Instituto Biológico (IB-APTA), que desde o início de 2021 recebe o apoio da Nescafé, e abriga o maior cafezal urbano do mundo, bem no coração de São Paulo. O ambiente oferece à comunidade aprendizados sobre café, agricultura regenerativa e de baixo carbono, e uma série de experiências imersivas, que vão de bate-papos sobre métodos de preparo e degustação, à colheita dos grãos.

Como parte das comemorações do Dia Nacional do Café, comemorado em 24 de maio, a 15ª edição do evento oferecerá aos convidados um verdadeiro tour pelo cafezal, que reúne cerca de 500 pés de café, para mostrar, na prática, o trabalho de milhares de cafeicultores pelo Brasil. Esse passeio será acompanhado por especialistas que auxiliarão na colheita seletiva dos grãos maduros. Os frutos colhidos serão beneficiados, torrados e encaminhados ao Fundo Social de São Paulo (FUSSP).

O Sabor da Colheita dará aos convidados a oportunidade de conhecer mais sobre a cafeicultura do futuro, pautada na agricultura regenerativa, que tem como premissa produzir ao mesmo tempo em que se cuida do planeta, do solo e respeita o tempo da natureza.

O evento também será uma celebração às abelhas, já que em 20 de maio é comemorado o Dia Mundial das Abelhas, e um pilar importante da agricultura regenerativa é a biodiversidade. Para isso, haverá uma oficina especial para conhecer mais sobre a polinização na natureza e nos cafezais, além de uma degustação de Nescafé Origens do Brasil Colmeia, um café especial com grãos polinizados por abelhas.

Os participantes também aprenderão sobre métodos de preparo com baristas, conhecerão diferentes tipos de cafés e poderão fazer uma pausa nos balcões de cafeicultores que mostrarão cafés brasileiros, à disposição para serem saboreados. 

Programação
9h às 10h – Café da manhã oferecido ao público
10h – Conversa com o Secretário da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, a diretora geral do IB, o coordenador da APTA, o vice-presidente de Assuntos Públicos da Nestlé e a gerente de Sustentabilidade de Cafés da Nestlé
11h – Oficinas: colheita de cafés, degustação
12h – Encerramento

A entrada é gratuita e não é necessária inscrição prévia. As máscaras estão liberadas conforme legislação estadual, mas será exigido o comprovante de vacinação. Neste dia, em função do grande número de participantes, não será possível usar o estacionamento do IB. A estação Ana Rosa do Metrô fica próxima e existem linhas de ônibus que passam em frente. 

Serviço
Sabor da Colheita do Café
Quando: 21 de maio
Horário: 9h às 12h
Onde: Instituto Biológico – Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, 1252 – Vila Mariana

TEXTO Redação • FOTO Gabriela Kaneto

Cafezal

Daterra Coffee é a nova integrante da plataforma colaborativa do Consórcio Cerrado das Águas

No mês de abril deste ano, a plataforma colaborativa do Consórcio Cerrado das Águas ganhou reforço. A Daterra Coffee, empresa referência em produção sustentável e exportação de cafés, se une às demais empresas Nespresso, Nescafé, Lavazza, Expocaccer, Cofco, Volcafe, Stockler, Cooxupé, para trabalhar, conjuntamente, com produtores rurais na implementação de estratégias para uma agricultura climaticamente inteligente e, assim, construírem paisagens produtivas sustentáveis.

Antes de integrar a plataforma como membro associado, a Daterra já era uma parceira. No ano de 2021, a empresa destinou 30 mil mudas de árvores nativas para o Consórcio Cerrado das Águas, por meio de seu projeto Tree-llion Project, o qual tem como meta plantar, até 2030, 20 milhões de árvores. Com a parceria firmada, os objetivos sustentáveis foram alinhados. Hoje, a empresa, que é uma das pioneiras em cafeicultura sustentável, fortalece a plataforma colaborativa.

“Para a Daterra participar de uma plataforma como essa significa muito e nos enche de orgulho. Mais do que orgulho, nos sentimos responsáveis por somar a um projeto tão bacana, por poder compartilhar e trocar conhecimento com quem está no Cerrado, com quem tem uma especialidade que é esse entendimento que o Consórcio tem, que é tanto da vegetação, passando pela parte hídrica, quanto da parte de produção. Essa visão holística que o Consórcio traz, de integração da vegetação, da água e da produção, é muito importante e relevante. Ter essa visão do todo, do sistema holístico, faz muita diferença”, afirma Isabela Pascoal Becker, diretora de sustentabilidade da Daterra Coffee.

A Daterra foi a primeira fazenda de café certificada pela Rainforest Alliance do Brasil e é considerada a mais sustentável do Brasil. O fato de estar com outras empresas do mesmo segmento para promoção do bem coletivo é algo que fortalece o propósito do Consórcio e os objetivos da Daterra Coffee, como considera Isabela: “O fato de ter outras empresas do café na plataforma, no meu ponto de vista, tem que haver mais, um monte delas, pois, o tipo de desafio que a gente enfrenta com as mudanças climáticas é maior do que pensar em concorrência, pois se não cuidarmos do planeta, não haverá concorrência, muito menos sobrevivência. A plataforma deve ser um espaço apartidário, em que o foco proposto é melhorar o planeta e melhorar o meio ambiente onde produzimos café”, avalia.

Junção de esforços para o bem coletivo

O que uniu a Daterra Coffee e o Consórcio Cerrado das Águas, em 2021, converge esforços para tornar a cafeicultura mais forte e preparada para o futuro, contribuindo com sua melhoria por meio de práticas agrícolas sustentáveis e inteligentes, algo que a diretora de sustentabilidade enxerga com bons olhos e reitera a relevância do trabalho que vem sendo realizado.

“Percebo que o Consórcio Cerrado das Águas será cada vez mais relevante, cada vez mais essencial. A demanda pela prestação de serviço que é realizada hoje precisa e deve aumentar, porque a gente pensa sempre que o produtor, ou que o dinheiro, resolve muita coisa, mas, na verdade, o dinheiro sem conhecimento, sem técnica, sem exemplo, sem pegar na mão e explicar o que proporciona o resultado de todas essas iniciativas, não consegue fazer toda a diferença. Os depoimentos dos produtores trazem toda a verdade e podemos mensurar os resultados quando eles relatam que nasceu floresta onde antes não existia. A natureza fica brava quando nos descuidamos dela, mas quando cuidamos, ela nos presenteia. Assim, precisamos de mais iniciativas como o Consórcio Cerrado das Águas, seja no Cerrado ou em outras áreas”, finaliza Isabela. 

Sobre o Consórcio Cerrado das Águas

Criado em 2015, em Patrocínio (MG), o Consórcio Cerrado das Águas tem como objetivo conscientizar produtores da região sobre a importância de seus ativos ambientais por meio do diagnóstico e investimento nos mesmos, garantindo sua preservação a longo prazo.

A iniciativa possui como membros associados as seguintes empresas: Nescafé, Expocaccer, Nespresso, Lavazza, Cooxupé, CofCo, Volcafe, Stockler, Daterra Coffee, além das instituições apoiadoras como Federação dos Cafeicultores do Cerrado, CerVivo, Imaflora e Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB).

Em 2019, o projeto piloto recebeu do Fundo de Parcerias para Ecossistemas Críticos (CEPF) o valor de US$ 400 mil para implementar o programa que irá promover, inicialmente, o investimento e a proteção dos ecossistemas naturais encontrados em mais de 100 propriedades ao longo da bacia do Córrego Feio. A quantia é o maior subsídio já concedido pelo CEPF, que conta com exigentes doadores como a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), União Europeia, Fundo Mundial para o Ambiente (GEF), Governo do Japão e Banco Mundial.

CafezalMercado

Seminário Internacional de Café de Santos discute sustentabilidade e diversidade na cafeicultura

Nesta quarta-feira (11) ocorreu a abertura do XXIII Seminário Internacional de Café de Santos: exportação do café do Brasil preparada para a economia mundial. Após dois anos parados por conta da pandemia de Covid-19, o evento, que acontece há 50 anos, retorna com o tema O quanto o Brasil está preparado?”. O Seminário busca discutir assuntos estratégicos para o setor como governança socioambiental, agricultura regenerativa, impacto do clima e desafios de logística.

A edição conta com a  participação de 21 países e autoridades na abertura. Representando o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, o secretário de Agricultura e Abastecimento, Francisco Matturro, participou da abertura do 23º Seminário Internacional do Café de Santos, no Guarujá.

O secretário argumentou que há décadas o Brasil trabalha para se posicionar como principal ofertante de cafés de alta qualidade. “O estado tem intensificado a expansão de cafeterias e de outros tipos de estabelecimentos voltados aos cafés de alta qualidade”, disse.

Francisco apontou que São Paulo tem a cafeicultura como seu berço. “Muitos de nossos institutos, como é o caso do Instituto Agronômico e o Instituto Biológico, foram fundados justamente para estudar e proteger essa cultura tão importante para a economia de São Paulo”, lembrou.

Para o secretário, essas ações realizadas pela Secretaria à cafeicultura não são apenas históricas. “Nossos institutos de pesquisas e assistência técnica estão também conectados com aquilo que é sinalizado como tendência no mercado consumidor”, complementou.

Outra pesquisa que o secretário citou como importante é a que está ligada ao desenvolvimento pelo IAC, de cultivares de café com características voltadas ao mercado de cafés especiais: “Também temos realizado estudos no IAC com o uso de biotecnologia para levar o maior e mais completo banco de germoplasma de cafés do mundo, que fica em Campinas, para uma outra unidade da secretaria”.

Francisco Matturro justificou essas e outras ações com o objetivo de apoiar os cafeicultores, indústrias e exportadores. Atualmente, apenas o estado de São Paulo produz cerca de 6,5 milhões de sacas ao ano. “Esse conjunto de ações faz de São Paulo o território privilegiado do agronegócio Cafés do Brasil”, concluiu.

O presidente da Associação Comercial de Santos, Mauro Sammarco, destaca que o Brasil é líder em produção e exportação, e o Porto de Santos é fundamental na logística da exportação dos grãos brasileiros. 

A primeira palestra contou com o tema “Cenário macroeconômico” e teve Sandro Mazerino Sobral, Head de mercados e trandings do banco Santander Brasil, como palestrante. Ele deu uma verdadeira aula sobre o mercado financeiro e traçou um paralelo entre 2022 e anos anteriores de inflação. “Estamos vivendo um período complicado para o futuro, tem a ver com o mundo, provavelmente será um período de mudança de era. Os futuros historiadores dirão que esse foi um período perigoso para a humanidade, crise financeira de 2008, preservar o sistema como estava, levou hoje aos problemas”, apontou. O palestrante reiterou sobre a inflação que bateu, ontem (11), 12% no Brasil e 8% nos Estados Unidos, o que demonstra um problema mundial.

Michelle Burns, vice-presidente da Global Coffee Tea and Cocoa da Starbucks Coffee Company, foi a segunda palestrante da tarde e apresentou o trabalho realizado pela empresa que envolve tecnologia e sustentabilidade. “Pensamos em como buscar melhorias, práticas sustentáveis ao lado dos produtores. Precisamos fazer com que os agricultores tenham uma renda suficiente para bem estar e melhoria nas comunidades”, destacou. Michelle ainda comentou sobre o centro da Starbucks na cidade de Varginha (MG), em que é possível aprender e trocar soluções para o setor e que serão compartilhadas em todo o mundo. 

Para encerrar o primeiro dia do Seminário, ocorreu um painel com o tema “O Brasil está bem-posicionado na Cadeia Mundial de Café?”, moderado por Carlos Alberto F. Santana Jr., da EISA, com a participação de Trishul Mandana, diretor executivo da Volcafé (ED&FMan Coffee Division); Edward A. Esteve, Chief Carbon Officer and Head of Coffee Division da ECOM Agroindustrial; e David Neumann, CEO da NKG. 

O painel levantou algumas discussões e David Neumann destacou que as perspectivas para o café brasileiro são excelentes, porém é preciso atenção em relação às mudanças climáticas e as dificuldades que irão existir para as próximas gerações. 

“O Brasil traz exemplos maravilhosos de produção, mas é necessário uma liderança mais forte, uma linha de negócios e focar em ajudar os pequenos e médios produtores em relação à sustentabilidade. Os negócios de café tem que ser mais simples para concentrar nos problemas e equilibrar as necessidades. Troquem ideias, a ciência pode salvar o café e nós, se não fizermos algo, vamos continuar em um mundo no qual o café não é acessível para todos”, reforçou. 

Edward apontou as tecnologias aplicadas no Brasil e que não são vistas em outros países produtores: “Aqui vocês possuem escala, tecnologia, terrenos que permitem a mecanização. Brasil cada vez mais está bem posicionado no mercado e tenho inveja cada vez que vejo a cultura do café e possibilidades para os produtores”. 

Já Trishul trouxe alguns dados relacionados ao avanço da produção e aumento do consumo. “A indústria como um todo deve se preocupar com relações como a diversidade, os custos do frete, taxas de exportação e clima”, destacou. Ele acredita que o aumento do consumo deve voltar ao patamar de antes da pandemia, de 2% ao ano. “É importante apresentar ao consumidor a perspectiva, apresentar a diversidade, as histórias, romances e porque o preço do café é diferenciado”, disse. 

“Muitas empresas firmaram o compromisso do carbono zero até 2050, mas como isso será realizado? Os compradores acabam avaliando o melhor plano na hora de adquirir os cafés e o consumidor pagará por isso? Ele é quem vai decidir se irá consumir um café que possua algum tipo de certificação ou não”, finalizou Edward. 

A grade de programação do evento segue durante essa quinta-feira (12).

TEXTO Natália Camoleze • FOTO Natália Camoleze

CafezalMercado

Embrapa e IAC desenvolvem método que identifica cafeeiros com teor reduzido de cafeína

Foto: Roberto Seba

Um método para identificação e seleção de plantas de café (Coffea arabica) com teor de cafeína reduzido teve a patente reconhecida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). As inventoras da metodologia são as pesquisadoras Mirian Perez Maluf, da Embrapa Café, e Maria Bernadete Silvarolla, do Instituto Agronômico (IAC). 

“O método foi um avanço importante para o desenvolvimento de cultivares de café arábica naturalmente descafeinadas, ou com baixo teor de cafeína. A inovação trará benefícios à cafeicultura, à agroindústria ligada ao café e aos consumidores,” avalia Mirian. 

“Esse método foi validado em campo e conseguimos transmitir a característica de ausência ou baixíssimo teor de cafeína para várias gerações de plantas e com diferentes origens genéticas”, comemora a pesquisadora da Embrapa, que realiza suas pesquisas no IAC por meio de parceria, estabelecida no âmbito do Consórcio Pesquisa Café, entre a Embrapa e o Instituto, o qual é ligado à Secretaria Estadual de Agricultura de São Paulo.

Ela ressalta que o mercado de café descafeinado é um nicho que pode crescer consideravelmente, uma vez que cerca de 10% dos consumidores de café no mundo costumam consumir esse tipo da bebida, e no Brasil esse público é de apenas 1%. Atualmente, os cafés são descafeinados por processos industriais. Esses processos, além da cafeína, acabam retirando do grão vários outros compostos que conferem suas características sensoriais. 

Para Maria Bernadete, essa inovação é capaz de viabilizar o desenvolvimento de cultivares com baixo conteúdo de cafeína, com potencial de se tornarem mais uma opção de cultivo para o produtor de café do Brasil. “Haverá o diferencial desse perfil químico já nas sementes, com agregação de valor diretamente para o cafeicultor”, resume a pesquisadora do IAC.

O trabalho dela envolveu a identificação dos mutantes naturalmente descafeinados e a realização dos cruzamentos entre esses materiais e cultivares elite, aquelas que reúnem qualidades agronômicas e industriais. “Concluída essa fase, fizemos as seleções nas gerações segregantes com o objetivo de transferir os genes responsáveis pela característica de baixo conteúdo de cafeína dos mutantes para cultivares elite, visando reunir o baixo teor de cafeína e a alta produtividade das cultivares”, explica. 

“As plantas híbridas e as das gerações posteriores foram utilizadas nas análises moleculares de laboratório, a fim de identificar as diferenças entre os materiais com teores normais de cafeína e aqueles com quantidades reduzidas, o que deu origem ao método agora patenteado”, comenta a cientista.

Histórico da pesquisa

Para entender o achado e sua importância, é preciso fazer uma pequena cronologia dos estudos para a obtenção de uma cultivar naturalmente sem cafeína de café arábica, a espécie mais consumida. Em 1964, pesquisadores de países produtores de café, entre eles brasileiros, financiados pela Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), coletaram sementes de 300 plantas de café na Etiópia, país de origem do produto. 

Com a criação do programa de melhoramento genético do cafeeiro, do Instituto Agronômico, em 1987 foram realizados cruzamentos das espécies selvagens de café com baixo teor de cafeína com variedades de C. arabica, no entanto, características que não interessavam eram passadas para as plantas filhas. 

Em 1996 foi iniciado o projeto com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café. Naquele trabalho foram analisadas cerca de três mil plantas de café do Banco de Germoplasma do IAC, o que resultou, em 2003, na descoberta de três plantas de uma mesma família que eram naturalmente descafeinadas. A descoberta foi feita pela geneticista Maria Bernadete Silvarolla, em trabalho conjunto com o pesquisador Luiz Carlos Fazuoli, também do IAC, e de Paulo Mazzafera, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). As plantas foram batizadas de AC1, AC2 e AC3 em homenagem ao geneticista de café Alcides Carvalho, já falecido.

A partir dessa descoberta, foram realizadas várias pesquisas com essas plantas. Em 2005, com financiamento do Consórcio Pesquisa Café e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a pesquisadora Mirian Maluf iniciou análises moleculares do gene que codifica a cafeína sintase (cs), uma das enzimas da via de síntese de cafeína, presente no cafeeiro AC1, que é naturalmente descafeinado, e identificou as várias alterações de nucleotídeos, os chamados polimorfismos do tipo SNP, em comparação com a sequência do gene isolado em cafeeiros com teores normais de cafeína.

Com isso foi possível identificar e marcar esse gene cs, além de entender as mutações sofridas por ele associadas à ausência de cafeína. A partir desse achado, a ideia é provocar essa mesma mutação em cafeeiros que hoje já são cultivados com alta produtividade. Isso é possível com a realização de programas de melhoramento assistido ou por edição gênica.

TEXTO Redação

CafezalMercado

Nucoffee apresenta inovações durante XXIII Seminário Internacional do Café de Santos

Durante o XXIII Seminário Internacional do Café de Santos, marcado para acontecer entre os dias 11 e 12 de maio, no Sofitel Jequetimar, na cidade de Guarujá, no litoral paulista, a Nucoffee, plataforma de café da Syngenta, apresenta suas soluções de cafés. 

“O Seminário Internacional do Café é uma oportunidade para debatermos assuntos relevantes para o setor, além de podermos apresentar o café especial Nutracêutico ao mercado nacional”, afirma Juan Gimenes, Gerente de Inovações da Nucoffe

Na quinta-feira (12), às 9h, o prof. Flávio Borém, especialista em cafés especiais do Departamento de Engenharia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), ministra a palestra “Um novo olhar para a pós-colheita num cenário de mudanças climáticas”, que será promovida pela Nucoffee.

Café nutracêutico

O café nutracêutico, desenvolvido por meio de uma parceria público-privada entre a Syngenta e a UFLA, será o grande destaque da Nucoffee no Seminário. Com sabor intensificado e alto índice de qualidade, o grão aumentou em até 40% suas propriedades antioxidantes. Obtida por meio de um processo inovador, que utiliza até 30% dos grãos verdes, a técnica gera maior produtividade na colheita. Isso significa que os cafés nutracêuticos reúnem mais doçura, complexidade, acidez e corpo.

Esse aperfeiçoamento dos grãos, caracterizados como nutracêuticos – nutricional, funcional e medicinal –, permite que os produtores ofereçam cafés com sabores que o consumidor ainda não experimentou, além de possibilitar a comercialização do produto em outros setores, como o farmacológico, de suplementos e até mesmo o de cosméticos.

“A maturação desuniforme é um grande desafio para a qualidade hoje em dia e, com esse programa, otimizamos a janela de colheita, aumentando o potencial de qualidade dos frutos. O projeto é uma inovação que permite produzir cafés especiais a partir de frutos com elevada porcentagem de grãos imaturos, aproveitando os benefícios que eles trazem à saúde devido à alta ação antioxidante”, declara Juan.

A empresa também preparou para o evento sessões de degustação de cafés especiais e chá gelado de polpa de café, além de reservar uma sala de reunião para rodadas de negociação e networking com os principais players do setor.

Ciência por trás da xícara

De acordo com o prof. Borém, o Brasil, como maior produtor de café do mundo, tem muitos promotores e amantes da bebida, porém, quando se trata de ciência por trás de uma xícara de café especial, o assunto é mais complexo e requer muitos estudos. “A qualidade do produto é fundamental e, por isto, a interação entre genótipo e ambiente, além das tecnologias pós-colheita, são temas extremamente relevantes”, explica.

Ainda segundo o especialista, o Brasil vem enfrentando, nos últimos 10 anos, novas condições climáticas que criam desuniformidades na maturação do grão, gerando mais desafios aos produtores. “Apesar do país ter exportado cerca de 7 milhões de sacas de cafés diferenciados nos últimos cinco anos, fatores climáticos, incluindo temperatura média, níveis anuais de chuva e sazonalidade, têm influenciado nas características fisiológicas do grão”.

“Buscamos alternativas para aprimorar o perfil sensorial dos grãos e aumentar a produtividade da colheita, além de reduzir a queda de frutos no chão ao mesmo tempo em que apoiamos a evolução de uma agricultura mais positiva, capaz de reduzir a emissão de gases do efeito estufa e apta a capturar carbono”, finalizar Juan.

TEXTO Redação • FOTO Café Editora

CafezalMercado

Mineiros levam a melhor no 31º Prêmio Ernesto Illy de Qualidade do Café

Após dois anos de espera por conta da pandemia de Covid-19, a Espresso esteve presente na cerimônia de premiação do 31º Prêmio Ernesto Illy de Qualidade do Café para Espresso, que aconteceu na noite da última quinta-feira (5), na cidade de São Paulo, e reuniu produtores, pesquisadores e demais personalidades importantes do setor cafeeiro para divulgar e parabenizar os melhores cafés do concurso.

A edição contou com o recebimento de 754 amostras de café arábica, da safra 2021/2022, cultivadas em diferentes partes do Brasil. Após análises, a Comissão Julgadora, composta por especialistas seniors em espresso da illycaffè, chegou aos 40 melhores.

Na categoria Nacional, os três cafés mais bem pontuados foram todos de Minas Gerais, produzidos pelos cafeicultores Candido de Sorti Machado, de Muzambinho, no Sul de Minas; Claudio Esteves Gutierrez, de Capelinha, na Chapada de Minas; e João Batista dos Santos, de Araponga, nas Matas de Minas. A ordem de classificação entre eles será descoberta apenas no 7º Prêmio Internacional Ernesto Illy, que acontecerá em Nova York no segundo semestre.

O 4º lugar da premiação foi para Tapiratiba (SP), para o produtor Luiz Miguel Costa Rocha, seguido de Marie Nakao Sasaki, de Patos de Minas (MG), que ficou em 5º lugar, e Cristiane Zancanaro Simões, de Cristalina (GO), na 6ª colocação.

Outras categorias premiadas na competição são a Regional, que parabeniza as duas melhores amostras de cada região participante da edição, e a Classificador do Ano. Confira os nomes:

Cerrado Mineiro
1º lugar 
Marie Nakao Sasaki, de Patos de Minas (MG)
2º lugar Catarina Takahashi Myaki, de Patrocínio (MG)

Centro-Oeste
1º lugar 
Cristiane Zancanaro Simões, de Cristalina (GO)
2º lugar Álvaro Luiz Orioli, de Niquelândia (GO)

Chapada de Minas
1º lugar 
Claudio Esteves Gutierrez, de Capelinha (MG)
2º lugar CBI Madeiras, de Capelinha (MG)

Matas de Minas
1º lugar 
João Batista dos Santos, de Araponga (MG)
2º lugar Raimundo Dimas Santana, de Araponga (MG)

Sul de Minas
1º lugar 
Candido de Sordi Machado, de Muzambinho (MG)
2º lugar Rodrigo de Almeida Machado, de Muzambinho (MG)

São Paulo
1º lugar 
Luiz Miguel Costa Rocha, de Tapiratiba (SP)
2º lugar Luiz Antonio Poli Filho, Caconde (SP)

Sul
1º lugar 
Orlando Von Der Osten, de Cornélio Procópio (PR)
2º lugar Luiz Roberto Saldanha Rodrigues, de Jacarezinho (PR)

Classificador do Ano
1º lugar 
Luiz Evandro Ribeiro, do Sul de Minas
2º lugar Marcos Leoncio de Araujo Alvarenga, do Cerrado Mineiro
3º lugar Edenilson de Oliveira Cabral, das Matas de Minas

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Divulgação

Cafezal

Starbucks contribui para plantio de mais de 20 milhões de pés de café na Colômbia

A Starbucks Coffee Company e a Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia (FNC) anunciaram uma expansão de seu programa para apoiar os produtores de café colombianos no Starbucks C.A.F.E. Practices, que plantará mais 22 milhões de árvores no país.

Em 2020, por meio de um acordo, a Starbucks forneceu à FNC um investimento de US$ 3 milhões para apoiar um novo programa de renovação da safra de café, com o objetivo de distribuir 23 milhões de mudas de café até 2023.

No primeiro ano do programa, mais de 7 milhões de mudas de café foram distribuídas aos agricultores colombianos. Após esse sucesso, a expansão do projeto para 2022 agora inclui uma doação adicional de US$ 4,2 milhões para as árvores extras e o apoio aos agricultores com fertilizantes durante o estágio inicial de crescimento de cada árvore renovada.

Este programa se baseia em uma parceria de dez anos entre a Starbucks e a FNC, e visa ajudar mais de 12 mil agricultores que participam do C.A.F.E. “A serviço da aspiração da Starbucks de garantir um futuro sustentável do café para todos, temos o prazer de fortalecer nossa parceria com a FNC e aumentar nosso apoio aos cafeicultores locais por meio da expansão deste importante programa de renovação de árvores”, disse Tim Scharrer, diretor administrativo e vice-presidente de café e cacau da Starbucks.

Trabalhando lado a lado com os agricultores no campo, o Starbucks Farmer Support Center local e a FNC, por meio de sua divisão técnica e seu escritório na Europa, continuarão a supervisionar o projeto, que inclui assistência técnica, como treinamento virtual e visitas aos agricultores para plantio das mudas, bem como recomendações para renovação dos cafezais e verificação das árvores estabelecidas para o incentivo à adubação.

“Esses programas confirmam o grande compromisso da Starbucks com o bem-estar dos cafeicultores colombianos, a qualidade e a sustentabilidade da cafeicultura e a proteção ambiental. A Starbucks é um parceiro estratégico do café colombiano e da FNC”, comentou Roberto Vélez, CEO da FNC.

“À medida que expandimos nossa presença em toda a Colômbia e continuamos levando a experiência Starbucks a mais clientes, estamos muito orgulhosos do café arábica colombiano servido em nossos cafés”, destacou Francisco Tosso, diretor da Starbucks Colômbia.

TEXTO As informações são do Global Coffee Report / Tradução Juliana Santin • FOTO Café Editora

Cafezal

Café, experiência e cultura local: Saiba mais sobre o COFFEA Trips!

Você já deve ter acompanhado as nossas viagens pelas fazendas do Brasil a fora, acredito que bateu uma vontade de conhecer, certo? Alguns lugares são difíceis de chegar e às vezes o contato para ir até o local é complexo, pensando nessas questões a jornalista Kelly Stein criou o COFFEA Trips. 

“A ideia surgiu de um interesse dos meus amigos nas minhas viagens, quando estava em alguma fazenda sempre vinha um comentário: nossa queria ir na mala com você. Assim, percebi o interesse e juntei a minha vontade de oferecer um roteiro seguro para mulheres que viajam sozinhas e também que atendam de forma respeitosa a comunidade LGBTQIA+, e nasceu o projeto”. 

Kelly conta que o lançamento foi em janeiro de 2020 e em março veio o primeiro lockdown e a descoberta do que seria o covid-19. “Havia investido todo dinheiro que tinha, pois minha ideia seria recuperar durante o período da colheita daquele ano, e veio o fechamento de tudo. Não fizemos os roteiros, mas pudemos amadurecer a empresa, treinar os representantes de cada estado e avaliar os produtos”, explica. 

A jornalista destaca que o COFFEA se propõe a oferecer rotas turísticas de uma forma diferente, “todos os roteiros tem um tema, é acompanhado de um historiador ou educador que poderá explicar os detalhes do local. O objetivo é levar a pessoa para perto do campo, fazer com que ela se reconecte com si mesma, aprenda sobre o café e participe de diferentes dinâmicas. O café é o protagonista e em volta dele criamos as experiências”, aponta. 

O projeto está espalhado nos seguintes estados: Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará, Rondônia e São Paulo, cada local conta com um representante que  entende de café ou de turismo e que auxilia Kelly na hora de formatar as experiências e adaptar de acordo com a cultura local. São passeios urbanos com visitas a pontos históricos do café, cafeterias e torrefações, pode ser de um dia ou de períodos mais longos. 

Próximos roteiros: 

Monte Alegre do Sul (SP) 

Feito em parceria com a Fazenda Cafezal em Flor e Fazenda Atalaia, em Monte Alegre do Sul (SP). A experiência que vai das 10h às 18h fica pertinho de São Paulo, 131 km da capital paulista. Inclui: visita em uma fazenda histórica de café e na produção de queijos finos; almoço; estacionamento; café e belezas naturais da região. Kelly é a guia dessa experiência e conta com especialistas como a mestre em História da Arte, Meiri Cardoso e a engenheira agrônoma, Daiani de Toledo.

Quando: 16 de abril
Valor:
R$ 377
Mais informações: http://coffeatrips.com.br/monte-alegre-do-sul-1-dia/

Santos (SP) 

A experiência que começa às 10h e vai até 18h fica pertinho de quem mora em São Paulo, 80 km de distância. Inclui: visita no Museu do Café e outros pontos históricos da cidade; almoço gastronomia portuguesa; degustação de café; centro histórico e cultura local. Conta com o historiador e guia de turismo, Mario Rodrigues.

Quando: 22 de abril
Valor:
R$ 240
Mais informações: http://coffeatrips.com.br/santos-alem-do-porto-1-dia/

Amazônia (RO)

A ideia é explorar, aprender, desconstruir imagens e conceitos pré-estabelecidos sobre cafés canéforas, sobre as pessoas da floresta, sobre os cidadãos de Rondônia. É uma oportunidade para mergulhar dentro da cultura local. Nessa experiência você: visitará quatro produtores de café especiais com perfis bem diferentes; aprenderá com povos originários (comunidade indígena) que produzem cafés especiais e sustentáveis; conhecerá uma estrutura tecnológica de manejo de café; irá degustar cafés e delícias da gastronomia local; resort com parque aquático, trilhas e muitas atrações, tudo isso em meio à floresta Amazônica. 

Quando: de 13 a 18 de junho
Valor:
a partir de R$ 4.833 (varia de acordo com o quarto escolhido – duplo, triplo ou quádruplo)
Mais informações: http://coffeatrips.com.br/rondonia/

TEXTO Natália Camoleze • FOTO Divulgação

Cafezal

Exposição em São Paulo (SP) retrata o dia a dia das esposas dos catadores de café

Desde o dia 3 de abril, no Museu de Arte Sacra, na cidade de São Paulo (SP), está em cartaz a exposição “Viúvas de maridos vivos”, que retrata as mulheres que cuidam sozinhas da casa e do sustento dos filhos enquanto os maridos viajam em busca de trabalho em diferentes regiões do país.

As obras da mostra foram feitas pelas mãos do pintor e escultor Leandro Júnior de Souza, nascido na área rural do Vale do Jequitinhonha. Até os 12 anos de idade, o artista e seus quatro irmãos foram cuidados pela mãe, uma vez que o pai saía em busca de trabalho, sendo um deles na colheita do café. Essa rotina foi registrada por meio da pintura de 12 personagens, incluindo sua mãe.

Leandro também dedica uma de suas pinturas à padroeira do Quilombo Córrego de Cuba, no município de Chapada do Norte, onde nasceu. Foi neste local, atuando como voluntário com crianças em 2016, que o artista começou a extrair o barro para utilizar nas obras.

A exposição “Viúvas de maridos vivos” ficará disponível no Museu até o dia 5 de junho e pode ser visitada de terça a domingo, das 11h às 17h. Os ingressos custam R$ 6. Aos sábados a entrada é gratuita.

Mais informações: http://museuartesacra.org.br/

TEXTO Redação • FOTO Divulgação