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“Café especial não custa mais, vale mais”. Confira o lançamento do projeto Adote Uma Micro Torrefação

Na última quarta-feira (12), o Instagram da Espresso realizou uma live com a participação de Georgia Franco, proprietária da cafeteria Lucca Cafés Especiais, em Curitiba (PR). O intuito foi lançar o projeto Adote Uma Micro Torrefação, parceria entre Georgia e Paula Dulgheroff, da Mundo Café, torrefação de Uberlândia (MG). A apresentação da live foi da diretora de conteúdo da Espresso e do CaféPoint, Mariana Proença.

Georgia contou como surgiu a ideia deste projeto: “com a pandemia, começamos a conversar mais e entender o que estava acontecendo no mercado. Eu e Paulinha escutamos que alguns torrefadores pensaram em diminuir a qualidade dos cafés para oferecer um produto mais barato e suspostamente mais fácil de vender. Isso me deixou preocupada”.

A partir dessa preocupação, a dupla lembrou da ação dos vouchers disponibilizados pela Nestlé e Ambev (no qual você comprava um voucher e ajudava uma cafeteria ou restaurante), e assim começaram a pensar em um projeto que pudesse unir a cadeia, “de uma forma que todo mundo se ajudasse e que o consumidor pudesse ter bons cafés para comprar”.

O objetivo do Adote uma Micro Torrefação é abraçar o Brasil e fazer com que o consumidor prove os cafés de várias regiões de Indicações Geográficas (IG). Portanto, o projeto ligará produtor, microtorrefação e cafeterias. Quem quiser participar precisa fazer a inscrição até 20 de setembro. Georgia explica que, baseado no número de sacas recebidas, é que será possível saber a quantidade de micro torrefações que irão participar e isso será divulgado no dia 20 de outubro. As cafeterias já podem se inscrever também e podem ser parceiras das microtorrefações.

Georgia Franco e Paula Dulgheroff, idealizadoras do projeto Adote Uma Micro Torrefação

“Ficamos com receio de que, no início da pandemia, os produtores ficassem desestimulados a produzir um café de qualidade. Por isso o projeto vem para trazer uma esperança para o setor”, reforçou Georgia.

Vale lembrar que alguns requisitos são exigidos para fazer parte do projeto. Por exemplo, o café deve ter no mínimo 85 pontos, ser certificado e beneficiado, ou seja, os grãos devem fazer parte de uma Indicação de Procedência ou Denominação de Origem.

Segundo o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), a Indicação de Procedência (IP) valoriza a tradição da fabricação e o reconhecimento do público de que o produto de uma determinada região possui qualidade diferenciada. O selo protege a relação entre o produto e sua reputação, em razão de sua origem geográfica específica. As regiões que já participam do projeto possuem ou estão em processo de reconhecimento de Indicação de Procedência (IP) são: Norte Pioneiro do Paraná, Região da Alta Mogiana, Região do Caparaó e Região das Matas de Minas.

Já a Denominação de Origem (DO) agrega um diferencial ao produto em função das características do território. Define que uma determinada área tenha um produto cujas qualidades sofram influência exclusiva ou essencial das características daquele lugar, incluindo fatores naturais e humanos. As peculiaridades daquela região devem afetar o resultado final do produto, de forma identificável e mensurável. As regiões com Denominação de Origem participantes são: Cerrado Mineiro e Mantiqueira de Minas.

Já as microtorrefações precisam ter experiência e certificação, não torrar acima de 500 kg e estar alinhadas a um trabalho sustentável de venda de cafés especiais. Georgia aponta que é importante que as cafeterias, quando forem comercializar o café, expliquem ao consumidor sobre a origem, o projeto e por que o café especial é tão diferenciado.

Em relação ao preço dos grãos, Georgia ressalta uma frase: o café especial não custa mais, ele vale mais, e é isso que o consumidor precisa aprender. “Temos que ter o cuidado e falar com o consumidor de maneira fácil e simples, educá-lo e, assim, manter a qualidade do produto”, ressaltou.

A empresária e barista destacou que muitos produtores buscam o mercado internacional para comercializar seus cafés: “demorou bastante para alguns entenderem que pagamos bem e que o nosso objetivo é que o trabalho deles seja cada vez mais reconhecido. Por isso, o projeto ajudará o produtor e, cada um, doando um pouquinho, irá unir os elos do mercado interno de uma maneira sadia”. Durante a live, Paula Dulgheroff comentou que o projeto é apenas uma semente para não deixar a roda parar!

Em resumo, o Adote uma Micro Torrefação irá contar com a doação de sacas de café dos produtores, a torra pelas microtorrefações e a venda nas cafeterias, levando ao consumidor diferentes grãos brasileiros.

Para finalizar, a proprietária do Lucca Cafés Especiais reforça o objetivo de união do projeto: “tem espaço para todo mundo, podemos caminhar juntos. O Brasil é muito grande e são inúmeros consumidores. Precisamos puxar aquele que ainda não conhece o café especial para o nosso time, gerando cada vez mais sustentabilidade para a cadeia”.

Para saber mais sobre o projeto e se inscrever, clique aqui.

A live completa está disponível no perfil do Instagram da Espresso (@revistaespresso). A Espresso e o CaféPoint são as mídias oficiais do projeto.

TEXTO Redação • FOTO Café Editora

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