Personagens

Jack Robson Silva: “Sou apaixonado por café, mas, principalmente, pelo café especial”

Iniciei minha história neste maravilhoso mundo do café no dia 1 de julho de 1998, como estagiário de Engenharia Química na empresa Café Bom Dia Ltda. Inicialmente, achava que ia ficar apenas dois meses, ou seja, o período do estágio, mas estava muito enganado. 

Só na Café Bom Dia fiquei 12 anos. Neste período, me tornei responsável por todo o controle de qualidade, além da parte de relacionamento com produtores e cooperativas. No ano de 2007, finalizei o mestrado em Ciências dos Alimentos na Universidade Federal de Lavras (UFLA). 

Em 2009, foi o ano de uma mudança radical, pois recebi o convite da NUCOFFEE para poder fazer parte da equipe e ajudar a empresa a estruturar todo o controle de qualidade. Fiquei com a NUCOFFEE até 2014. 

A partir de 2014 montei a Justcoffee, uma empresa focada na educação, desenvolvimento e controle de qualidade de produtos. Em 2016, me tornei o primeiro brasileiro credenciado como Q Arabica Instructor pelo CQI. Sou apaixonado por café, mas, principalmente, pelo café especial, seja pelo produto em si, como por todo o universo em torno, produtores, mestres de torra, baristas, enfim, todo o universo. 

Jack Robson Silva, controle de qualidade e mestre de torra na Justcoffee – Varginha (MG) @jackrobsoncoffee

Barista

Confira os classificados para etapa final do Campeonato de Aeropress

A tarde deste sábado (28/08) foi agitada para os competidores do Campeonato Brasileiro de Aeropress 2021. Acompanhamos de pertinho, seguindo todos os protocolos de segurança por conta da pandemia de Covid-19, como foi realizada a primeira fase, que ocorreu no ATILLA Lab em Belo Horizonte (MG), e com os baristas on-line.

Como funcionou?

Cada competidor recebeu, em sua casa, o café oficial do Campeonato, um arábica, da variedade Paraíso, produzido na Fazenda Cachoeira, localizada em Santo Antônio do Amparo, no Sul de Minas e torrado pela Oop Café.

A organização escolheu seis baristas experientes, que foram chamados de Proxy, e eles quem representaram cada competidor. Foram eles: Helga Andrade; Marília Balzani; Claudio Alves; Samla Costa; Michelle Tameirão e Ieda Pereira.

Foram 27 competidores no total, sorteados em 9 chaves, 3 competidores para cada uma. Cada barista Proxy foi designado a um competidor nas rodadas, para reproduzir fielmente o preparo de cada competidor, que enviaram a receita via e-mail e tiveram 8 minutos para, durante uma live no Instagram, organizar e explicar as informações e assim na sequência os baristas Proxy preparavam o café naquela rodada.

Os três juízes Eystein Veflingstad – 3ª Onda Consultoria em Cafés; Tiago Damasceno – Cofundador do Oop Café, Barista e Torrador e Roger Naykhan Daros, sócio-proprietário da Fazenda da Cachoeira, que escolheram às cegas quem teve a melhor extração. Os competidores escolhidos irão se enfrentar na final, no dia no dia 25 de setembro, às 15h, na Fazenda Cachoeira. Além da competição, a organização oferecerá atividades para conhecer a lavoura e aprender sobre o cultivo orgânico com os produtores da propriedade, Miriam Monteiro e Roger. leia mais…

TEXTO Natália Camoleze • FOTO Divulgação/ Achega/ Natália Camoleze

Personagens

Daniel Coli: “Nos envolvemos cada vez mais com a cadeia de uma forma geral, do pé à xícara”

Me envolvi com este universo apaixonante quando comecei a trabalhar com aquele que hoje é meu sócio na Oficina do Espresso, o Nirjano. Abandonei o Direito para mexer com máquinas de café. No início éramos apenas uma empresa prestadora de serviços de manutenção. Posteriormente iniciamos a venda de equipamentos e não demorou muito para comercializarmos os primeiros pacotes de café.

Com o passar dos anos nos envolvemos cada vez mais com a cadeia de uma forma geral, do pé à xícara. Nos aprofundamos incessantemente na questão técnica que envolve as máquinas e nos especializamos na bebida. Me tornei colunista do jornal Estado de Minas, na coluna sobre cafés especiais. Viramos a empresa oficial dos Campeonatos Brasileiros de Barismo.

Hoje habitamos um Hub de experiências com café em Belo Horizonte chamado Achega, onde temos uma microtorrefação de grãos especialíssimos; uma instrutora SCA ministrando cursos e realizando a curadoria de experiências e eventos, a Helga Andrade; uma loja de máquinas e acessórios em geral para o universo do café; cafeteria para solenidades e acontecimentos; além de, claro, um laboratório referência em manutenções.

Atualmente sou instrutor titular do Sindicafé SP para o módulo avançado de barismo sobre as máquinas e tenho experimentado, incansavelmente, uma honrosa participação neste mercado que, para mim, é o melhor que tem para se trabalhar. Cultivo intensa paixão pelas pessoas e histórias do café, e fiquei lisonjeado em contar essa trajetória para este veículo de comunicação cafeeira que é a Revista Espresso. Faço parte, orgulhosamente, da comunidade do café e aproveito para agradecer à Espresso pelo trabalho primoroso que vem realizando há 18 anos (!!) em prol do nosso seguimento.

Daniel Coli, manutenção de máquinas na Oficina do Espresso e microtorrefação no Achega Café – Belo Horizonte (MG) @danielcoli82

Personagens

Thiago dos Santos: “Me diziam que era fantástico trabalhar com café”

Sempre fui enlouquecendo por bebidas de todos os tipos. Com 16 anos comecei a trabalhar em buffet fazendo sucos e batidas. Com 17 fiz um curso de bartender e me mudei para São Paulo, pois queria ter mais oportunidades. Aos 19, em uma casa noturna que trabalhava, vários baristas frequentavam e sempre me diziam que era fantástico trabalhar com café.

Eu não tomava café na época e um dos amigos me convenceu a ir fazer um teste em uma cafeteira. Foi maravilhoso! Construí amizades maravilhosas e um desejo de conhecer este universo fantástico do café. Participei de cursos, de campeonatos como o de Barista, Coffee in Good Spirits e Copa Barista.

Fiz parte de três edições desta Revista que tanto amo. Trabalhei para algumas torrefações, fiz muitas consultorias, fui co-fundador do maior evento de Mixologista no Brasil, o Mentes Brilhantes.

Hoje em dia desenvolvo um trabalho para a Kerry do Brasil, no desenvolvimento para clientes na área de bebidas. Tentei fazer uma versão bem resumida de uma caminhada de 20 anos de história, vitórias, derrotas e muitos cafés. Esta Revista faz parte de minha história e da história moderna no café do Brasil.

Thiago dos Santos, desenvolvimento de novos produtos com café – Vinhedo (SP) @thiago_nego12

Personagens

Tatiana Nakamura: “Poder realizar experiências sensoriais com o café é incrivelmente delicioso”

Vim da Hotelaria e sempre trabalhei em cozinhas de hotel. Entrei no mundo do café sem querer, após uma oportunidade de emprego para trabalhar como assistente de cozinha na Boutique Bar da Nespresso, que ficava nos Jardins.

Comecei na cozinha fazendo as preparações para acompanhar os cafés e acabei conhecendo um pouquinho a cada dia dessa bebida incrível. Depois de dois anos, me tornei coordenadora da cafeteria. Pude participar da construção do Nespresso Expertise Center, onde pudemos contar toda história do café, preparar cursos e experiências para os consumidores.

Todo dia aprendendo e nas horas vagas visitando cafeterias. Depois de alguns anos, tive a oportunidade de cuidar da área de Patrocínios e Eventos, onde estou atualmente, dentro do Marketing da Nespresso.

Poder realizar experiências sensoriais com o café é incrivelmente delicioso. Conhecer as pessoas de toda a cadeia, produtores, agrônomos, traders, degustadores, baristas é tão rico. Hoje sou apaixonada pela bebida, pelos processos, pelas pessoas desse mundo.

Ao café, só tenho a agradecer por fazer parte da minha vida há 12 anos e me proporcionar momentos extraordinários.

Tatiana de Cassia Nakamura, marketing na Nespresso – São Paulo (SP) @tatinakamura16

Personagens

Jonas Ferraresso: “Todo o conhecimento que adquiri da porteira para fora me ajuda a preparar os cafeicultores”

Descendente de imigrantes italianos, sou a 4ª geração nos campos de café. Os primeiros Ferraressos iniciaram suas vidas nas lavouras de café do Circuito das Águas Paulista. Dos pioneiros de minha família até este que vos fala, todas as gerações se ligaram aos campos de café, de lavradores, pequenos proprietários e agrônomos. Filho de pequeno produtor de café, quando criança sempre andava nas lavouras pensando “como essa frutinha vira café?”.

Em 2007 iniciei meus estudos na UNESP Botucatu para me tornar um engenheiro agrônomo e passar a entender mais dessa cultura tão fascinante. Meus estudos sempre foram focados em café e a sustentabilidade da cultura, pensando sempre em soluções para o campo e os produtores. Em 2011 tive a oportunidade de morar e fazer um intercâmbio cultural nos Estados Unidos, local onde conheci toda a cultura que existia além dos campos. Em Nova York conheci cafeterias, torrefações, pessoas de todos os cantos do mundo que me deram uma nova visão sobre o que deveria trazer para dentro das propriedades e para os produtores.

Em 2012 realizei meu estágio em um armazém de café. Neste local aprendi sobre mercado de commodities, exportação, benefício, preparo de café, qualidade, cupping, certificação e muito mais! Em 2013 fiz meu primeiro curso oficial de classificação de café e, em 2014, comecei a trabalhar oficialmente com café, apesar de já ajudar na propriedade de meu pai desde sempre. Durante este período, estudei sobre manejo, controle de contas, torra de cafés especiais, pós-colheita, barista skills e muitos outros detalhes desta cadeia infinita!

Em 2019, vendo a falta de informações que estrangeiros tinham sobre a realidade nos campos brasileiros, a importância de nossa pesquisa e iniciativas pioneiras do café em nosso país, comecei a trabalhar como articulistas para diversas revistas e sites internacionais de café por todo o mundo, entre elas a 25 SCA Magazine, Daily Coffee News, Roast Magazine, Barista Magazine e muitas outras. Trabalho que gosto de produzir e faço até hoje.

Com os anos me tornei consultor em café atuando nos campos, dando suporte a produtores sobre manejo, adubação, certificação, cafés orgânicos, especiais, verticalização de produção, torra, etc… Trabalho aproximando torrefações, cafeterias, clientes e amantes do café a estes produtores, fortalecendo vínculos sem intermediários. Faço gestão de campo em um experimento do IAC em Serra Negra, onde estudamos 23 variedades de Coffea visando produtividade, qualidade e adaptação para novas condições climáticas.

Todo o conhecimento que adquiri da porteira para fora me ajuda a preparar melhor os cafeicultores para seus verdadeiros clientes, os consumidores de café.

Jonas Leme Ferraresso, consultoria em café – Serra Negra (SP) @jonascoffeeagronomist

Personagens

Johnny Ferreira: “Senti sabores que jamais imaginei sentir em um café”

Comecei no café no ano de 2003, nos meus 17 anos de idade, na Exportadora de Café Guaxupé, onde tenho admiração enorme por todos e agradecimento pela oportunidade dada. Não tinha ideia de como era o mundo do café e foi uma descoberta incrível, tudo era novidade e tudo me motivava a aprender mais.

Comecei como faxineiro no armazém, ajudando na limpeza e organização após descargas e embarques. Nessa mesma empresa, onde passei por alguns setores, aprendi a classificar e a provar. Passados alguns anos, saí dessa empresa e minha jornada de conhecimento aumentou ainda mais. Trabalhei em uma Corretora de Café e em uma Cooperativa. Aprendi muito na parte de rebenefício, ainda mais na parte comercial, classificação e degustação, onde também entrou em minha vida o café especial (grata surpresa).

Em 2015 me tornei Q-Grader e senti sabores que jamais imaginei sentir em um café. Sim, é possível, algo realmente incrível. Hoje estou no Garça Armazéns e a cada dia eu aprendo mais. O café sempre nos proporciona inúmeras surpresas e aquele que estiver mais bem preparado com certeza irá se sair melhor.

Conhecimento nunca é demais. Em vários eventos que já participei como árbitro, pude aprender e trocar experiências com cada profissional da área que lá estava, de várias regiões produtoras. Gosto de desafios, isso desperta o melhor de mim e da minha paixão pelo café. Quando se faz algo com imenso prazer, os resultados são sempre positivos. Café nunca será só café, ele também é amor, amizade, carinho, trabalho e por aí vai.

Johnny Henrique Ferreira, Q-Grader e supervisor de qualidade no Garça Armazéns – Garça (SP) @johnnyhfcoffee

Personagens

Juliana Ganan: “A cadeia do café especial é uma oportunidade para trazer práticas justas aos envolvidos”

Meu pai era produtor de café commodity, que sempre foi o ganha-pão da nossa família. Depois que ele faleceu, arrendamos a fazenda e eventualmente cada filho seguiu seu rumo. Entrei em contato com o mundo dos cafés especiais quando morava fora, nos Estados Unidos, e desde então não parei de estudar, provar e voluntariar em assuntos relacionados à área.

Trabalhei como barista em uma torrefação de Amsterdã, na Holanda, e fiz curso de torra em Berlim, na Alemanha. Depois voltei para o Brasil, em 2016, para fundar a Tocaya Torradores de Café, onde torramos cafés especiais (em sua maioria da Mantiqueira, onde estamos localizados), mas também de outras regiões, como Caparaó e Montanhas Capixabas.

Acreditamos que informação é poder e toda compra é um ato político, por isso, procuramos sempre trazer a história por trás dos cafés que comercializamos até o consumidor, para que ele também se sinta parte do processo como um todo.

Acredito que o café é uma das ferramentas que temos para trazermos luz aos sistemas que gerem a cadeia produtiva de alimentos do nosso país. E, mais especificamente, a cadeia do café especial – quando gerida por pessoas que realmente querem fazer a diferença e têm senso de empatia e escuta voltados para os outros elos da mesma cadeia – é a oportunidade que temos para trazer à tona práticas comerciais, ambientais e laborais mais equitativas e justas para os atores envolvidos. Além de ser muito gostoso, claro.

Juliana Ganan, torrefadora na Tocaya Torradores de Café – Itajubá (MG) @atocaya

Receitas

Pudim de tofu

Ingredientes

Pudim
– 100 ml de água fervente
– 4 folhas de gelatina
– 175 g de tofu soft (temperatura ambiente)
– 5 colheres (sopa) de mel de jataí
– 350 ml de leite de soja sem açúcar, ou outro leite vegetal (temperatura ambiente)
– 1/2 colher (chá) de extrato de baunilha

Molho
– 1 bandeja pequena de morangos cortados em cubos
– 1 colher (sopa) de mel de mandaçaia
– Suco de meio limão (cravo, siciliano ou taiti)
– Folhas de hortelã para decorar

Preparo

Misture a água quente com as folhas de gelatina numa cumbuca até que as folhas estejam dissolvidas. Corte o tofu em cubos e coloque-os no liquidificador. Adicione o mel e o leite vegetal e bata até a mistura se tornar um creme liso. Adicione a gelatina dissolvida (já em temperatura ambiente) e o extrato de baunilha, e bata por mais 2 minutos. Passe a mistura por uma peneira com a ajuda de uma espátula, assim seu pudim vai ficar mais liso e sedoso. Coloque o creme em cumbuquinhas ou formas fundas de empadinha levemente pinceladas com óleo vegetal, cubra com um filme plástico e leve-as à geladeira por 1 hora. Enquanto o pudim firma, faça o molho de morango. Amasse os morangos com um garfo ou amassador de batatas. Adicione o mel e o suco de limão. Reserve. Quando o pudim ganhar consistência, desenforme-o num prato, despeje o molho de morango sobre ele e decore com as folhas de hortelã.

Rende 5 unidades

FOTO Daniel Ozana/Studio Oz • RECEITA Guilherme Kiyoshi, da Kanto Gastronomia Singular

Mercado

La Marzocco: Máquina de espresso conectada à internet chega ao Brasil

A marca italiana de máquinas de espresso e moagem de café, La Marzocco, acaba de lançar uma novidade ao mercado: agora é possível conectar a Linea Mini à internet, via aplicativo. O objetivo é que o consumidor se adapte, através do celular, a cada detalhe da máquina na hora de preparar o seu café.

O programa traz a opção de ligar remotamente, assim a Linea Mini fica pronta para uso antes mesmo do consumidor chegar em casa ou no escritório, ele conta ainda com: controle de temperatura, pré-infusão, dicas e um relatório de registro de extrações. Qualquer smartphone conectado à máquina recebe feedbacks em tempo real sobre o preparo, avisos de manutenção e limpeza e a função de agendamento semanal para ligar e desligar. leia mais…

TEXTO Redação • FOTO Divulgação